segunda-feira, julho 29, 2013
Ir à guerra
A luta era brava e o Super Homem, como sempre, acabou por vencer e os mauzões ficaram cobertos de nódoas negras e orgulho ferido. Tudo está bem quando acaba bem. Mas...
Dei por mim a pensar naqueles cidadãos que, apanhados no calor da refrega, ficaram com as paredes do apartamento de buraco aberto sobre a rua, os outros que seguiam dentro dos tais automóveis, amassados e bons para a sucata. Ninguém se feriu? Quem paga os estragos? O Super Homem salva a cidade, a nação, salva o planeta, mas isso tem efeitos colaterais que os argumentistas desprezam.
Eu sei que o Super Homem é bom e quando parte tudo em volta é porque não tem alternativa.
Quem escreve as histórias do Super Homem nem sempre dá grande atenção aos cidadãos anónimos. Os figurantes deviam ter direito a uma atençãozinha particular. Quando não, estão ali apenas para justificar os grandes feitos dos heróis e motivar as acções dos vilões. Quanto ao resto: que se lixem! Ou talvez nem tanto... enfim...
quinta-feira, abril 05, 2012
Nostalgia
Aqui há uns dias fui ver o filme "John Carter de Marte". Pura nostalgia. Quando era um adolescente apaixonado por Banda Desenhada (Histórias em Quadrinhos) e coleccionava várias revistas do género, as aventuras de John Carter foram publicadas, durante algum tempo, no Mundo de Aventuras.
As historietas de John Carter, criadas por Edgar Rice Burroughs, o autor de Tarzan, fizeram-me sonhar e passar bons bocados. Subitamente o herói marciano desapareceu e nunca mais ouvi falar dele ou sequer dele me lembrei. Como tantas outras coisas, perdeu-se no esquecimento.
Agora, ao que parece para celebrar o centenário da publicação das primeiras aventuras escritas por E. R. B., a Disney lançou este filme em 3D com grande alarido e baldes de pipocas. Não pude resistir ao apelo nostálgico e lá fui.
É um filme daqueles, de aventuras, seres abstrusos e muita moral. Um filme para toda a família, como a Disney gosta de fazer. Fui sozinho, sem pipocas mas com uns óculos 3D para colocar sobre os meus óculos de lentes progressivas.
Quando lia o Mundo de Aventuras estava longe de imaginar que um dia iria usar óculos para, simplesmente, poder ver e muito menos imaginava óculos e filmes em 3D ou uma técnica digital capaz de tornar reais os monstros mais extraordinários que a mente humana possa inventar.
Mas assim é. A realidade tecnológica encarregou-se de transformar em objectos quase tangíveis coisas que apenas fui capaz de sonhar olhando fixamente desenhos sem movimento. As coisas transformavam-se dentro da minha cabeça, ao ler as pranchas de Banda Desenhada. Agora, além do deslumbramento do 3D e das pipocas em baldes, as crianças ainda hão-de ter um jogo de computador à sua disposição.
Se não sentes esta nostalgia, caro leitor, não valerá a pena ires ao cinema ver esta coisa. O esforço sublime de imaginar o maravilhoso é cada vez mais servido como um pronto-a-comer que te oferecem já devida e previamente mastigado. Há quem considere isso aborrecido.
terça-feira, outubro 26, 2010
A Portuguesa (página 1)
Eva Nave Silvares venceu outra vez o prémio do Festival de Banda Desenhada da Amadora, escalão B. Tal como no ano passado (ver aqui) a BD da Eva mereceu um olhar especial do júri do concurso. Este post e os 3 anteriores apresentam reproduções de cada uma das pranchas de A Portuguesa. Clicando sobre as imagens consegue-se uma ampliação que permite a leitura do texto e uma visão mais interessante do grafismo desta história. Como sou pai da Eva já não sei o que mais dizer sem parecer que estou a exagerar. Portanto fico-me por uns "parabéns miúda". E tremo um bocadinho por dentro.
sexta-feira, outubro 30, 2009
Estou nas nuvens
Hoje recebi uma notícia que me deixa mais do que orgulhoso. A minha filha, Eva, vai receber amanhã, na Amadora, o 1º Prémio relativo ao escalão até aos 17 anos, do concurso de Banda Desenhada organizado pelo FIBDA (Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora).
