Photo © Ilse Moore |
devolve-me todos os silêncios do rosto.
a canção ofegante do sono, o não acordar das manhãs.
devolve-me tudo.
poderei falar-te da lava onde repousaste e das tardes úmidas
da pele nas águas.
os corpos crescendo no manto das ondas.
devolve-me todos os silêncios, a pausa triste da mão sobre
a noite.
a fugacidade dos olhos sobre o campo.
poderei falar-te da paz de uma ilha e dos braços sobre a
alegria das dunas, o crepúsculo avançando sobre a muralha.
Ângela Almeida