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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

graphzine PUNK COMIX cd / ESGOTADO

Quem adivinhou que este desenho era da "desaparecida" Júcifer?

Se a Música sempre foi registrada em objectos circulares, das primeiras máquinas mecânicas às rodas das k7s. A Reciclagem artística e a ecológica seguem o mesmo princípio geométrico.

300 rodelas áudio, 13 artistas gráficos, impressão luxuosa risográfica

Esta edição é no fim de contas um CD que acompanhou um lote de exemplares do livro-duplo Corta-E-Cola / Punk Comix (Chili Com Carne + Thisco; 2017) de Afonso Cortez e Marcos Farrajota, sobre a história do Punk em Portugal.

Foram tirados 1000 exemplares do livro e 1000 cópias do disco, no entanto só 700 dos CDs é que entraram nos livros. Cerca de 300 exemplares do livro foram para as grandes cadeias livreiras… recusando trabalho de escravo para esses monstros ou satisfazermos consumidores preguiçosos, não foram enfiados discos nesses exemplares.

Esta sobra de discos inspirou-nos a criar um graphzine com 13 desenhadores a ilustrarem as músicas que por sua vez foram baseadas na BD da forma mais abrangente possível: sobre autores (Vilhena, Johnny Ryan), personagens (Mandrake, Corto Maltese), séries (O Filme da Minha Vida) ou livros (V de Vingança, Caminhando Com Samuel). Alguns temas são mais óbvios que outros mas o resultado é uma rica mistura de sons que vão desde o recital musicado ao Crust mais barulhento.

Impresso a duas cores em Risografia - via Mundo Fantasma - participam neste graphzine com BDs, desenhos e ilustrações vários autores "punkis" assim assim, que já foram ou ainda serão ou nem por isso Mauro Coelho, Ana Louro, Neno Costa, Ana CaspãoNunskyRui MouraJosé Smith VargasXavier AlmeidaMarcos FarrajotaRudolfoVicente Nunes e André Coelho. E Jucifer na capa.

Edição Chili Com Carne + Zerowork Records
Agradecimentos a José Feitor e Thisco.





Lançado no Festival de BD de Angoulême 2019.

Ainda pode ser que encontrem esta raridade na Mundo Fantasma, Glam-O-Rama, RastilhoBlack Mamba e Kazoo.


FEEDBACK 

 Cada música tem direito a uma ilustração ou banda desenhada, sendo as dedicadas à BD aquelas que constituem a maioria das páginas da obra (...) que evocam autores, personagens, séries e livros de banda desenhada, dos menos aos mais mainstream. Este pot-pourri gráfico tem uma existência passível de apreciação para além da mera bula que acompanha o disco compacto, desde o piscar de olho ao Popeye fálico e ao vampiresco Batman até ao Homem-Aranha punk (quiça retirado do aranhaverso) e às diferentes fases do acto sexual (não necessariamente cinemática).
Je l’offrirai à ma maman (je ne connais pas d’autre vieille dame).
Putan Club, Presidente Drogado com banda Suporte and FDPDC are my favorites! Unfortunately Putan Club isn't portuguese. Putan club is really great. Presidente Drogado's noisy guitar is so cool. It reminds me Sonic Youth or Blixa Bargeld in Nick Cave in 80's. FDPDC sounds like death metal!

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Santa Camarão / últimos 8 exemplares


José Santa "Camarão" (1902-1963) foi um dos maiores boxistas do mundo e com uma história de vida avassaladora.

Esquecido pelo tempo, Xavier Almeida propõe trazé-lo à memória com uma biografia baseada num caderno escrito pelo próprio Santa que relata a primeira parte da sua vida: da sua infância em Ovar à juventude em Lisboa, onde culmina com o inicio da sua vida profissional.

Esta é a parte menos conhecida do Santa Camarão, no entanto a mais épica. Pois é neste período que se constrói a sua personagem e a sua carga melancólica, triste, solitária, perdida...e talvez a mais fascinante.

É de referir a colaboração de Pato Bravo (aka de B Fachada, que por sua vez é aka de Bernardo Fachada) no argumento desta banda desenhada. Uma colaboração com Almeida que já vem do tempo da Violência Electro-Doméstica.

O livro teve o apoio das Câmaras Municipais de Ovar e Lisboa. 

à venda na loja virtual da Chili Com Carne e na Mundo Fantasma, Tasca Mastai, You to You, Kingpin, A Vida Portuguesa... BUY ouside of Portugal at Quimby's (USA), Floating World (USA), Just Indie Comics (Italy),...

Historial: lançado oficialmente no dia 18 de Novembro de 2017 no Grupo Sportivo Adicense (Alfama) com Pato Bravo, DJ Tempos Livres, António Caramelo e uma aula livre de boxe ...  artigo n'O Corvo ... Conversa com Rahul Kumar, Mestre Paulo Seco, Xavier AlmeidaMarcos Farrajota na Tigre de Papel no dia 22 de Novembro de 2017 ... Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal ... artigo na TSF ... lançamento em Ovar no Bar Ideal, 23 Dezembro 2017 ... lançamento na Inc (Porto) no 25 Abril 2018 ... obra incluída na exposição És meu amigo ou meu fã?, colectiva CCC#5 na BD Amadora 2019 ...

