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sábado, 25 de março de 2023

A imagem do dia


Carmen Jordá é daquelas poucas pessoas que pode-se dizer que estava no desporto errado. E as suas atitudes também não ajudaram muito no preconceito que muitos tem em relação às mulheres ao volante. A piloto espanhola nunca teve uma carreira por ali além, e depois de uma passagem pela GP3 em 2012, e ter posado al lado de um Lotus de Formula 1 - com a promessa de dar umas voltas em Paul Ricard - nunca mais deu nas vistas. 

Até agora. Ela regressou, mas pelas piores razões: atropelou uma pessoa. Duas vezes.

O incidente aconteceu no passado dia 9 de março, à porta de uma clinica em Madrid mas foi denunciado no dia 15. A discussão aconteceu porque Jordá estava a fazer um tratamento estético, que lhe custou 300 euros. Ela disse que não iria pagar, e discutiu com a proprietária. Quando ela saiu do edifício, esta colocou-se à frente do carro de Jordá, que não hesitou em passar por cima. Duas vezes. 

Levada ao hospital, diagnosticaram-lhe ferimentos ligeiros, apesar de ter sido projetada no impacto para outros carros no parque de estacionamento da clinica de tratamento. 

À Telecinco espanhola, a vitima explicou o que aconteceu:

Carmen ligou o carro, engatou a marcha atrás, batendo várias vezes no meu corpo. Fui até ela para informar se ela estava ciente da barbaridade que estava fazendo, e ela respondeu: 'Se eu estiver te atropelando, saia da frente'”, explicou a mulher, antes de ser atropelada... a seguir.

Fui arremessada uns três ou quatro metros. Caí sobre os veículos que estavam estacionados do outro lado. Após estes acontecimentos, Carmen Jordá saiu do local às pressas, conduzindo com a porta do passageiro aberta”, acrescentou.

"Desde que tudo aconteceu, sofro de ansiedade generalizada, estou muito nervosa, tenho dificuldade de dormir, tenho um comportamento apático. Eu não sinto vontade de conversar ou sair. Não consigo encontrar uma explicação lógica para o comportamento de Carmen Jordá.", concluiu.

No caso de Jordá, não comentou os eventos nos quais ela provavelmente não saiu muito bem na fotografia. . 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Youtube Motorsport Video: Porquê falar de Carman Jordá?

Mulheres no automobilismo é algo raro como diamante, e sempre que aparece alguém que é uma mais-valia para a modalidade, é alguém que deveria ser acarinhada e valorizada, como Michele Mouton e Danica Patrick, por exemplo.

Contudo, há quem não tenha isso e insiste em pisar essa parte, em prejuízo de todas. Hoje, o Josh Revell decidiu falar sobre Carmen Jordá, uma catalã que pensava que era piloto, mas na realidade, foi por causa de garotas como ela que a FIA decidiu apertar no critério da Super-Licença, para que as mais capazes pudessem subir mais acima na escada rumo à Formula 1.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Noticias: Sete mulheres vão testar um Formula E

Sete mulheres vão testar um Formula E numa sessão de testes após a ronda inaugural da competição, em Riyadh, na Arábia Saudita. E entre elas quase todas as mulheres-piloto que existem no automobilismo de monolugares. As mulheres escolhidas foram as britânicas Jamie Chadwick e Katherine Legge, a árabe Amina Al Qubaisi, a espanhola Carmen Jordá, a holandesa Beitske Visser, a colombiana Tatiana Calderon e a suíça Simona de Silvestro

Como já foi dito na véspera, Calderon correrá pela Techeetah, enquanto Jordá fará pela Nissan e.dams. Já a holandesa Visser andará no BMW Andretti, com Qubaisi a fazer pela Virgin. Já Chadwick andará pela NIO, Silvestro pela Venturi - ela é piloto oficial de testes e simulador - e Legge, que também já fez algumas corridas, fará pela Mahindra.

O teste vai ser feito nos dias a seguir à corrida saudita, que vai acontecer no dia 15 de dezembro nas ruas de Riyadh.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Noticias: Anunciada a W Series

A W Series, uma competição destinada apenas para mulheres, foi hoje anunciada em Londres. Com Carmen Jordá como promotora, e apresentado por David Coulthard, será uma competição que começará no próximo ano e contará com 18 participantes, que correrão em chassis Tautuus de Formula 3, em diversas corridas na Europa, com a duração de meia hora cada uma.

Os prémios prometem ser compensadores: a vencedora ganhará meio milhão de dólares (cerca de 480 mil euros), num total de 1,5 milhões (1,3 milhões de euros).

Segundo conta a organização, as candidatas aprovadas seráo submetidas a um programa de treino completo, centrado em técnicas de direção, exposição em simuladores, abordagens técnicas de engenharia, condicionamento físico e exposição aos media, entre outros. Os conselheiros serão, para além de Coulthard, Adrian Newey, Dave Ryan, que geriu equipas como McLaren e Manor, e Matt Bishop, jornalista e relações públicas da McLaren F1.

Para ser um piloto de corridas bem-sucedido, é preciso ser habilidoso, determinado, competitivo, corajoso e fisicamente apto, mas não é necessário possuir um nível de força super-poderosa, que alguns desportos exigem. E não é preciso ser um homem. É por isso que criámos a W Series, pois acreditamos firmemente que pilotos femininos e masculinos podem competir uns com os outros em igualdade de condições, se tiverem as mesmas oportunidades. De momento, porém, as mulheres tendem a alcançar um ‘teto de vidro’ em torno da GP3/Fórmula 3, na sua curva de aprendizagem, muitas vezes como resultado de uma grande falta de financiamento, e não tanto de falta de talento", começou por dizer Coulthard.

"É por isso que é necessária uma nova competição, a W Series, que pode estabelecer um habitat competitivo e construtivo de automobilismo, no qual as nossas pilotos poderão desenvolver o conjunto de habilidades necessárias para seguir em frente, até às atuais competições tradicionais de alto nível e competir com os melhores pilotos masculinos, em igualdade de condições”, concluiu.

Contudo, para além de apoiantes, há detratoras. Uma das que reagiu à W Series foi Pippa Mann. A piloto britânica, que corre na IndyCar Series, criticou violentamente a competição na sua conta do Twitter. Chamando-a de "Handmaid Racing Series", em relação à serie "The Handmaid's Tale" que passa na Netflix, afirmou que "é um dia triste para o desporto".

"Aqueles que têm dinheiro escolheram segregar em vez de apoiar. Estou desiludida por ver este passo atrás a se concretizar durante a minha existencia", comentou.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Outra vez as mulheres

Outra vez as mulheres? Pois... sabem como é, quando a Carmen Jordá abre a boca, sai asneira. Pode estar a aprender as manhas de Bernie Ecclestone ou de Niki Lauda, sendo politicamente incorreta e defender uma via que muitos não gostam, mas a coisa boa é que quando fala, todos comentam o assunto, mesmo que ela refira os piores motivos.

Contextualizando: no fim de semana que passou, Jordá foi experimentar um Formula E no México. No final, disse que o bólido seria melhor para as mulheres porque - alega ela - tinha... direção assistida. Ou seja, por causa do físico, as mulheres não são capazes de guiar um Formula 1. Pilotos como Robin Frijns e Jenson Button foram logo a público responder que não era assim, especialmente o campeão do mundo de 2009, que respondeu da seguinte forma:

"Oh Carmen, você não está ajudando as pilotos de corrida femininos com este comentário. Prtgunta a @DanicaPatrick sobre ser [forte o] suficiente para dirigir um carro de corrida! Ela chutaria meu traseiro no ginásio e ela provavelmente é tão forte como qualquer piloto na grelha de partida da Formula 1 agora. A barreira física não é problema, Carmen".

