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domingo, 10 de novembro de 2024

CENSURAR ATÉ REEDUCAR ... BANIR QUEIMAR ABOLIR @ Vortex



Censura já!!
de

tradução de Ondina Pires
Colecção THISCOvery CCChannel, vol. -11
formato 16,5x23cm, 168p.
PVP: 13,12 eur


Precisamos de censura. Censura para impedir que a rádio expele o seu vómito imparável. Censura à “imprensa livre”, a qual cria uma versão dos eventos mundiais fantasiada e o enquadramento intelectual para assassínios em massa. Censura aos livros que fazem o mesmo que a imprensa: livros de memórias de figuras políticas e celebridades que deveriam estar presas em vez de aparecerem nos circuitos literários; memórias estas, adulteradas por escritores-fantasma. Censura à indústria cinematográfica por produzir em série apologias infantilizadas e imperialistas, e pornografia pró-tortura. Censura às artes, cujo estatuto de imunidade à culpa explica e perdoa a ideologia degenerada, a qual permite que toda esta “liberdade” seja possível de existir.

(...) Estás disposto a ser visto a ler um livro chamado Censura já!! em público? (...) Sentirás o teu cérebro a bater mal enquanto tenta acomodar-se a algumas novas estratégias hilariantes, absurdas e radicais de como viver neste mundo ridículo 
Washington Post

(...) Mantêm este livro contigo e lê-o, uma palavra de cada vez.
Los Angeles Review of Books

(...) Svenonius sempre foi o mais inteligente da turma... Em livro, Svenonius é como aquele teu amigo que adoras porque, mesmo que a sua visão se divida entre humor, paranóia e ira anti-social, ele nunca dissipa a tua fascinação de como ele chegou até lá. 
SF Weekly

Ian Svenonius é mais conhecido por ser o "frontman" das bandas Make-Up e Nation of Ulysses, mas é também um brilhante crítico cultural com o talento de trazer os melhores tópicos que poderás ler. Nesta colecção, Svenonius escrever poderosos argumentos a favor da Censura, acumular livros e discos, polémicas contra a Apple e Ikea, a "yuppieficação" do Indie Rock, e a depilação de pelos púbicos.
Buzzfeed

A capacidade de disparar em direcções, mais focado na libertação dos projecteis do que no seu trajecto ou eficácia, inclina a leitura para esse registo irónico, mas a assertividade de certas afirmações aponta no sentido inverso, como quando afirma que os muçulmanos dominaram a Península Ibérica apenas porque tinham açúcar... 

Que merda é esta? (...) suspiras, recuperas o fôlego e pegas na obra (...)
Luís Rattus in Loud!

(...) é uma análise política sobre o estado da cultura de uma forma um bocado irónica. E a ironia faz-nos pensar, sobretudo quando é bem feita (...)
Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta) no Expresso



...

Esta colecção de ensaios de Ian F. Svenonius reorganiza as ideias das pessoas sobre censura, Ikea, filmes documentais, o muro de Berlim, danças rock, depilação, Apple, a benevolência aparente da Wikipedia, acumulação de cultura, College Rock, as origens da Internet e muito mais...  até BD!! Foi considerado um dos melhores livros sobre Música em 2015, uma altura quando ainda havia concertos em caves nojentas e imundícies em Festivais de Verão. 

Ian F. Svenonius nascido em 1968, Chicago, EUA. Activo na música desde 1988 até ao momento presente, como músico compositor, cantor, guitarrista e escritor, nos grupos Nation of Ulysses, The Make Up, Weird War, Chain and the Gang, Cupid Car Club, XYZ, Escape-Ism. Tem vários textos escritos para revistas e fanzines, alguns são compilados em livros como Recognize, The Psychic Soviet, Keep Your Eyes Open, Supernatural Strategies for Making a Rock 'n' Roll Group e pela primeira vez em português este Censura Já!! 




Podem encontrar uma entrevista ao autor na Stress.Fm na sua visita lisboeta em 2015.

E eis uma entrevista, em 2020 poucas semanas depois de ter sido lançado, no Público sobre este livro.








PS - a Lolita já tem o seu exemplar!! Ó:



ANARCO-QUEER? QUEERCORE! no Vortex


O livro mais f.o.d.i.d.o. de 2016!!!

ANARCO-QUEER? QUEERC0RE!
de 

Uma edição 
CHILI COM CARNE / THISCO
com ilustrações e grafismos de Bráulio Amado, Astromanta, Hetamoé, Joana Estrela, Joana Pires e Rudolfo e capa de Carles G.O.D.

