Uma reportagem de ontem do "Público" procura fazer um retrato do padre António Aires, que foi vitima de uma cilada por um grupo de desconhecidos, que o agrediram, despiram e ataram a uma árvore, próximo de Alijó.
Além do relevo dado ao padre-treinador de futsal, o trabalho jornalístico de António e Pedro Garcias é muito pouco conclusivo em relação ao incidente que foi vitima, embora lance a suspeita de que se tratou de um assunto de mulheres e acrescente que o padre António também é visto como uma pessoa vaidosa, teimosa e autoritária, nas freguesias onde está inserido.
Ao qual não deverá ser indiferente o facto de se passear, com um Mercedes desportivo de dois lugares, entre as várias paróquias que dirige. Mas o que me chamou mais a atenção foi uma frase atribuída a si próprio: «Dentro da igreja, sou padre. Cá fora sou um homem igual aos outros.»
Se esta frase é verdadeira, é a primeira vez que ouço alguém, com coragem para assumir esta postura, de dentro para fora da Igreja.
A única coisa que me parece óbvia em toda esta reportagem, é que se o padre António, quer mesmo ser um homem igual aos outros, fora da igreja, deverá abandonar a batina...
Escolhi este retrato de Rafael Bordalo Pinheiro, "Moralidade e Marmeleiro!", do seu "Álbum das Glórias", em que satiriza o bispo de Viseu, uma personagem muito especial da Igreja no século XIX, pois além de liberal foi maçónico...