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Feedback:

(...) Almeida ergue uma narrativa cuja força está na melancolia e na consciência do abismo, dentro e fora do ringue, muito mais do que no brilho dos punhos capazes de derrubar um adversário com apenas um gancho.
5 estrelas

Muito ternurento e cinematográfico
André Ruivo (por e-mail)

Santa Camarão é muito belo enquanto história, e bate forte. Sem nenhuma das cassetes e truques de BD, e que nos faz querer voltar a aprender a desenhar. Desarma. Lá dizia o poeta que o bom poema é aquele que não se desvanece no significado. Este livro e Berlim : Cidade Sem Sombras são como esse poema de que fala o Paul Valery. Resistem, não se limitam ao que aparece.
Francisco Sousa Lobo (e-mail)

Loved the boxing story...
Andy Brown (Conundrum Press)

Uma vida não é feita apenas pelos seus eventos e marcos superficiais. Esta (auto)biografia demonstra-lo.
I just wanted to tell you that I picked up your book Santa Camarão when I was in Porto last week (...) It's really impressive, your work - I like your drawing a lot!
 JonArno Lawson

nomeado para Melhor Álbum, Argumento e Desenho na BD Amadora 2018

5 estrelas
Mauro Coelho (Grito!) por email

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Xavier Diplomatique



Como tem acontecido, de dois em dois meses desde Janeiro, eis na edição deste mês a participação de Xavier Almeida (Santa Camarão) no Le Monde Diplomatique com uma banda desenhada segundo a seguinte premissa: Será a caneta mais poderosa do que a espada? Nestes tempos assanhados, desafiamos autores de Banda Desenhada a reagirem a esta pergunta. Nos próximos meses, a edição portuguesa do Le Monde Diplomatique vai publicar as suas respostas...

domingo, 3 de novembro de 2019

ccc@bd.amadora.2019

cartaz de Jorge Coelho


A Chili Com Carne volta à BD Amadora com um stand cheio de edições independentes e com neurónios... este ano teremos lá uma exposição de originais de banda desenhada intitulada És meu amigo ou meu fã?, colectiva CCC#5 com Mariana Pita, Tiago Baptista e Xavier Almeida
... 
será apresentado também o livro que venceu este ano o concurso interno Toma lá 500 paus e faz uma BD! 
... 
eis o programa:

1 Novembro 
sessão de autógrafos de Tiago Baptista
às 15h

sessão de autógrafos de Tommi Musturi e Benjamin Bergman
às 16h

2 Novembro 
apresentação do trabalho de Tommi Musturi
às 15h30
sessão de autógrafos de Tommi Musturi e Benjamin Bergman
às 16h
apresentação de All Watched Over by Machines of Loving Grace (vencedor do concurso 500 Paus deste ano) com a presença dos autores João Carola, Dois Vês, Félix Rodrigues, Cláudia Salgueiro, André Pereira e André Santos,
às 18h15

3 Novembro
sessão de autógrafos de Mariana Pita
às 15h
apresentação do trabalho de Benjamin Bergman
às 16h30
sessão de autógrafos de Benjamin Bergman
às 17h

exposição "És meu amigo ou meu fã?, colectiva CCC#5" @ BD AMADORA 2019 / 24 outubro - 3 novembro



Esta colectiva de Banda Desenhada apresenta três autores da Chili Com Carne com vozes únicas no panorama português, sendo que à primeira vista, nada as une...

Reflectindo sobre as suas obras vamos descobrindo autobiografias mais ou menos encobertas, como Xavier Ameida (1980) com Santa Camarão relata um excerto da vida de José Santa "Camarão" (1902-1963), que foi um dos maiores boxistas do mundo, esquecido pelo tempo, Almeida adapta uma biografia baseada num caderno escrito pelo próprio Santa que relata a primeira parte da sua vida: da sua infância em Ovar à juventude em Lisboa, onde culmina com o inicio da sua vida profissional. O tom melancólico confunde-se com a experiência de Almeida, também natural de Ovar e migrado para Lisboa.

Berlim : Cidade Sem Sombras de Tiago Baptista (1986) conta a sua estadia entre Fevereiro e Abril de 2013, na residência artística Culturia em Berlim. Esse Inverno foi o menos luminoso em décadas e isso ressentiu-se na sua estadia, nos seus hábitos, nas suas impressões sobre a cidade, no seu trabalho e no resultado deste livro sobre fantasmas. Fantasmas de memórias e de uma cidade que já não existe, de um sistema que desapareceu mas que está ainda tão presente, nos edifícios, na História, no turismo, nas pessoas...

Lá fora com os fofinhos de Mariana Pita (1990) compila várias BDs da autora feitas entre 2013 e 2017, algumas publicadas em vários fanzines e na Internet, outras não... Suspeita-se que quase tudo que é contado sob a máscara de criaturas fofas e um imaginário inocente se esconde pedaços de vida da autora, aliás como prova este diálogo:

- Não me lembro de ti. És meu amigo ou meu fã? 
- Não, eu não te conheço...

quinta-feira, 9 de maio de 2019

TRIP #10 portugal spleen special


Sai este fim-de-semana no TCAF o número 10 da revista TRIP, do Canadá, que inclui um dossier especial "Portugal" com BDs inéditas de vários artistas, a saber: Gonçalo Duarte, Francisco Sousa Lobo, Cátia Serrão, Mariana Pita, Tiago Baptista, Hétamoé, Daniel Lima, Bruno Borges e Xavier Almeida

A capa é de José Feitor e a coordenação do dossier ficou a cargo de Marcos FarrajotaSara Figueiredo Costa, esta última escreveu também este texto introdutório: 