Já agora, só para as estatísticas: a Formula E já teve três mulheres piloto na sua história: Katherine Legge, Michela Cerrutti e Simona de Silvestro. Apenas a suíça pontuou, com dois nonos lugares em 2015-16, ao serviço da Andretti. Agora está na Austrália, a correr nos V8 Supercars.

Em suma, Jordá calada seria uma poetisa digna de um Nobel. Mas se quisermos ver de outra forma, se calhar ser a mázinha da fita poderá fazer com que haja mudanças na maneira como as coisas são feitas e acalentar a discussão. Má, mas a acontecer. E havia coisas que já deveriam estar a acontecer há muito tempo e só acontecem agora.

Um exemplo: ontem, em Genebra, a FIA lançou um "Karting Challenge" para as raparigas entre os doze e o 18 anos, que vai decorrer em oito países, Portugal incluído, e o objetivo é atrair o maior número de jovens para experimentarem a modalidade. As melhores irão disputar uma grande final em Le Mans, no final do ano.

Quanto à FPAK (Federação Portuguesa de Automobilismo e Kerting), esta terá como missão organizar esses eventos e fazer a seleção nacional para a final francesa. “A importância do desporto automóvel português no panorama europeu. Atrair mais mulheres para a nossa modalidade é uma das grandes missões desta direcção. Será um enorme desafio colocar de pé estas duas iniciativas em consonância com as directrizes da FIA e da União Europeia. Estamos a planear desenvolver uma das ações a Norte e a outra a Sul e procurar envolver o maior número de jovens possível. Temos a certeza que a dinâmica imposta vai ser atractiva de forma abrangente e uma mais-valia para o nosso desporto”, disse Ni Amorim, o presidente da FPAK.

Sempre defendi a igualdade, para ser honesto, mas pelos vistos, daquilo que se lê nas caixas de comentários (nada recomendáveis, eu sei, mas não se consegue escapar...) parece que ou apareci demasiado antes de tempo ou vivo num mundo paralelo. É que a maior parte das pessoas que opinam sobre isso referem que as mulheres no automobilismo, no seu melhor, deveriam estar numa categoria à parte, como acontece no futebol, ténis, ciclismo, atletismo, etc. Eu não defendo isso porque é uma medida de discriminação. E todas essas modalidades mostram isso. E mesmo as mais desenvolvidas, as mais profissionais - dou o exemplo do ténis - descriminam as atletas femininas em comparação com as masculinas no "prize money". Se dão um milhão de dólares a um Roger Federer, um Rafael Nadal ou Novak Djokovic, para uma Serena Williams ou uma Gabrine Murguza, vão lhes dar 75 por cento desse "prize money", na melhor das hipóteses.

E essa defesa, por muito que seja justificada, não serve. Só serve para as colocar numa posição inferior para sempre. Alguém imagina uma "Formula 1 feminina"? A acontecer, como seria a distribuição dos prémios? Que tipo de carro teriam? Quem é que iria apostar nisso? Alguém já se questionou porque é que não temos nada disso até agora? É simples: uma mulher-piloto não rende dinheiro, pelo menos na Europa. Porque na América, outro galo canta. E o exemplo da Danica Patrick está aí para que todos possam ver.

O exemplo da FIA é de louvar, porque é um principio. Mas depois vêm o resto, porque elas vão passar pela mesma coisa que passam os rapazes, quando fazem a transição para os monolugares: arranjar dinheiro para pagar uma temporada. O automobilismo é caro, muito caro. Não é só nas pistas, como também é no rali e nos turismos. E claro, elas estão sujeitas à mesma coisa: se não arranjam dinheiro, penduram o capacete e vão se dedicar a outra coisa na vida.

Mas não é só como pilotos que as mulheres deveriam se dedicar no campo do automobilismo. Precisam-se de engenheiras e mecânicas, por exemplo. Quem conhece minimamente os cursos universitários, sabe que as faculdades de engenharia são praticamente o último reduto masculino, porque a maior parte dos alunos são homens e boa parte dos professores são do sexo masculino. Pode-se dizer que a matemática é um grande obstáculo, mas também há professoras de matemática e de fisico-quimica, não é? Não deve ser por aí, deve ser por algo mais. 

O automobilismo sempre foi um reduto machista, mas tem de se mexer para não ser considerado como "o último reduto do homem branco". O que acontecer quando aparecer uma mulher piloto que for um pouco acima da média, como uma Michele Mouton, há 40 anos? Cortam-se as asas? Mandam dizer-lhe que o seu lugar é na cozinha? Ou passarão vergonha por parte da sociedade, e sentirão as consequências, porque o mundo está a mudar?

Enfim, é uma discussão longa de um problema que tão cedo não vai ter um fim à vista. É uma questão geracional, que está à espera de uma nova geração que veja isto como uma injustiça e esteja disposta a corrigir e resistir aos chamamentos das pessoas que se queixam de serem policiados pelo "politicamente correto" quando a Formula 1 e outros desportos decidiram tirar as "grid girls" da pista - e agora, dos Salões do Automóvel...

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

No Nobres do Grid deste mês...

"No final do mês passado, a FIA elegeu (de novo sem oposição, diga-se) Jean Todt para mais um mandato à frente da entidade que governa o automobilismo mundial. No meio dos vários nomes que Todt nomeou para os vários lugares e dossiers que ele abre dentro da FIA, um lugar em particular causou atenção. Numa categoria, ao que se chamou de “mulheres no automobilismo”, Todt nomeou a espanhola Carmen Jordá, de 29 anos de idade. A escolha de Jordá não foi consensual, tendo até sido mal recebida entre as mulheres-piloto, que sendo uma minoria, existem.

A critica mais vocal sobre este assunto foi a britânica Pippa Mann. A piloto de 33 anos, que tem participações nas 500 Milhas de Indianápolis e venceu corridas na Indy Lights, afirmou na sua conta de Twitter afirmando o seguinte:

"Querida FIA, se as noticias que ouvi forem as corretas, e vocês nomearam um piloto sem resultados de relevo, que não acredita que compitamos como iguais neste desporto, como representante das mulheres no automobilismo, então estou incrivelmente desapontada. Sinceramente, uma corredora da #Indy500 e uma vencedora na #IndyLights".

(...) Só que o aparecimento de Jordá e a sua nomeação para a o tal cargo na FIA surge numa altura em que se soltou o rumor de que poderia estar a ser planeada uma competição feminina de automobilismo. Em princípio, seria para 2019, e tem entre eles outro espanhol, Félix Portero, que correu na GP2 há uns dez anos. E no meio disto tudo, surge outro nome, esse bem mais conhecido: Bernie Ecclestone.

O velho Bernie não é fã de mulheres no automobilismo. Na década passada, disse que Danica Patrick “daria um belo acessório” e não acredita na igualdade entre homens e mulheres no automobilismo. E dada a sua idade e a sua mentalidade, não é novo e nem é surpreendente. É a visão antiga e machista de que as mulheres não servem mais do que “grid girls” e sorrirem perante as câmaras. Contudo, estamos no século XXI e é altura de mudar as mentalidades neste campo. (...)

