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segunda-feira, março 30, 2020
quinta-feira, outubro 24, 2019
A História da Trafaria e um "Fenómeno Pouco Natural"
Nestes últimos tempos o "Casario" tem sido visitado por milhares de pessoas, graças a um texto que publiquei sobre a Trafaria, depois de ter lido "O Perfil do Marquês de Pombal de Camilo Castelo Branco.
O texto teve como título "Madrugada Negra na Trafaria" e foi publicado a 24 de Janeiro de 2008, que transcrevo integralmente:
«Na madrugada de 24 de Janeiro de 1777, Trafaria foi vitima de uma acção cobarde e miserável, de duas figuras cimeiras do poder de então, o Marquês Pombal e o intendente Pina Manique.
Tudo teve início quando o governo do Marquês resolveu fazer um recrutamento, rápido e obrigatório, para fazer frente à ameaça de invasão, espanhola, provocando a fuga de muitos jovens, que se refugiaram na Trafaria, com a protecção da povoado de pescadores, de cerca de 5000 habitantes.
A forma de castigo escolhida pelo homem que governava o país, foi queimar, pescadores e fugitivos, numa grande fogueira, como exemplo para o país.
O intendente Pina Manique foi o chefe operacional desta vingança monstruosa. Na calada da noite atravessou o Tejo, juntamente com trezentos soldados, para de seguida fazer um cerco ao aldeamento de casas de madeira, cobertas por colmo. Depois deu ordens para os soldados acenderem os archotes e começarem a incendiar as casas, que em poucos minutos, envolveram toda a área em chamas e fumo, semeando o pânico entre as gentes da Trafaria, que corriam para todos os lados, quase sem roupa no corpo, muitas transportando crianças ao colo e velhos às costas...
A chacina não foi completa porque alguns soldados, compadecidos com a aflicção dos habitantes da aldeia, transgrediram as ordens de Pina Manique e deixaram algumas clareiras abertas, para que pudessem escapar...
A povoação, essa ficou reduzida a cinzas...
Este foi um dos actos mais bárbaros da governação do Marquês de Pombal, ao qual não tem sido dado grande relevo, pelos nossos historiadores.»
Nota: Sei que tem havido alguma polémica sobre o assunto no "Facebook", que não visito nem uso, porque houve alguém que republicou o que escrevi aqui no "Casario" (algo que poderão fazer sempre que quiserem, desde que não se esqueçam de citar a "fonte").
Escrevi este texto porque depois de ler o livro de Camilo, fiquei impressionado sobre o que fora relatado, que desconhecia, pelo menos com todos aqueles contornos e gravidade.
Claro que admito que Camilo poderia não gostar muito do Marquês de Pombal e terá "carregado na caneta" a falar deste assunto. Mas factos são factos... Em relação ao número de habitantes (5.000), que à primeira vista poderá parecer exagerado, poderiam estar contabilizados todos os habitantes da Caparica, que envolvia o Monte de Caparica, a Costa de Caparica e a Trafaria.
(Fotografia de Luís Eme - Trafaria)
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sábado, fevereiro 09, 2019
A Petição para uma "Terceira Ponte"
Quando soube da apresentação de uma petição pública, por uma nova travessia do Tejo (túnel Algés-Trafaria), a primeira coisa que pensei, foi que se devia tratar de um grupo de pessoas que queriam marcar a sua posição, política, mesmo que esta estivesse longe de ser uma prioridade, especialmente para a Trafaria.
Para mim, a grande prioridade para a Trafaria, continua a ser a "reconquista" da sua praia, passando de estaleiro das pequenas embarcações para estância balnear (apesar da poluição, tem melhores condições naturais que a maior parte das nossas praias fluviais...)
Mas depois percebi que era uma iniciativa das gentes da Charneca de Caparica e da Sobreda (as freguesias com mais habitantes do Concelho), e que elas têm toda a legitimidade em procurar uma forma de chegar mais cedo a casa, sem perderem o tempo que perdem nas travessias do Rio.
O que eu não sei, é se os peticionários sabem que estão a falar de uma localização que está inserida no chamado "Canal do Tejo", que em alguns lugares do rio, tem a profundidade de 75 metros... O que é capaz de dificultar um pouco as coisas no campo da engenharia e nos custos...).
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quinta-feira, maio 14, 2015
Vamos a Banhos
No próximo sábado, dia 16 de Maio, às 16 horas, será inaugurada no Museu da Cidade de Almada a exposição, "Ir a Banhos", onde se fará uma retrospectiva histórica da evolução dos hábitos e costumes das nossas idas à praia, dando uma particular atenção às praias da Trafaria e da Costa de Caparica de outros tempos.
Se não gosta das confusões das inaugurações (e dos discursos, etc), pode aproveitar para visitar o Museu no domingo e da segunda, que estará aberto excepcionalmente, por se comemorar o Dia Internacional dos Museus a 18 de Maio.
quarta-feira, setembro 10, 2014
O Descuido nas Quase Praias do Porto Brandão e Trafaria
No comentário ao "post" anterior sobre o Porto Brandão, a Rosa escreveu com algum desencanto sobre a Localidade.
