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quarta-feira, 19 de março de 2014

Ah, a Capital!


Actores do Nacional, 
em noite de ensaio geral, 
posam no restaurante 
do Café Martinho (c. 1910)


- P’ra o Martinho, hein? E Arthur foi-os seguindo timidamente, ansioso por ver o Martinho!
Pareceu-lhe esplêndido, com a acumulação de chapéus altos entre os espelhos dourados, sob uma névoa de fumo de tabaco, no bru-á-á contínuo das conversas. Não se atreveu a entrar. À porta um grupo palrava, e Arthur contemplava-o de longe, com devoção, pensando que deviam ser poetas e estadistas…

Eça de Queiroz, A Capital!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014



MORADAS DOS MAIS MÍTICOS 

CAFÉS DE LISBOA

ATRAVÉS DOS SÉCULOS

Recolha do Arquivo Marina Tavares Dias
com base, exclusivamente, 
nos livros da olisipógrafa

parte 2




CAFÉS DA PRAÇA D. JOÃO DA CÂMARA (ANTIGO LARGO CAMÕES)


Café La Gare – Praça D. João da Câmara, 5 e 6.
Actualmente: Restaurante Beira Gare.

Café Suisso – Praça D. João da Câmara, 7 a 10.
Inaugurado em 1848. Edifício demolido em 1954.

Café Martinho – Praça D. João da Câmara, 14 a 18.
Inaugurado c. 1846. Encerrado em 1968. A primeira dependência bancária que lhe tomou o lugar, em 1969, pertencia ao Banco do Alentejo, mais tarde integrado na União de Bancos; depois BCP.

(continua)

domingo, 8 de setembro de 2013

O CAFÉ MARTINHO do Rossio

CAFÉS DA ZONA DO ROSSIO

«[...] A zona poente do Rossio é a parte nobre da praça. O Largo D. João da Câmara, com os seus cafés célebres – o Martinho e o Suisso, – funciona como prolongamento desse passeio onde, em poucos metros, há muitos pontos de paragem obrigatória. Pouco antes da esquina, o Café Gelo continua a reunir os revolucionários do tempo da Monarquia. Quase ao lado, a Brasileira do Rossio, inaugurada em 1911, faz já tanto negócio como a do Chiado. Em 1916, o Chave d’Ouro juntar-se-á à lista, sendo herdeiro do Martinho como maior café da cidade. Por todos eles terá Pessoa escrito e divagado. Em 1916, escreve, numa carta endereçada à Tia Anica (Ana Luiza Pinheiro Nogueira): «Cheguei, num momento feliz da visão etérica, a ver na Brasileira do Rossio, de manhã, as costelas de um indivíduo através do fato e da pele.» O Café Nicola será o último sobrevivente dos cafés do Rossio do tempo de Fernando Pessoa. O único que permanecerá aberto até ao final do século XX e até ao final do milénio. »

MARINA TAVARES DIAS

Excerto de LISBOA NOS PASSOS DE PESSOA

Fotografia:

Travessa do Café Martinho

ARQUIVO MARINA TAVARES DIAS