A minha última crónica do ano foi dedicada a comentar sobre a escolha de Carmen Jordá como representante da FIA para as mulheres no automobilismo. Uma escolha polémica por duas razões: a falta de palmarés no automobilismo e o facto de defender uma politica segregacionista - uma competição à parte para elas - quando se sabe que há rumores sobre isso, e alguns a dizerem que poderá vir da mente ou teria o apoio de Bernie Ecclestone, até para desestabilizar o negócio da Formula 1, agora que tem novos proprietários.

Algumas mulheres disseram ir contra isso, afirmando que não existe o apoio suficiente para que elas possam progredir no automobilismo, a mostram como exemplo os Estados Unidos, onde pilotos como a Danica Patrick podem singrar entre os homens, e até vencer.

Tudo isto e muito mais este mês, no site Nobres do Grid

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Noticias: Bia Figueiredo não gostou da escolha da FIA

A escolha de Carmen Jordá por parte da FIA para estar na frente da comissão para as mulheres no automobilismo não agradou às mulheres que competem nesta modalidade. A sua visão, onde acredita que as mulheres deveriam competir numa classe à parte dos homens não é aceite por muitas delas, que já expressaram essa opinião contrária.

A brasileira Bia Figueiredo, que corre atualmente na Stock Car Brasil depois de ter corrido na IndyCar, afirmou que existem pessoas com melhor palmarés do que Jordá nesse assunto.

"Eu já ouvi falar que ela tem essa opinião, que é diferente da minha, até porque competi com homens a vida inteira. Talvez tenha dificuldades por ser mulher no automobilismo. Mas cara, ganhei corrida de Indy Lights, ganhei corrida de Fórmula Renault, então acho que tem uma possibilidade, tem que se dedicar de verdade. Então provavelmente não seja a pessoa mais aconselhada", começou por dizer a piloto brasileira numa entrevista ao site brasileiro Grande Prêmio.

Ela acredita que a escolha de Jordá por parte da FIA é sinal de que ainda está muito centrada na Europa. "Há algumas pilotos que competiram muito bem. A FIA acaba se centrar muito na Europa, ela não abre muito espaço para pilotas sul-americanas, norte-americanas, e isso acaba limitando. A Europa é um continente um pouco mais cabeça fechada para essa parte de mulher no automobilismo", continuou.

Figueiredo, porém, gosta que essa comissão fosse liderada por alguém como Michele Mouton, quatro vezes vencedora de ralis e vica-campeã do mundo em 1982, a bordo de um Audi Quattro.

"É uma pessoa extremamente, muito alinhada com esse pensamento [de que as mulheres podem competir igual a igual com os homens], campeã de etapa do Mundial de Rali. Então não tem problema. Acho que se de alguma forma a FIA está abrindo espaço para a mulher é importante. E a gente vai colocando as pessoas adequadas lá dentro", concluiu.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Mais polémica sobre o campeonato feminino

Para quem não sabe, houve eleições na FIA - eu sei, parecendo que não, é uma instituição e não uma empresa - e Jean Todt decidiu continuar a ser presidente, talvez para o resto da sua vida (tem 72 anos), e nomeou vários vice-presidentes para um pouco espalhar o seu poder na instituição. Uma das comissões é a das Mulheres no Automobilismo e ele nomeou para lá uma pessoa que se afirma como piloto, a espanhola Carmen Jordá. A sua carreira é mais do que conhecida, e os seus resultados fazem com que a Milka Duno seja considerada como piloto. Claro, ela está orgulhosa pela sua nomeação, mas houve quem reagisse a essa nomeação. Foi outra piloto, a britânica Pippa Mann.

Mann - que anda na IndyCar e venceu corridas na Indy Lights - reagiu à sua nomeação na sua conta pessoal do Twitter afirmando o seguinte: 

"Querida FIA, se as noticias que ouvi forem as corretas, e vocês nomearam um piloto sem resultados de relevo, que não acredita que compitamos como iguais neste desporto, como representante das mulheres no automobilismo, então estou incrivelmente desapontada. Sinceramente, uma corredora da #Indy500 e uma vencedora na #IndyLights".

Como é sabido, Mann disse esta semana que estava contra a ideia de um campeonato feminino de automobilismo, afirmando que seria uma maneira de perpetuar a segregação entre homens e mulheres, quando a FIA deveria apoiar eram as mulheres que pretendem subir a escada das competições de acesso, mas que não tem condições para tal.

Não negando a Jordá em si, creio que existe uma grande quantidade de mulheres que fizeram resultados bem melhores do que ela. Não vou dizer que conseguiu o seu lugar na Formula 1, como piloto de testes da Lotus, porque era bonitinha e precisavam de uma modelo para posar com um fato e capacete de competição, mas de uma certa forma, apenas deu razão a Bernie Ecclestone quando gosta de afirmar que as mulheres não passam de acessórios. E claro, isso é insultuoso para todos os que acreditam na igualdade e que as mulheres deveriam ter uma chance neste meio.

Contudo, O que se passa neste momento é mais ou menos público: há rumores de um campeonato feminino, do qual querem erguer por volta do final desta década. Há um nome envolvido - outro espanhol, Felix Portero - mas também se ouve que nos bastidores anda Bernie Ecclestone. Mesmo retirado da Formula 1, mesmo ter vendido todas as suas ações, mesmo multimilionário e com quase 90 anos, parece que ele tem o vicio do automobilismo no seu sangue. E de controlar tudo, de uma certa forma. Ainda tem lucidez suficiente para amaldiçoar a Liberty Media, pois ainda tem os seus papagaios para dizer o que pensa, de forma politicamente incorreta, sobre a Formula 1 atual, e se tiver a chance de minar todo o processo, ele fará isso.

Contudo, rumores são rumores, e historicamente, é sabido que ele também nunca gostou muito da FIA. Logo, se é uma jogada para provar o seu ponto de vista sobre mulheres ao volante, então pode-se dizer que é uma jogada muito estranha. Será que ainda tem fome de poder? Ou quererá provar algo?

Uma coisa e certa: Carmen Jordá não é a mulher indicada para estas coisas. Mais parece alguém que gosta dos bastidores e vestiu um fato e fez algumas corridas para poder dizer aos quatro cantos que andou em carros de competição. Se for assim, então, é qualquer um. E claro, o receio que que isto não ajudará a causa feminina é bem real.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A resposta de Jordá

As declarações de Marco Sorensen causaram alarido, e como é sabido, causaram dúvida sobre a capacidade de Carmen Jordá de pilotar e a razão pelo qual ela foi escolhida pela Renault para lá ficar como piloto de testes. 

A catalã respondeu hoje com... ironia. Em declarações ao jornal espanhol AS, Jordá afirma que "nunca o viu em Enstone", e que esteve bem perto das marcas de Romain Grosjean no simulador do que ele afirmava.

"Nunca o vi em Enstone [fábrica da equipa]. Ano passado ele não fazia parte da equipa. Gostaria que ele focasse em sua carreira. Não é certo que, para falar sobre si mesmo, tenha de usar os outros, e eu especificamente", começou por afirmar.

"Acho incrível que ele [Sorensen] diga isso [os doze segundos de diferença no simulador]. No ano passado, no simulador, eu costumava ficar a mais ou menos um segundo do Grosjean. Se você confiar nos números dele… se alguém batesse o Grosjean em onze segundos, tenho a certeza de que todas as equipas de Formula 1 assinariam com ele", ironizou.

