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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Benfica-Sporting: segundo raio-X

Nem o Benfica dava sinais de ir conquistar todos os títulos do ano após a vitória sobre o Estoril, nem o Benfica parece agora, depois da derrota contra o Sporting, que está prestes a iniciar uma época desastrosa. São 15 dias de preparação, muitos jogadores novos, capacidade física alterada, um adversário que ontem jogou muito mais próximo do onze com que irá entrar na maior parte dos jogos oficiais do ano. Após estes dois jogos, há sinais positivos, outros negativos. Há dúvidas ainda, há algumas certezas. Compararei os sinais que este jogo me trouxe com as primeiras impressões que escrevi após o jogo com o Estoril:

1) Uma inesperada (pelo parco tempo de preparação) sintonia entre os jogadores e uma boa assimilação da filosofia de Jorge Jesus: sa saída de bola, vimos o médio defensivo baixar para os centrais abrirem; vimos a compensação do extremo na subida do lateral; vimos a procura de alternar entre o jogo interior e a busca pela verticalidade dos extremos; vimos os movimentos de aproximação ao miolo por parte do avançado; tentativa de combinação em triângulos: «extremo, médio, avançado» ou «lateral, médio, extremo», consoante a zona do campo em que procurávamos a construção de jogo; compensação do médio-defensivo à subida dos laterais; procura (ainda difícil) de sintonia entre o médio defensivo e o médio de transição; movimentos de ruptura de um dos avançados, procurando deixar o terreno livre para a entrada ou do extremo em diagonal ou do outro avançado, com espaço aclarado; pressão alta e orientada para os espaços exteriores para logo "sufocar" o portador de bola com dois e três jogadores; trabalho nas bolas paradas. 


Não há muito a acrescentar ao que escrevi há dois dias atrás. A equipa está, de facto, surpreendentemente bem rotinada após tão pouco tempo e esse é um mérito indiscutível do homem que, compreensivelmente, vem dizer que "só trabalho não chega; tem de haver qualidade". É incrível como esta Direcção tem minado o trabalho de Jorge Jesus, este ano chegando ao cúmulo do ridículo, destruindo por completo uma equipa campeã nacional. Por outro lado, Jorge, este será o ano em que terás plantéis com a qualidade com que os teus antecessores tiveram de trabalhar. Vais poder mostrar que és melhor do que Fernando Santos, Koeman, Trapattoni, Quique e Camacho. Pelo menos é isso que esperamos de ti. 

2) Luís Felipe entra directamente para a Wall of Cepos. Todos os anos, por alguma estranha razão, o Benfica decide contratar um mau jogador. Não é possível acreditar que Jorge Jesus ou a equipa de prospecção do clube tenham vislumbrado qualidade em Luís Felipe, tão mau é o rapaz; logo, temos duas hipóteses para esta contratação: deu alguma comissão ao treinador, ao Presidente ou a outro gajo qualquer; é importante ter nos treinos uma referência no sentido de o mister poder explicar como não se joga futebol - «olhem para o Luís Felipe, aquilo é tudo aquilo que vocês não podem fazer!». Luís Felipe entra assim na Wall of Cepos, continuando a saga que se iniciou com Emerson e teve continuidade com Cortez. Se o primeiro ficou absurdamente uma época inteira a titular, contribuindo para não ganharmos o título, já o segundo ia ficando não fora termos emendado a mão no último segundo de Agosto. Espera-se que Luís Felipe possa seguir as pisadas de Cortez e ficar já encostado para sair em Janeiro. A diferença é que Cortez veio emprestado e este, se ficar os 5 anos ligado ao clube, custar-nos-á 2 milhões de euros. Só 400.000 a menos do que... Garay.

Há pessoas que não têm nem talento nem conhecimento do jogo para analisar rapidamente um jogador. Por isso pedem tempo, "é preciso esperar para ver", etc, etc. Na verdade, saber ver talento num jogador é mais difícil do que saber ver que ele é um mau jogador. E Luís Felipe, para quem sabe e quer ver, é de facto um mau jogador. E para isso não são precisos 3 meses de visualizações; bastam três ou quatro jogadas. 2 jogos depois, os sinais que a primeira jogada do Benfica-Estoril me deu continuam perfeitamente vivos. É o cepo do ano, como já é tradição com esta Direcção. Convinha assumir o erro - tal como com Cortez o ano passado - e contratar um lateral-direito que dê garantias. Fica, no entanto, a pergunta: como é possível alguém dentro do Benfica achar que um jogador mau como Luís Felipe tem atributos para ser contratado?

