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domingo, 29 de outubro de 2017

Contributos para reflexão na reflorestação do Camarção de Pataias

A fixação e arborização das dunas do litoral

Até meados do século XIX, uma vasta extensão das costas marítimas do nosso território eram constituídas por extensos campos dunares de areias móveis, que instigados pelos ventos atlânticos, invadiam os terrenos agrícolas adjacentes e obstruíam muitas das barras dos nossos rios. Exemplos desta realidade são o assoreamento das charnecas e lezírias do vale do Lis e o assoreamento da barra da ponte da barca que forçou à mudança definitiva do porto da Pederneira para a praia da Nazaré. O avanço destes campos dunares traduzia-se em graves prejuízos para a economia e populações do litoral.
Reza a história, que D. Afonso III e D. Dinis, cientes desta realidade, iniciaram ainda no Séc. XIII as primeiras tentativas de estabilização destas dunas litorais e salvaguarda dos férteis terrenos do interior através do plantio de vastas áreas de floresta. As Matas Nacionais do Camarido (Caminha), das Dunas de S. Jacinto (Aveiro), de Leiria (Pinhal do Rei) ou das Dunas de Vila Real de Santo António (Monte Gordo – Algarve) são, talvez, os mais famosos exemplos. Para tal, socorreram-se de uma árvore que não existia em território nacional mas comum em França e no Norte de Itália (Bolonha), de onde a primeira mulher de D. Afonso III, D. Matilde, era originária. Essa árvore, então exótica, é o pinheiro bravo, adaptável à secura dos solos arenosos mas resistente aos ventos húmidos oceânicos.
No entanto, apenas no final do séc. XVIII se reiniciam os trabalhos para reflorestar estas áreas de baldio, embora sem grande sucesso. No decorrer do século XIX, decorrem as primeiras sementeiras metódicas, sendo florestados mais de 3000 ha de dunas do litoral. As dunas do Pinhal de Leiria são as primeiras, no período de 1850-1851, as da Alva de Pataias, em 1936, são as últimas. Ao todo, cerca de 23350 ha de dunas são florestadas entre 1850 e 1936 (http://www.drapc.min-agricultura.pt/base/documentos/dunas_areas_arborizacao.htm).

Aspeto das dunas do litoral no primeiro quartel do século XX




A estabilização das dunas através da construção dos ripados





A recolha do moliço e a plantação/ sementeira do penisco







Toda a informação e fonte das fotografias em:
http://www.drapc.min-agricultura.pt/base/documentos/fixacao_dunas.htm

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O rio das Paredes e o cordão dunar

Faz um mês, escrevi aqui sobre as consequências do mar alteroso que destruiu parte da protecção dunar na praia das Paredes.

«No entanto, duas pequenas coisas podem ser feitas.
[…]
A segunda, é colocar o rio a “correr a direito”. O temporal, tendo destruído grande parte da paliçada, empurrou o rio para a duna. O trabalho de dois anos está a ser rapidamente destruído.
É de notar, que apesar da violência das ondas, aquela pequena e frágil vegetação aguentou não só as investidas, como fixou e não permitiu que a areia saísse dali. Ainda não há muitos anos, o paredão da marginal das Paredes teve de ser reforçado porque o mar chegava já à sua base nos meses de Inverno. Estas pequenas plantas têm impedido que isso aconteça. Até agora.
Mas as plantas nada podem fazer quando são escavadas pela força constante do rio. E o paredão e marginal das Paredes rapidamente estão a ficar ao alcance das ondas (no próximo temporal).
A correcção do leito do rio iria minimizar, por enquanto, esse problema.»

A correcção do leito do rio não foi feita.
E a destruição continua. Custa assim tanto pôr o rio a correr “a direito”?

Aqui ficam as fotografias, do Verão, até ao passado dia 23 de Novembro de 2010

Paredes no Verão
19 de Outubro de 2010
21 de Outubro de 2010
23 de Outubro de 2010
26 de Outubro de 2010
1 de Novembro de 2010
23 de Novembro de 2010


E assim se destrói, sem nada fazer, o que de bom é feito.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O rio da lagoa de Pataias

É só uma curiosidade.
Que eu me lembre, da última vez que o rio da lagoa formou a lagoa dos outeirões, já lá vão 20 anos (terá sido em 1990/1991).
Lembro-me (quem não se lembrará?), de ir às enguias rio abaixo ou de no fim do Inverno apanhar peixes (que haviam seguido com a corrente) à mão, nos outeirões.
Depois deste Inverno chuvoso, o rio da lagoa passou finalmente a estrada das Paredes. Poderia tê-lo feito antes, não fosse a vala, a jusante da lagoa – entre esta e a estrada das Paredes – estar semi-destruída pela passagem de veículos todo-o-terreno, espraiando a água. Mas só passou a estrada e ainda faltam umas boas centenas de metros até ao seu destino final.
A montante, entre a lagoa e Pataias, são as valas de escoamento que estão tapadas, inundando os terrenos e impedindo que a lagoa receba ainda mais água.
Mas a verdade é que a lagoa está na sua cota máxima, o rio passou a estrada e os outeirões estão logo ali. Será este ano que a lagoa lá regressa?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

7 maravilhas naturais de Portugal

Vi no blogue do Rogério Raimundo:

concurso 7 maravilhas naturais de Portugal...
Alcobaça não se candidata com a Baía de S. Martinho do Porto???

Comentário

O "Ponto" do Talefe. 139 metros de altitude.

É bem apontado pelo Rogério.
O concelho de Alcobaça, rico em paisagens, tem na Baía de S. Martinho do Porto, pela sua singularidade, talvez a sua paisagem mais assombrosa.
Digna de relevo a nível nacional.
Pataias também tem as suas maravilhas naturais. Mais modestas.
E não estou a falar da Lagoa de Pataias, ou das arribas de Vale Furado.
De tão à vista de todos, está escondida.
As dunas das Alvas de Pataias e do Camarção são a nossa maravilha natural.
São as dunas de deposição eólica, consolidadas, mais altas de toda a Europa.
Atingem uma cota de 140 metros de altitude.
Estão tapadas pelos nossos pinhais e passam (actualmente) despercebidas.
Mas estão lá, e são uma maravilha natural digna de nota.