Seria interessante se ela provasse em pista as suas afirmações.

Como estragar a causa feminina no automobilismo

Até parece que estamos no espírito da época, mas não. No dia de Carnaval, o site brasileiro Grande Prêmio fala hoje de um desabafo do piloto dinamarquês Marco Sorensen, em que refere que foi dispensado das suas funções de piloto de testes - e simulador - na Lotus, em detrimento da espanhola Carmen Jordá. Sorensen, que andava na World Series by Renault, deu uma entrevista ao jornal local "Exstra Bladet" onde referiu o seguinte:

Ela [Carmen Jordá] era 12 segundos mais lenta do que eu no simulador”, revelou. “Ainda assim, ela ficou com o prémio. Nos últimos dois anos, passei pelo menos 60 dias no simulador, que é mais ou menos o mesmo de Kevin [Magnussen] na McLaren”, comparou. “Então me senti violado ao ponto de, por fim, isso se tornou demais e eu tive de parar”, justificou.

Não fico surpreso com as afirmações do Sorensen, o que me choca é saber que ela, sendo extraordinariamente lenta, é recompensada, em vez de ser o contrário. Doze segundos é chocante, esperava que fosse metade, pelo menos, mas parece que ali, mais parece uma amadora que veste uma fantasia de Carnaval. É demasiado chocante para ser verdadeiro.

Sabia que Jordá nunca tinha feito nada de relevante. Lembro-me que em 2011, a GP3 teve três mulheres na grelha: a italiana Vicky Piria, a britânica Alice Powell e Jordá. Powell era a que tinha maior potencial, e chegou a pontuar na última corrida do ano com um oitavo lugar. Mas Jordá - que nessa temporada estava na Ocean Racing - era constantemente a última classificada, mais lenta do que as outras mulheres do pelotão. E nem era mais bonita do que elas - pessoalmente, Piria era mais bonita.

Mas vendo estas diferenças, faz com que mulheres-piloto como Danica Patrick serem campeãs do mundo e dignificam outras como... Milka Duno.

Esta decisão, em vez de avançar na causa das mulheres no automobilismo, só vai atrasar. Até parece que é propositado, de as eliminar, as ridicularizar, de dizer que na Formula 1 e em boa parte do automobilismo, não servem muito mais do ser "bibelots" de uma classe dirigente que acha que este é um mundo de homens e deverá continuar a sê-lo. As ciências exatas ainda são, em muitas universidades, um curso masculino, onde aos poucos, as mulheres estão a conseguir uma quota cada vez maior, mas não são a maioria, como já acontece nos cursos de humanidades.

Temos muitas mulheres piloto que mostram que correr no meio dos homens é possivel. Danica Patrick ou Simona de Silvestro são duas delas, e são respeitadas por isso. A primeira já venceu na IndyCar e tenta a sua sorte na dificil NASCAR, e conquista aos poucos a respeitabilidade que pretende ter. Já Simona faz a mesma coisa na IndyCar e agora tenta a mesma coisa na Formula E, embora os resultados não sejam fantásticos. E nas categorias de acesso, aparecem garotas como a holandesa Beitske Visser, que está na Formula Renault 3.5 na sua terceira época seguida, mostrando alguns bons resultados.

Mas para a Formula 1, temo que a ideia de voltarmos a ver uma mulher a guiar no meio dos homens tenha sido adiada por mais uma geração.

No ano passado ainda tinhamos Susie Wolff, terceira piloto da Williams, e com a tarefa de ser piloto de testes da marca. Wolff - ex-Stoddart - teve uma carreira digna no automobilismo, especialmente no DTM, e quando teve a chance de andar num Williams, em alguns fins de semana de Grande Prémio, em 2014 e 2015, até teve uma prestação digna, sem deslumbrar. Contudo, no final do ano passado, anunciou que iria abandonar a sua função na Williams e o automobilismo em geral. Assim, para 2016, ficamos com esta... piloto.

E agora vamos fazer esta pergunta: será que temos de criar uma categoria só para elas? Eu nunca gostei da solução, pois acharia que as colocasse num "gueto", com carros "adequados" a elas. E para piorar as coisas, não há interesse em termos de "marketing" para ter uma competição com vinte mulheres, competindo uma contra outra. Aliás, bem vistas as coisas, hoje em dia, onde arranjariam vinte mulheres-piloto para correr numa categoria dessas?

As meninas, como os meninos, gostam de ter ídolos com que seguir. Se tivermos uma mulher automobilista, teriamos as garotas a tentar a sua sorte atrás do volante até ao topo, ajudados pelos pais ou patrocinadores. Mas sem isso, elas rapidamente mudam-se para outras áreas e perde-se o talento. Ultimamente têm aparecido garotas no karting, que se batem de igual para igual com os rapazes, mas são uma minoria tão grande que quando dão o salto para os monolugares, não conseguem resultados e saem. 

Todos estes factores desencorajam até os defensores da causa feminina no automobilismo. Quando vemos que uma mulher despudoradamente lenta nas categorias de acesso tem uma recompensa como esta, causa revolta entre os que querem ter uma chance e não conseguem. E claro, passa a mensagem errada: tenham uma carinha bonita, não andem muito depressa e pode ser que ganhem o lugar na Formula 1. Isso também é machismo. Aliás, é a melhor demonstração de que as pessoas que estão à sua volta são machistas, porque metem ali uma pessoa que noutras circunstâncias, há muito que estaria a fazer outra coisa na vida.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Quem colocaríamos numa competição feminina? (Parte 3)

Nestas últimas semanas onde se discutiu sobre a condição das mulheres no automobilismo, mais concretamente na Formula 1, chegamos à conclusão de que elas são poucas e a sua qualidade é baixa. Ou se preferirem, nenhuma delas consegue ser boa a suficiente para se conseguir destacar entre os homens. E da minha avaliação pessoal, apenas duas ou três conseguem estar a par deles e por vezes superá-los. A suiça Simona de Silvestro e a americana Danica Patrick são duas pilotos, e ambas andam nos Estados Unidos a provar isso, e há potencial de crescimento em outras pilotos como a inglesa Alice Powell e a holandesa Beitske Visser. Aliás, esta última andou na academia de pilotos da Red Bull, em 2013.

Mas a parte chata é que mulheres piloto são uma gota num oceano, e encontrar talento no meio delas é mais raro do que encontrar metais preciosos. E precisamente quarenta anos depois de Lella Lombardi ter pontuado pela primeira - e única vez - na história da Formula 1, resta ver o que falta para que mais mulheres "dêm o salto" e mostrem que valem e pena competir entre eles, ou será que a ideia de uma competição só para elas, segregada e separada dos homens, é a solução ideal. Durante este tempo, descobri algumas matérias sobre este tema, como a que o Renan do Couto escreveu para o site Grande Prémio, ou então, outra matéria, esta da CNN americana, sobre o mesmo tema.  