O queercore foi-se esvaziando nos últimos anos, apesar da existência de novas bolsas de liberdade, apesar dos sinais de que a hecatombe do capitalismo pode mesmo acontecer e apesar do nomadismo dos sexos. Muito de bom foi produzido no impulso de enfiar os dedos em lugares quentes e húmidos, mas não será pouco? O hardcore queer ainda resiste, mas resiste porque está na defensiva, porque está fraco. É como se tivesse sido geneticamente programado para falhar. Mas quando ouvimos um estridente feedback dos Apostles e dos Nervous Gender tudo, absolutamente tudo, parece possível… Vamos acreditar que sim, OK?


venda no sítio da Chili Com Carne, Linha de Sombra, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão), Flur, Tasca MastaiTigre de Papel, Utopia, Tortuga (Disgraça), Rastilho, Ugra Press (Brasil), STET, Neat Records, Kingpin Books, Socorro, Livraria das Insurgentes, Letra Livre, Vortex e Matéria Prima.


ilustração de Astromanta

Historial: entrevista no Bodyspace ... lançamentos a 8 de Abril no MOB 9 de Abril de 2016 na SMUP com apresentações de Daniel Lourenço (Lóbula; poeta, activista queer) e João Rolo (A Lata Music, Música Alternativa; divulgador de rock independente), com mostra de videos de bandas queercore (Nervous Gender, Super 8 Cum Shot, Limp Wrist, The Gloryholes, Shitting Glitter, Lesbians on Ecstasy, Hidden Cameras, The Clicks), DJ sets de Pussybilly (MOB) e Lóbula (SMUP) e concerto de Vaiaapraia e as Rainhas do Baile (SMUP) ... artigo n'Observador ... artigo na Time Out ... reacção de José Smith Vargas ao artigo da Time Out in Mapa Borrado (secção de BD do jornal Mapa)
...










Feedback:

parabéns pela edição do queercore, está alta objecto, o livro!
Bernardo Álvares (dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS, Zarabatana,  Älforjs)

Quase a acabar de ler e foi, sem dúvida, uma agradável surpresa (...) empolgante de ler. A verdade é que aguça a curiosidade e a vontade de saber mais. (...) Daqueles livros que nos fazem olhar para as coisas com outro olhar e em diferentes perspectivas. Aconselho vivamente!
Margarida Azevedo (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova)

Característica fundamental deste livro é o próprio formato físico e a sua paginação atípica, que se aproxima do formato “fanzine”. Numa escolha estética pouco comum (e exemplificativa do espírito rebelde do livro), cada capítulo é paginado e ilustrado por um artista nacional diferente (...) Este é um documento atípico que pode interessar a curiosos que queiram descobrir um universo musical pouco explorado. 
Nuno Catarino in Bodyspace

Bandas como Gay For Johnny Depp (...) ou Tribe 8 entre outras, são retratadas numa narrativa húmida e sem preconceitos.
Luís Rattus in Loud!

terça-feira, 26 de abril de 2022

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

"a" maiúsculo com círculo à volta de Rui Eduardo Paes --- ESGOTADO --- PDF grátis em linha


Muitas vezes, e não em poucos casos abusivamente, o punk foi/ é identificado com o anarquismo. Em outra área, são habituais as analogias da chamada "livre-improvisação" com os princípios libertários, mesmo quando quem toca são músicos com perspectivas políticas e sociais influenciadas por correntes marxistas como o trotzkismo e o maoísmo. Seja como for, há mais conexões entre Música e Anarquia do que aquelas que se supõe. Um contributo para o seu desvelamento, tanto quanto para a desmitificação de algumas ideias feitas, está neste novo livro de Rui Eduardo Paes, o segundo do autor na colecção THISCOvery CCChannel, depois de Bestiário Ilustríssimo.

O livro de Rui Eduardo Paes relaciona as músicas de hoje (jazz, improvisação, pop-rock, noise, electrónica experimental, música contemporânea) com as novas tendências do pensamento libertário, descobrindo analogias mas também desmistificando ideias feitas. Daniel Carter, Lê Quan Ninh, John Cage, Fela Kuti, Frank Zappa, Thom York (Radiohead) e Nicolas Collins são algumas das figuras retratadas pela escrita analítica e de dimensão filosófica, mas não raro com humor e alcance provocatório, do ensaísta e editor da revista “online” jazz.pt. Entre os temas percorridos ao longo dos 10 capítulos amplamente ilustrados estão o ocultismo, a espiritualidade, a ciência, a ficção científica, a tecnologia, o amor e o sexo, com referência a autores como Robert Anton Wilson, Hakim Bey, Murray Bookchin, Starhawk e Ursula K. Le Guin.

A
O livro é ilustrado por vários artistas da Associação Chili Com Carne: Joana Pires, Marcos Farrajota, André Coelho, Jucifer, Bráulio Amado (acumulando o cargo de Designer do livro), José Feitor, David Campos, Daniel Lopes, André Lemos, João Chambel e Ana Menezes.

