Mostrar mensagens com a etiqueta history of Lisbon. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta history of Lisbon. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BANHA DA COBRA

Photographias de Lisboa
de
Marina Tavares Dias :

«DEITEM-SE OS PÓS
n'um copo d'agua», diz o pelotiqueiro desencantado por Benoliel ali à praça Luiz de Camões, na fronteira do Bairro Alto. A reportagem do dia 6 de Junho de 1910 revela que os charlatães resolvem todos os problemas, desde a febre dos fenos até aos bicos de papagaio. Nesta época, estão por Lisboa toda. "Lisboa toda", salienta o articulista, é "o Chiado, a Rua do Ouro, o Rocio, parte da Avenida, as secretarias de Estado e o ambinete secreto de certos ninhos galantes". A todos, o charlatão leva os seus pós e o seu conforto. E a Praça de Camões é sempre um mar de gente.




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O que tem chovido! Toca a «tirar o cavalo da chuva», se fazem favor

Quando o cavalo era um meio de transporte comum, o visitante apeava-se da montada ou da carruagem a que esta servia de tracção. Enquanto não voltava, teria de amarrar o cavalo perto da porta, geralmente à grade da janela ou às argolas que, ainda hoje, podemos ver na fachada dos prédios mais antigos. Amarrá-lo sob a varanda ou fazê-lo entrar na cocheira indica decerto que vamos demorar. «Tirar o cavalo da chuva» seria necessário para que pudéssemos demorar a visita. O anfitrião mais simpático insistiria em que prolonguássemos um pouco mais a visita, ou seja, em que «tirássemos o cavalo da chuva». 
Também quem espera por algo que não vai acontecer tão cedo «pode tirar o cavalo da chuva». Porque a espera está para demorar. [...] 

MARINA TAVARES DIAS
in 
LISBOA MISTERIOSA 
(capítulo «O Mistério das Palavras»)


Senhora em passeio nos arrabaldes.
Gravura inglesa, 1814

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Vai um chá GRANDELLA?



capa de partitura musical, c. 1906.




MARINA TAVARES DIAS 
em
LISBOA DESAPARECIDA II:
«A História fabulosa de Francisco de Almeida Grandella»

[.../...] A loja com entrada para a Rua do Carmo, andar nobre da casa, ficou dedicada às sedas, às fitas e às rendas -todos os atavios da "toilette" feminina em tempos anteriores ao pronto-a-vestir. Sobre esta área, a zona mais frequentada pelas damas de sociedade, vale a pena registar os louvores publicitários das agendas Grandella: "Entrando pela Rua do Carmo encontra-se a mais importante e mais rica secção do estabelecimento. É a secção de sedas. O seu sortimento proveniente das principais fábricas estrangeiras, eleva-se a algumas centenas de contos de réis. Aqueles castelos de peças, cheias de vida, de finura, de graça, matizadas, vaporosas, estonteantes, dão a esta . secção um tom de grandeza que deslumbra". [.../...]

domingo, 2 de fevereiro de 2014

BENFICA E O RETIRO FERRO DE ENGOMAR




POR
MARINA TAVARES DIAS

em
LISBOA DESAPARECIDA
(excertos)



«A partir da Quinta das Laranjeiras, a estrada multiplicava-se em edifícios nobres [...] na longa cadeia de jardins e pomares que povoavam o vale de Benfica.»

[...]

«À direita, quase fronteiro ao gradeamento da propriedade do conde de Farrobo, ficava o Convento de Santo António da Convalescença - fundado em 1640 e pertencente aos frades capuchinhos. O edifício foi comprado, após a extinção das ordens, por João Gomes da Costa, que o transformou em casa de campo. »
[...]

«Do mesmo lado da estrada, as quintas maiores e mais conhecidas eram as do Lodi (com uma ermida neo-gótica), do Moller (onde João da Silva Carvalho inaugurou, em 1860, um gabinete fotográfico), a do Soeiro, e, a caminho do Calhariz, a Alfarrobeira, onde se instalou o Hospício de Santa Isabel. »

[...]


Um almoço no Retiro Ferro de Engomar em 1940


[...]
«Antes do desvio para o lugar do Calhariz, existiu - e existe ainda - um dos mais famosos retiros dos arredores: o Ferro de Engomar. O edifício original, de meados do século XIX, possuía o característico pátio com latadas. Na sala de jantar, com a configuração de um ferro de engomar (daí o nome celebrizado), cabiam 300 convivas.»
[...]

