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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Somos um bom cliente dos bancos

Pelos vistos um clube europeu, ali da zona da Alemanha e mais especificamente Munique, cometeu o amadorismo de saldar a sua divida relativamente à construção do seu estádio.
Pagar atempadamente? Aliás, pagar antecipadamente? Ser bom pagador? Preocupação em liquidar as dividas? Seriedade e responsabilidade? Puro amadorismo.

Hoje em dia ser um bom cliente dos bancos é tão ou mais importante do que ganhar títulos.
Quanto mais milhões de juros pagarmos aos bancos mais motivos temos para nos orgulhar e gabar.

Estes bávaros estão loucos mas o Maior Clube do Mundo é o nosso e o título de Clube Melhor Cliente dos Bancos está bem encaminhado.


http://www.record.xl.pt/Futebol/Internacional/alemanha/interior.aspx?content_id=915851

terça-feira, 27 de maio de 2014

Montanha Russa Vieirista em directo na RTP

A entrevista ao LFV hoje na RTP tinha tudo para correr de feição ao presidente do Benfica, não fosse a sua incapacidade para tal.

Contrariamente a outros anos, percebeu-se que cada vez mais as suas entrevistas são bem preparadas. É uma evolução.

O problema começa quando as respostas estão bem preparadas mas não correspondem com a verdade do Sr.Presidente. A partir daí as incoerências, imprecisões e deslizes começam a ganhar forma e a entrevista rapidamente passa de um tom seguro para um momento de sobrevivência.

O sucesso da época e certas frases chave utilizadas irão distrair muitos, a maioria até. Esta entrevista passará como um grande momento do presidente. Aliás, até a entrevista no início da época foi considerada por muitos como uma bênção dos deuses, até essa.

À superfície foi um bom desempenho. Quem quis ver além da superficialidade encontrou-se numa história toda ela turbulenta.

Tivemos desde a incoerência sobre a transmissão de jogos que não os do Benfica, à mentira sobre a não transmissão de jogos de outros clubes, à gravidade da contradição de um valor anunciado à CMVM, à necessidade de recorrer a frases e ideias feitas sempre que o assunto apertava, à incoerência na posição que revelou face à Olivedesportos relativamente à posição pública de um dos seus vice-presidentes, e muito muito mais.

Já agora. É complicado acreditar que alguém não se lembra de algo quando logo de
seguida diz que esse algo é o motivo de um fosso criado entre dois clubes.

Pelo menos ficámos a saber que o seu melhor momento enquanto presidente ocorreu antes de ter sido eleito, que um dos primeiros objectivos da próxima época é ficar em 3º no grupo da Champions, que o Jorge Jesus fica, que o Rodrigo e A.Gomes garantidamente não ficam, que o Siqueira dificilmente fica e que o presidente reforça a sua afirmação de que não tem culpa quando a equipa perde porque não dá toques na bola, com a afirmação de que o triplete é responsabilidade de todos e que nas derrotas ele é sempre o primeiro a arcar com a responsabilidade.

Para amantes da arte foi algo extraordinária, talvez mais uma homenagem ao trabalho da Paula Rego.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Em vez da estátua do Eusébio, que tal a inscrição "Arbeit macht frei"?





Tenho lido por aí que a entrevista de Vieira foi vazia de conteúdo, que o Presidente do Benfica se defendeu, chutou para canto e não disse nada. Permitam-me que discorde. Vieira disse muita coisa, directa e indirectamente. Aceito a opinião que defende que Vieira está mais polido - é verdade, já não diz o que lhe vem à cabeça, agora leva tudo estudado. O que pode ser problemático porque, se antes dávamos o benefício da dúvida às coisas absurdas que dizia, hoje sabemos que tudo o que diz tem um pensamento e uma ideologia como base. E, tendo em conta o que disse, é coisa para não me deixar nada tranquilo. Vejamos então o que disse o grande líder:

- Rui Costa - não manda nada mas está ao seu lado. Mas tem alguma influência no Benfica? Não, quem manda é ele. Então o que está Rui Costa a fazer no Benfica? Vieira não consegue explicar, não sabe explicar e não quer explicar. É compreensível: Vieira não vai dizer aos benfiquista que Rui Costa está, neste momento, amarrado a um posto que não lhe dá liberdade para agir directamente pelo clube nem sequer o potencia como possível futuro candidato à Presidência. Isto porque Vieira alterou os estatutos há uns anos, quando nem sequer quis ir a votos com outros candidatos. Mas Rui Costa tem culpa nisto. Se está amarrado, desamarre-se. Se lá se mantém e não bota faladura, lá saberá as linhas com que se cose. Sabendo que, quanto mais se mantiver atrelado a Vieira, menos hipóteses terá de vir a ser uma figura de destaque no futuro. É que, um dia, as pessoas vão ver o que Vieira vai deixar de pé no clube. E vão ficar chateadas, muito chateadas. Por ora, desfrutemos da paz dos anjos. 

- Enzo Pérez - Interessante o momento da doença da mãe do rapaz. Não ponho em causa, acho curiosa a coincidência. Mas pode, de facto, ser apenas isso, uma coincidência. Só que mães adoentadas de jogadores há algumas e os jogadores mantêm-se ao serviço do clube. Este, por aquilo que nos fez, não devia beneficiar de qualquer privilégio. Ver a mãe, sem dúvida, ficar uns dias, sem dúvida; não arranjem é forma de atirar o homem para a Argentina por 6 meses. Nesse caso, estaremos certos do que sempre esteve em causa. E serão mais 5,5 milhões de euros a juntar aos 30 e tal milhões que estão enterrados em jogadores emprestados. É a crise, dizem. Mas no Benfica não parece haver falta de dinheiro. A não ser quando há que justificar medidas que vão no sentido oposto ao que foi sendo dito anos a fio. Alguém consegue ainda perceber isto? Concordar com isto? Não criticar isto? Digam-me como se faz, se puderem, que eu preciso de dormir mais descansado.

- O Mandato desportivo - A 26 de Junho de 2009, Vieira falava aos crentes assim:  

“Falta-nos conquistar títulos. Posso garantir que este mandato será para fazer obra nisso. Temos serenidade para investir no nosso ‘core business’ e ganhar não um, mas dois ou três campeonatos seguidos” 

E, de facto, o primeiro ano correu como prometido. Um campeonato, futebol de excelência, público empolgado, o Benfica estava de volta. Mas... estava? Não, bastou vencer um troféu 5 anos depois para recomeçar o disparate e a bazófia. Verteram-se entrevistas megalómanas, Jesus e Vieira, os dois de mãos dadas na imbecilidade, prometeram mundos e fundos, informaram o país de que o Benfica estava para ficar. Resultado: uma Taça da Liga, humilhações contra o Porto em todas as competições, incluindo nesse manjar um campeonato perdido em casa e uma meia-final da Taça depois de termos ido vencer por 2-0 ao Dragão. Afinal, o mandato desportivo não era para "dois ou três campeonatos seguidos", era para um e a masturbação consequente. 

Vieira, então, veio a terreiro: "tenho a culpa, cometi erros", frase pela primeira vez ouvida ao sujeito embora o sujeito tenha andado a cometer erros desde que pôs os pés no Benfica. Mas os benfiquistas são corações amolecidos (pelo tempo e pelas tristezas) e acreditaram no líder. E ele vem hoje, mais uma vez de peito aberto, assumir o que esteve mal: "fui eu! tive a culpa", embora tenha deixado no ar a ideia de que o que mudou da época passada para esta foi Rui Costa e o que fazia/faz no Benfica. Foi assim um daqueles "mea culpa" que soa a coisa falsa: "sim, falhei, mas" que é aquele "mas" que, em filosofia, se estuda como o elemento apenas apaziguador na discussão para depois ferir de morte o oponente. 