O tema para a BD não era nada fácil: O Grande Vigésimo. Uma coisa difícil de entender e, mais ainda, difícil de abordar, tema global desta edição que, aliás, mereceu algumas críticas pouco abonatórias (ver aqui).
No entanto a Eva recorreu à sua criatividade de tal modo que esta se transformou em personagem central da narrativa que concebeu para dar resposta a tema tão estrambótico. O resultado é o que ilustra este post e que mereceu a atenção do Júri.
Amanhã será dia de consagração pública nos Recreios da Amadora onde irá decorrer a sessão de entrega dos prémios. Estou nas nuvens.
:-)
quinta-feira, março 05, 2009
Vigilantes
domingo, fevereiro 10, 2008
Onde pára a BD?
domingo, outubro 28, 2007
O festival que caminha
quarta-feira, junho 06, 2007
Sfar
quinta-feira, maio 10, 2007
(mais) Um grande Eisner
Trata-se de mais uma novela com uma personagem de origem judaica, o velho Fagin, terrível malfeitor em Oliver Twist de Charles Dickens. Eisner conta-nos a história que Dickens "omitiu" para nos mostrar que Fagin não é um malfeitor por ser judeu mas sim porque as circunstâncias da vida o transformaram naquilo.
Mais um conto de fundo moralista do velho mestre da Banda Desenhada (ou dos Comics, dependendo do lado do Atlântico de que se olha a obra de Eisner) com uma narrativa fluente e sequências de imagens irrepreensíveis. Eisner é, realmente, um dos maiores autores de todos os tempos nesta coisa da 9ª arte.
Aqui há dias li que Frank Miller está a preparar uma versão cinematográfica de The Spirit, a mais famosa das personagens criadas por Will Eisner. Aguardo com curiosidade o resultado. Não deixará de ser interessante verificar como irá o sanguinolento autor de Sin City (ou do mais recentemente adaptado 300) interpretar a personagem de The Spirit que é quase pueril quando analisada sob os parâmetros actuais das personagens de acção. Certamente uma estranha simbiose. A ver, quando for caso disso.
Fica o link para aqueles que não sabem bem de quem se fala quando se fala do Mestre Eisner http://willeisner.tripod.com/.
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Um sítio...
Bom passeio!
segunda-feira, setembro 04, 2006
Histórias de cowboys
Apareceram na FNAC uns quantos álbuns do Tenente Blueberry ao preço da chuva (2.90 €). Aproveitei para tapar alguns buracos na minha colecção mas ainda me faltam alguns. Serviu isto para reler as aventuras desta personagem e relembrar a mim próprio como a Banda Desenhada pode ser uma coisa extraordinária.
O primeiro volume "Forte Navajo" foi-me oferecido pelo meu pai tinha eu 6 ou 7 anos. Li-o tantas vezes que lhe perdi a conta. Durante anos foi o único álbum de BD que pude ler. O Mundo de Aventuras, o Ciclone, o Falcão e outras revistas de pequeno formato ocupavam o meu imaginário juvenil.
São 28 aventuras, até à data. Com argumento de Charlier e desenhos do maior génio da BD ainda em actividade, Jean Giraud/Gir/Moebius. Uma sequência de situações e personagens de uma imaginação a toda a prova, a leitura desta Banda Desenhada constitui um exercício de enorme prazer.
Sinceramente, gosto tanto desta coisa que nem sei como ou que hei-de dizer acerca dela.
Fica o link para um site dedicado à colecção das aventuras do Tenente Blueberry e a nota de que se trata de Banda Desenhada da melhor qualidade.
http://www.blueberry-lesite.com/