            
A ideia de uma unidade nacional continua a alimentar ilusões. Em Portugal, quando queremos falar de nós a quem não nasceu ou não vive cá, temos os oceanos, a expansão marítima, o fado, o futebol... os mesmos temas de sempre, pisados e repisados para melhor se adaptarem a uma narrativa onde somos sempre heróis, mesmo que em pequena escala, sonhadores, melancólicos e aventureiros. Falamos da expansão marítima, mas esquecemos a colonização e os escravizados que daí resultaram – às vezes falamos disso, mas sempre afirmando que “a nossa colonização foi mais benévola do que outras”, como se medir a crueldade e a opressão fosse um bom modo de olhar para o passado. Falamos do fado como se não houvesse outras expressões musicais, artísticas, a marcarem o nosso percurso comum. Falamos, sobretudo, de uma história cristalizada numa certa ideia de grandeza cruzada com falsa modéstia e andamos a falar nisso há demasiado tempo.
            
Quando começámos a pensar numa antologia de autores de banda desenhada portugueses, preferimos alterar o ângulo do olhar. Ver outras coisas, pensar de outra forma, questionar mais do que enaltecer. E procurar gente que quisesse assumir essa liberdade de olhar. Esta não é, por isso, uma antologia institucional, preocupada com a suposta representatividade dos autores incluídos ao nível do estilo, do reconhecimento ou da frequência com que publicam relativamente à produção portuguesa de banda desenhada. Ainda que aqui se incluam autores e autoras que seguramente integrariam uma antologia como essa, o que pretendemos, acima de tudo, foi reunir um conjunto de autores contemporâneos de banda desenhada que respondessem a esta ideia de um certo ar do tempo. Essa era a contemporaneidade que almejávamos alcançar, um olhar para aquilo a que Charles Baudelaire, na Paris do século XIX, definiu como spleen, a mistura indefinível de temas, emoções, dúvidas e pesadelos capaz de capturar o espírito de um tempo. E também de um lugar.

Curiosamente, spleen, em inglês, significa “baço”, um órgão que não será o primeiro a vir-nos à ideia quando pensamos no corpo humano mas que, ainda assim, é fundamental para a produção de novas células e para a eliminação das velhas. Foi também isso que quisemos fazer. Baudelaire está morto há muito mais de um século, os cafés sombrios onde se traficavam livros, drogas ou ilusões foram substituídos por estabelecimentos gourmet e Lisboa nunca foi Paris... Ainda assim, o spleen permanece como um bom conceito para lermos as cidades e a sua respiração, uma espécie de microscópio por onde observar o tempo e o lugar.
            
O tempo é agora e o lugar é Portugal. Temos uma meteorologia invejada, muitos turistas, companhias low-cost, morangos no Inverno e toda a espécie de melhorias tecnológicas inimagináveis há uma ou duas décadas. Depois da Revolução dos Cravos, a 25 Abril de 1974, passámos a ter democracia, coisa que por vezes parecemos esquecer. Com a democracia vieram as condições sanitárias que faltavam em muitos lugares, a literacia, o acesso à saúde e à educação, os direitos que a ditadura negou durante décadas. Ainda assim, não estamos livres de problemas, tragédias e acidentes, como as centenas de mortos nos incêndios de Verão, a disfuncionalidade do sistema nacional de saúde, o racismo estrutural numa sociedade onde continuamos a achar que há pessoas que não merecem viver aqui, o facto de termos canais televisivos que podem dedicar quase uma hora às notícias do futebol e apenas um ou dois minutos à guerra na Síria, por exemplo. Talvez devêssemos pensar mais na nossa vida, e no modo como a vivemos em comunidade, em vez de nos dedicarmos a caçar unicórnios... E de que unicórnios falamos? Entre morangos no Inverno e juízes machistas a quem não parece mal que uma mulher adúltera seja vítima de violência doméstica, temos de tudo. É capaz de ser este o nosso spleen, cheio de sonhos de grandeza nas Eurovisões e nas Copas do Mundo e cheio de gente expulsa da casa onde sempre morou para alimentar a máquina infernal da especulação imobiliária. Umas vezes há coisas bonitas no meio da tempestade, claro, outras não é fácil respirar. Para reflectir sobre o que nos rodeia, aqui e agora, desafiámos dez artistas e demos-lhes temas que nos pareceram apropriados à sua obra, ou pela familiaridade, ou pelo desafio.
            
Até aos anos 90 do século passado, o mercado editorial de banda desenhada em Portugal era preenchido sobretudo pela publicação de álbuns oriundos do eixo franco-belga, alguma produção nacional muito associada aos temas históricos e à narrativa de aventuras (herdeira do registo de publicações que, décadas antes, tiveram sucesso entre os leitores, como O Mosquito, fundada em 1936 e activa até 1986, ou a Cavaleiro Andante, publicada entre 1952 e 1962) e trabalhos pontuais que não se inseriam em nenhum dos registos anteriores. Houve momentos de excepção, como o protagonizado pela revista Visão (entre Abril de 1975  e Maio de 1976), que congregou autores cujo discurso procurava pensar a banda desenhada, experimentar dentro e fora das suas possíveis fronteiras e trabalhar em direcções não limitadas pelo registo juvenil, mas não foram suficientes para tornar abrangente e múltipla a percepção do público e as intenções do mercado.
            
