(Marcha fúnebre para uma borboleta pisada.)
Pobre borboleta morta
que se desfez num sopro
de poeira de asas!
Que ficou de ti no mundo?
O desenho de um voo
com rasto de pólen?
Um corpo caído
de cores mais inúteis?
Uma nódoa apenas
sem a grandeza da morte
- porque a morte é só humana?
(Quero lá saber!... O que me dói
é tudo ser borboleta morta.)
José Gomes Ferreira, Poeta Militante I