Eu me acrescento aos rios e aos rios me descem.
E me acrescento aos peixes. Nele deito
e com os musgos preparo alguns projetos.
Nos liquens boto andaimes que florescem.
E me caso com as pedras , conchas e ecos,
onde as lesmas pernaltas se intumescem.
E me acrescento a todos os espécimes
que se aleitam na orla, entre os insetos.
Ovos de larvas, vespas renitentes
e os mais jovens orvalhos em resíduos
se acendem. Borboletas se acrescentam
à sentaxe de um sol intermitente.
E eu vento, vento algas e libidos.
E em rios me acrescento, onde não venta.
Carlos Nejar
In Amar, A mais alta constelação