Durante a década de 1990, a percepção da banda desenhada como uma linguagem destinada às leituras juvenis ou nostálgicas (quando não como um género, facto tão decorrente do desconhecimento como da limitação de registos editados) altera-se, ainda que ligeiramente. O crescimento do mercado editorial, com o consequente aumento de canais de distribuição e colocação de livros, beneficiou a banda desenhada, permitindo que livros com registos mais experimentais encontrassem o seu espaço nas livrarias, agora atentas a outros modos de trabalhar a linguagem da banda desenhada. Por outro lado, os espaços de divulgação e exposição beneficiaram de uma evolução no que toca à diversidade, mantendo-se festivais como o da Amadora, onde a presença da banda desenhada de vocação receptiva mais massiva sempre marcou presença, acompanhada de exibições pontuais de trabalhos e autores exteriores ao mainstream franco-belga e norte-americano, mas surgindo outros, como o Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto e o Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada, fundamentais para a criação de um público que não se limitava aos fãs de banda desenhada, mas que se compunha igualmente por interessados pelas áreas da literatura, das artes visuais, do cinema de autor... A recepção da banda desenhada deixou de ser exclusiva dos fãs das aventuras juvenis e dos nostálgicos de uma suposta Idade de Ouro e iniciou a sua inscrição no território amplo e transdisciplinar das artes. Sem excluir o património que motivou edições e exposições antes desta década, sem abandonar a herança da comunicação de massas que ditou a sua percepção excluindo qualquer outra abordagem, a banda desenhada abandonou o seu gueto de fãs e nostálgicos e passou a estar à disposição de um público mais vasto e necessariamente heterogéneo. Esta abertura foi acompanhada por projectos editoriais que, no mercado ou nas suas margens, permitiram a edição de autores que até aí não teriam qualquer hipótese de ver o seu trabalho publicado, animando movimentos editoriais que passaram por chancelas como a Polvo, a Pedranocharco ou a Chili Com Carne, bem como edições institucionais associadas à Bedeteca de Lisboa (com a colecção Lx Comics, de autores portugueses) ou ao Salão do Porto (com a colecção Quadradinho).
            
No início deste século, uma outra conjuntura se formou, alterando o panorama que se criara nos anos de 1990 e definindo um outro, bem diferente, marcado pela contenção económica e pela redução do volume de edição. O entusiasmo da década de 1990 em torno da edição criou uma ilusão que não correspondia, apesar de todas as melhorias apontadas, à realidade de um mercado editorial pequeno, com livrarias pouco preparadas para definirem secções de banda desenhada que ultrapassassem a etiqueta do “infanto-juvenil” e com um espaço limitado na imprensa para a divulgação e a crítica de livros em geral. Por outro lado, talvez a ausência de uma preparação sólida para lidar com a gestão editorial e os condicionalismos do mercado do livro por parte de muitos editores (nem sempre com a experiência que um mercado como o do livro exige num país cujos níveis de leitura geral nunca foram famosos) tenha sido responsável por um entusiasmo que se saldou no estrangulamento do mercado, com o exíguo espaço disponível para a banda desenhada sufocado por centenas de títulos ao mesmo tempo.
            
A tentativa de traçar uma interpretação histórico-sociológica das últimas décadas no que à edição de banda desenhada em Portugal diz respeito não tem como passar disso mesmo. Para além da proximidade cronológica, que em caso algum é positiva para uma fixação rigorosa dos factos, quanto mais para uma interpretação, a inexistência de dados fiáveis impede o exercício: o mercado editorial nunca registou os seus dados em termos gerais e rigorosos (situação que não é exclusiva da banda desenhada e que continua a dificultar a análise e o trabalho de todos quantos lidam profissionalmente com a edição, sejam agentes directos ou não), o que nos deixa unicamente com os números das editoras e com as análises que foram sendo traçadas, em jeito de balanço, em sites como o da Bedeteca de Lisboa e em suplementos culturais que têm o hábito de encerrar o ano com uma retrospectiva que, frequentemente, inclui dados mensuráveis. Relendo essa documentação, bem como textos fundamentais como presentes nas actas dos encontros Hoje, a BD, que a Bedeteca de Lisboa realizou em 1996 e 1999, não será um mero exercício de especulação concluir que o encerramento do Salão do Porto, o decréscimo de actividade da Bedeteca de Lisboa (que inclui o fim do Salão Lisboa, a suspensão da colecção Lx Comics e de toda a actividade editorial e, mais recentemente, o encerramento da sala de exposições, que albergava, com alguma regularidade, mostras de autores que maioritariamente não estão editados em Portugal, apesar da consideração que o seu trabalho tem merecido por parte de críticos, investigadores e leitores de outras latitudes), o fim de várias editoras e o abrandamento muito significativo da actividade de outras constituíram os eixos essenciais de uma conjuntura que, provavelmente com a influência de outros factores difíceis de identificar a uma distância temporal tão curta, ditaram, na primeira década do século XXI, o regresso a uma inércia editorial em que a regra voltou a ser o entretenimento.
            
