En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Hás-de percorrer os cumes dos Himalaias (ou dos Andes, que importa?) numa motocicleta. Não dês tréguas ao acelerador enquanto não te pedir boleia uma borboleta qualquer, mas sabe de antemão que terás de puxar ao máximo por aquele sorriso (aquele!) para a persuadires a dar às asas. Se preciso for, exemplifica tu. Ela percebe.
Estarei atento ao teu erguer de sobrancelha, momento único para gritar "revolução" do alto de uma rocha ou abrindo de par em par uma janela enorme, com vista para uma ilha, numa casa onde não se entra sem ludibriar os cães. Ou assobia-me aquele trecho de Sérgio Godinho, mesmo que não seja terça-feira. Gosto quando és incapaz de gritar tanto faz...
Nada temas na hora em que os furacões ameaçarem Pequim, São Francisco, Lisboa ou Plzeň. Prevejo-nos a esbarrar um com o outro na esquina do Sequeira (onde te convidarei para um indiano de café na Versailles). Volta a falar-me da Lagoa do Fogo, dos teus filmes, e retorquirei que também eu gosto de estar, às vezes, pertinho do mar.