A
Edição da Chili Com Carne e Thisco
80p p/b; 16,5x22cm
ISBN: 978-989-8363-21-3


ESGOTADO - com PDF em linha talvez ainda esteja à venda na Flur, Letra LivreMatéria PrimaUtopia, Fábrica Features, Louie Louie do PortoApop Shop, Tortuga (Disgraça) e Sirigaita.

A
Historial : lançado em 29 de Maio de 2013, na Trem Azul, Lisboa, com a participação do escritor Rafael Dionísio e do músico Paulo Chagas, seguido de concerto de Shameful Iguana [Luís Lopes: guitarra eléctrica; Hernâni Faustino: baixo eléctrico; Marco Franco: bateria] ...

A
Sobre o autor: Com quase 30 anos de actividade repartida entre o jornalismo cultural, a crítica de música e o ensaísmo teórico, Rui Eduardo Paes é autor de vários livros sobre as músicas criativas. É o editor do site jazz.pt, membro da direcção da associação Granular e autor dos press releases da editora discográfica Clean Feed. Foi um dos fundadores da Bolsa Ernesto de Sousa. Assessorou a direcção do Serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian e integrou o júri do concurso de apoios sustentados do Instituto das Artes / Ministério da Cultura para o quadriénio 2005-2008.

A
os textos estão soberbos e o trabalho gráfico ficou excelente! parabéns a quem concebeu e materializou este objecto literário-gráfico-musical absolutamente único! António Branco 
... 
novo livro traz é que o ponto de vista essencial é o ponto de vista político associado às manifestações estéticas contemporâneas. O título é, de resto, todo um programa de intenções: "A" Maiúsculo Com Círculo à Volta". O anarquismo histórico e as suas formas libertárias de expressão são intercaladas, pelo autor, com múltiplas abordagens a músicos, escritores, cientistas ou artistas multimédia. Um livro que, uma vez mais, prova que o autor rejeita o conformismo de pensamento e ousa analisar novas abordagens, novas relações, novos pontos de vista sobres os fenómenos artístico-culturais-sociais-filosóficos do mundo contemporâneo (...) relaciona as músicas de hoje (jazz, improvisação, pop-rock, noise, electrónica experimental, música contemporânea) com as novas tendências do pensamento libertário, descobrindo analogias mas também desmistificando ideias feitas. Entre os temas percorridos ao longo dos 10 capítulos amplamente ilustrados estão o ocultismo, a espiritualidade, a ciência, a ficção científica, a tecnologia, o amor e o sexo, com referência a autores como Robert Anton Wilson, Hakim Bey ou Murray Bookchin Kubik in O homem que sabia demasiado
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Dando sequência a uma consistente abordagem político-musicológica, por vezes fraturante e polémica, REP continua a revelar neste novo conjunto de reflexões a lucidez intelectual, a densidade de análise e o rigor enciclopédico que sempre caracterizaram a sua escrita. António Branco in Jazz.pt 
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4 estrelas (em 5) in Público 
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Atenção, isto não é apenas um livro: é um perigoso "cocktail molotov" para o cérebro. E, já agora, também para os ouvidos. Nuno Catarino in Ípsilon / Público 
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ambicioso, extraordinariamente documentado, e uma porta perfeita para teses de maior valor intelectual. Bons Encontros 
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 No abandonando su sentido del humor, desde la espiritualidad, el sexo, el amor, el ocultismo a temas más de actualidad, la ficción científica, la nueva tecnología (...) Oro Molido





quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Anarchist Xmas gift: "Gilles Deleuze and the Poisoning of Beethoven"

Chili Com Carne is looking for foreigner publishers for the following book: "a" maiúsculo com círculo à volta - or is you prefer: Caps "a" with circle around. 




It's a book about music and anarchy written by renowed music critic Rui Eduardo Paes (or REP, his friendly acronym) and illustrated by various Chili Com Carne artists: Joana Pires, Marcos FarrajotaAndré Coelho, Jucifer, Bráulio Amado (also Designer of the book), José Feitor, David Campos, Daniel Lopes, André Lemos, João Chambel and Ana Menezes.


