Mostrar mensagens com a etiqueta 1814. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 1814. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O que tem chovido! Toca a «tirar o cavalo da chuva», se fazem favor

Quando o cavalo era um meio de transporte comum, o visitante apeava-se da montada ou da carruagem a que esta servia de tracção. Enquanto não voltava, teria de amarrar o cavalo perto da porta, geralmente à grade da janela ou às argolas que, ainda hoje, podemos ver na fachada dos prédios mais antigos. Amarrá-lo sob a varanda ou fazê-lo entrar na cocheira indica decerto que vamos demorar. «Tirar o cavalo da chuva» seria necessário para que pudéssemos demorar a visita. O anfitrião mais simpático insistiria em que prolonguássemos um pouco mais a visita, ou seja, em que «tirássemos o cavalo da chuva». 
Também quem espera por algo que não vai acontecer tão cedo «pode tirar o cavalo da chuva». Porque a espera está para demorar. [...] 

MARINA TAVARES DIAS
in 
LISBOA MISTERIOSA 
(capítulo «O Mistério das Palavras»)


Senhora em passeio nos arrabaldes.
Gravura inglesa, 1814