Estou de volta... como a primavera!

"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa..."

Manuel Antonio Pina
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Saudade"


Desconheço a autoria da imagem

De quem é esta saudade
Que meus silêncios invade.
Que de tão longe me vem?

De quem é esta saudade,
De quem?

Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
Aqueles lábios - desejo...

E estes dedos engelhados.
E este olhar de vã procura,
E esta boca sem um beijo...

De quem é esta saudade
Que sinto quando me vejo?

Gilka Machado
in"Velha Poesia"


domingo, 15 de março de 2009

TERTULIA VIRTUAL - DESEJO

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Hoje é dia 15, dia de TERTULIA VIRTUAL, uma adorável interação entre os Blogs participantes, promovida por Jorge Pinheiro (Expresso da Linha) e Eduardo P.L. ( Varal de Idéias). Neste mês de Março o tema é DESEJO.
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.Optei por postar três poemas dessa que considero a POETISA DO DESEJO:
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Os versos de Gilka falam do desejo da mulher de se libertar dos preconceitos e falsos moralismos do início do século passado (... que sobrevivem nos dias de hoje). Falam sempre sobre a condição feminina, de forma super audaciosa para sua época.
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Apreciem:
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Fecundação
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Teus olhos me olham
longamente,
imperiosamente
de dentro deles teu amor me espia.
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Teus olhos me olham numa tortura
de alma que quer ser corpo,
de criação que anseia ser criatura
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Tua mão contém a minha
de momento a momento
é uma ave aflita
meu pensamento
na tua mão.
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Nada me dizes,
porém entra-me a carne a persuasão
de que teus dedos criam raízes
na minha mão.
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Teu olhar abre os braços,
de longe,
à forma inquieta de meu ser,
abre os braços e enlaça-me toda a alma.
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Tem teu mórbido olhar
penetrações supremas
e sinto, por senti-lo, tal prazer,
há nos meus poros tal palpitação,
que me vem a ilusão
de que se vai abrir
todo meu corpo
em poemas.
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Esboço
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Teus lábios inquietos
pelo meu corpo
acendiam astros...
e no corpo da mata
os pirilampos
de quando em quando,
insinuavam
fosforecentes carícias...
e o corpo do silêncio estremecia,
chocalhava,
com os guizos
do cri-cri osculante
dos grilos que imitavam
a música de tua boca...
e no corpo da noite
as estrelas cantavam
com a voz trêmula e rútila
de teus beijos...
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Volúpia
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Tenho-te, do meu sangue alongada nos veios,
à tua sensação me alheio a todo o ambiente;
os meus versos estão completamente cheios
do teu veneno forte, invencível e fluente.
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Por te trazer em mim, adquiri-os, tomei-os,
o teu modo sutil, o teu gesto indolente.
Por te trazer em mim moldei-me aos teus coleios,
minha íntima, nervosa e rúbida serpente.
..
Teu veneno letal torna-me os olhos baços,
e a alma pura que trago e que te repudia,
inutilmente anseia esquivar-se aos teus laços.
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Teu veneno letal torna-me o corpo langue,
numa circulação longa, lenta, macia,
a subir e a descer, no curso do meu sangue.
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Esta postagem faz parte da Tertúlia Virtual, promovida por Jorge Pinheiro (Expresso da Linha) e Eduardo P.L. ( Varal de Idéias).
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sexta-feira, 11 de julho de 2008

"Saudade"

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De quem é esta saudade
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?
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De quem é esta saudade,
de quem?
.
Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...
.
E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...
.
De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?
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Gilka Machado

quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Há certas almas
como as borboletas,
cuja fragilidade de asas
não resiste ao mais leve contato,
que deixam ficar pedaços
pelos dedos que as tocam.
Em seu vôo de ideal,
deslumbram olhos,
atraem as vistas:
perseguem-nas,
alcançam-nas,
detêm-nas,
mas, quase sempre,
por saciedade
ou piedade,
libertam-nas outra vez.
Elas, porém, não voam como dantes,
ficam vazias de si mesmas,
cheias de desalento...
Almas e borboletas,
não fosse a tentação das cousas rasas;
- o amor de néctar,
- o néctar do amor,
e pairaríamos nos cimos
seduzindo do alto,
admirando de longe!...
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Gilka Machado

quarta-feira, 14 de maio de 2008

"O Retrato Fiel"

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..
Não creias nos meus retratos,
nenhum deles me revela,
ai, não me julgues assim!

Minha cara verdadeira
fugiu às penas do corpo,
ficou isenta da vida.
Toda minha faceirice
e minha vaidade toda
estão na sonora face;

naquela que não foi vista
e que paira, levitando,
em meio a um mundo de cegos.

Os meus retratos são vários
e neles não terás nunca
o meu rosto de poesia.

Não olhes os meus retratos,
nem me suponhas em mim.

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Gilka Machado

Interlúdio com ...

Will You Still Love Me Tomorrow - Norah Jones

Will You Still Love Me Tomorrow

Norah Jones

Tonight you're mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
or just a moment pleasure?
Can I believe the magic of your sight?
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?

I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now cause I won't ask again
Will you still love me tomorrow?

Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

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