Often, and in a few cases if not abusively, Punk is identified with Anarchism. In another music areas, there's the usual analogies of the so-called "free-improvisation" with libertarian principles, even if some of the players are musicians with political and social perspectives influenced by Marxist currents such as the Trotzkism and Maoism. There are more connections between music and Anarchy that meets the eye and that's what this short book of Rui Eduardo Paes will reveal... In it, REP lists the music of norwadays like jazz, improvisation, pop-rock, noise or experimental electronics. Daniel Carter, Lê Quan Ninh, John Cage, Fela Kuti, Frank Zappa, Thom York (Radiohead) and Nicolas Collins are some of the figures portrayed by his analytical writing with philosophical dimension, often with humor and provocative thoughts has this essayist and editor of the online magazine jazz.pt is known for. Among the topics covered throughout the ten chapters widely illustrated are the occult, spirituality, science, science fiction, technology, love and sex, with reference to authors as Robert Anton Wilson, Hakim Bey, Murray Bookchin, Starhawk and Ursula K. Le Guin.



About the author: 

Rui Eduardo Paes is a rare example of something rare: a journalist whose work is as essential and informative as it is well-researched and passionate. - Dan Warburton (Wire, Paris Transatlantic)

Music critic and writer free-lancer. Chief-editor of the jazz and improvised music online magazine JAZZ.PT, after six years of editions in paper. Artistic director of the festival Jazz no Parque, produced by Serralves Foundation. Author of nine books about music mixed with multimedia, politics and queer theory. Collaborative work with Culturgest and the recording labels Clean Feed and Shhpuma. Co-founder, with Carlos "Zíngaro", of the artists association Granular, and member of its direction for 11 years, until 2013. Co-founder of the Ernesto de Sousa Fellowship (Experimental Intermedia Foundation / Luso-American Foundation / Calouste Gulbenkian Foundation) and member of its permanent jury for 20 years, until the last edition in 2013. Former assessor of the ACARTE Service / Calouste Gulbenkian Foundation's board of directors.


This is the first chapter, "Gilles Deleuze and the posining of Beethoven", translated in English:

We are experiencing interesting times in the history of anarchist thinking. The avant-garde in this field has gained the designation of Post-Anarchism due to having internalised contemporary critical reflections such as those proposed by philosophers in the post-structuralist school, in particular Gilles Deleuze and Michel Foucault.

At a time when Anarchy no longer needs to be adverse to the divine, when we may encounter a flourishing Christian anarchist movement, defending the return to a savage state, and an anarchist Paganism, with incursions into Shamanism and ritual recourse to narcotic substances, these “new persons” (as the Russian Nihilists of the late 19th and early 20th centuries first got identified with the term surviving to identify their intellectual descendants) have delighted in the discovery of occultism and all its speculative potentials.

There is thus the clear pleasure that Christian Kerslake found in one of the first texts written by Deleuze, published in 1946, when the author was just 21 years of age. This represents the preface to an obscure book written by a physician and occultist in the Romantic period, of whom we today hear so little reference, one Johann Malfatti de Montereggio, an Austrian of Italian origins.

“Mathesis: Studies on Anarchy and the Hierarchy of Knowledge” provides the title to this introduction, immediately leading to the suspicion of something other than a prior anarchist influence on the French philosopher. While the term mathesis universalis was advanced by the rationalist Descartes in order to designate a science capable of explaining everything, we may nevertheless be certain that its justifications prove platonic, theological and esoteric and it was within this scope that Malfatti applied the term.

What the author wrote and what Deleuze himself considered of “Mathesis” in this prose illuminates many aspects of his later work Anti-Oedipus, co-authored with Félix Guattari, such as the essay Difference and Repetition and the concept of a «body without organs».

The fact remains that Gilles Deleuze would never again mention Malfatti irrespective of applying the idea of mathesis in his essays on numerous different occasions. Furthermore, he did not authorise the republishing of any of the writings from his youth and a motive explaining the surprise of Kerslake. Those had remained safeguarded from the majority of readers.

Indeed, Malfatti ended up playing an important role in the secret societies of European occultism of the 19th century, among the Martinists, Rosicrucians, Freemasons, Illuminati and Theosophists. As a physician, he was a follower of the methods advocated by John Brown: all the therapies involved the administration of drugs such as opium, arsenic, camphor, wine or cinchona from Peru. It was not then rare to find, in the General Hospital of Vienna, patients in extremely advanced states of drunkenness, stumbling along the corridors or lying, prostrate in their beds…

Previously a theologian, Brown turned towards medicine after having cured the gout he suffered from through the consumption of opium. He put into practice with his patients the theory that the human organism functions through a combination of external and internal stimuli with the symptoms of any disease caused by imbalances in them. Recourse to opium simultaneously functioned as a stimulant and a relaxant for the excitability of the body.

For somebody with a contemporary perspective, this might appear strange. However, we need to take into account how two centuries ago psychotropic substances were perceived as the best of panaceas and commercially freely available and subject to prescription…

Not even the circumstances of their patients dying along the way, whether through the lack of any more effective cure or through an overdose, demotivated Brown and Malfatti from using those drugs and, as the chronicles testify, both displayed behaviours typical to drug addicts. Indeed, still furthermore, the latter became the clinic of preference for princes and the bourgeois. And also by artists: his name is now best recognised as the physician to the composer Ludwig van Beethoven than for any of his other activities. Still better: as the physician who killed Beethoven.