É verdade que não há mulheres a entrar numa grelha de Formula 1 desde 1976 - com a mesma Lella Lombardi - e não há tentativas desde Giovana Amati, em 1992, mas falamos de tempos onde era bem fácil guiar um carro de Formula 1. Mesmo sem ter muito talento, um bom patrocinador seria mais do que suficiente para que um piloto tivesse acesso a uma boa máquina. A March, por exemplo, era uma equipa que fazia os seus chassis e os vendia ao melhor preço. E os pilotos mais talentosos ficavam na equipa oficial, como Vittorio Brambilla, que graças à firma de utensílios mecânicos Beta, tinha o seu lugar garantido. E no caso de Lombardi, a firma de cafés Lavazza fazia o truque.

Mas essa parte dos patrocínios não é justificativa para nada, como sabem. A discussão ganhou maior enfoque graças aos anúncios de pilotos como Susie Wolff e Carmen Jordá como pilotos de testes e de "desenvolvimento" em equipas como Williams e Lotus. Aliás, quando se colocou a chance de Valtteri Bottas não correr na Malásia, a marca de Grove apressou-se a desmentir a chance, afirmando que Wolff era apenas piloto de testes e não terceiro piloto da marca. E isso foi dito por... Claire Williams. Não só a filha do tio Frank, mas agora, em conjunto com Monisha Kalternborn, uma das poucas mulheres em cargos dirigentes na categoria máxima do automobilismo. 

E curiosamente, em termos de campeonato feminino, ambas de colocaram em lados opostos da bancada: Wolff era notoriamente contra, enquanto que Jordá era a favor.

"Definitivamente, não é a maneira certa de agir. Primeiro de tudo, não sei onde você vai encontrar um grid cheio de pilotas que sejam boas o bastante. Em segundo lugar, corri toda minha carreira no automobilismo como uma competidora normal. Por que eu me interessaria por uma corrida onde eu esteja competindo apenas contra outras mulheres?", começa por perguntar.

Wolff (ex-Stoddart) afirma nessa reportagem do Grande Prêmio que o grande problema têm a ver com a preparação das pilotos: "Sempre vejo as meninas nas categorias menores e tento ajudá-las. Elas precisam de uma preparação melhor. O nível é alto, e sei que posso ser um exemplo também" começa por afirmar. “É claro que não tenho tanto tempo para acompanhar o quanto gostaria, por causa do meu próprio trabalho. Mas eu sei exatamente onde estão e o que estão a passar. Eu leio todos os e-mails e todas as mensagens que eu recebo – e são muitas –, eu respondo a todas. Eu tento passar um pouco da minha trajetória, da minha experiência, contar os erros que eu cometi. E um dos grandes problemas – e que afeta a todos neste desporto – é a questão do patrocínio também”, concluiu.

E entre os que defendem o tal campeonato feminino, Carmen Jordá aponta o exemplo de outros campeonatos para justificar tal coisa. "Por que no tênis ou noutros desportos, por que no futebol, você tem campeonatos separados e não no automobilismo?" questiona numa entrevista à CNN. "Nem todo mundo olha para aqui dessa forma, você sabe? Naturalmente, um homem é mais forte que uma mulher, então, obviamente, se nós estamos a competir contra eles, nós não estamos aqui para vencer corridas", concluiu.

A questão dos patrocínios é um problema transversal, de facto. E ainda por cima numa modalidade onde a fasquia está muito alta, como é a Formula 1, onde metade dos pilotos chega lá através de uma mala bem recheada de dinheiro - basta pensar nos 50 milhões que Pastor Maldonado traz para a Lotus ou os 40 milhões de euros que Felipe Nasr e Marcus Ericsson levaram para a Sauber - imaginem como seria uma mulher a atrair patrocinios para a sua carreira. Daí muitas vezes elas venderem a sua imagem para eles. E se não forem bonitas, então...

Nesse campo, há casos de sucesso. À Danica Patrick nunca faltará publicidade, e os americanos vendem muito bem uma coisa dessas. E ela é agora uma dos nomes mais reconhecíveis da NASCAR, neste momento. Nesse campo, dinheiro ou mediatismo não faltarão. Mas para o resto, as coisas são bem mais complicadas. E foi a falta de patrocínios que impediu Simona de Silvestro tentar a sua sorte na Sauber.

Mas voltando atrás na questão sobre um campeonato separado ou apoiar as mulheres nas categorias de base, também há outro problema premente: a cultura automobilística. E aí, elas estão claramente em minoria, como conta a Bia Figueiredo, que agora está na Stock Car brasileira. 

Culturalmente, as mulheres não gostam de velocidade. E não sei explicar a razão. O número de meninos é bem maior. Muitas vezes as meninas até gostam, mas não tem o apoio necessário e a aprovação da família. E isso precisa ser incentivado. Precisamos mostrar que há uma igualdade, mostrar que não é um esporte só de homens. E nada melhor do que dar a resposta na pista.”, começou por dizer na entrevista ao site Grande Prêmio.

A Susie está lá na Formula 1, mas ela ainda é piloto de testes e tudo mais. Mas seria altamente interessante ter uma garota competitiva lá também, sendo a Formula 1 a categoria top do mundo. A Simona, que eu acho que é super capaz, esteve perto, mas não deu certo. Chega lá, também, não tem ninguém que apoie e que ajude. Acho que há meninas, sim, no esporte, mas elas precisam ser preparadas, com trabalho sério, para que elas consigam chegar ao nível de desempenho que a Formula 1 exige, para competir em igualdade de condições”, acrescentou.

Apesar das questões pertinentes, algumas dessas respostas têm resposta fácil. Muitas não aceitariam porque acham que é uma forma de descriminação, e mesmo a existir uma competição separada, há outra coisa do qual não está resolvida: a questão da igualdade. Um grande exemplo é o ténis, que luta há muito tempo para que as organizações dos torneios comecem a providenciar "prize moneys" iguais aos dos homens, algo que ainda não acontece. Em muitos casos, incluindo nos "Grand Slams" a vencedora de um torneio ganha menos vinte por cento, em média, do que o vencedor do torneio masculino.

E neste século XXI, as mulheres tem mais consciência de que querem lutar por maior igualdade. “Criar um campeonato só para mulheres seria diferenciar as mulheres dos homens”, opinou a espanhola Maria Herrera, piloto de Moto3. “Acho que essa mudança baixaria o nível da competição”.

Então e uma terceira via, como por exemplo, quotas? Como sabem, não há muito tempo, Bernie Ecclestone andou a chatear as equipas para que colocassem mais um carro na grelha para colmatar a sua falta, após a saída de cena da Caterham e os problemas da Marussia, agora Manor. Elas, como é óbvio, rechaçaram a ideia devido aos custos de colocar mais um carro na grelha. Eric Boullier falou até que colocar mais um carro, acompanhado da respectiva equipa técnica, representaria um investimento de 15 milhões de euros.

Mas reavivar a ideia, colocando mulheres piloto no lugar? Com dez equipas, e aquela lista do qual viram anteriormente, servia perfeitamente, pois existem mulheres suficientes para tal. Seria interessante ver Simona na Mercedes, Danica na Ferrari ou Beitske na Toro Rosso, para não falar de Carmen e Susie. Mas há um grande problema: pelo menos no curto prazo, as chances de elas pontuarem seriam bem pequenas. Não se pode dizer que não aconteceria, mas seriam escassas as chances de ver uma mulher no pódio. E para piorar as coisas, não faltariam críticos que afirmariam que as mulheres estariam a tirar a chance de evolução de jovens pilotos, bem como teriam mais chances de triunfar que um jovem rapaz vindo das categorias de base.