A reacção de autores, editores e outros envolvidos, no entanto, voltou a alterar o cenário entre a primeira e a segunda década do século. As peculiaridades do mercado editorial e o acesso cada vez mais democrático às tecnologias da informação e da comunicação permitiram aos autores portugueses a descoberta de caminhos alternativos ao processo tradicional de edição. Em alguns casos, os mercados estrangeiros constituíram um terreno fértil, tanto no plano comercial como no plano do intercâmbio artístico e da definição de espaços de publicação e divulgação. Os exemplos de autores que conseguiram encontrar o seu espaço na indústria dos comics norte-americanos, muitas vezes integrando equipas amplas e com vários trabalhos a decorrerem em simultâneo, são significativos. Por outro lado, a facilidade de estabelecer contactos, trocas e parcerias com autores e projectos editoriais e artísticos de qualquer ponto do mundo abriu vias interessantes de colaboração, levando vários autores a publicarem os seus trabalhos em países como França, Espanha, Eslovénia ou Rússia, quer com títulos individuais, quer integrando-se em antologias internacionais.
            
Também o acesso facilitado às tecnologias associadas à edição, sobretudo com o desenvolvimento da impressão digital e com a vulgarização de empresas que oferecem serviços que começam na pré-impressão e culminam na entrega do número de exemplares combinado à porta de casa do autor, autores sem espaço no mercado tradicional (e sem intenção de adaptarem a sua criação ao registo considerado “vendável” pelas editoras) editaram o seu próprio trabalho, individualmente ou em plataformas colectivas. É o caso de artistas como André Lemos, Júcifer, Marco Mendes, Hetamoé, Lucas Almeida, Tiago Albuquerque ou Sílvia Rodrigues, e de projectos como a Opuntia Books, Os Gajos da Mula, a Chili Com Carne, o Clube do Inferno, a Imprensa Canalha ou a Sapata Press, bem como de editoras de média dimensão e com um trabalho cuidadosamente gerido, como a Kingpin Books, ou outras que vinham dos anos 90 e souberam adaptar-se à nova realidade, como a Polvo. Com o avançar deste novo século, agora já com quase duas décadas, estes caminhos deram os seus frutos e criaram novos espaços na circulação de banda desenhada em Portugal. Hoje, aquilo a que chamamos mercado já não é um monolito constituído pelo circuito autor-editora-distribuidora-livraria. Há muitos autores que se auto-editam, individualmente ou em projectos colectivos, e muitos projectos editoriais de pequena dimensão que fazem chegar as suas criações aos leitores em espaços que nasceram do esforço colectivo de autores, leitores e outros entusiastas do do it yourself, como as feiras de edição independente (casos da Feira Laica, entretanto descontinuada, da Feira Morta, da Raia, etc) que acontecem em diversos pontos do país, muitas vezes com convidados estrangeiros cuja presença em Portugal acaba por resultar em novos projectos partilhados, novos livros editados em Portugal ou nos países de origem desses convidados. Editoras que vinham dos anos 90, como a Polvo e a Chili Com Carne, e novos projectos como a Kingpin Books, ou, numa escala mais pequena, a El Pep, firmaram-se num espaço que inclui as livrarias (no caso da Kingpin Books, com uma livraria própria, no centro de Lisboa), mas que passa igualmente pela presença nos festivais de banda desenhada e, nalguns casos, pelas mesmas feiras de edição independente onde circulam livros e outras publicações com tiragens menores, por vezes impressas artesanalmente. O mercado reinventou-se e parece ter decidido ignorar as dificuldades do mainstream, criando os seus próprios caminhos e abrindo espaços onde eles não existiam. A vitalidade criativa e editorial de projectos como estes e outros tem assegurado diálogos constantes e frutuosos entre artistas, e entre estes e o público minoritário que os conhece, acabando por alcançar outros públicos e confirmando que a auto-edição, a edição em pequena escala e a atenção aos circuitos não-generalistas que há uns anos se apontava como futuro possível para a edição de banda desenhada em Portugal é, hoje, o seu presente.
            
Longe de caravelas e melancolias preparadas para exportação imediata, os barcos onde navegamos hoje são instáveis. E navegamos todos, os que nunca pisaram um convés, os que andam entre Portugal e o estrangeiro em rotas aéreas low-cost para ganhar a vida, mas também os que tentam chegar à Europa arriscando a vida para fugir da guerra, porque essa ideia de uma nação com as suas fronteiras há muito que se esboroou, para o bem e para o mal. Vivemos aqui, alguns somos daqui desde sempre, outros passámos a ser, porque é aqui que estamos. E aqui é em Portugal, mas não deixa de ser nesse não-lugar criado pela internet, pela globalização, pelo capitalismo, e também pela vontade de conhecer os outros, pela necessidade de circular, pela ânsia de abrir mundos sem ser à força. Temos bom tempo e temos canções, temos corrupção e dificuldades económicas, temos turistas e muitas interrogações. E temos, seguramente, autores com vontade de pensar nisto tudo sem a ilusão de um passado glorificado mas com os pés bem fincados no que somos, fomos e vamos sendo.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

ccc@revista_decadente@libros_mutantes


PUB por Xavier Almeida da Chili Com Carne para o próximo número da Revista Decadente... a mesma levará livros nossos para o evento Libros Mutantes em Madrid esta semana.
Gracias!

quinta-feira, 21 de março de 2019

ccc@estrela.decadente


Para os mais distraídos, primeiro: a Revista Decadente nunca parou desde o fim das noites de programação da Estrela Decadente; segundo: tanto que agora até voltam com o dito fanzine com novo formato editorial.

A Noite da Estrela Decadente no Anjos 70, dia 21 de Março, Quinta-feira próxima; servirá para esse relançamento e com isso trazem amigos para um mercado de edições independentes (vamos lá estar presentes!), "janta vega", concertos de Miguel Ábras (o gajo das Putas Bêbadas) e Neo Jazz Trio (zeus, esperemos que seja a gozar!!) e Inês Lopes nos decks. As portas abrem às 19h e a entrada é livre. Promete!

