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domingo, 28 de setembro de 2008

Um Congresso de Economia Social


1. O 27º Congresso Internacional do CIRIEC, que decorreu em Sevilha, entre os passados dias 22 e 24 de Setembro, teve como tema geral “Inovação e Management : as respostas aos grandes desafios das empresas da economia pública, social e cooperativa”.
Tendo-se naturalmente desenrolado de acordo com o plano previsto, com abordagem das temáticas parcelares previamente programadas, foi marcado fortemente pela conjuntura de risco de desastre económico, que actualmente assinala o bloqueio do atalho neoliberal, aberto sob a égide de Reagan nos anos oitenta do século passado.
De facto, a necessidade de estimular um protagonismo mais amplo das empresas públicas, sociais e cooperativas tornou-se verdadeiramente ostensiva. E com ela, naturalmente, emergiu a legitimidade (ou até o imperativo) de submeter o neoliberalismo (e até o capitalismo, em si próprio) a um crivo crítico mais apertado. Assim, a emergência da importância da economia pública e da economia social e cooperativa, uma e outra com lógicas distintas, mas com um largo campo para exploração em comum de sinergias, foi talvez a marca mais relevante do Congresso. Marca essa, que na opinião de quem assistiu aos anteriores congressos, talvez represente uma viragem do próprio CIRIEC.

2. Abra-se aqui um breve parêntesis para dizer brevemente o que é o CIRIEC.
O CIRIEC (Centre International de Recherches et d'Information sur l'Economie Publique, Sociale et Coopérative) é uma organização científica internacional não governamental. Tem como objectivos “assegurar e promover: a colecta de informações, a investigação científica e a publicação de trabalhos.”
Foi fundado, em 1947, pelo Prof. Edgard MILHAUD, economiste francês docente da Universidade de Genève, tendo sido inicialmente denominado "Centre International de Recherches et d'Information sur l'Economie Collective".
O referido professor fora já o fundador em 1908 da revista "Les Annales de l'économie collective", cuja perenidade queria garantir através da nova organização. Essa revista, cujo nome passaria mais tarde a ser “Annales de l'économie publique, sociale et coopérative”, órgão do CIRIEC, está a festejar este ano o seu primeiro centenário.
O CIRIEC dispõe actualmente de treze secções nacionais: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Espanha, França, Itália, Japão, Portugal, Suécia e Turquia. Nos países onde não existem secções nacionais, podem filiar-se no CIRIEC directamente organizações não governamentais, cujos objectivos caibam no seu âmbito.


3. No recente Congresso de Sevilha, participaram 700 congressistas de 35 países, para além de mais algumas centenas de acompanhantes. As delegações dos vários países eram numericamente muito heterogéneas. Naturalmente, a mais numerosa era a espanhola com quase 300 participantes, seguindo-se-lhe a da Bélgica com 136, a da Áustria com 52, a da França com 47 e a de Portugal com 28. Menos numerosas, mas ainda assim com uma dimensão significativa, eram as delegações da : Alemanha, Canadá, Itália, Argentina e Venezuela. Os restantes 61 participantes repartiam-se por outros 25 países, entre os quais menciono aleatoriamente: Brasil, Japão, USA, Grécia, Senegal, México e Bangla Desh.

4. Como escrevi há dias neste mesmo blog, a conferência de Stiglitz foi um aspecto marcante do Congresso. Para além do que foi assinalado nesse outro texto, não resisto a recordar uma irónica observação que o economista americano fez, quando se referiu à chamada mão invisível do mercado, dizendo que agora se compreendia por que razão ela era invisível. E afirmou : ela é invisível, simplesmente, porque não existe.
Também ele, com simplicidade, mostrou como é um pura ilusão quase grosseira, uma pseudo-evidência, que me lembro de ter visto incluída em textos intencionalmente de esquerda, para além de fazer parte da vulgata mediática partilhada por jornalistas, por políticos de vários quadrantes e até por comentadores que se acham encartados.
Trata-se daquela afirmação recorrente que traduz a ideia de que é preciso primeiro produzir para depois distribuir, muitas vezes acompanhada com a aparente evidência de que não se pode distribuir o que não se tem, mas sempre destinada a justificar privilégios para a lógica do capital e sacrifícios para os trabalhadores.
De facto, como Stiglitz mostrou, a desigualdade social em si própria e a frustração pela penosidade das condições de trabalho prejudicam a própria produtividade, inquinam a competitividade, sendo por isso factores de degradação nos processos de produção de bens e serviços.
É a própria organização da produção e o próprio processo produtivo que têm que reflectir respeito pela pessoa humana, pelo trabalho como algo que se não reduz a uma mercadoria, para induzirem naturalmente nos trabalhadores uma motivação e uma identificação com os objectivos do que produzem, que sejam potenciadoras da sua produtividade e assim indutoras naturais de maior competitividade.
As políticas distributivas não precisarão de ser tão fortes, nem as medidas de protecção social. E, principalmente, não será tão radical o desequilíbrio entre os sacrifícios pedidos hoje aos trabalhadores, que são certos pela própria natureza das coisas, e a compensação posterior pelas políticas distributivas, que é incerta , cada vez mais incerta, e em grande parte das vezes inexistente.

