“Vais fazer esses quilómetros todos só para ir ver um jogo?”
Pergunta tantas vezes ouvida e tanta vez feita por aqueles que não percebem os
encantos de fazer parte de uma deslocação.
Antes de mais, não é só um jogo. É um jogo do Benfica.
A deslocação não é só estar no estádio a olhar para a bola. É estar de pé, em família,
em união com os nossos, a cantar, a vibrar, a apoiar e a ver o nosso Benfica
jogar. Não são 90 minutos a ver um jogo. São 90 minutos a viver inteiramente o
Benfica.
Mas o maior encanto de uma deslocação não está limitado aos 90 minutos. Há
todas aquelas horas que antecedem e precedem os apitos do árbitro.
Lisboa a Chaves é um puxão. Um puxão de benfiquismo.
Acordar cedo para reunir com os amigos de vermelho. Ainda em Lisboa começar a
lançar o jogo, o 11 titular e discutir as expectativas.
Hora de arrancar é hora de encher as geleiras.
E aí começa a aventura. Horas no carro a discutir bola, horas no carro a rir, a planear e a cantar pelo Benfica.
Hora de arrancar é hora de encher as geleiras.
E aí começa a aventura. Horas no carro a discutir bola, horas no carro a rir, a planear e a cantar pelo Benfica.
Depois temos as várias paragens para convívio. O convívio com
aqueles que nos seguem noutra viatura; o convívio com aqueles malucos da cabeça
que tal como nós também se fizeram à estrada; o convivo com aqueles que se
deslocaram à beira da auto-estrada para nos presentearem com um traçadinho de
Minde envolto em benfiquismo. Obrigado rapazes.
E a aventura prossegue para o almoço. Onde parar? Onde escrever mais uma página
desta aventura?
Por este país a fora as opções são inúmeras e todas elas com um potencial
estrondoso, afinal de contas é dia de Benfica e estamos todos a pensar no
mesmo.
Nesta aventura paramos em Peso da Régua, ali junto ao Douro. Dificilmente
poderia ter corrido melhor.
Comida deliciosa. Cabrito e Vitela de chorar por mais. E o ambiente? Digno de
uma deslocação.
Assentámos num restaurante de portistas e não podíamos ter sido melhor
recebidos. Até numa casa portista em dia de Benfica a festa é benfiquista.
No restaurante estava uma associação de antigos marinheiros e assim que viram o
manto sagrado não quiseram saber de mais nada, nem do autocarro que os esperava
lá fora.
Uns sportinguistas cheios de boa disposição a meterem-se connosco - desportivismo são, rivalidade de qualidade.
Outros benfiquistas. E em dia de deslocação um benfiquista enche-se de esperanças quando vê o símbolo sagrado a caminho do estádio.
Uns sportinguistas cheios de boa disposição a meterem-se connosco - desportivismo são, rivalidade de qualidade.
Outros benfiquistas. E em dia de deslocação um benfiquista enche-se de esperanças quando vê o símbolo sagrado a caminho do estádio.
Nós ali à mesa quase nos sentíamos parte da equipa. Todos nos desejavam sorte,
nos encorajavam e até se preocupavam com o resto da nossa viagem. Houve até
tempo para a bela da fotografia.
À partilha de histórias seguiu-se a surpresa de um belo de um fadinho ali à capela à beira da nossa mesa.
À partilha de histórias seguiu-se a surpresa de um belo de um fadinho ali à capela à beira da nossa mesa.
É isto que muita gente não compreende. Uma deslocação não é só ver o Benfica no
estádio mas sim vivê-lo pelo país fora. Conhecer mais de Portugal enquanto nos
vamos alimentando de um benfiquismo nacional sedento de ser partilhado e
contagiado.
Nós na verdade não passamos de meros adeptos que vão ver a bola. No entanto, para
os muitos benfiquistas espalhados por este país somos bem mais do que isso. Somos
parte da força que leva o nosso Benfica à glória, somos a representação da sua
paixão, somos aqueles que vão transportar o seu apoio e entusiasmo para dentro
das quatro linhas.
A terminar o almoço não podia faltar o vinhozinho do Porto,
oferta do rival da casa. Uma casa portista que recebe a equipa portista e onde pudemos
ser Benfica sem hesitações. Um enorme obrigado.
Depois foi seguir para Chaves, seguir o som dos cânticos, estacionar o carro,
respirar os ares do Norte, partilhar as minis, reencontrar outros benfiquistas,
sentir o benfiquismo ao nosso redor e embalar para a bancada de apoio.
Cantar, sofrer, saltar, gritar, desesperar, entusiasmar, festejar e ganhar.
Um final perfeito para um dia de mística.
Como a deslocação não acaba na ida a aventura tem de continuar.
E quando o Benfica ganha não há cansaço que impere na viagem de volta. Só dá
Benfica e a festa continua.
Continuou junto ao estádio do Chaves, continuou pela estrada fora, continuou nas
estações de serviço, continuou no cruzamento com o autocarro do Benfica e
continuou até o sol nascer.
A festa foi de Chaves a Lisboa com uma bela paragem em Colmeia. Lá fomos nós
para mais um ambiente de festa festejar o nosso Benfica.
O manto sagrado nunca passa despercebido.
Os benfiquistas vieram cantar connosco. Os não-benfiquistas vieram discutir
bola. O que nunca falhou foi o desportivismo e a alegria de uma rivalidade centenária.
O benfiquismo é tão contagioso que até a simpática sportinguista que nos recebeu se animou com a festa gloriosa que ali se viveu.
“Nunca gostei tanto de servir benfiquistas”. Conversão quase completa.
Foi uma enorme deslocação.
Só deu Benfica e, seja de noite ou de dia, a beleza de uma benfiquista é ímpar, seja em que zona do país for.
Só deu Benfica e, seja de noite ou de dia, a beleza de uma benfiquista é ímpar, seja em que zona do país for.
7h da manhã em Lisboa.
Que venha a próxima. Há muito Benfica para ser partilhado por este Portugal.
Que venha a próxima. Há muito Benfica para ser partilhado por este Portugal.