Recapitulemos: este é o mandato desportivo de Vieira, disse-nos ele há 3 anos, apesar de no ano passado termos tido das épocas mais humilhantes de que há memória, mesmo que a equipa, sejamos justos, nem sempre tenha estado mal - teve até momentos de brilhantismo. Mas lá está: ao brilhantismo desportivo, correspondia sempre a cagança no discurso e nas acções. Lá se foram os "dois ou três campeonatos seguidos" para a sarjeta. 
 
E este ano? Faremos melhor? Começaremos um ciclo (o 132º de Vieira)? Sim, mas com precaução. E Vieira explicou muito bem explicado o que pensa nesta entrevista:

«Não nos podem estar a julgar pelos resultados. Vejo o nosso trabalho por um todo. Os títulos são muito importantes para o clube, mas primeiro houve que construir uma base sólida, que tem vindo a ser construída ao longo destes anos"

Mas... não podemos julgar Vieira e a sua equipa de sportinguistas e portistas pelos resultados? Mas então... o mandato desportivo não tinha começado há 3 anos? Primeiro uma base sólida e depois então resultados? Há quantos anos ouvimos Vieira dizer estas mesmas palavrinhas, iguaizinhas, pequeninas? Anos a mais. Mas não para todos. Para 90 por cento de nós, Vieira está correcto na avaliação que faz e nas promessas que vende. São só 10 anos disto, caramba, não sejamos injustos, estamos ainda "em construção de uma base sólida". Até porque, diz o nosso líder hoje, «só agora começo a ter tempo para pensar exclusivamente no futebol». 

 Na Alemanha também foi assim. O Reichstag já foi queimado. A perseguição dos malvados comunistas já começou. Falta agora acabar com a concorrência interna. Ah não, isso já aconteceu com a mudança dos estatutos. A História, apesar de estar aberta, é de muito difícil interpretação.

 
- Olivedesportos - Não se coíbe Vieira de dizer que é amigo, muito amigo, de Joaquim Oliveira. Não sei a que propósito vem tal afirmação, mas deve ter razões profundas e compreensíveis. A mim, que não gosto da personagem (embora, pelos vistos, o homem seja afinal apenas e só um empresário, parem com essas insinuações sobre corrupção, se fazem o favor, que o Fialho não gosta nada disso), interessa-me mais saber o que vai o Benfica fazer em relação aos direitos televisivos. Vieira não confirmou nem desmentiu, disse "nim", embora tenha ficado no ar aquela politiqueira forma de dizer "sim", parecendo "não". Mas Vieira disse algo que estará neste momento a preocupar Luís Fialho: disse, e cito, "Com a Marca Benfica não há riscos", respondendo à hipótese de o clube não renegociar os direitos televisivos com a Olivedesportos. Afinal, como é que ficamos, ó Fialho? Então parece que a Olivedesportos não é a solução "inevitável", parece que há "marca sem riscos" para além disso. Estamos todos muito confusos. Ou então não. É que Vieira e a sua equipa de sportinguistas e portistas já nos habituaram ao longo dos anos a frases que se desmentem umas atrás das outras. Recuperemos o que dizia Soares Oliveira a 21 de Abril de 2010 sobre a necessidade de venda de jogadores:

«Do ponto de vista prático, com este último instrumento que fizemos aqui estamos tranquilos do ponto de vista de necessidades de tesouraria para os próximos anos.»

Hoje Vieira afirma, com todas as letrinhas, que a gestão do Benfica está pensada a contar com a venda de jogadores todas as épocas. Em matérias de maleabilidade da espinha, Luís Fialho tem ainda muito a aprender com estes homens. Mas acreditamos que, pelo caminho que leva, terá mais que tempo, espaço e lugar para atingir igual nível de filhadaputice.
 

E o mexilhão Benfica é que se fode.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Como era de esperar, o líder vai falar

Ali ao lado há uma sondagem. Melhor: houve uma sondagem, assim é que é - não quero de maneira nenhuma obrigar Rui Oliveira e Costa a mais um trago de uísque de Sacavém. Hoje, ali ao lado, há resultados. Simpáticos, diria. A maioria dos nossos empenhados leitores votou na solução mais inteligente - "Vieira aprendeu com os erros - só [falará] no final da época". 