3) João Teixeira. Uma surpresa no onze e uma boa surpresa em campo, embora não tenha feito um jogo exemplar. Cometeu alguns erros compreensíveis pela natural ansiedade em mostrar serviço de um puto que tem qualidade: bolas perdidas em zonas cruciais, alguns erros no passe, nem sempre mantendo o equilíbrio posicional aquando das subidas dos laterais. Positivo: muito boa antecipação dos lances, entrando em desarmes que denotam concentração e capacidade para antever o jogo adversário; disponibilidade física; agressividade positiva, disputando cada lance com o espírito competitivo que se exige a um jogador do Benfica; visão de jogo, encontrando boas e inesperadas soluções mesmo quando estava pressionado; a procura pelo jogo vertical interior - quase sempre para Talisca ou Derley - dá bons indícios sobre a forma como interpreta o jogo. 


Não mudo uma vírgula das primeiras impressões. Acrescentaria apenas: com este plantel com tão pouca qualidade e quantidade no miolo, não integrar João Teixeira será um erro dos grandes. Se for preciso, mudem-lhe o nome. Muito bom jogador, John Texas.


Visto o segundo jogo destes dois reforços, mantenho uma dúvida - Benito - e ganho uma certeza - César. 

Sobre o primeiro, preciso apenas de confirmar o seu jogo contra uma equipa diferente do Sporting; ou seja, uma equipa que privilegie um ataque continuado e não, como os leões ontem fizeram, um jogo de contenção e cinismo. O Ajax será um bom teste para avaliar se as preocupações que tenho com Benito são reais ou se o jogador consegue ser um bom reforço. Defeitos: mau posicionamento em situação defensiva, não antecipando os movimentos do adversário e caindo excessivamente na "queima" que ou o faz perder o lance e deixar o extremo ficar isolado ou o força a um jogo demasiado faltoso; nas bolas paradas, Benito hesita muito e é várias vezes apanhado fora do seu espaço, deixando o adversário com tempo para executar; com bola, procura pouco o jogo interior e as combinações com os médios - recorrentemente dá no extremo, ao longo da linha, o que mostra uma compreensão deficiente do que é o jogo. Virtudes: compensa bem o lado contrário da defesa, sempre que a equipa está descompensada; mostra tranquilidade e segurança no seu jogo; boa condição física, subindo e descendo sem dificuldades e sem ficar com as costas desguarnecidas; boa eficácia de cruzamento; consegue ser desequilibrador quando se aventura em zonas ofensivas. Em resumo, não me parece ser o lateral titular de que o Benfica precisa. 

Sobre César, julgo que estamos perante uma boa contratação. Bom jogo nas alturas; excelente a antecipar os lances - pelo ar ou pelo chão -; forte no desarme; percebe bem a necessidade de ser fiel à linha defensiva; tem segurança com bola quando sai com ela ou passa para o miolo, sem dificuldades; lançado em velocidade com o adversário, mostra-se rápido e eficaz na procura do espaço que lhe garanta o desarme. Deve procurar menos os passes de risco para o lateral, quando este está pressionado - a equipa tem de ter mecanismos que o protejam dessa opção, mas o jogador deve também saber defender-se e defender o perigo para a equipa de uma perda de bola em zonas perigosas. Resumindo, tecnicamente capaz, atleticamente forte, tacticamente inteligente, César é já, se Lisandro sair, o segundo melhor central do Benfica e o previsível titular, se não contratarmos ninguém para a posição.


Nada acrescento a "talento puro" e "cabe a Jesus burilar este diamante.

6) Derley deixava água na boca no Marítimo e ontem confirmou todas as expectativas. Sendo titular ou vindo do banco, será uma das figuras da época 2014/2015. Tem golo; tem presença física; sabe deslocar os defesas para a entrada dos colegas; combina muito bem com os extremos, não raramente mudando de posição com eles; de fora para dentro é perigosíssimo, tanto em diagonais dentro da área como aparecendo à entrada da área para finalizar um cruzamento; sabe recuar, tabelar, abrir jogo e rapidamente procurar a bola no espaço; nas recuperações de bola em transição, é óptimo porque sai rápido e decide geralmente bem. Não é um 9 puro, é mais um Rodrigo. O que quer dizer que, se Cardozo sair ou se mantiver lesionado, o Benfica precisa de ir ao mercado para ter uma opção mais "posicional" no ataque.

