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sábado, 27 de setembro de 2014

SONETO DE PAZ



‘Cismando, o campo em flor, eu vi que a terra
Pode ser outra terra, de outra gente,
Para o prazer armada e competente
E desarmada para a voz da guerra.

No chão, olhando o céu que nos desterra,
Sem terminar falei, presente, ausente,
Ó vento desatado da vertente,
Ó doce laranjal sem fim da serra!

Mais tarde me esqueci, mas esse instante
De muito antiga perfeição campestre
Fez-me constante um pensamento errante:

Era o sem tempo, a paz da eternidade
Unindo a luz celeste à luz terrestre
Sem solução de amor e de unidade’.


Paulo Mendes Campos
In: O Domingo Azul do Mar

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

FRAGMENTO...


"...
  
Que âncora poderosa carregamos
Em nossa noite cega atribulada!
Que força do destino tem a carne
Feita de estrelas turvas e de nada!
Sou restos de um menino que passou.
Sou rastos erradios num caminho
Que não segue, nem volta, que circunda
A escuridão como os braços de um moinho. 


Paulo Mendes Campos
In Melhores Poemas

domingo, 23 de setembro de 2012

SONETO DE PAZ



Cismando, o campo em flor, eu vi que a terra
Pode ser outra terra, de outra gente,
Para o prazer armada e competente
E desarmada para a voz da guerra.

No chão, olhando o céu que nos desterra,
Sem terminar falei, presente, ausente,
Ó vento desatado da vertente,
Ó doce laranjal sem fim da serra!

Mais tarde me esqueci, mas esse instante
De muito antiga perfeição campestre
Fez-me constante um pensamento errante:

Era o sem tempo, a paz da eternidade
Unindo a luz celeste à luz terrestre
Sem solução de amor e de unidade.

Paulo Mendes Campos
In: O Domingo Azul do Mar

domingo, 12 de agosto de 2012

PAULO MENDES CAMPOS



"Meu filho, se acaso chegares, como eu cheguei
a uma campina de horizontes arqueados, não
te intimidem o uivo do lobo, o bramido do tigre;
enfrenta-os nas esquinas da selva, olhos nos olhos,
dedo firme no gatilho.

Meu filho, se acaso chegares a um mundo injusto e triste
como este em que vivo, faze um filho; para que ele
alcance um tempo mais longe e mais puro,
e ajude a redimí-lo."

Paulo Mendes Campos