However, we shall get there soon enough… For the meanwhile, we need to be aware that the understanding prevailing in that period was very different to that kind of moral judgement we might hand down today. According to Schelling, the father of the then emerging natürphilosophie and also an inveterate smoker of Chinese pipes, Brown «was the first to understand the uniquely genuine principles of all the theories of organic nature». For example, those of «somnambulism» and «animal magnetism», which official medicine would later let fall by the wayside.

The «artificial fireworks» adopted by Malfatti to stimulate the «bodies without organs» has experienced the longevity that we know and encountered other defenders in philosophies of more recent influence, such as the psychedelics Timothy Leary and Terence McKenna, both, to a greater or lesser extent influenced by the anarchist movements and, hence, by Romantic occultism. Gilles Deleuze counts himself as among those radical thinkers that engaged in experiments with drugs and thus joining a list that stretches back to the post-Marxist Walter Benjamin and the anarchist Ernst Jünger in the final years of his life.

The orientalism of Leary and McKenna in the years between the 1960s and the 1980s was already present in Malfatti over the course of the years between 1790 and 1800, plunging into Hindu mysticism like few other of his contemporaries and from which he derived the notion of a «hidden anatomy» ordered according to polarities, powers and plans. Mathematical factors but from an incredibly old, stretching back millennia, metaphysical mathematics.

The name Malfatti would prove the delight of the hirsute bearded nihilists in their intentionally dirty clothing who, later, would not rule out any means to assassinate the czar of proud Russia. In every language, such is translatable as «Bad Deed» or «Badly Intentioned». Much gets discussed around what really did happen. Might the enlightened doctor have planned the death of Beethoven by poisoning, raising the dosage of arsenic in the potions he would prepare him? Might this not have been a simple accident even if foreseeable with such a dangerous medication? Might it even have been the composer himself who exaggerated in the quantities ingested?

What nevertheless remains certain is that mathesis took the life of Beethoven. He, at least so it would seem, was not actually infirm; he did however need some kind of stimulation in order to compose and this was the role played by the occultist physician. Arsenic contains aphrodisiac properties and these, when turned away from the act of sex, thus when sublimated or “transcendentalised”, generate a recognised creative potential. Beethoven was stimulated up to a level of absolute non-excitability. In a certainway, he was symbolically deposed from his conditions of genius.

The great irony to this story, which has Gilles Deleuze as its mediator, stems from how another great name in music, the Zen anarchist John Cage, sustained his entire musical theory on the negation of Beethoven. His affirmation that the latter «was wrong» has become proverbial. And he was wrong, in his opinion, because Beethoven defined sections of a composition by harmonic means and Cage not only spurned any relevance to harmony but also had a personal incapacity to deal with it.

Knowing the affinities between Post-Anarchism and science fiction as well as the fantastic literature of writers like William Burroughs, we have here all of the ingredients to imagine how Malfatti de Montereggio was mandated by a Deleuze turned time traveller through magical means, on the occasion of his death in 1995, to exterminate the person responsible for the authoritarianism of harmony in music, Beethoven. Consider how this would have made feasible the existence of a Satie, of a Webern and, of course, the inventor of the prepared piano…

The secret imposed by the post-structuralist thinker as regards his intellectual interconnections with the Italian born pre-nihilist of Vienna might, in this context, be interpreted as indicating complicity in a crime. It now remains to identify just who was the brains behind this Anarcho-esotericism driven conspiracy. Hakim Bey? For all of the consequences that we might wish to draw from this, the most mediatic of post-anarchists does have a criminal record. He is a publicly assumed paedophile.

quinta-feira, 30 de março de 2017

REP @ Queercore special


O Camarada REP vai meter video-clips de barulheira punk-rock-não-binária numa noite do Lounge dedicada ao Queercore. O cartaz psicofalocrata é do nosso amado Camarada Bráulio!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Desinformação

Mais uma k7 da Thisco! E outra vez de Rasalasad! E mais um CD dele... O que raios aconteceu?
Mais!
Ambos trabalhos estão cheios de Dark Ambient trabalhado com dezenas de colaborações estrangeiras de personalidades da melhor electrónica universal.
A k7 é a mais coerente enquanto corpo sonoro. De um lado participam os "noisers" Smell & Quim (trodacalho de Mel & Kim?) que são uns britânicos javardos (que redundância, todos os ingleses são javardos até prova contrária) que foram domados pelo Rasalasad. O Noise infernal deles desapareceu com os sintetizadores planantes de Rasalasad, uma combinação fascinante. O lado A é uma colaboração com o americano irr.app.(ext.), autor de uma obra sonora e visual fantástica e ligado aos importantes Nurse With Wound. Faixa dinâmica, cheia de detalhes e progressões inesperadas. Sofre só é dos mesmo problemas gráficos da k7 anterior...