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Amadora é o nosso Brasil? (uma carta aberta)

7/11/18

Ex.mos. Dra Carla Tavares, Dr. José Marques e Dr. Nelson Dona:

A Associação Chili Com Carne vem por este meio apresentar uma reclamação pela forma como os seus autores foram maltratados nos pretensos Prémios Nacionais de BD deste ano. Sucederam-se as seguintes situações:
  1. Como é tradição em todos os eventos do Festival de BD da Amadora, o Júri dos ditos prémios é constituído por cinco elementos, sendo um deles o autor que tenha recebido o prémio principal – Melhor Álbum - do ano anterior. Este ano, o autor Francisco Sousa Lobo (vencedor de três prémios do ano passado: Melhor Álbum, Melhor Argumento e Melhor Álbum em Língua Estrangeira), deveria estar incluído no Júri. No entanto, foi afastado, substituído por outro autor (vencedor do Melhor Álbum de Humor), sem que Sousa Lobo tenha sido avisado do seu afastamento e substituição. Segundo o mesmo nos transmitiu: Na primeira reunião que tive com a Amadora disseram-me que eu seria parte integrante do júri. Que depois logo se veria a logística de me fazer chegar livros, etc. Perguntei ao Nelson Dona se sempre faria parte do júri, dias antes do festival começar, por email, e o Nelson não respondeu. Tinham mudado de ideias mas sem me avisar…
  2. O livro Lá fora com os Fofinhos / Outside with the cuties de Mariana Pita, co-editado por nós e pelo O Panda Gordo foi colocado nas nomeações de Melhor Fanzine com a seguinte designação: “Improvized Zine 1.5”, editado por Marcos Farrajota, Chili com Carne (in https://pt-pt.facebook.com/amadorabd, post de 2 Novembro, 19:51). Até hoje ainda não percebemos como foram buscar esta informação ao livro! Lá fora com os fofinhos é nitidamente um livro que compila BDs várias da autora impressas em fanzines e outros suportes, é um título da mesma colecção que o Festival já premiou no passado, a saber: Revisão: Bandas Desenhadas dos anos 70 (há 2 anos – Melhor Clássico) e Bruma (no ano passado – Melhor Desenho) de Amanda Baeza. Assim sendo, o Júri (ou quem faz a pré-selecção: uma caixa negra de informação sem acesso público) descrimina uma autora e o seu trabalho, impedindo que este pudesse concorrer com os outros livros e autores.
  3. O mesmo acontece com a revista Pentângulo #1, editado por nós e a escola Ar.Co., também colocado na nomeação de Melhor Fanzine, quando se trata de uma antologia profissionalmente editada com trabalhos de alunos, ex-alunos e professores desta instituição – entre eles: Francisco Sousa Lobo e Amanda Baeza que premiaram no ano passado. Outra vez podemos falar de descriminação aos participantes deste projecto.
  4. Na nomeação do Melhor Argumento não é referido Pato Bravo que é co-autor com Xavier Almeida do livro Santa Camarão. Um desleixo de quem não lê o que nomeia? Talvez mas o facto é que no Sábado de manhã, do dia 3 de Novembro, às 11h, veio ao nosso stand o sr. Hugo Valente perguntar para eu verificar erros nas nomeações – e cito de memória: para não acontecer como o ano passado em que a autora Amanda Baeza apareceu como “Amando” Baeza. Emendei os erros e chamei a atenção para nada…
  5. De forma desinteressada este ano oferecemos uma série de fanzines para que o Júri (ou a organização do Festival) tomasse conhecimento destas publicações amadoras de difícil acesso. Pelo que percebemos, foram completamente ignoradas e colocadas nas vitrines da exposição “Ano Editorial” sem que tenham podido ter apreciadas pelo Júri, mais uma vez discriminando novos autores e editores – os mesmo que se queixam que a BD Amadora não liga às novas gerações e tendências. Para contrariar esse pensamento oferecemos várias publicações mas de nada serviu…
Depois descobrimos de onde vinha o estranho título! Vem da legenda em inglês de o nome da BD "Zone ao Improvizo 1.5" (inédita) de Pita no livro Lá fora com os fofinhos

Que fique claro que estas reclamações não se devem ao facto de não termos ganho nenhum prémio deste ano. Só concorremos uma vez na nossa existência, em 1997, aos prémios da BD Amadora. O resultado desgostoso e injusto fez-nos ignorar os vossos prémios durante décadas. Até que em 2014 começaram-nos a premiar por sugestão do Júri. Nunca concorremos mas insistiram em dar-nos prémios, que pessoalmente nunca os fui levantar na vossa sessão de entrega. Agradecemos pelo eco que os prémios trazem a nível comercial e mediático. No entanto, não podemos permitir que nos usem de forma negativa como aconteceu este ano:

1 – segregando os autores, como o caso da Mariana Pita e dezenas de autores do Pentângulo. No primeiro caso, o mais grave, o seu livro nem foi descrito como deve ser,nem foi nomeado na categoria correcta, perdendo a oportunidade de concorrer com os outros autores e obras. No segundo caso também não nomeando em nenhuma categoria correcta - o que não impediu de colocar um trabalho de uma outra antologia (termo com que identificamos a Pentângulo #1) nos prémios e que acabou por vencer (Melhor Argumento);
2 - instrumentalizando os prémios por motivos de programação do ano seguinte. Esta acusação não será injusta porque nem o processo de selecção das obras nem do próprio Júri é transparente – como aconteceu com Francisco Sousa Lobo, que até hoje não obteve resposta quando perguntou quando iria votar. Que aconteça em iniciativas privadas pode ser infeliz. Grave é quando a origem provém de uma instituição pública que oferece “prémios nacionais”.

