Fernando Fernán-Gómez morreu aos 86 anos. Era actor, escritor, guionista, realizador e encenador. A sua quota no meu portefólio pessoal inclui a belíssima peça Las bicicletas son para el verano, sobre a Guerra Civil espanhola - que me levou às lágrimas quando a vi em Madrid -, o pai doente de Alzheimer em Todo sobre mi madre, de Almodóvar, o inquisidor de El rey pasmado (adaptação de Gonzalo Torrente Ballester por Imanol Uribe) e o professor de La lengua de las mariposas, belíssimo filme de José Luis Cuerda sobre contos de Manuel Rivas
Fernán-Gómez no documentário La silla de Fernando,
de Luis Alegre e David Trueba (ouçam também isto, que vale a pena)
Maurice Béjart tinha 80 anos. Era o nome do bailado contemporâneo, tão depressa coreografando Stravinsky, Mozart e Ravel como Queen, Elton John ou Jacques Brel e Barbara, cuja La solitude escolhi para o homenagear. Vi dois espectáculos seus no Coliseu dos Recreios, um deles com figurinos de Gianni Versace, e tive pena de falhar um terceiro. Sei pouco de dança, mas sei que o mestre punha os corpos a dançar lindamente.
La solitude, letra e música de Barbara,
coreografia de Maurice Béjart