E eu até pensei que estivesse bem pior, que já nem estivessem os restaurantes abertos, pela crise e também pelo o "esquecimento" a que esta Terra tem sido votada nos últimos anos.
Um dos seus reparos, foi também o dos meus filhos, o lixo da praiazinha, que com boa vontade seria limpo numa manhã por um grupo de amigos do ambiente.
Na Trafaria (logo ali ao lado) a praia ainda está mais maltratada e suja, porque os pescadores ainda não perceberam que aquele espaço é de todos e não apenas mais "uma divisão das suas casas"...
Na Trafaria (logo ali ao lado) a praia ainda está mais maltratada e suja, porque os pescadores ainda não perceberam que aquele espaço é de todos e não apenas mais "uma divisão das suas casas"...
E claro, é sempre um impacto negativo para quem vem de fora...
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sábado, novembro 16, 2013
O Árabe que Quis "Comprar" a Trafaria
O Tejo continua a fazer "milagres" todos os dias.
Um dos futuros donos de um império petrolifero das arábias passou por Lisboa e ficou encantado com muito do que viu. Numa viagem que fez de iate, entre o Sado e o Tejo, cruzando o Cabo Espichel, já dentro do "rio da minha Aldeia", pediu para visitar a Terra que tinha muitos barcos pequenos ancorados (Trafaria...).
Fizeram-lhe a vontade e o homem, temporariamente sem turbante, ficou maravilhado com aquele lugar. Não tanto com o que viu, mas sim com o que pensou: a possibilidade de fazer algo diferente, mais bonito e moderno.
Fizeram-lhe a vontade e o homem, temporariamente sem turbante, ficou maravilhado com aquele lugar. Não tanto com o que viu, mas sim com o que pensou: a possibilidade de fazer algo diferente, mais bonito e moderno.
Uma das primeiras coisas que quis saber, foi se havia alguma possibilidade de arrancar dali as torres circulares, que lhe explicaram que eram depósitos de cereais. Disseram-lhe que não e ainda acrescentaram a história dos "contentores"...
Soltou apenas duas palavras: «que pena.»
Nota: esta pequena história não passa de ficção. Mas é pena ver a Trafaria, irremediavelmente perdida, e provavelmente ainda mais abandonada, uma vez que deixou de ser Freguesia...
terça-feira, março 12, 2013
O Tempo dos Contentores
Ainda não escrevi sobre esta coisa feia e estúpida que querem colocar na Trafaria, por onde passei ao fim da tarde de domingo.
Nem tão pouco sei se é uma acção com pés e cabeça, ou apenas mais uma "mania" destes governantes, que têm tanto de incompetente como de insólito.
Se a maior parte das mercadorias tiver como destino a margem norte do Tejo, faz algum sentido colocar mais um conjunto de monos na Outra Banda, que depois terão de atravessar o rio, pela sempre congestionada ponte 25 de Abril?
Eu sei que esta gente nem as pensa. Quando me lembro do aeroporto da Ota, está tudo dito. Andámos quase vinte anos a navegar no erro e deitar dinheiro fora...
Aliás, o segredo da poupança dos tais quatro mil milhões, está mesmo no fim do desperdício feito por esta gente que se governa e alimenta tantos escritórios e ateliers de advogacia, economia, arquitectura, etc, bons a fazer estudos disto e daquilo, que normalmente apenas servem para lhes encher os bolsos de euros...
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sexta-feira, janeiro 13, 2012
A Trafaria Faz Doer
Sempre que vou à Trafaria, interrogo-me sempre: «porquê todo este abandono?»
Pensar que no princípio de século era a praia mais "fina" da Margem Sul e uma das mais concorridas pelas classes mais favorecidas - isso explica a existência de tantos palacetes em ruínas ou a precisarem de obras.
Imagino as dificuldades que passam os autarcas daquela pequena terra, quase abandonada à sua sorte, pelo poder local e nacional.
Fico sempre com a sensação que o 25 de Abril não chegou à Trafaria.
Os Trafarienses, a Vila e o Tejo não mereciam isto.
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segunda-feira, setembro 05, 2011
segunda-feira, outubro 27, 2008
Mar com Ruinas
As obras do Polis lá vão avançando, lentamente, na Costa de Caparica, rente às praias, que ganharam bastante areia, neste Verão e Outono.
As novas instalações dos restaurantes e apoios de praia também têm bom aspecto. Claro que o que se ganha em modernidade perde-se em diversidade, de cores e modelos. Mas o saldo final é muito positivo.
Em contrapartida, o centro da cidade está cada vez mais feio e abandonado. Casas degradadas ou a precisarem de obras, abundam em quase todas as ruas...
Nunca percebi as razões da Costa de Caparica e da Trafaria, terem sido tão ignoradas nos últimos trinta anos, pelos poderes local e nacional. Não se conseguiu tirar qualquer partido das condições naturais destas localidades para o turismo. Porquê?