5. Ainda como observações gerais, mais duas apenas. Em primeiro lugar, foi patente, ao longo das várias sessões parcelares e das duas plenárias, uma disponibilidade clara para um protagonismo crescente, por parte das organizações de economia social. Em segundo lugar, ficou bem claro o vigor da economia social na Andaluzia, bem como o forte envolvimento do poder político regional andaluz no êxito do sector.




O próximo Congresso será em Berlim, em 2010. Até lá, presidirá ao CIRIEC-Internacional, o alemão Wilhelm Georg Hanss.

sábado, 20 de setembro de 2008

Congresso Mundial em Sevilha


No "Boletín Electrónico" nº 123 do Observatorio Español de la Economía Social, foi ontem publicada uma esclarecedora notícia sobre o 27º Congresso Internacional do CIRIEC que abaixo se transcreve. Na imagem , podem ver-se José Luis Monzón, presidente de CIRIEC-España; Antonio Romero, presidente de CEPES-Andalucía, y Manuel Chaves, presidente de la Junta de Andalucía, durante uma reunião realizada no passado mês de Junho. A notícia era encabeçada pelo sugestivo título:

El 27 Congreso Internacional del CIRIEC convierte a Sevilla en la capital mundial de la economía social

" Por fin ha llegado. A partir del próximo lunes, 22 de septiembre, y durante tres días, Sevilla se convierte en la capital mundial de la Economía Social y Cooperativa, con la celebración del 27º Congreso Internacional del CIRIEC, que bajo el lema “Innovación y Management: las respuestas a los grandes desafíos de las empresas de economía pública, social y cooperativa” prevé reunir en la capital andaluza a un millar de participantes de 40 países. Organizado por CIRIEC-España, con la colaboración de CEPES-Andalucía y el apoyo de la Junta de Andalucía, el número de congresistas confirmados convierte al encuentro de Sevilla en el mayor foro celebrado hasta la fecha en España y en el mundo sobre este importante sector de la economía. El Congreso, en el que CIRIEC ha trabajado más de dos años, prevé un gran acto inaugural, que contará con las intervenciones del presidente de la Junta de Andalucía, Manuel Chaves, y del alcalde de Sevilla, Alfredo Sánchez Monteseirín. Al acto inaugural le seguirá una conferencia del premio Nobel de Economía Joseph Stiglitz, participante destacado en el Congreso del CIRIEC, que pronunciará una conferencia sobre Innovación y Management. En un momento de enorme trascendencia para la economía internacional, la conferencia de Stiglitz cobra un interés aún mayor, a pesar de las elevadas expectativas anteriormente creadas. Según ha podido saber este Observatorio, Stiglitz hará hincapié en el fracaso del fundamentalismo de mercado neoliberal, más presente que nunca por las quiebras y los rescates de grandes bancos y aseguradoras acontecidos en los últimos días, y en la necesidad de fomentar una economía "plural y equilibrada", en la que el cooperativismo y la economía social desempeñan un papel esencial. Tras la conferencia de Stiglitz, el Programa Científico del Congreso incluye 4 talleres temáticos, que se prolongarán entre el lunes 22 por la tarde y el martes día 23. Los talleres se dividirán en mesas redondas donde, por un lado, especialistas de la economía pública y, por otro lado, de la economía social y cooperativa, tratarán temas de innovación empresarial, desarrollo sostenible y prestación de servicios sociales.El objetivo general de las diferentes sesiones del 27 Congreso será exponer la forma en la que las empresas de economía pública, social y cooperativa responden a los desafíos de competitividad y adaptación a las nuevas demandas de la ciudadanía mediante estrategias de innovación y gestión del cambio. Excepcional punto de encuentroDesde 1953, los Congresos internacionales de Economía Pública, Social y Cooperativa se celebran cada dos años en diferentes ciudades de Europa y América, y constituyen un excepcional punto de encuentro para congresistas de todo el mundo, que participan en sus debates de mayor actualidad empresarial y científica. Desde el año 2000 se han celebrado congresos en Montreal, Nápoles, Lyon y Estambul.No es casualidad que Andalucía haya sido escogida sede del considerado principal foro internacional de la economía pública, social y cooperativa. En el Informe sobre La Economía Social en la Unión Europea, las experiencias empresariales de la economía social andaluza y su modelo de relaciones con la universidad y los poderes públicos se citan elogiosamente y de forma destacada como ejemplo de "buenas prácticas".A partir del lunes se celebra en el Centro de Convenciones del Hotel Renacimiento en Sevilla. La contribución de las empresas de economía pública, social y cooperativa a los distintos aspectos de la innovación -innovación en los productos, en los mercados, en los procesos e innovación social-, así como sus implicaciones en el ámbito de la gestión, serán el objetivo de las diferentes sesiones del congreso."

