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segunda-feira, setembro 21, 2015

«Belos tempos aqueles em que fiz campismo selvagem!»


Falava-se de justiça, do uso e abuso das escutas telefónicas, e claro, da evolução tecnológica nesse campo, que permite ouvir conversas a longa distância, quando um antigo resistente antifascista se saiu com esta:
«Belos tempos aqueles em que fiz campismo selvagem!»

E depois com mais sorrisos e histórias de outras lutas, contou que o campismo foi uma das melhores formas que eles encontraram para lutar contra a PIDE e os seus bufos, quase sempre sem pedalada para os seguirem nas longas caminhadas pelos campos (confessou não se lembrar de ter existido nenhum infiltrado nos grupos campistas de que fez parte, embora pudessem estar alguns presentes...). Ainda acrescentou: «no meio da natureza, nos campos abertos, só os pássaros tinham ouvidos, mas esses tinham mais que fazer que perderem tempo connosco.»

E quando a conversa avançou para as redes sociais, ainda exclamou, entre sorrisos: «Na minha juventude não me lembro de sentir curiosidade por saber coisas da vida, dos outros. Acho que era assim com toda a gente, tirando uma ou outra coscuvilheira, que faziam de jornal da rua.»

Nova risota geral.

A fotografia é da autoria do meu amigo Fernando Barão, também ele campista nesses tempos diferentes...

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Passamos a Vida a Desiludir os Outros...


Já não acho, tenho a certeza.  Passamos a vida a desiludir os outros, quase sempre involuntariamente.

Apenas por que não somos o que esperam de nós. Aliás, o que querem que nós sejamos.

E nós homens ainda somos mais tramados. Apesar das aparências, somos mais difíceis de domar que qualquer cãozito. Isso também explica o porquê de se verem por aí tantas mulheres atreladas a bichinhos de estimação, quase sempre pouco ferozes.

Mas há ainda outra coisa que me irrita, só somos teimosos e mal educados com quem podemos ser (os nossos subordinados...). Neste país ainda se pratica (muito...) a vénia para os "chefes" de qualquer coisa...

Palavra de quem trabalha "sem amo" e sem "servos" (deve ser por isso que sou cada vez mais libertário...).

sábado, junho 30, 2007

A Nossa Opereta Bufa


Onde há um chefe há um potencial angariador de bufos...
Sei do que falo, e ao contrário do que dizem, é uma realidade miserável, que não acabou com o fim da PIDE, após a Revolução de Abril.
Ao longo da minha vida profissional, em aparente liberdade, fui descobrindo gente capaz de tudo, desde que conseguissem ficar melhor na fotografia, que os restantes colegas. Isto só acontecia porque havia um chefe, com a porta aberta, para receber o relatório diário ou semanal das actividades menos visíveis dos seus subordinados.
Claro que mais tarde ou mais cedo estes bufos de quarta categoria eram descobertos e acabavam por cair em desgraça, vitimas do seu jogo duplo. Outros assumiam esta faceta estranha, com vaidade. Estou a lembrar-me de alguém, a quem tratávamos por "varina", e que lhe conseguimos trocar de tal forma as voltas, que o chefe começou a pensar que ele era mais mentiroso que bufo...

Tenho pena que os muitos ministros medíocres deste governo, que gostam de se servir do poder que têm, para demonstrar quem manda, em vez de se preocuparem em corrigir os seus erros, adorem inventar "bodes espiatórios", mesmo que seja em Vieira do Minho.
E são de tal maneira superiores, que nem sequer se esforçam por pedir desculpa ao povo pelas suas alarvidades, nem tão pouco são demitidos...
O curioso é que, com gente desta no governo, Alberto Costa e Augusto Santos Silva, por exemplo, até parecem ministros modelo...

Dali e os seus "Primeiros Dias de Primavera" animam esta prosa quase farta...