Assim sendo, mesmo a chance de uma quota feminina na categoria máxima do automobilismo teria os seus contras. E nem todas as mulheres seriam magnetos publicitários garantidos. Teriam de ter excelentes equipas nesse sentido.

Mas depois, pensando bem, indo atrás na história, não há muito tempo tinhamos a mesma discussão sobre pilotos africanos ou negros no automobilismo. Não os encontrávamos, ou eram bem raros, e durante algum tempo, teriamos de ir à IndyCar para os encontrar, em exemplos como Willy T. Ribbs. Mas um dia surgiu Lewis Hamilton e a discussão acabou. E como isso aconteceu? Simples: ele teve toda uma equipa a apoiá-lo.

E se calhar, é esse o segredo: trabalhar, preparar um piloto para o longo prazo. A carreira de Lewis foi apoiada desde o inicio por Ron Dennis e pela McLaren, que o colocou nas melhores equipas nas categorias de acesso, que o preparou para as exigências do automobilismo, desde o karting, teve bons conselheiros como o pai, Anthony, e quando chegou, arrasou: quase foi campeão na estreia, sendo o melhor "rookie" de sempre da história da Formula 1, batendo até um recorde que pertencia a outra lenda do automobilismo: o escocês Jackie Stewart.

Outros pilotos como Hamilton estão a caminho, como o britânico Jann Mardenborough, que é apoiado pela Nissan, depois de ter sido descoberto pela GT Academy, está na GP3, ou então o angolano Luis Sá Silva, que no ano passado esteve na GP3 pela Carlin. Mas as mulheres-piloto têm de olhar para o exemplo de Hamilton como algo que pode ser replicado, e de uma certa forma, é isso que as mulheres identificam como um aspecto que tem de ser melhorado. Isto, para que as pessoas não digam que a solução seja discriminar ou criar uma categoria à parte, onde homens e mulheres compitam separadamente.

terça-feira, 31 de março de 2015

Como dizer que não gosto de alguém sem passar por machista?

Esta é uma foto interessante. Foi tirada em Barcelona em 2012, durante a etapa inaugural da temporada de GP3 desse ano, e demonstra algo raro: três mulheres juntas numa categoria de acesso à Formula 1. E da esquerda para a direita, estão a italiana Victoria (Vicky) Piria, a britânica Alice Powell e a espanhola Cermen Jordá

Poderei dizer que estas três mulheres são consideradas um exemplo de algo que está em falta, que é ver uma mulher na Formula 1. Algo que não existe de 1992, quando Giovana Amati tentou qualificar-se por três vezes numa Brabham no seu estretor final, sem sucesso. Contudo, quando três anos mais tarde vejo os resultados das três, posso dizer que Piria está num "reality show" tentando a sua sorte nas 24 Horas de Le Mans, e Powell estava no final do ano passado a comemorar a vitória na Asian Formula Renault Series, depois de vencer quatro corridas. E Carmen Jordá? Bem, ela agora é "piloto de desenvolvimento" da Lotus na Formula 1. 

Quando soube da noticia da piloto espanhola, não deixei de manifestar por aqui o meu descontentamento sobre a escolha. Das três presentes, era a que tinha piores resultados. Na realidade, em três temporadas de GP3, com passagens pela Ocean Racing, Bamboo Engeneering e Koiranen Bros, Jordá conseguiu como melhor resultado três... 17º lugares. Em contraste, Powell têm um oitavo lugar - logo, ela já pontuou uma vez - e Piria tem um 12º posto, na sua passagem pela Trident Racing. 

Aliás, a última passagem de Jordá na GP3 é representativa do seu... "talento". Depois de uma temporada onde esteve presente no final do pelotão, foi substituída após a ronda italiana pelo britânico Dean Stoneman, que veio a Manor Racing, que tinha encerrado as suas atividades. O britânico - que recuperou de um cancro nos testículos detectado em 2011 - aproveitou as duas ultimas jornadas duplas para aparecer no pódio por três vezes. Em duas delas, no lugar mais alto. Isso é para ver como que o problema da velocidade de determinado carro tinha a ver com aquela peça entre o volante e o chassis.

Ver Jordá a passear no "paddock" é uma injustiça, e não deixo de expressar a minha opinião sobre isso. Mas parece que alguns me acusam de machismo só porque ela é mulher. Não sou machista, bem pelo contrário: acredito que as mulheres têm de ter uma oportunidade no automobilismo, mas não através de um saco de dinheiro à porta das equipas. Não sou hipócrita e não me comporto como os pinguins do Madagascar, que quando vêm perigo, acenam e sorriem de forma amarela.

Contudo, os meus desabafos por mostrar o desagrado perante determinada situação podem ser interpretados por outras pessoas como algo politicamente incorreto, e poderemos ser mal interpretados se não justificarmos detalhadamente as razões porque aponto defeitos a alguém que pertença a algo e não é homem, branco e europeu. Assim sendo, acho que um pouco de diplomacia não faz mal algum, logo, vamos explicar as coisas: 

Primeiro que tudo, eu quero acreditar na igualdade de oportunidades no automobilismo, que as mulheres terão o seu espaço, não só como pilotos, mas também como engenheiras e mecânicas, indo para além dos habituais papeis de "grid girls", que nada mais servem de "mobiliário" para abrilhantar as corridas. Mas também acredito na meritocracia, que elas devem conquistar por mérito e não porque é a mulher de um co-proprietário de uma equipa, como é a Susie Wolff, ou porque têm um saco cheio de dinheiro, como é a Jordá, na minha opinião.

Porque depois, há certas verdades inconvenientes que não posso deixar passar em claro: porque a Jordá teve uma chance e a Powell, bem mais talentosa, não? Porque a primeira menina é bonita e a segunda não é. E nestes tempos, temos de vender a imagem. E neste mundo muito machista que é o automobilismo (desculpem-me de novo o meu politicamente incorreto) ter a Jordá na capa de uma revista, de bikini (ou pior) é bem mais interessante, afirmando que é "piloto de automóveis".

É por isso que não gosto da Jordá. E não tem nada a ver com a ideia de que "mulher é na cozinha". Porque não tem resultados que sustentem isso. Prefiro mil vezes a Simona de Silvestro ou até a Danica Patrick e critico por vezes as bocas do anãozinho tenebroso, quando certo dia comparou Patrick a um eletrodoméstico, ou agora recentemente, quando teve a ideia de uma "Formula 1 feminina". Vê-la ali não ajuda à causa feminina no automobilismo, bem pelo contrário. Para mim, uma mulher tem de mostrar que é piloto, e num mundo onde a diferença é olhada com desconfiança, elas têm de ser duas, três ou mais vezes melhores para ganhar o respeito dos seus pares. Foi assim que a Michele Mouton chegou onde chegou no mundo dos ralis, nos anos 80. Correu contra os melhores do mundo e venceu-os, em máquinas monstruosas como as do Grupo B. E quase foi campeã do mundo por causa disso.

Em suma, ela é aquilo que Ecclestone sempre quis ter, o seu eletrodomestico. E isso, para vos ser honesto, não gosto. E não estou a ser machista, nunca fui. Apenas digo uma verdade inconveniente.    

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Um velho problema numa nova perspectiva

Adoraria passar os dias a não escrever sobre a Carmen Jordá, mas quando uma amiga minha, a Bethânia Pereira, me manda o artigo da Autoweek sobre a piloto catalã, escrito por Mike Larsson, acho que vale a pena explanar mais um bocado sobre este assunto, e porque não, sobre as mulheres-piloto em geral. E porque é que não falamos dela em termos sexistas.

