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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Chanson pour la saison


Chegaram esta semana à nossa cozinha. Amarelos com uma ou outra mancha castanha (são biológicos), perfumaram a casa toda, cortesia do querido Henrique Borges (grande amigo, um de vários tios-avôs emprestados que tenho, madeirense de gema e responsável, entre outras proezas, pela ressurreição do Campo Pequeno). A somar-se à batata-doce que já estava na despensa, estes 30 quilos de marmelos vêm ratificar um Outono cuja chegada, por pouco convincente que pareça, já celebrámos aqui e ali.
A partir de amanhã, e porque há na blogosfera e na vida sintonias que valem a pena, começa a metamorfose destes frutos em doces variados. Marmelada, muita, mas também geleia e talvez doce de quartos, como fazia a Avó Gina. Passar uma tarde à roda do tacho, à procura do ponto, fazendo da colher de pau varinha mágica, numa alquimia de cheiros e texturas que evocam passados e futuros, é um de vários rituais que a estação não dispensa. Mesmo que dispense, por agora, a chuva e o vento que também não tardarão.
Venha, então, o som. Para dar continuidade a um ricochete que esta codorniz fez num certo cais, respondamos a Les feuilles mortes e Autumn leaves, faces da mesma moeda, com uma homenagem que Serge Gainsbourg fez aos autores dessa música formidável, Jacques Prévert e Joseph Kosma. Chama-se, precisamente, La chanson de Prévert, e dedico-a ao meu pai, que um dia me ofereceu quatro discos só com versões dessas folhas mortas que me apaixonam.



Serge Gainsbourg, La chanson de Prévert