Não me venham falar que tudo passa,
que amanhã será um outro dia!
Que esta tristeza nada mais é que a ressaca,
do amor que ainda em mim gemia...
Estrofe que termina com rima ao passado?
Falta de inspiração trazê-la ao presente...
Geme ainda o amor em meu peito,
ainda que esteja ausente!
Não me venham com conversa fiada
que amanhã encontrarei outra pessoa!
É num piscar de olhos encontrar a pessoa
errada...Sair machucando os outros, assim, à toa?
Não me venham dizer que eu não mereço!
Sabem do que causei, o preço?
É muito? É pouco?
Tão fácil medir a dor do outro!
Serei perdoado?
Quem me garante?
Se a dor da alma é ignorante e concisa!
Haverei de amar muito mais que antes?
Medir meu amor de quem a conta precisa?
Amei de menos...Demais?
Existe por acaso qualquer instrumento
que possa medir o amor aqui dentro?
Meus ais?
Não me venham com conversa fiada!
Possui faca amolada a saudade
e corta o coração da gente...
Se não eu? Quem sente?
Quem?
A dor é minha!
Inteirinha, inteirinha...
Também a culpa, só minha,
de mais ninguém!
E, deste fel que eu mesmo fiz devo provar!
Envelhecido nos tonéis de meus erros...
Não me venham consolar!.
José Geraldo Martinez