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quarta-feira, 25 de junho de 2014

A PRAIA 1900
por 
MARINA TAVARES DIAS
(continuação)

«[.../...]
A moda dos mergulhos de mar era recente, especialmente sem o apoio das antigas «barcas de banhos», que levavam grupos até fora de pé sem que fosse necessário «fazer a praia». Divulgada pela corte no tempo do Rei D. Luís, foi sobretudo o filho deste, D. Carlos, quem tornou o hábito uma rotina entre as famílias que, no Inverno, ditavam a moda em bailes, festas ou récitas de S. Carlos. 

Os lisboetas habituaram-se a rumar a Cascais, pela linha férrea, preferindo finalmente o oceano às areias do Tejo, mais próximas de Lisboa. Poucos, no entanto, nadavam tão bem como o Rei ou eram tão afoitos como ele. Quase toda a gente se limitava a chapinhar na orla da praia, entre cadeirões de verga e pescadores na faina. 

Apenas os mais novos envergavam fato de banho. Em 1900, os maillots masculinos eram uma só peça, de meia manga e tecido riscado. Os femininos compunham-se com vestido curto de castorina, calção com o mesmo debruado, cabelo apanhado em touca [...] e alpercatas para esconder os dedos dos pés. Estavam os jovens prontos para o mar de Outubro – que era o mês da praia. A maioria das senhoras de sociedade limitava-se a observar os banhistas, continuando sob as sombrinhas e sem despir o vestido branco, de chiffon e linho» (continua) 





O Rei D. Carlos na sua praia preferida,
em Cascais (Praia dos Pescadores). 
Fotografias sequenciais
de António Novaes, 1907 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

«REGINA, REGINA, REGINA. É coisa fina!»

Esta embalagem litografada da primeira série de chocolates da marca REGINA, mostrando Cascais como era nas décadas de 1920 e 1930, é apenas um de dezenas de exemplos congéneres, agrupados ao longo de décadas no 
ARQUIVO MARINA TAVARES


sexta-feira, 26 de julho de 2013

PRAIA COM VESTIÁRIO ÀS COSTAS

PHOTOGRAPHIAS DE VERÃO

de

MARINA TAVARES DIAS


 PRAIA COM VESTIÁRIO ÀS COSTAS


O barracão de madeira era imprescindível em qualquer praia. Foi-o até ao início do século XX. Começou por ser erguido sobre estacas, lançando pranchas sobre a água, porque os banhistas não queriam areia nos pés. A distância calculada, havia sempre mirones, no fito de verem as senhoras escorregar e estatelarem-se nos braços do banheiro. O António Maria, jornal humorístico dirigido por Rafael Bordalo Pinheiro, publicava hilariantes poemas estivais: «Afirma a D. Mafalda/ Que o brejeirete do Henrique// Tem uma pecha, uma balda:/ Esburacar o tabique,/ Ver as banhistas em fralda!// E não lhe escapa nenhuma/ Do feminino rebanho!/ Tem-nas visto uma por uma!/ - Se ele até não vai p'ra o banho/ Sem se munir de verruma!// [.../...] Bispa uma perna... Oh! ventura!/ Que perna arrebatadora,/ Da mais delicada alvura./ - Deve ser duma senhora/ De respeitável altura!...// Tosga um joelho... Que bom!/ Na forma e beleza rara/ Mostra que é dama de tom.../ Mas nisto, vendo-lhe a cara,/ Solta um grito...Era o Brion!...»

Nas duas primeiras décadas do século passado, o barracão de banhos dispensava já a prancha, mas continuava a zelar pelo recato de quem se despia antes do mergulho. Em meados de Agosto, antes da temporada alta, os banheiros desencantavam a velha construção riscada que estava a ganhar pó desde Novembro do ano anterior. E era vê-los pelas calçadas de Pedrouços e de Algés, de casa às costas e acompanhados pela Guarda, a preparar o conforto das praias. Pelo caminho, as ruas vinham à janela. 

(excerto de texto publicado na revista VISÃO)


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Casino do Monte Estoril



Esplanada
do
Casino do Monte Estoril

década de 1930).




Lisboa Desaparecida,
de Marina Tavares Dias,
volume IX,
capítulo «O Jogo em Lisboa».