UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN
Mostrando postagens com marcador Bio - James Arness. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bio - James Arness. Mostrar todas as postagens

16 de outubro de 2011

JAMES ARNESS, MARSHAL MATT DILLON DE DODGE CITY, ARIZONA


Em 1955 John Wayne estava em pleno cumprimento de seu reinado como maior astro das bilheterias do cinema. Mesmo assim e também por isso, o Duke foi convidado para liderar o elenco de “Gunsmoke”, uma nova série western para a televisão. Com sua agenda repleta de compromissos John Wayne não aceitou o convite mas indicou um ator que mantinha sob contrato na sua produtora Batjac. O nome desse ator era James Arness, mais jovem que o Duke e um dos poucos atores com quem ele tinha que levantar a cabeça para olhar nos olhos. Ali começava a mais bem sucedida carreira de um astro dos westerns na TV. Se John Wayne foi o maior cowboy do cinema, James Arness pode ser considerado o mocinho supremo das séries para a televisão.

James Aurness, alvo fácil para
italianos e alemães
JAMES ARNESS, O TERROR DOS BAIXINHOS – O fato de medir 2,01m de altura não ajudou muito no início da carreira de James Arness, nascido James King Aurness em 26 de maio de 1923 em Minneapolis, Maine. Sua impressionante estatura era o motivo do desinteresse dos produtores que sabiam que o colocando ao lado de alguns astros famosos, estes ficariam em situação bastante desconfortável, mais parecendo anões. James insistiu porque queria muito ser ator. Quando ainda cursava o Beloit College, James Aurness fora recrutado pelo U.S. Army para defender os Estados Unidos na II Guerra Mundial. Os companheiros de pelotão diziam que com seu tamanho seria alvo fácil para os alemães e italianos que logo enfrentou na Batalha de Anzio. E de fato James foi ferido em diversas partes do corpo, retornando do front e sendo desligado do exército, tornando-se corretor de imóveis. No entanto, em Beloit, James havia participado de montagens com o grupo teatral da faculdade, o que ajudou na decisão de ser ator. O ex-soldado e ex-corretor de imóveis conseguiu um pequeno papel em “Ambiciosa” (1947), drama que deu o Oscar de Melhor Atriz a Loretta Young. Em seguida Aurness fez pontas em “Roses are Red” e no faroeste “Man from Texas”, estrelado por James Craig. Em 1948 James Aurness se casou com a atriz Virginia Chapman, com quem teria três filhos. James Aurness tinha um irmão três anos mais novo e 10 cm mais baixo que adotou o nome de Peter Graves e também tornou-se ator.

James Arness em "Caravana de
Bravos" com Charles Kemper e
Hank Worden; como o Monstro
do Ártico e em "Atirar para
Matar"
MONSTRO NO INÍCIO DE CARREIRA - Adotando o nome artístico de Jim Arness, o próximo trabalho do jovem ator seria em “O Preço da Glória”, filme de guerra estrelado por Van Johnson. 1950 seria um ano mais proveitoso para Jim Arness que iria atuar em nada menos que quatro westerns, começando por sua participação no clássico “Caravana de Bravos” (Wagon Master), de John Ford, onde interpretou um dos Irmãos Clegg. Veio depois “Serras Sangrentas” (Sierra), com Audie Murphy, embora não haja nenhuma cena em que ambos apareçam juntos lado a lado. Se Audie Murphy já parece pequeno perto de Tony Curtis (1,75m), também no elenco, imagine-se ao lado daquele gigantesco coadjuvante. Em seguida Jim Arness participou de “O Testamento de Deus” (Stars in my Crown), com Joel McCrea. O outro faroeste de 1950 foi “A Ferro e Fogo” (Wyoming Mail), com Stephen McNally. Em 1951Arness liderou o elenco de “Dois Mundos Perdidos”, primeira ficção-científica de sua carreira, interpretando o herói do filme; já na segunda sci-fi que foi “O Monstro do Ártico” (The Thing), a altura de Arness foi melhor aproveitada pois ele era a própria ‘Criatura’ (The Thing) do título original. Outra vez Arness vez o papel-título em “A Um Passo do Fim” (The People Against O’Hara), em que interpreta o assassino John Fordman O’Hara. Como coadjuvante e agora com o nome de James Arness, atuou em “O Demolidor”, estrelado por Jeff Chandler e em “Dupla Redenção”, com James Stewart. Em seguida participou dos westerns “Fronteiras da Morte” (Cavalry Scout), com Rod Cameron; “Império do Pavor” (Horizons West), de Budd Boetticher, com Robert Ryan e Rock Hudson; “Vivendo no Inferno” (Hellgate), com Sterling Hayden; e também em “Na Sombra do Disfarce’ (The Lone hand), com Joel McCrea. James Arness começou a perceber que ficava bastante à vontade nos faroestes. Entre um western e outro Arness interpretou um turco em “O Príncipe de Bagdá”, com Victor Mature e foi coadjuvante em “A Chama das Ilhas”, com a bela Yvonne De Carlo.

