Às vezes penso que já era estranha quando te conheci.
Sei lá!
Acho que depois fiquei pior, e nem sei se é pior ou melhor ficar ainda mais estranha, do que sempre fui. Tu dizias que eu era uma ostra, mas que também sabia ser uma gaivota. E eu sabia que ostra queria dizer, calada e gaivota queria dizer, capaz de voar sem dar explicação nenhuma a ninguém muito menos a ti. Tu também ias e vinhas, mas nunca ficavas.
Ás vezes penso que eu não sou assim estranha como tu me fazes crer que eu sou, acho que quem é estranho és tu, por isso, quando voltares, a passar na minha rua e quereres saber de mim, nem fazes ideia que eu já cruzei o oceano, e que na minha bagagem a lembrar-me de ti apenas levo aquele boneco horrível que me deste quando fomos comer um hambúrguer ao mcdonalds.
Talvez por isso eu não me importo nem um pouco que me aches estranha.
E sem querer ser normal, acho que vou guardar em mim tudo o que ainda sinto por ti e que tu nunca vais morrer nas minhas memórias.
Mas, isso, tu também não precisas de saber…
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Autor: BeatriceM 02-10-2016
Imagem Brook Shaden