«Manuel Inácio, proprietário, beirão natural de Avô, [....] lembrava-se bem do tempo das patuscadas nos arredores, quando o número do telefone que mandou instalar era o 82. [...] e falou-nos do tempo em que um eléctrico parado a meio da Estrada de Benfica (enquanto o guardo-freio vinha "matar o bicho" ao Ferro de Engomar) não incomodava ninguém.»
[...]

«Demolido em 1953, o antigo Retiro do Ferro de Engomar foi substituído por prédios novos. Mas o restaurante subsiste, no mesmo local (ocupando o andar térreo de dois edifícios), conservando o seu "espírito" e as suas especialidades gastronómicas.»

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O maior café lisboeta de 1930

No livro «OS CAFÉS DE LISBOA»© 
de MARINA TAVARES DIAS.

Um capítulo sobre o Café Chave d'Ouro. Inaugurado em 1916. Encerrado em 1959. Mais uma dependência bancária, menos um café no Rossio. Aqui na fotografia, a azáfama dos lisboetas no dia da célebre reabertura, após remodelação, em 1930. Ocupando todos os andares do edifício, passava a ser o maior café de Lisboa.

ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS






terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A Empresa Cerâmica de Lisboa, no coração de Campo de Ourique

LISBOA DESAPARECIDA
de
MARINA TAVARES DIAS

Ilustração do capítulo sobre CAMPO DE OURIQUE,
no volume VII

A Empresa Cerâmica de Lisboa. Onde hoje está a Igreja do Santo Condestável. Fotografia em albumina sobre cartão, fomato, 40 X 30 cm. Rua Saraiva de Carvalho em 1904.


domingo, 1 de dezembro de 2013

D. PEDRO V e a homenagem do Campo Grande

[…/…] (o) Asilo D. Pedro V, situado no topo nordeste, com o actual número 380. Foi concluído e inaugurado em 1857, erguido por subscrição pública para celebrar a aclamação do jovem rei e desde logo destinado a socorrer e instruir a infância desvalida de Lisboa, iniciativa que contou com o caloroso apoio do monarca. As obras, iniciadas a 10 de Maio de 1856 segundo o traço de Aquiles Rambois e José Cinatti, duraram pouco mais de um ano, tendo a inauguração, feita pelo próprio D. Pedro V, decorrido no dia 18 de Outubro de 1857. Albergava inicialmente 20 crianças, número em breve multiplicado, pois três anos volvidos era já de 81 raparigas e 39 rapazes. […/…]

[…/…] A escritura de venda, datada de 27 de Dezembro de 1990, refere um valor de 1,728 milhões de contos. Seria posteriormente revendido e, em 1999, demolido na íntegra. (…) Ao centro do [novo] conjunto, nova construção que reproduz as características exteriores do velho imóvel (…).

MARINA TAVARES DIAS
em
LISBOA DESAPARECIDA

(capítulo O Campo Grande; texto completo no volume VIII)




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

CHIADO, 25 anos depois.

                                      Aqui esteve até 1988 a lindíssima Perfumaria da Moda 
                                    (concepção e imagens ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS)

----
------


Aqui foi a célebre mercearia Martins & Costa. 
(concepção e imagens ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS)


----
-------


Aqui foi a centenária Casa José Alexandre. 
(concepção e imagens ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS)


----
--------


Aqui foi o luxuoso e setecentista Jerónimo Martins. 
(concepção e imagens ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS)


---
---
---

O CHIADO DO SÉCULO XXI


Como estão, 25 anos volvidos, algumas das moradas que faziam parte do património lisboeta e que desapareceram no dia 25 de Agosto de 1988? (concepção e imagens ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS)


P.S. -- Já sabemos que vai haver tentação de muito «copianço» por parte de tv's, revistas, jornais, sites e blogs, quando chegarem os 25 anos de incêndio. Pelo menos, mandem uma mensagem para o blog, para que possamos por-vos em contacto com a escritora.Todas as fotografias das lojas como estavam antes do incêndio podem ser vistas, a ilustrar a descrição da história de cada local, nos volumes da LISBOA DESAPARECIDA de MARINA TAVARES DIAS.