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quinta-feira, janeiro 24, 2008
Madrugada Negra na Trafaria
Na madrugada de 24 de Janeiro de 1777, Trafaria foi vitima de uma acção cobarde e miserável, de duas figuras cimeiras do poder de então, o Marquês Pombal e o intendente Pina Manique.
Tudo teve início quando o governo do Marquês resolveu fazer um recrutamento, rápido e obrigatório, para fazer frente à ameaça de invasão, espanhola, provocando a fuga de muitos jovens, que se refugiaram na Trafaria, com a protecção da povoado de pescadores, de cerca de 5000 habitantes.
A forma de castigo escolhida pelo homem que governava o país, foi queimar, pescadores e fugitivos, numa grande fogueira, como exemplo para o país.
O intendente Pina Manique foi o chefe operacional desta vingança monstruosa. Na calada da noite atravessou o Tejo, juntamente com trezentos soldados, para de seguida fazer um cerco ao aldeamento de casas de madeira, cobertas por colmo. Depois deu ordens para os soldados acenderem os archotes e começarem a incendiar as casas, que em poucos minutos, envolveram toda a área em chamas e fumo, semeando o pânico entre as gentes da Trafaria, que corriam para todos os lados, quase sem roupa no corpo, muitas transportando crianças ao colo e velhos às costas...
A chacina não foi completa porque alguns soldados, compadecidos com a aflicção dos habitantes da aldeia, transgrediram as ordens de Pina Manique e deixaram algumas clareiras abertas, para que pudessem escapar...
A povoação, essa ficou reduzida a cinzas...
Este foi um dos actos mais bárbaros da governação do Marquês de Pombal, ao qual não tem sido dado grande relevo, pelos nossos historiadores.
A fotografia que ilustra este texto é de uma casa tipica de pescadores das praias da Margem Sul, com uma das habitantes a provar a comida. Se quiserem conhecer este episódio com mais pormenores, aconselho-vos a leitura da obra, "Perfil do Marquês de Pombal", de Camilo Castelo Branco.
domingo, novembro 04, 2007
A Princesa do Tejo
Gosto bastante da Trafaria.
Acho mesmo que não me importava de viver nesta vila do concelho de Almada, ancorada rente ao Tejo.
Apesar do abandono a que tem sido votada nas últimas décadas - parece que parou no tempo -, transpira tranquilidade.
Além de ter restaurantes óptimos, possui uma atmosfera artesanal muito própria, ligada ao mundo da pesca. Todos aqueles pequenos barcos estacionados rente à praia, assim como os que se amontoam no areal sujo, de tantas cores e nomes de baptismo, dão uma beleza especial a este lugar.
Quem diria, nem mesmo o abandono e a falta de limpeza da areia da praia, que já foi das mais concorridas e chiques da área de Lisboa (na primeira metade do século XX), retiram beleza a esta "Princesa (do Tejo) da Adiça"...
Além do excelente repasto que me foi servido - massada de peixe e marisco -, soube-me bem ter passado um pedaço da tarde solarenta de ontem, nesta terra cheia de potencialidades turísticas...
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sexta-feira, março 30, 2007
É Preciso Gostar do Mar e do Rio...
Quem tem filhos sabe que as crianças são pródigas em saídas invulgares, quase sempre oportunas.
Depois de todas as questões que se têm levantado sobre a Costa de Caparica e também de algumas conversas que vai ouvindo, sobre o Tejo, o Ginjal e a própria Cidade, o meu filhote tirou uma ilação clara e simples, bem ao nível da sapiência ds seus oito anos.
Disse-me que a Presidente da Câmara e os amigos não deviam saber nadar, e era por isso que não gostavam do mar e do rio....
Sorri e fiz-lhe uma festa na cabeça, para acrescentar de seguida, que não precisamos de saber nadar, para gostarmos do mar ou do rio.
Claro que as suas palavras não me sairam da cabeça. E, se analisarmos o tratamento que o Município tem dado à Costa de Caparica, à Trafaria e ao Ginjal... o Miguel até é capaz de ter alguma razão.
Se calhar eles até sabem nadar mas gostam mais de se banhar em piscinas, com água morna e sem ondas...
Depois de todas as questões que se têm levantado sobre a Costa de Caparica e também de algumas conversas que vai ouvindo, sobre o Tejo, o Ginjal e a própria Cidade, o meu filhote tirou uma ilação clara e simples, bem ao nível da sapiência ds seus oito anos.
Disse-me que a Presidente da Câmara e os amigos não deviam saber nadar, e era por isso que não gostavam do mar e do rio....
Sorri e fiz-lhe uma festa na cabeça, para acrescentar de seguida, que não precisamos de saber nadar, para gostarmos do mar ou do rio.
Claro que as suas palavras não me sairam da cabeça. E, se analisarmos o tratamento que o Município tem dado à Costa de Caparica, à Trafaria e ao Ginjal... o Miguel até é capaz de ter alguma razão.
Se calhar eles até sabem nadar mas gostam mais de se banhar em piscinas, com água morna e sem ondas...
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