Thismorphia é um CD que pretende ser um "showcase" de Rasalasad, sendo que o universo deste músico toma conta dos outros que participam: Jarboe, Merzbow, Smell & Quim, irr.app.(ext.), Von Magnet,... ainda assim, apesar da usurpação e dominação sobre os materias dos convidados, Thismorphia parece disparar para muitos sítios, sem encontrar um discurso próprio - ao contrário do que aconteceu no passado longínquo de Rasal ou neste recente "comeback".
Para quem conhece bem o catálogo da Thisco, fica-se com a sensação que está-se a revisitá-lo com uma nova camada. Ou então, o problema será certamente meu que não me consigo concentrar nos sons que não conheço e só me foco nos pontos que (re)conheço sem conseguir apanhar a "big picture". Talvez seja um disco que obriga parar para ouvi-lo com atenção... mas quem o consegue fazer nesta cidade infestada de obras, tuk-tuks e turistas bêbados? Design do CD a cargo da Camarada Pires.

Eis o novo zine do Trump da Bernarda que se intitula de Mariano #1 - em homenagem à sua criação de BD, o Gato Mariano, o gato mais tótó do planeta que quer impedir dos mexicanos de beber cerveja à pala! Um fanzine como este é raro dada o individualismo que se vive à grande e à francesa na comunidade criativa em 2016. Toda gente faz os seus zines e livrinhos de autor, cada um de costas viradas uns para os outros tal é o Ego de cada um. É raro ver fanzines que mostrem trabalhos de outros e mais importante que dêem tempo de antena para entrevistas. Aqui além das Críticas Felinas do Gato Mariano há também uma galeria para o José Cardoso / Tomba Lobos. O Tiago tem o "defeito" de ser jornalista de formação e por isso foi trocar impressões com o norte-americano Ed Luce e Bráulio Amado - quando foi a última vez que viram isso acontecer no mundo das edições "indie" (resposta: "na Maga"). O primeiro é conhecido pela suas BDs gays mas que entretanto tem conseguido ultrapassar esse nicho para uma audiência mais generalista. O segundo dispensa apresentações mais merece puxão de orelhas com os seus bitaites parvos do tipo O mais interessante é encontrares uma cena com pessoas que partilham o mesmo interesse e sentimento que tu tens ao fazeres algo criativo, sejam eles punks, betos ou da família real, iá, meu, os betos e os da família real devem ter muito de interessante para partilhar. E se tiverem é só contigo, Bráulio! Espero que trabalhes com o Luís Represas! Tem masé juízo! Enfim, de resto, tudo "impec"! Desde o Zundap que não aparecia em Portugal um... FAN-ZINE! Granda Mariano! Espero que ganhes as eleições!

Todos estes artigos vão estar na Feira Morta este Sábado, acabadinhos de fazer. Mais uma razão para ir lá! Três razões!!!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Adeus "Paulinho"! Morreu o único gringo bom deste planeta.

ilustração-homenagem de Bráulio Amado


Num princípio de um ano que já nos tem levado tantos Heróis acarinhados universalmente, o Lemmy e o Bowie, outros menos conhecidos como ainda na semana passada foi-se o jovem Alvin Buenaventura - que só dois sítios em linha portugueses anunciaram a sua morte, delimitando assim em que ponto de formação a BD portuguesa se encontra... Perco-me... acabei de saber pelo Bráulio Amado que o Nevada Hill deixou-nos para sempre.

Destes Heróis todos acima referidos, o Nevada é que era o Meu Herói, quase Super porque tinhas umas unhas compridas que deviam ter um super-poder, o da super-empatia certamente. Foi uma pessoa que sobreviveu à educação texana mas não o cancro que combateu nos últimos três anos.

Começamos por trocar zines e discos. Um dia ele lembrou-se de vir cá a Portugal! A Feira Laica foi a boa desculpa, onde ele tocou com vários músicos da cena portuguesa (Travassos, Nuno Moita, Gabriel Ferrandini, Ricardo Martins, Pedro Sousa, "Óscar" e Manuel Gião) em dois concertos, um deles memorável! Nevada tocava violino mas a dada altura, inesperadamente, começou a urrar como um misantropo do Black Metal. Ó 'tugas betinhos... Improv anyone? Isto foi na Trem Azul onde também tinha uma bela exposição de cartazes em serigrafia que ele desenhava e imprimia. Também, pintou um mural na Bedeteca de Lisboa que ainda hoje sobrevive devido à decadência da própria instituição, menos mal...