James Arness provocando John Wayne em "Hondo"
enquanto Ward Bond olha preocupado
CONTRATADO POR JOHN WAYNE - Em 1952 James Arness se encontraria pela primeira vez com John Wayne, encontro que mudaria sua vida e que ocorreu no filme “Big Jim McLain”. O segundo encontro foi em “Geleiras do Inferno” e Arness foi então contratado pela companhia produtora que John Wayne então chamada Wayne-Fellows e que mais tarde se chamaria Batjac. Arness atuou novamente com Duke no magnífico western “Caminhos Ásperos” (Hondo) filmado em 3.ª Dimensão; novo encontro ocorreria em “Mares Violentos”. Em 1954 Arness teve participação destacada na ficção-científica “O Mundo em Perigo”, desta vez interpretando um ser humano em luta contra formigas gigantes. James Arness retornou ao western em “Sangue de Aventureiro” (Many Rivers to Cross), com Robert Taylor. Em 1955 a Batjac produziu “Atirar para Matar” (Gun the Man Down) e deu a Andrew V. McLaglen a oportunidade de dirigir pela primeira vez, tendo como astro James Arness. Em 1956 Arthur Lubin dirigiu “Mulheres, Sempre Mulheres” (The First Traveling Salesday), com Ginger Rogers e Carol Channing. E era inevitável que Arthur Lubin reservasse um papel para seu protegido Clint Eastwood no filme. Como James Arness estava também participava, a curiosidade desse western-comédia é ter no elenco os jovens Clint Eastwood e James Arness pouco antes de se tornarem cowboys na televisão. Foi justamente nessa época que John Wayne sugeriu e cedeu James Arness para a Columbia Broadcasting System – CBS e teve início a extraordinária história da série “Gunsmoke” na televisão norte-americana, programa de tal forma importante que merecerá em breve uma matéria especial de CINEWESTERNMANIA.

Arness com o irmão Peter
Graves e com Bob Hope
SUCESSO COM “GUNSMOKE” - Peter Graves, o irmão de James Arness desenvolveu bonita carreira no cinema e também na TV. Um dos principais filmes de Peter Graves foi “Fugindo do Inferno”, de Billy Wilder, com William Holden, em que Graves interpreta um espião alemão. Na TV Peter Graves atuou com sucesso nos 116 episódios do seriado “Fúria”. Posteriormente Graves interpretou em 143 episódios o chefe James Phelps da ultra-secreta agência norte-americana em “Missão Impossível”. Seu irmão James Arness era então muito mais popular (e rico), graças ao sucesso de “Gunsmoke”, fama que o levou a ser um dos convidados de “Valentão é Apelido” (Alias Jesse James). Nesse western-comédia o valentão Bob Hope enfrenta bandidos com a ajuda preciosa de Gary Cooper, Roy Rogers, Gene Autry, Hugh O’Brian (Wyatt Earp), Ward Bond (Major Seth Adams), Fess Parker (Davy Crockett), Gail Davis (Anne Oakley), James Garner (Bret Maverick) e de Matt Dillon, o mais respeitado Marshal do Velho Oeste, ninguém menos que o James Arness da série “Gunsmoke”. Depois de 20 anos no ar com um total de 635 episódios, “Gunsmoke” chegou ao fim em 1975, quando James Arness estava com 52 anos de idade e milionário pois havia adquirido os direitos da produção da série.

Acima Arness como
Zeb Macahan
COMO MATT DILLON ATÉ O FIM - Poucos atores se entenderam tão bem com a TV como James Arness que alcançou sucesso também com a mini-série “A Conquista do Oeste” (How the West Was Won), em que interpretou Zeb Macahan, personagem vivido no cinema por Henry Fonda. Outra grande produção para a TV que contou com a participação de James Arness foi “Álamo, 13 Dias de Glória” (The Alamo: Thirteen Days to Glory), em que Arness personificou Jim Bowie. Em 1988, na refilmagem de “Rio Vermelho” (Red River) para a TV, James Arness recriou Thomas Dunson, personagem imortalizado por John Wayne na versão de 1948 para o cinema dirigida por Howard Hawks. Aproveitando a saudade que os fãs sentiam de “Gunsmoke”, James Arness produziu cinco filmes para a TV interpretando Matt Dillon: “Return to Dodge”, “The Last Apache”, “To the Last Man”, “The Long Ride” e “One’s Man Justice”. Este último TV-movie foi produzido no ano de 1994 quando Arness estava com 71 anos e aparece bastante envelhecido. James Arness havia se divorciado da primeira esposa em 1963, casando-se novamente em 1978 com Janet Surtees, com quem viveu até o dia 3 de junho de 2011. Nesse dia triste para o faroeste James Arness faleceu aos 88 anos de idade, tendo recebido todas as homenagens que um ator poderia receber e fazendo valer aquela ajudinha recebida de John Wayne quase 60 anos antes.

James Arness, verdadeira lenda da televisão; à direita mostrando que,
apesar do seu tamanho, cabe numa Mercedes-Benz SL-300 Gullwing