Lamentamos ter achado que nestes últimos quatro anos que a BD Amadora tivesse evoluído ao sabor dos novos tempos e tendências. Os resultados deste ano mostram que não. Isto será sempre discutível e podemos ser tomados de arrogantes com estas afirmações. Que seja. Até poderíamos respeitar que o Júri vote em anacronismos. O problema é vosso… Mas se insistem em atribuir prémios “nacionais” tendo no vosso Júri o próprio programador e director do festival, que não está isento dos seus próprios interesses de programação do ano seguinte, então tenham a dignidade de voltarem a chamarem os prémios de “Zé Pacóvio e Grilinho”, designação mais adequado a uma iniciativa municipal.

Queremos que
  1. O título do livro da Mariana Pita seja colocado de forma correcta nos vossos meios oficiais, advertindo que a Organização do Festival e o Júri erraram no título, nome da autoria, da edição e na nomeação de categoria;
  2. Pedido de desculpas público aos prejudicados: nomeadamente à autora Mariana Pita, ao autor Pato Bravo, aos autores participantes da Pentângulo #1 e aos editores Ar.Co., Chili Com Carne e O Panda Gordo;
  3. E que seja justificada publicamente o afastamento silencioso de Francisco Sousa Lobo, o vosso autor principal deste ano, tão premiado no ano passado e tão ignorado pela vossa organização.
E por falar nisso, já reclamamos ao Dr. Nelson Dona e algumas pessoas que integraram o Júri (o autor Álvaro e a jornalista Sílvia Silva) e Comissários da exposição “Ano Editorial” (Pedro Moura e Sílvia Silva) dos quais não nos chegou nenhuma resposta satisfatória. Da BD Amadora, houve silêncio total. Do Júri, uma resposta vaga de Sílvia Silva. Dos comissários, a concordância de Pedro Moura de que não faz sentido as nomeações que deram ao Melhor Fanzine, havendo outro material disponível. Não chega, Pedro Moura foi apenas comissário da exposição “Ano Editorial”. Por desespero restou-nos enviar esta carta e fazer estes pedidos razoáveis, dado aos erros que cometeram, à vossa falta de rigor e sobretudo ao silêncio obscuro da vossa organização.

Com os melhores cumprimentos,

Marcos Farrajota
Presidente da Direcção da Associação Chili Com Carne

domingo, 4 de novembro de 2018

Relatório 2017 é no Portuguese Small Press Yearbook 2018 (finalmente!)

foto do ZineFestPt 2017
Relatório sobre Fanzines e Edição Independente 2017 foi publicado no Portuguese Small Press Yearbook como aconteceu há dois anos atrás. Era para ter saído no fanzine Mariano #3 mas que se atrasou bastante. O João Carola fez umas belas ilustrações para acompanhar o texto.
E entretanto para a edição deste ano, fui convidado para editar o dito cujo, complementando com um texto sobre a BD portuguesa e os seus pecados de ignorância. O Rudolfo fez uma revolução no Design do PSPY e recuperei uma BD perdida do artista Paulo Mendes que conclui a edição - uma provocação necessária...
Foram convidados uma série de autores de BD para contarem sobre as suas experiências sobre edição independente - em BD. Participam Bruno Borges, Ema Gaspar, Mao, Filipe Felizardo, Francisco Sousa Lobo e Xavier Almeida.
Já está disponível aqui e no stand na BD Porcalhota (ex-BD Amadora)...

quarta-feira, 13 de junho de 2018

O regresso do ano!





Chili Com Carne, Pierre von Kleist Editions, Serrote e STET
juntos repetem a
Feira do Livro de Lisboa


Quatro projectos editoriais lisboetas juntaram forças o ano passado e reptem-no este ano!

De 25 de Maio até 13 de Junho, poderão encontrá-los no pavilhão C41 da Feira do Livro de Lisboa. Unidos sob o nome PvK editions.STET.Serrote.MNRG, o pavilhão estará situado na zona laranja, à direita de quem sobe o Parque Eduardo VII.

Esta união deve-se ao facto de serem entidades que produzem um corpo de trabalho único, sempre com uma postura independente, mas com uma intenção de abranger um publico maior, fora dos nichos tradicionais. Muitos dos livros que editam ou comercializam são transversais a gerações, continentes e culturas, daí que sejam tão bem recebidos a nível internacional e pelo publico nacional dentro das suas áreas especificas de edição (Fotografia, BD, ilustração), mas mais desconhecidos no contexto editorial "mainstream".
                                                                                                                                                                                                                           
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Associação Chili Com Carne e a sua irmã MMMNNNRRRG são as enfant-terribles da banda desenhada nacional, não deixando se serem reconhecidas com prémios. Se os títulos dos seus livros poderão trazer os momentos mais hilariantes nos altifalantes Parque Eduardo VII os seus livros não deixam de ser menos sérios por tal.

Este ano a maior aposta será na apresentação da antologia co-editada com a Escola Ar.co., a Pentângulo que publica trabalhos de alunos, ex-alunos e professores desta instituição. Dia 31 de Maio na Praça Laranja estarão presentes Daniel Lima (professor), Pedro Moura (investigador) e Jorge Nesbitt (Director de Departamento de BD e Ilustração ) para falar sobre o projecto.