Amigos dele antes de ele partir para Lisboa, perguntaram-lhe "vais para casa de um português que não conheces pessoalmente? E se o gajo for um serial-killer?" Risotas! Passamos a noite no Estádio a contar pelos dedos da mão quantos serial-killers existiram em Portugal... desde o século XIX... e um deles era galego... não conta!

Noutras conversas, disse-me que as escolas públicas nos EUA eram uma merda, que os professores eram mais janados que os alunos, que a única hipótese de ter boa educação é meter os putos em colégios privados onde dominam programas criacionistas e onde as aulas de História só ensinam a História do Texas - nem dos EUA quanto mais da Humanidade! Nevada aprendeu a ter um passado humano graças ao "História do Universo", essa grandiosa BD de Larry Gonick. Foi lá que ele viu pela primeira vez que os humanos fodiam e procriavam ou que procriavam porque fodiam. Mesmo no baile do "prom" da escola, os casais ao dançar ao Slow de praxe, uma boa desculpa para se agarrarem e terem um período de sensualidade, ainda assim tinham de deixar espaço entre eles, o espaço de "um corpo" para Cristo estar entre vós - disse-lhe o Reitor. Era nos finais do século XX, pouco deve ter mudado...

Numa sociedade alienada como a americana, ele era das pessoas mais queridas e doces que tive o prazer de conhecer. Uma pessoa! Não um distribuidor de cartões de negócios como quase todos os outros gringos que conheci. Cá veio pra casa, perdeu-se numa ilha do Tejo - outra história incrível! - e na última noite em Lisboa, um bêbado vi-o e gritou-lhe: Paulinho! Estava mesmo a reconhecer-te! Ele não se desmanchou. Nem repudiou o velhote com copos a mais, tudo na boa!

Em tão pouco tempo que estivemos juntos, deu-me a conhecer o DJ Screw (que tanto inspirou Black Taiga) e os malucos dos irmãos Gonzalez que tanto giram pelo Jazz como pelo Grindcore.

Voltou alegre para Denton por ter conhecido a Lisboa e as suas gentes, tanto que quis representar a Chili Com Carne nas terras malditas do Novo Continente com o ciclo de exposições not Tex not Mex mas sobretudo o que ele queria era voltar cá um dia destes...

Good morning, Captain

Lisboa, 19 Fevereiro 2016
Marcos Farrajota

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Cartazes do Futuro Primitivo A ESGOTAR!!!

Para acompanhar a exposição do homónimo livro Futuro Primitivo foram feitas cinco serigrafias, cada uma com pequenos detalhes. Algumas já esgotaram outras faltam muito muito pouco!!!
...
A primeira foi feita por Miguel Carneiro, impresso na Oficina Arara.
A primeira edição-versão-limitada de 23 exemplares foi feito para o Festival de Beja 2011 dos quais sobrou UMA deste monstro 100 x 70 cm / uma cor / sob cartolina preta.

Para o Festival Crack 2011, em Roma, foi feita uma nova versão a duas cores de 66 exemplares que também só já há UMA.
...
To travel along with the Futuro Primitivo book + exhibition we made five diferent silkscreens posters, each of them with small details.
The first one was made by Miguel Carneiro and printed in Oficina Arara. First edition is limited to 23 copies - most of them sold in the Beja Comics Festival. There's ONE copy of this 100 x 70 cm / one colour / black paper monster. There's also ONE of the 66 copies of the 2 colour in pink paper version made for the Crack Festival.


...

The image of other four posters are made ONLY of Futuro Primitivo skrewed & chopped comix book. The comix images were REMIXED by André CoelhoBráulio AmadoFilipe Quaresma and Margarida Borges creating brand new images in the same logic of the book. 
Printed by Lucas Almeida, there was 40 copies of each poster, most are gone!!!

 
Os outros quatro cartazes foram concebidos EXCLUSIVAMENTE com uma "REMIX" das imagens das bds publicadas no Futuro Primitivo. por quatro diferentes designers que puderam usar o "banco de imagens" do livro para criarem uma nova, seguindo o mesmo conceito do livro. 
Foram convidados André CoelhoBráulio AmadoFilipe Quaresma e Margarida Borges. A impressão ficou a cargo de Lucas Almeida e foram feitos 40 exemplares, muitos deles já espalhados pela Escandinávia e américas e quase todos esgotados!!! 