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

50 Anos do CIRIEC Internacional

Transcrevo um texto do Boletín Electrónico , nº 87, publicado pelo Observatório Espanhol da Economia Social, em 29.11.2007, no qual é dada notícia de um aniversário da maior relevância: os 50 anos do CIRIEC Internacional.

Na foto da esquerda para a direita :
José María Pérez de Uralde, Rafael Chaves, Guy Quaden, José Luis Monzón y José Pablo Puzino.



"El CIRIEC-Internacional celebró ayer en Lieja el 50 aniversario de su sede en Bélgica. La celebración tuvo lugar en el marco de una jornada a la que asistieron cerca de 200 representantes de las 13 secciones nacionales del CIRIEC -entre los cuales estaban los presidentes de CIRIEC-España, José Luis Monzón, de CIRIEC-Argentina, José Pablo Puzino, y del CIRIEC-Brasil, Mauricio Serva-, así como representantes de distintas administraciones públicas del país. Desde 1957 la sección belga del CIRIEC acoge en esta ciudad valona el Secretariado Permanente de la organización internacional, cuya sede anterior se encontraba en Ginebra (Suiza). Durante la jornada, en sendas mesas redondas se realizó un repaso a los grandes cambios de la economía pública en los últimos 50 años, la evolución y las nuevas perspectivas de la economía social, y el papel desempeñado por el CIRIEC en estos años, así como sus proyectos futuros.José Pablo Puzino, que tuvo la oportunidad de intervenir en la mesa inaugural de la jornada, felicitó en su disertación el 50 Aniversario, señalando la presencia activa de la filial argentina desde hace más de 40 años. Asimismo, después de realizar una breve descripción de las tareas realizadas entre 2006 y 2007 en el Instituto Argentino de Investigaciones de Economía Social (IAIES), destacó la importancia de intensificar las relaciones con los demás países miembros y en especial con España y Latinoamérica, a la vez que remarcó la colaboración e intercambio dentro del Comité Científico del CIRIEC en el trabajo en común y, desde la perspectiva latinoamericana, a la problemática universal de la economía social.También en la mesa inaugural, Mauricio Serva explicó que el CIRIEC-Brasil es una sección mucho más joven de la organización internacional, pues la misma se creó en 2002 con la ayuda del director del CIRIEC-Internacional, Bernard Thiry, de CIRIEC-España y de CIRIEC-Canadá. Según el profesor Serva, es importante tanto para CIRIEC-Brasil como para CIRIEC-Internacional continuar los intercambios con países de América Latina para enriquecimiento mutuo. CIRIEC-Brasil tiene como principal línea de investigación el desarrollo territorial sostenible. Dos grandes etapas en la evolución de la economía socialPor su parte, los profesores José Luis Monzón y Rafael Chaves presentaron el Informe introductorio de la mesa redonda “La economía social y cooperativa 50 años después”. Monzón señaló que en los últimos 50 años cabe hablar de dos grandes etapas en la evolución de la economía social. Entre 1945 y la década de los 70 los agentes del sector se desenvolvían en un sistema de economía mixta y apogeo del Estado del Bienestar. En una segunda etapa, en el último cuarto del siglo pasado y hasta la actualidad, se producen fuertes transformaciones y crisis de los sistemas de economía mixta, que abren nuevos espacios de actuación para la economía social. José Luis Monzón concluyó su informe introductorio formulando varias preguntas a los participantes en la mesa redonda: ¿Qué respuestas ofrecen las empresas de economía social a los nuevos desafíos de la sociedad, como son los del empleo, servicios sociales, desarrollo sostenible o la profundización de la democracia económica? ¿Qué iniciativas de la economía social deberían contar con el apoyo mayoritario de los poderes públicos? ¿Es compatible el éxito empresarial de las cooperativas y mutuas con la preservación de sus señas de identidad y su contribución al valor añadido social?La jornada concluyó con una nueva mesa redonda, sobre los nuevos proyectos del CIRIEC-Internacional, mesa que estuvo moderada por el Gobernador de la Banca Nacional Belga y antiguo director del CIRIEC, Guy Quaden. El CIRIEC se encuentra en estos momentos desarrollando un Plan Estratégico, con el que pretende incrementar el número de secciones nacionales, preferentemente en Latinoamérica, Asia y el Magreb. Asimismo, entre sus objetivos se encuentra aumentar la visibilidad de la organización y continuar con la elaboración de estudios científicos de referencia en el terreno de la economía pública, social y cooperativa. "