Haverá três sessões de autógrafos, uma de Xavier Almeida com o Pato Bravo (B Fachada) no âmbito de Santa Camarão no dia 27 de Maio, uma com André Ruivo dia 2 de Junho e outra do nosso escritor favorito Rafael Dionísio no dia 9 de Junho. Todas estas acções serão sempre às 18h.

A MMMNNNRRRG lança ainda sem pompa nem circunstância, dado ao anonimato da autoria, o Baralho (de cartas) d'AcontorcionistA do Grupo Empíreo, Sociedade Anónima de Recreio e Prazer. Este é o quarto objecto erótico-lúdico desta série como sempre revolucionando os hábitos íntimos da vida de todos os seus utilizadores. A edição é limitada a 200 exemplares. Devido ao seu conteúdo erótico, o melhor é perguntar por elas para serem vendidas "debaixo do balcão"...


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Pierre von Kleist Editions é um dos nomes mais relevantes na edição de fotografia portuguesa contemporânea. Liderada pelos fotógrafos, André Príncipe e José Pedro Cortes, têm feito um importante trabalho na divulgação da fotografia nacional, dentro e fora do país. Desde a reedição do clássico Lisboa, Cidade Triste e Alegre de Victor Palla e Costa Martins até a autores contemporâneos como António Julio Duarte, Pedro Costa, André Cepeda, Daniel Blaufuks ou dos próprios editores.


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As Publicações Serrote começaram em 2004 pela mão de Nuno Neves e Susana Vilela, quando rumando contra a maré de fecho das tipografias produziram vários cadernos com temas tradicionais e divertidos. Mas não se ficaram por aqui e em 2008 começaram a surgir  livros ilustrados  juntando as tradições Portuguesas com o design contemporâneo, a primeira destas edições é sobre a região do Minho, transformando o desenho do Ponto Cruz  em pixéis. Alargando ao longo dos anos a temática de algumas das edições ao universo didáctico – infantil. Contam hoje com mais de 15 publicações editadas, além de cadernos e cartazes impressos em tipografia.


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STET – livros & fotografias é uma livraria especializada em livros de fotografia e edições de autor, aberta em 2011 que participa regularmente em feiras de edições nacionais e internacionais apostando na divulgação de autores Portugueses fora do país. 

quarta-feira, 25 de abril de 2018

santa@inc


+ um lançamento do Santa Camarão, desta vez na Inc no Porto.

sábado, 13 de janeiro de 2018

sábado, 23 de dezembro de 2017

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Boxing Day @ Tigre de Papel


A TIGRE DE PAPEL preparou um "Boxing Day" no dia 22 de Novembro

às 18h30 : Apresentação do livro Santa Camarão, de Xavier Almeida. Debate com o autor, Rahul Kumar, Mestre Paulo Seco e Marcos Farrajota. 

às 21h30, exibição do filme Belarmino (1964), de Fernando Lopes, seguida de conversa com Anne Leclercq 

Entrada livre 

 José Santa "Camarão" (1902-1963) foi um dos maiores boxistas do mundo e com uma história de vida avassaladora. Esquecido pelo tempo, Xavier Almeida propõe trazê-lo à memória com uma biografia baseada num caderno escrito pelo próprio Santa que relata a primeira parte da sua vida: da sua infância em Ovar à juventude em Lisboa, onde culmina com o início da sua vida profissional. (...) Na conversa participarão Xavier Almeida (ilustrador e autor do livro), Rahul Kumar (sociólogo), Mestre Paulo Seco (boxista e treinador de boxe) e Marcos Farrajota (ilustrador e editora da Chili com Carne). 

Belarmino é o retrato de um lutador de boxe, antigo campeão, que ganha a vida a engraxar sapatos. É um filme sobre a solidão, o medo e a derrota. Mostra ainda o lado social de uma cidade: Lisboa. Uma cidade muito diferente da Lisboa das «comédias portuguesas». Fernando Lopes filmou, com enormes restrições orçamentais que, segundo o próprio, permitiram «uma enorme disciplina do olhar», a vida de um pugilista que conheceu algum sucesso nos anos 1960, tendo mesmo combatido no estrangeiro, mas logo regressou à miséria do bas-fond lisboeta.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Agradecimentos à BD Amadora 2017

A Chili Com Carne agradece publicamente ao Festival de BD da Amadora de 2017 por nos ter acolhido e por continuar a dar-nos prémios, epá!  Mostrando que há, sem dúvida, uma vontade deste festival em chegar ao público que não seja dos habituais "bedófilos" reaccionários.

Aproveitamos também as presenças do australiano Michael Fikaris e o brasileiro Alex Vieira (da Prego) em Portugal para apresentações públicas dos seus projectos. Obrigado a ambos. E também à Sílvia Rodrigues, Clube do Inferno e Sapata Press por terem aparecido com os seus zines...

Recuerdos dos dias passados:

...é o rap! Fikaris e Farrajota numa "battle" porcalhota

Fikaris e as fikarettes!

Vendendo a Alma ao comercialismo bacoco! Ga-ga-ga-ga...

Thanks Fikaris for the wonderful time in the Festival and outside the festival!!!




Garfield, o fofinho cínico com a Dama Fofura Mariana Pita... YEAH!!!!


Pato & Xavier a fazerem merda no autógrafos...