Eis algumas frases que são relevantes nesse artigo, e a primeira é logo arrasadora: "Carmen Jordá não devia estar perto de um Formula 1".

A seguir:

"Então, por que é que ela está tendo a chance de se juntar a Lotus como motorista de desenvolvimento? Como pode um motorista ser uma backmarker na GP3, ignorar completamente GP2 e entrar em um local com uma equipe de F1?

Simples: dinheiro.

Embora não tenha sido anunciado oficialmente, é uma crença generalizada de que Jorda está trazendo uma soma de dinheiro bem robusta para Lotus."

Toda a gente já topou que as criticas a ela não tem a ver o facto de ter peito, mas sim pelos seus resultados desportivos. Em três temporadas na GP3, teve zero pontos e foi sempre a última classificada nas grelhas de partida e nos resultados finais. Vocês leram ontem as reações dos pilotos que correram com ela e eles não têm nada a ver com a sua condição, mas som com os seus resultados desportivos. Dali, não há nada sexista, apenas um desabafo de que eles se sentem injustiçados por não terem uma chance como ela teve de andar num carro de Formula 1, o sonho de toda esta gente.

Aliás, posso dizer que na curta história da GP3, já houve quatro mulheres a passar por ali: Jordá, a italiana Victoria (Vicky) Piria, a holandesa Beitske Visser (na foto) e a britânica Alice Powell. Das quatro presentes, uma já conseguiu pontos: foi Powell, com um oitavo lugar na última corrida de 2012. Todas as outras ainda não conseguiram, embora Visser, que só andou duas corridas na categoria, já conseguiu pontos na World Series by Renault, e até foi um resultado melhor do que Powell, um quinto lugar. E em termos de palmarés, conseguiu vitórias na Formula ADAC Masters, na Alemanha.

Contudo, nem Visser, nem Powell são bonitas e não têm muito dinheiro. E esse é o problema. É que se forem ver os sítios de Jordá e Piria, parecem mais sítios de modelos que por acaso, têm jeito para a condução. Até me admira ainda não terem posado para a Playboy ou algo parecido. Mas já houve outros exemplos noutros lados, como a piloto ucraniana de ralis, Inessa Tuschkanova.

Mas existe sexismo nestas criticas todas, e o jornalista aponta isso pelos exemplos das mais consagradas como a Danica Patrick, que neste momento namora com outro piloto da NASCAR.

"Quando o negócio da Jordá com a Lotus foi anunciada na quarta-feira, a piloto foi publicamente ridicularizada por seus colegas e muitos fãs.

Há um viés perceptível para as mulheres no automobilismo. Os poucos que fizeram isso a um nível de notoriedade são fortemente escrutinados em cada turno.

Danica Patrick não pode ficar de mãos dadas com o seu namorado (o piloto da NASCAR Ricky Stenhouse Jr.) sem quaisquer comentários sobre como isso afetará a série. 

Patrick foi uma vez citada pelo chefe da Formula 1, Bernie Ecclestone: 'As mulheres devem estar vestidos de branco, como todos os outros aparelhos domésticos.' Acham que ele diria algo igualmente degradante para Marcus Ericsson?

Honestamente, se Jorda fosse um homem, a maioria dos fãs de Formula 1 iriam olhar para o negócio da Lotus com uma leve irritação. 'Outro piloto com dinheiro num lugar que não merece.' Mas quando é uma mulher bonita que recebe o trabalho, as pessoas perdem a cabeça.

Tem que ser frustrante para pilotos como Alexander Rossi, Connor Daly e uma série de outros pilotos competitivos. Esses caras estão perdendo lugares, porque eles não têm o dinheiro e vêm esses lugares irem para os pilotos menos talentosos, mas com bolsos mais profundos.

Mas isso faz parte da Fórmula 1, e sempre foi."

Francamente, não gosto da famosa frase de Bernie Ecclestone, quando compara as mulheres a acessórios domésticos, mas pelas atitudes delas, parece que o anão têm razão. É certo que tem de se atrair atenção para conseguir mais publicidade possível para prosseguir as suas carreiras, mas creio que elas precisam de ser respeitadas pelos seus resultados do que ver se têm um bom par de marmelos ou se o rabo delas consegue entrar nos apertados "cockpits" de um Formula 1. 

Adoraria ver uma piloto talentosa como a Simona de Silvestro a ter uma chance como piloto numa equipa de Formula 1 mediana, mas depois de ver que não conseguiu atrair dinheiro para ajudar a Sauber, e os seus testes eram bancados pelo patrocinador, não creio que tao cedo não verei uma piloto a andar de igual para igual com os rapazes. E esqueçam a Susie Wolff, que está onde está porque é ela a guardiã da parte que o seu marido comprou quando andava por ali, antes de ir para a Mercedes. Poderemos ver numa sexta de manhã, mas não é muito mais do que isso.

Mas se querem ver mulheres a competirem de igual para igual, temos de ir à IndyCar ou à Formula E, onde estão a britânica Katherine Legge e a italiana Michela Cerruti, que tentam um ar da sua graça contra boa parte dos pilotos que têm experiência de Formula 1. E até agora pagam esse preço, pois nenhuma delas pontuou ou conseguiu uma posição relevante quer na grelha de partida, quer na corrida.

Mas voltando ao artigo, os desabafos pelo "enorme feito" de Jordá colocaram a nu, mais uma vez, o que é a Formula 1 atual: uma categoria sobrevalorizada e com gastos excessivos e cujos dirigentes e equipas vivem há demasiado tempo acima das suas possibilidades. É certo que pilotos pagantes houve sempre ao longo da história, mas eram sempre uma minoria e que iam sempre para as equipas mais necessitadas de dinheiro, e normalmente faziam o papel de "chicanes ambulantes". 

Claro que há excepções: Thierry Boutsen colocou 750 mil dólares na Arrows para começar a sua carreira, em 1983, e conseguiu uma carreira digna de onze temporadas, na Benetton, Williams, Ligier e Jordan, para não falar dos empréstimos que Niki Lauda fez para pagar o seu lugar na March e na BRM, em 1972 e 1973, antes de chegar à Ferrari.

Contudo, nos tempos que correm, quando vemos uma equipa média como a Lotus pedir os serviços de uma garota que sabe guiar, já achamos que começa a ser demais. E nem é tento pelo sexismo: é por um velho problema visto noutra perspectiva. 

E quanto à chance de ver uma mulher a competir, com os poucos lugares existentes, isto pode ter criado o paradoxo de que nunca a oportunidade esteve tão distante como agora. 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Falem mal da Jordá, que a Lotus agradece

Falem mal dela, mas falem. Ao contratar a catalã Carmen Jordá como "piloto de desenvolvimento da Lotus", eles conseguiram o que queriam: "buzz", ou seja, que falassem da equipa e dela. Mal, mas que falassem.

Eis algumas das reações que podiam ser vistas hoje no Twitter. Rob Cregan, o irlandês que correu com Jordá em 2012 pela Ocean, afirmou: "Carmen Jorda não conseguiria desenvolver um rolo de filme, quanto menos um carro híbrido de F1."

"F1 é sobre talento não dinheiro e gabar-se de posições falsas," acrescentou.