ANDRÉ COELHO

BRÁULIO AMADO

MARGARIDA BORGES


FILIPE QUARESMA


Estas belas peças encontram-se à venda no nosso site
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You can find this posters in our site

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Houdini

Bráulio Amado
Sleep City + Watdafac; 2012

Eis o catálogo de uma exposição que percorreu dois continentes durante 12 meses / cidades - uma das datas estava inserida no nosso ciclo de exposições "Not Mex Not Tex", em Denton (Texas) em parceria com o nosso camarada Nevada Hill.
Toda gente sabe que o Bráulio é um excelente designer - e quem não achar isso é palhaço - mas também é um bom ilustrador, com um estilo próprio que vêm da "Street Art" farçolas, "Pop Art" contemporânea com tentativas de abstração e fragmentação. Quando mistura design com desenho é quando tudo explode em beleza - uma beleza igual a do álbum Houdini dos Melvins que o título presta homenagem. É o caso deste livrinho que reúne materiais das 12 exposições, co-editado pela Sleep City! (label de Bráulio) e pela galeria Watdafac, sediada em Madrid e gerida pelo mDonada.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Anarquismo para melómanos : a propósito de “ ‘A’ maiúsculo com círculo à volta” de Rui Eduardo Paes

O ofício de escrever é uma tarefa ingrata, tal como a de tocar música, a de criar qualquer tipo de arte em geral ou até a de falar sobre quem escreve.
Escrever pode ser um acto frustrante por ter sempre um carácter subjectivo. Escrever sobre arte ainda o é mais, já que a criação artística é sempre uma tarefa espiritual – pragmaticamente nada traz de utilitário; apenas nos ajuda a sonhar ou a construir pensamento (o que já não é pouco).
Escrever sobre arte pode ser também um acto de risco: se por um lado provoca o bem-estar, por outro consegue levar a estados de ansiedade e desconforto no criador da arte e no próprio leitor. O centro da questão é ser-se compreendido ou não. Tanto para o artista como para o crítico é sempre desgastante tentar fazer valer a sua verdade.
A escrita do Rui Eduardo Paes vai ainda mais além nestes argumentos porque estabelece sempre cruzamentos entre a arte e a vida. No fundo o que ele escreve são textos sociológicos sobre música. É uma escrita pedagógica, dado que traz inúmeros ensinamentos, e ao mesmo tempo revela-se vanguardista nessa pedagogia por não assentar em dogmas mas sim nas aprendizagens, no percurso que o escritor fez na apreensão da sua verdade e na construção da sua afirmação. E por isso é uma escrita sexy, já que mostra as entranhas (a forma como se adquirem os conhecimentos) e também porque aponta caminhos. É uma escrita sensual (por vezes promíscua ou até barroca) porque existe sempre envolta nalgum mistério (como uma névoa de ideias) e emaranhada em combinações de factores diversos. É uma escrita insinuante que por vezes nos vai chegando como que distraidamente mas que nos consegue depois agarrar com uma grande energia.
Ao ler o REP, mais do que ficar documentado, o leitor apropria-se de todo um universo de imprevistos e agitações. Ninguém mais se lembraria de construir aqueles desconcertantes cruzamentos entre coisas tão distanciadas como por exemplo a arte da relojoaria e a música de Ernesto Rodrigues, ou as mochilas e o violoncelo de Daniel Levin, ou o trompetista Nate Wooley e um pontapé no rabo, ou os berlindes e a microtonalidade, ou ainda a música do CCV Wind3 e certos problemas de calcanhares e pés…
Sendo uma escrita carregada de referências e de algum humor, a sua estratégia de construção pode considerar-se musical (vá lá saber-se porquê). O REP escreve sobre música como se fizesse música – compõe textos como se fossem sonatas, suites, baladas. A sua escrita desenvolve-se como uma verdadeira progressão harmónica de ideias ou até mesmo como um contraponto de texturas tímbricas que são as suas metáforas.

ilustração de Jucifer para o livro
“A" maiúsculo com círculo à volta, o novo livro, é um tratado sobre o anarquismo para melómanos. Nele podemos encontrar um Beethoven envenenado por excessiva estimulação, a partir de experiências ligadas a um certo pensamento radical da era romântica; um Zappa em articulação com o movimento freak e todas as suas contradições ideológicas; a pseudo-anarquia de uma certa pop/punk e o colectivismo revolucionário em tons festivos; o anarquismo epistemológico numa exposição em que se cruzam magnificamente a ciência, a arte e a experimentação; ou ainda a música noise ligada à luta pelos direitos dos homossexuais e ao seu suporte no ideário anarca.
Trata-se pois de um conjunto alargado de temáticas que ajuda o leitor a rever a sua própria postura ideológica e que não deixa indiferente o artista, levando-o a reflectir sobre a sua atitude criativa. E por isto apenas já valeria a pena.
Esperemos portanto por novas apostas do REP que nos possam continuar a atrair e surpreender.

- Intervenção de Paulo Chagas no lançamento do livro na Trem Azul