Às vezes, encontro-me nas palavras dos outros. Mais raramente, nas minhas. Por pura coincidência. Em pura coincidência.
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25 de agosto de 2006
Ana Marques Gastão (1962)
Deixa-me dormir
quando
morre a noite.
Assim o amor
será absoluto
sacrifício
impassível sangue
árido prazer.
Deixa-me dormir
quando
morre a noite.
Assim o amor
guardará
uma grega ilusão
de sonho
e embriaguez.
Deixa-me dormir
quando
morre a noite.
Assim o amor
terá merecido
a dor, veloz,
insustentável
e imoderada.
Deixa-me dormir
quando
morre a noite.
Assim o amor
dir-nos-á
sois abandonados
cristos
na boca de deus.
Ana Marques Gastão
.
25 de agosto de 2005
Ana Marques Gastão (1962)
Ver-nos-emos um dia
náufragos ou cegos
como animais da sombra.
Está escrito.
Na latitude total
da manhã
na aurora trazida pela noite.
Ver-nos-emos na palavra
de instantânea luz
gerada
no resíduo vivo
do amor.
Ver-nos-emos
tu no meu corpo
eu no teu
para celebrarmos
o regresso
da subita apetência
de vida
que um dia
um anjo ofereceu.
Ana Marques Gastão
.
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