Mitch Evans, o neozelandês que foi campeão da categoria em 2012, falou que "Ainda não é o 1º de abril". Acho que deveria saber que em Espanha, o dia das mentiras é a 28 de dezembro...

Sobre este assunto, já disse ontem que tinha a dizer. E a unica coisa que tenho de acrescentar é que isto, mais do que impulsionar as mulheres a aparecerem mais no automobilismo, até vai estragar as coisas. Toda a gente repara que isto não é sério, apenas é mais um chamativo para atrair dinheiro para uma equipa que não nada muito bem nessa matéria, e tem de pagar as contas por ter motores Mercedes e dois pilotos como Pastor Maldonado e Romain Grosejean, que têm fama de destruidores. 

Jordá já chamou a atenção pela sua beleza, e provavelmente poderá ser o simbolo desta Formula 1 atual, onde as coisas parece que perderam um pouco o controle. Financeiro, é preciso ser dito. E onde os talentosos sem dinheiro não tem lugar, mas os que têm os bolsos cheios dele são sempre bem vindos. Se a FIA não tivesse mudado os critérios para ter a Super-Licença, creio que já não faltaria muito para vermos o primeiro piloto barenita ou qatari na categoria máxima do automobilismo.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A recompensa por ser a pior piloto do pelotão

Normalmente, os piores pilotos do pelotão estão condenados ao esquecimento. Claro que há excepções, como o Taki Inoue ou o Yuji Ide. Mas mesmo eles foram bons nalguma altura, nem que fosse nos karts. Ou então, tinham uma mala bem cheia de dinheiro para compensar a falta de talento. Mas neste caso em particular, a recompensa por ser a pior piloto do pelotão só pode ser... por ser mulher. 

Pois é: a catalã Carmen Jordá é a partir de agora "piloto de desenvolvimento" da Lotus, anunciou hoje a marca. Aos 26 anos de idade, a piloto esteve nas últimas três temporadas na GP3, onde nunca se qualificou acima da 22ª posição, e tem como melhor resultado de corrida um 13º lugar, vai ter a oportunidade de andar num carro de Formula 1.

"É um sonho tornado realidade ao me juntar à Lotus. Corro desde que eu tenho dez anos de idade, pelo que tenho o sonho de dirigir um carro de Fórmula 1 desde que eu era muito jovem. Ao juntar-me à Lotus é um grande passo para minha meta", começou por dizer.

"Eu vou estar trabalhando para melhorar a mim mesmo como piloto, bem como vou ajudar a equipa a desenvolver o carro, testando novos desenvolvimentos no simulador. É uma oportunidade tão fantástica que eu sei que isso é apenas o começo, e que o maior desafio ainda está por vir, mas já ser parte de uma equipa com história é uma verdadeira honra", continuou.

"Esta é uma grande conquista, mas uma oportunidade ainda maior que levará a coisas maiores e melhores", concluiu.

Ao ver a sua carreira, podemos ver que Jordá já andou em muitos sitios. Esteve na Indy Lights em 2010, onde o melhor que conseguiu foi um décimo lugar em Long Beach, e antes na Formula 3 espanhola, onde em 2007 foi a quarta classificada na classe Copa F300, com três pódios. E para dizer a verdade, nunca venceu qualquer corrida em monolugares.

Em suma, se formos ver bem, é uma carinha laroca. Mas não é por ser mulher que não dou credibilidade como piloto. Existem mulheres-piloto bem melhores do que ela, como a suiça Simona de Silvestro, a italiana Victoria Piria, a inglesa Alice Powell, a colombiana Tatiana Calderon ou a holandesa Beitske Visser. Acho que todas elas eram capazes de bater Jordá numa corrida com carros iguais, e acho que qualquer uma delas ficaria bem melhor no carro da Lotus como piloto de desenvolvimento e ter uma chance de pilotar este carro num treino livre de Grande Prémio.

E escolher "carinhas larocas" não ajudam à promoção das mulheres no automobilismo, bem pelo contrário. Até fico com a impressão de que a marca precisa do dinheiro que provavelmente trouxe com ela, ou que precisa de uma "pit-girl" que sabe guiar. E a Formula 1 não precisa disto para se promover. Mas como a Lotus precisa do dinheiro e de publicidade, ter a Carmen Jordá até pode ser um chamariz. Resta saber se ela sabe disso.

domingo, 13 de maio de 2012

GP3: Daly vence, Felix da Costa foi sexto

A segunda corrida da GP3 já decorreu e deu ao americano Conor Daly, filho do antigo piloto irlandês Derek Daly, a sua primeira vitória na categoria, numa corrida onde houve mais algumas situações que causaram penalizações aos pilotos envolvidos. Quanto a António Felix da Costa, partindo da 14ª posição da grelha, conseguiu recuperar lugares suficientes para acabar nos pontos, mais concretamente na sexta posição, e o melhor dos pilotos da Carlin.

Na corrida propriamente dita, Daly aproveitou o azar do romeno Robert Visiou, que foi à relva, e depois da penalização do cipriota Tio Elinas, que fez... falsa partida. Isso deu com que Daly rodasse solitário na frente, a caminho da meta. Atrás, Felix da Costa encetou uma corrida de recuperação, passando cinco adversários... no final da terceira volta. Depois de beneficiar da penalização de Elinas, e de ter demorado mais algum tempo para superar outros adversários, terminou na sexta posição e arrecadou quatro pontos nesta segunda corrida de um fim de semana que poderia ter corrido bastante melhor para ele, não fosse a penalização da primeira corrida.

Em relação às mulheres, desta vez terminaram duas pilotos. A britânica Alice Powell foi a melhor, na 11ª posição, enquanto que a italiana Vicky Piria foi 16ª classificada. Carmen Jordá foi 21ª e última classificada.

Após estas duas corridas, o australiano Mitch Evans lidera a competição, com 25 pontos seguido pelo americano Daly, com 23, empatado com o finlandês Aaro Vaino. Felix da Costa é oitavo, com oito pontos. A próxima jornada dupla da GP3 será daqui a 15 dias, no Mónaco.

sábado, 12 de maio de 2012

GP3: Felix da Costa penalizado por falsa partida, Mitch Evans vence

Havia altas expectativas sobre a prestação de Antonio Felix da Costa na primeira corrida do primeiro fim de semana da temporada 2012 da GP3, especialmente após a sua pole-position. Contudo, uma largada considerada como "falsa" por parte dos comissários fez penalizar Felix da Costa com uma passagem pelas boxes, fazendo o cair para a cauda do pelotão. No final, fez mais algumas ultrapassagens, mas não foi mais longe do que o 14º posto final.

Ironicamente, na largada, Felix da Costa fora superado pelo alemão Daniel Abt, que - também foi verificado - tinha feito falsa partida e teve também uma passagem pelas boxes. Com isto tudo, quem herdou a liderança foi o australiano Mitch Evans, que aguentou as pressões do filipino Marlon Stockinger, o segundo classificado. O finlandês Aaro Vaino foi o terceiro. O suiço Patrik Niederhauser foi o quarto, seguido do finlandês Mathias Laine e do americano Conor Daly.

Em relação às mulheres, apenas uma chegou ao fim: Carmen Jordá, que foi vigésima classificada no seu carro de Ocean, cinco lugares mais abaixo de Robert Cregan, o melhor piloto da equipa de Tiago Monteiro. Amanhã é a segunda corrida da jornada dupla da GP3.