Nada acrescento a "será uma das figuras da época".


Nada acrescento a "fica a ideia para o nosso mister reflectir" e "Luís Felipe é um feliz contemplado na Wall of Cepos".

8) Bernardo Silva não pode entrar só a 10 minutos do fim, para uma posição que não é a dele e depois concluir-se que "não serve". Se o Jesus quer desperdiçar talento puro de um puto que é benfiquista até ao tutano, pode dizê-lo publicamente; isto assim é que não. Se quer desculpas, arranje outras. Não vale é fingir que se aposta quando na verdade está-se a apostar em não apostar. 


Diz mesmo tudo. 



sábado, 19 de julho de 2014

Benfica-Estoril: primeiro raio-X

O primeiro jogo da pré-época nunca pode servir de motivo de depressão ou de euforia. Os jogadores têm apenas 15 dias de preparação, procuram ainda a melhor forma de interpretar a ideia de jogo que o treinador tem e entender os restantes colegas e seu tipo de jogo. É, portanto, apenas e só um gerador de primeiras impressões que necessitarão de mais base que as sustente. Sendo assim, vamos ao primeiro raio-X de 2014/2015:

1) Uma inesperada (pelo parco tempo de preparação) sintonia entre os jogadores e uma boa assimilação da filosofia de Jorge Jesus: sa saída de bola, vimos o médio defensivo baixar para os centrais abrirem; vimos a compensação do extremo na subida do lateral; vimos a procura de alternar entre o jogo interior e a busca pela verticalidade dos extremos; vimos os movimentos de aproximação ao miolo por parte do avançado; tentativa de combinação em triângulos: «extremo, médio, avançado» ou «lateral, médio, extremo», consoante a zona do campo em que procurávamos a construção de jogo; compensação do médio-defensivo à subida dos laterais; procura (ainda difícil) de sintonia entre o médio defensivo e o médio de transição; movimentos de ruptura de um dos avançados, procurando deixar o terreno livre para a entrada ou do extremo em diagonal ou do outro avançado, com espaço aclarado; pressão alta e orientada para os espaços exteriores para logo "sufocar" o portador de bola com dois e três jogadores; trabalho nas bolas paradas. 

Alguns dos pressupostos que orientam a filosofia de Jorge Jesus estiveram bem nítidos neste primeiro jogo. Ainda faltam alguns, os que mais dificilmente são explicáveis a jogadores que chegaram há 3 semanas e começaram a treinar há 2. No entanto, é positivo que tanto trabalho esteja a ser compreendido pelos atletas. É uma das grandes mais-valias do nosso técnico: em termos de treino, é dos melhores do mundo.

2) Luís Felipe entra directamente para a Wall of Cepos. Todos os anos, por alguma estranha razão, o Benfica decide contratar um mau jogador. Não é possível acreditar que Jorge Jesus ou a equipa de prospecção do clube tenham vislumbrado qualidade em Luís Felipe, tão mau é o rapaz; logo, temos duas hipóteses para esta contratação: deu alguma comissão ao treinador, ao Presidente ou a outro gajo qualquer; é importante ter nos treinos uma referência no sentido de o mister poder explicar como não se joga futebol - «olhem para o Luís Felipe, aquilo é tudo aquilo que vocês não podem fazer!». Luís Felipe entra assim na Wall of Cepos, continuando a saga que se iniciou com Emerson e teve continuidade com Cortez. Se o primeiro ficou absurdamente uma época inteira a titular, contribuindo para não ganharmos o título, já o segundo ia ficando não fora termos emendado a mão no último segundo de Agosto. Espera-se que Luís Felipe possa seguir as pisadas de Cortez e ficar já encostado para sair em Janeiro. A diferença é que Cortez veio emprestado e este, se ficar os 5 anos ligado ao clube, custar-nos-á 2 milhões de euros. Só 400.000 a menos do que... Garay.