O problema que se coloca diverge apenas na fonte da inteligência: dos leitores ou do Presidente? Somos forçados a optar pela primeira e a juntar-lhe uns pozinhos de esperança. Porque, na verdade, os que votaram nessa opção, mais do que uma crença, tinham fé. E a fé, como a História do Homem nos vem tragicamente revelando, normalmente acaba mal, em desespero. 

Quando hoje nos sentarmos em frente ao televisor, atentíssimos às incursões discursivas do líder, iremos balancear entre os elementos: crença, fé e, esperemos que não, desespero. Embora Vieira tenha um histórico estatístico negativo no que a entrevistas concerne, não se coibiu de achar o momento actual de uma oportunidade extraordinária para botar faladura. Afinal tudo se enquadra no instante perfeito e decisivo: 10 vitórias consecutivas da equipa de futebol, empolgamento generalizado, uma bondade crescente no coração dos adeptos e, acima de tudo, por estarem focados na possibilidade de uma época de grande nível, um conveniente desinteresse por parte dos benfiquistas em relação a outros assuntos, como dizer?, mais incómodos. 

Por tradição, sabemos que, sempre que Vieira decide falar ao povo, o Benfica mirra. Há-de ser um fenómeno ainda por estudar no futuro, quando nenhum de nós estiver sentado aqui neste globo e alguém, um lunático adorador de estatística (não és tu, Oliveira e Costa, tu és só parvo), se decida a elaborar um tratado histórico sobre a relação entre um Benfica perdedor e a bazófia do seu Presidente. Foi assim no passado, sê-lo-á hoje? Temos fé que não; acreditamos que sim.

As dúvidas sobre os assuntos tratados devem esvair-se rapidamente, logo que discorra a entrevista para o plano mais evidente. Vejamos, então, que espécie de coisas serão faladas (e as nossas pequenas dores à portuguesa): bom momento desportivo (queremos que fales apenas do óbvio, sem entrar nas vaidades típicas dos últimos anos); contrato com a Olivedesportos (vamos todos rezar para ouvir da tua boca que nada vai ser assinado e, se for, que haja a decência de escutar e informar os sócios); relação de forças com o poder vigente (por favor, não entres na hipocrisia do discurso contra a "verdade desportiva"; tu contribuis para que ela não exista).

Serão estas 3 e outras quais? Têm a palavra os leitores. Vale tudo menos tirar olhos - mas vale cortar orelhas.  


PS - O mal disto é que eu sou muito chato. Podia fazer como os gajos realmente inteligentes: liam estas merdas e cagavam, deixavam estes abutres entregues aos seus jogos de bastidores. Há muitos que admiro por esses blogues que é o que fazem: deixam-se estar no plano do texto benfiquista e não se metem em política. Compreendo-os mas há dentro de mim algo que não me deixa esquecer, não consigo, não posso. E é por isso que me lembrei de outra do Fialho, esta de 6 de Outubro de 2011 (Ó Fialho, esta não foi há 4 anos, Fialho, foi há 4 meses), em que ele escreve um post com o título: "O Benfica apoia, eu não!". Podem ir espreitar.

Ó Fialho, sabes quem patrocinou a ida do Nandinho para a Federação? Sabes a quem é que o Nandinho responde no final do dia? Sabes quem manda no Nandinho, sabes? Apetece-me dizer: Ó Fialho, vai pró... mas depois há crianças a ver isto. É melhor não.

Ainda a propósito da frase de Fialho ("E penso que é um serviço que estou a prestar ao clube (ainda para mais gratuitamente, e sem ninguém me ter pedido), procurar explicar isto a quem me lê"), lembrei-me de um pequeno poema de Mário-Henrique Leiria. E versa assim:

«Telefonaram-lhe para casa e perguntaram-lhe se estava em casa.
Foi então que deu pelo facto. Realmente tinha morrido havia já dezassete dias.
Por vezes as perguntas estúpidas são de extrema utilidade.»