Não foi de repente, foram chegando aos poucos. E hoje vivem dezenas de pessoas no Ginjal. Não fiz nenhum "recenseamento", mas acho que ainda não chegam à centena.
Ocuparam os espaços degradados e abandonados (a última família que ali viveu já saiu dali pelo menos há uma década), ou seja vivem aparentemente sem condições mínimas de habitabilidade (embora, "artistas" como são, lá fizeram as puxadas de luz da ordem, e electricidade é coisa que não falta. A água é que é um pouco mais complicada, tem de se usar o balde e o garrafão. Nada de preocupante, não por o Tejo estar ali mesmo ao lado, mas porque o "banho" está longe de ser a coisa mais importante para esta gente...).
Não estou muito preocupado com este aspecto (nem com nenhum, aliás...). Vivem como querem e como os deixam viver.
A única parte curiosa, é a história dos "condomínios fechados". Sim, ao longo dos mais de quarenta anos que conheço a entrada do "Corredor do Luís dos Galos", sempre foi um espaço aberto. Só hoje, é que tem portas...
E no seu interior até já existe um "bar" e na parte de fora uma quase esplanada (já existem duas mesas e meia-dúzia de cadeiras...).
A liberdade sempre foi outra coisa. Aliás, "ocupação" nunca foi sinónimo de liberdade...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)