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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Os legionários do «apoio na internet»




«Não fales nisso, que desestabilizas o clube», «fala baixo, que se alguém te ouve...», «é verdade, mas não digas que sabes...», «não devemos falar nisso porque depois vêm os adversários e os jornalistas e aproveitam o que estamos a dizer». 

Estes conceitos muito bacocos de uma quantidade substancial de pessoas que pululam pelas redes sociais não são mais do que:

1) uma sobrevivência do «espírito Estado Novo», em que os assuntos, verdadeiros ou não, não devem ser discutidos sob pena de aparecer o papão e, zás!, nos engolir;

2) a consequência de uma patológica paranóia, a qual as faz acreditar que uma conversa num blogue desestabiliza um clube com a dimensão do Benfica, ou que os jogadores andam a ler o que escrevemos numa caixa de comentários de um post banal numa página de facebook;

3) uma profunda paranóia que se tivesse algum sentido real - ou seja, um texto que aponte alguma crítica fundamentada a algo mal feito no clube conseguir, de facto, desestabilizar jogadores, treinadores ou dirigentes -, no fundo seria a assumpção da perfeita incompetência da Direcção. Só uma estrutura profunda e visceralmente fraca podia sofrer abalos com textos de blogues;

4) a cultura da censura. Sem se aperceberem, os oligofrénicos que defendem isto estão a perpetuar não só a sombra salazarento-católica da defesa da ausência de liberdade em prol do conjunto como também da perseguição a quem não cala a boquinha. Algo experimentado com muito sucesso na Alemanha de Hitler ou na Rússia de Estaline.

5) o evidente desconhecimento do que é o Benfica e o benfiquismo. Um clube que nasceu, cresceu e se tornou maior do que Portugal enraizado numa tradição democrática não tem qualquer semelhança com o clube que estes ditadorzecos de pacotilha defendem.

Curiosamente, ou não, a grande fatia dos que defendem estas ideias de merda não põe os pés no estádio e o único «apoio» que conhece é o «apoio da internet». O «apoio da internet» define-se assim: ausência de massa crítica, gritos diários de interjeições como «Deves querer voltar aos tempos do Vale e Azevedo!» ou «O Vieira é o meu Padrinho!» ou «Nem as pedras da calçada tínhamos!», falta de civismo e insultos aos outros benfiquistas que têm uma opinião. 

Estivéssemos a discutir Benfica na Farmácia Franco em 1904 e este grupo de caciques de casa-de-banho seria recambiado para um barquinho no Tejo, onde ficaria trinta e dois anos a marinar até ingressar na Legião Portuguesa, vindo a cumprir ordens e a exercer extraordinário «apoio» à causa sob a supervisão de Góis Mota, Comandante e Secretário-Geral da mesma e antigo Presidente do Sporting.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O país da carneirada



Saviola veio para o Benfica e fez uma grande primeira época. Na retina ficaram vários golos maravilhosos demonstrando uma grande inteligência, uma capacidade para combinar com Aimar e Cardozo fora do comum e um oportunismo que rendeu vitórias.

Embriagado pelo êxito, mas sem os mesmos jogadores que lhe asseguravam os equilíbrios, Jesus decide manter o mesmo modelo, exigindo coisas diferentes aos que ficaram. Por causa dessa estratégia, Saviola passa de titular indiscutível para o banco dos suplentes. Apesar desse início difícil, Saviola reconquista a titularidade marcando golos e dando a marcar, sendo instrumental na longa série de vitórias. A inteligência mantém-se mas começa a perder a velocidade e portanto começa a espalhar-se a ideia que o Saviola deixou de correr.

Na terceira época, relegado da 3.ª para a 4ª ou 5.ª opção no ataque, as presenças de Saviola são muito mais esporádicas. Os novos Goebbels rapidamente espalham a teoria que Saviola está velho e que é um jogador demasiado caro para a pouca utilização que tem. Não interessa que se utilizem jogadores menos inteligentes do que ele, mas são mais novos e mais rápidos, são mais baratos e têm maior potencial de valorização, portanto criam-se os cenários que os idiotas tanto gostam, Saviola é um gajo bom nas primeiras épocas nos clubes mas depois vai-se abaixo.

Não interessa que seja mentira, não interessa que no Benfica tenha sido o treinador que o tenha preterido em detrimento de outros com menos capacidades, interessa ainda menos que não se aproveite a sua inteligência e se lhe peça para ser um velocista, nada disso interessa. O que interessa à carneirada é que Saviola está velho, já não é rápido, já não marca golos, e é um jogador muito caro. Por isso, a sua saída era mais que exigida pela turba.

E todos aplaudiram essa saída. Afinal de contas, não interessava nada que o Benfica perdesse o valor todo investido no passe, pois as amortizações não foram compensadas por qualquer valor associado à transacção para o Málaga. O que são 5 ou 6 milhões deitados à rua ? Sidnei custou 7 e Jara 5,5. O que interessa é que o Benfica poupou muito dinheiro em salários pois era um jogador caro. Acredito sem dúvida que fosse um jogador caro, agora não me venham atirar areia para os olhos a dizer que se poupou dinheiro.

Os quase 7 milhões de euros em custos que o Benfica teve que suportar com a saída de Saviola são a prova provada que o Benfica nada poupou com a sua saída, mas os factos interessam pouco à carneirada. O que lhes interessa são as tretas que são diariamente vendidas nos pasquins do costume. No ano passado preparam a cama de Saviola, não o deixaram assinar por outra equipa em Janeiro com medo do destino que ele escolhesse. Este ano, a cama já está preparada para outro. A carneirada já engoliu as mentiras e já as repete frequentemente.

Será que adivinham quem está também na rota de saída e que toda a gente vai aplaudir como mais uma boa medida de gestão ?