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sexta-feira, 21 de março de 2014

Wenceslau de Moraes nasceu há 160 anos - Texto de João Botas


Wenceslau de Moraes nasceu há 160 anos - Texto de João Botas 

 
 Em Maio celebram-se os 160 anos do nascimento de Wenceslau de Moraes, um dos mais importantes autores portugueses que trataram literariamente assuntos ligados ao Oriente, em especial o Japão.

Na fotobiografia de Wenceslau de Moraes, da autoria de Daniel Pires, edição Fundação Oriente, 1993, esta imagem abaixo (da Biblioteca Central da Marinha) está na pág. 64 com a legenda «Oito oficiais em uniforme de Verão. O escritor é o último à direita».

O livro refere detalhadamente o percurso de Wenceslau de Moraes e as embarcações onde prestou serviço. Refere também, que o escritor passa a pertencer à Escola Naval a 4 de Fevereiro de 1879 e a 12 do mesmo mês é promovido a Segundo-Tenente e que a 16 de Novembro do mesmo ano começa a exercer na canhoneira Quanza, comandada por Carlos Maria da Silva Costa, que por certo deverá estar na imagem.

Wenceslau José de Sousa de Moraes, ou Venceslau de Morais, na ortografia moderna nasceu em Lisboa em 1854. Foi escritor e militar da Marinha Portuguesa tendo prestado serviço em Moçambique, Macau, Timor Português e no Japão.

Viajou pela primeira vez até Macau em 1885 onde se estabelece sendo imediato da capitania do Porto de Macau e professor do Liceu de Macau desde a sua fundação em 1894. Durante a sua estadia no território casa com Vong-Io-Chan (Atchan), mulher chinesa de quem teve dois filhos, e estabeleceu laços de amizade com Camilo Pessanha (veja-se os dois em Macau nas duas fotos abaixo).



domingo, 9 de junho de 2013

SOBRE O DIA DE PORTUGAL, DE CAMOES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS - Camões por Camilo Pessanha em Junho de 1924

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SOBRE O DIA DE PORTUGAL, DE CAMOES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS - Camões por Camilo Pessanha em Junho de 1924
 
- Texto Recolhido em Macau Antigo - João Botas   Artigo de Junho de 1924 publicado na revista Contemporânea (5ª - série-nº3) em Julho/Outubro de 1926.
 
«Dos templos profanos portugueses dedicados ao culto da Pátria e ao culto do génio é sem dúvida um dos mais venerados o modesto jardim de Macau, chamado a Gruta de Camões.
 
Nenhum português absolutamente, nenhum estrangeiro de mediana instrução vem a Macau, mesmo de passagem, cujo primeiro cuidado não seja o de irem em romagem a esse recinto sobre cujo solo é tradição que poisaram os pés do poeta máximo de Portugal – um dos máximos poetas de todo o mundo e de todos os tempos –, enquanto o seu génio elaborava algumas das estrofes de bronze dos Lusíadas.  
 
E a nenhuma deixa de invadir, apenas transporte o vulgaríssimo portal de quintalejo suburbano, que dá acesso ao local, um sentimento dominador de religiosidade, a todos impondo silêncio, como se do lado de dentro das duas insignificantes umbreiras de granito estivesse aquela tela que existiu à entrada da cartuxa do Bussaco, onde a pintura de um frade fitava imperativa, com o seu olhar imóvel, os que se aproximavam, erguendo verticalmente diante da boca o indicador da mão direita.
 
Tem-se debatido desde há anos a questão de se Camões residiu ou não em Macau, se esteve ou não preso no tronco da cidade, se aqui desempenhou ou pôde ter desempenhado as apagadas funções de provedor dos defuntos e ausentes. A polémica há-de decerto renascer mais animada algum dia; e provável é que o problema venha a decidir-se finalmente pela negativa.  
 
E é a sorte de todas as tradições consagradas. A crítica histórica, a história - ciência, positiva e experimental, vem fazendo tábua rasa de quando é anedótico e pessoal, das atitudes esculturais, dos gestos dramáticos, das frases eloquentemente concisas, em que tradições lentamente evoluídas, haviam definido, em termos quási sempre de inexcedível beleza, um carácter, um acontecimento ou uma época.
 
 
 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

 
 
POESIA DE NATAL  Vinícius de Moraes e Camilo Pessanha - Poema de Natal (Vinícius de Moraes) e ROSAS DE INVERNO (Camilo Pessanha)
 
 
Poema de Natal
 
 Para isso fomos feitos:
 Para lembrar e ser lembrados
 Para chorar e fazer chorar
 Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
 Mãos para colher o que foi dado
 Dedos para cavar a terra.
 Assim será nossa vida:
 Uma tarde sempre a esquecer
 Uma estrela a se apagar na treva
 Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
 Falar baixo, pisar leve, ver
 A noite dormir em silêncio.
 
ROSAS DE INVERNO
 
 Corolas, que floristes
 Ao sol do inverno, avaro,
 Tão glácido e tão claro
 Por estas manhãs tristes.
 
Gloriosa floração,
 Surdida, por engano,
 No agonizar do ano,
 Tão fora da estação!
 
 Sorrindo-vos amigas,
 Nos ásperos caminhos,
 Aos olhos dos velhinhos,
 ás almas das mendigas!
 
 
 
 
 

 
 

sábado, 17 de novembro de 2012

TEXTO DE LILIANA JOSUE - SIMBOLISMO / CAMILO PESSANHA

 
TEXTO DE LILIANA JOSUE - SIMBOLISMO / CAMILO PESSANHA
 
Não é possível demarcar um momento exacto para a entrada de qualquer período literário mas convenciona-se normalmente uma data por qualquer circunstância relevante.
 
Vou fazer uma breve apresentação do SIMBOLISMO em Portugal, mais precisamente CAMILO PESSANHA.
 
Considera-se a entrada em Portugal do período Simbolista com D. João de Castro e a sua obra «Alma Póstuma» publicada em 1861 na Revista Portugal, e Eugénio de Castro depois da sua chegada do estrangeiro com «Aristos» publicado em 1890 e Horas em 1891.
 
Há ainda a referenciar que este estilo esteve muito ligado ao período histórico em que se deu, tal como qualquer outro. Assim, O Ultimato imposto pelos ingleses (que agora não desenvolverei aqui), e a vivência da Primeira Grande Guerra marcou a Literatura desta época.
 
E como se não bastasse deu-se cerca de cinquenta anos depois a Segunda Guerra Mundial com a Nazificação da Europa, embora ambas posteriores aos primeiros simbolistas portugueses, já se sentia um espírito de amargura e falta de crença que levou a que os escritores a refugiarem-se numa escrita muito própria, pois noutros países esta Corrente literária já tinha despertado. Em Portugal acabou por derivar no Saudosismo e Futurismo.
 
Os escritores simbolistas vão dar grande importância à nova cesura do poema alexandrino, quer isto dizer: a pausa que faziam no fim da primeira parte do verso alexandrino, assim como os acentos fixos no mesmo, portanto a musicalidade é fundamental.