3) João Teixeira. Uma surpresa no onze e uma boa surpresa em campo, embora não tenha feito um jogo exemplar. Cometeu alguns erros compreensíveis pela natural ansiedade em mostrar serviço de um puto que tem qualidade: bolas perdidas em zonas cruciais, alguns erros no passe, nem sempre mantendo o equilíbrio posicional aquando das subidas dos laterais. Positivo: muito boa antecipação dos lances, entrando em desarmes que denotam concentração e capacidade para antever o jogo adversário; disponibilidade física; agressividade positiva, disputando cada lance com o espírito competitivo que se exige a um jogador do Benfica; visão de jogo, encontrando boas e inesperadas soluções mesmo quando estava pressionado; a procura pelo jogo vertical interior - quase sempre para Talisca ou Derley - dá bons indícios sobre a forma como interpreta o jogo. 

João Teixeira, juntamente com Rúben Pinto, Bernardo Silva ou outros jovens da formação, não deve nada a putos que chegam vindos do estrangeiro. A única razão para não serem aposta prende-se com uma estratégia errada de modelo de gestão. No Benfica, pensa-se sempre em fazer lucro, mesmo que no saldo entre compras e vendas na era Vieira o prejuízo seja assinalável. Olhem para os putos, dêem-lhes reais oportunidades, que vão ver brotar daquele Seixal muito titular e muito "activo" que poderá ser vendido no futuro, além do contributo desportivo. Agora, é mesmo se apostarem neles e não se lhes derem um ou outro jogo de pré-época para logo serem encostados quando chegarem mais uns estrangeiros tipo... Luís Felipe.

4) Benito e César - ficam para outras núpcias. Tanto mostraram qualidades como defeitos. Prefiro ver o jogo de amanhã para não ter dúvidas sobre se são de facto reforços ou se estaremos perante jogadores medíocres.

5) Ola John. Um talento puro. É um dos meus jogadores preferidos e no qual tenho muita confiança. Espero poder ver este ano o Ola John de sempre com um acrescento em termos motivacionais e de espírito combativo. A qualidade que este miúdo tem merece ter consequência no relvado. E nós merecemos ter um Ola John a brilhar de águia ao peito. Cabe a Jesus burilar este diamante. 

6) Derley deixava água na boca no Marítimo e ontem confirmou todas as expectativas. Sendo titular ou vindo do banco, será uma das figuras da época 2014/2015. Tem golo; tem presença física; sabe deslocar os defesas para a entrada dos colegas; combina muito bem com os extremos, não raramente mudando de posição com eles; de fora para dentro é perigosíssimo, tanto em diagonais dentro da área como aparecendo à entrada da área para finalizar um cruzamento; sabe recuar, tabelar, abrir jogo e rapidamente procurar a bola no espaço; nas recuperações de bola em transição, é óptimo porque sai rápido e decide geralmente bem. Não é um 9 puro, é mais um Rodrigo. O que quer dizer que, se Cardozo sair ou se mantiver lesionado, o Benfica precisa de ir ao mercado para ter uma opção mais "posicional" no ataque.

7) Candeias. Imaginando que Gaitán fica (o que não é, de todo, expectável), para as alas teremos o argentino, Salvio, Ola John, Pizzi e Candeias. Não será injusto dizer que o último será a última opção. Tendo em conta que Maxi pode não ficar ou mesmo ficando tem, como teve sempre, problemas posicionais, que Cancelo não é opção para Jesus e que Luís Felipe é, enfim, mais um feliz contemplado na Wall of Cepos, diria que Candeias poderia dar um bom lateral. Fica a ideia para o nosso mister reflectir.

8) Jara - 5,5 milhões de euros - não é nenhum cepo, mas também não justifica ficar no plantel tendo em conta que temos Lima, Cardozo e Derley (e Nelson?). Vendia o gajo. 2 milhões seria um negócio implacável.

9) Aparecer de 5 em 5 minutos a cara do Presidente é uma coisa asquerosa. Esta lobotomia aos benfiquistas - que tem resultado - é demasiado degradante. Numa campanha de angariação de sócios, a escolha para ter como figura da mesma a cara do Presidente diz tudo de quem temos a desgovernar o nosso clube.

10) Calado se estivesse calado era um bom poeta calado. A Benfica TV tem um principal requisito: ser lambe-botas do Presidente, do treinador e de tudo o que se faz no clube. Mas também não exagerem. Nada justifica tanto melão.