terça-feira, 10 de novembro de 2009
Berlim, Lisboa - vinte anos depois
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Berlim, Lisboa vinte anos depois (1)
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Poderemos ignorar?
"Vai por aí grande algazarra opinativa por a novel deputada comunista Rita
Rato, licenciada em Ciência Política, ter afirmado que nunca ouviu falar do
Gulag e que "nunca esto[dou] nem l[eu] nada sobre isso". "Isso" foram "só"
milhões de mortos, a maior parte presos políticos, em campos de concentração da
ex-URSS, uma espécie de Tarrafal multiplicado por números inimagináveis..."
Opinião de Manuel António Pina, para ler, aqui.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Gdansk, 70 anos depois
Hoje, numa cerimónia em Gdansk os antigos inimigos encontraram-se para relembrar o passado e para falar do futuro. A este reencontro entre alemães, polacos, russos, ucranianos... não faltaram nem polémicas, nem pedidos de desculpa e promessas. Putin, escreveu uma "carta aos polacos" em que procura justificar o pacto Molotov-Ribbentrop tentando melhorar o relacionamento dos dois povos e acenando com a reconciliação no quadro de um mundo "democrático e multipolar". Ao mesmo tempo promete desclassificar o arquivo sobre o massacre dos oficiais polacos chacinados na floresta de Katyn, questão que os polacos levam muito a peito.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Mais uma vítima....
"A múmia de Lénine, que se encontra exposta ao público no mausoléu da Praça Vermelha da capital russa, não mudou de fato devido à crise económica, embora esteja a precisar disso há alguns anos, escreve hoje o diário Trud.Os especialistas que olham pelo estado da múmia do dirigente da revolução comunista na Rússia, em 1917, queixam-se de que nem sequer há dinheiro para os trabalhos de embalsamamento [ver, aqui], a que Lénine tem que ser sujeito anualmente." in, Expresso
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Finalmente a Paz!
A I Guerra Mundial terminou com a assinatura do Tratado de Versalhes assinado a 28 de Junho de 1919 mas, a guerra tinha já terminado depois de assinado o armistício com a Alemanha a 11 Novembro de 1918. (assinado num vagão de combóio). As consequências deste conflito foram muitas a mais marcante de todas foi o redesenhar do mapa político europeu. Mas, pela primeira vez, na guerra e na paz o mundo agiu como uma “aldeia global”. Entre 1914 e 1918, tropas de todo o mundo envolveram-se numa guerra longa e devastadora. Depois, já em tempo de paz surgiu a Sociedade das Nações, precursora da ONU na tentativa de encontrar soluções negociadas para os conflitos internacionais.
Deixo-vos dois sites comemorativos deste 90º aniversário: Mémoires du front 1918 e I World War 90th anniversary.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Que humilhação?
Vários responsáveis politicos europeus têm referido a “humilhação” russa do pós União soviética como a justificação para a Guerra na Geórgia. O facto, de a Geórgia (entre outros Estados soberanos da região) ter deixado de estar sob a bandeira russa, de se ter tornado um país independente, de ter escolhido um regime político de tipo ocidental e de pretender integrar a EU e a NATO seriam para a Rússia uma humilhação, maior humilhação ainda o facto de o mundo se ter tornado unipolar…
Era sobre esta pretensa humilhação que gostaria de reflectir um pouco. Na sequência da II Guerra Mundial a Alemanha foi dividida e ocupada; os líderes nazis foram presos, julgados e condenados; foram proibidos os partidos de inspiração nazi bem como a utilização dos seus símbolos; a Alemanha foi obrigada a pagar reparações de guerra.
Ora, o que aconteceu na Rússia pós-soviética? Deu-se fragmentação natural de uma União que tinha sido à partida forçada mas, o coração da Rússia manteve-se intacto; os líderes comunistas foram julgados apenas pela história, não foram processados, mantiveram os seus lugares no funcionalismo público, não houve uma verdadeira “caça às bruxas”; o partido comunista e seus derivados mantiveram-se legais e a utilização dos seus símbolos nunca foi proibida; a Rússia não pagou qualquer indemnização às vítimas nem foi exigida a restituição de territórios como ilhas Curilhas...
Confiando na possibilidade de transformar a Rússia num parceiro fiável houve um investimento de mais de 55 biliões de dólares entre 1992 e 1995 (não contando com ajuda humanitária). Durante algum tempo foi ponderada mesmo a hipótese da Rússia vir a integrar a NATO. Tal hipótese foi depois abandonada mas manteve-se a cooperação a diversos níveis, nomeadamente, no sector de informações militares. Também, a sua integração no G8, decorreu da esperança de poder transformar o gigante russo num bom gigante democrático de liberal, à ocidental… e ignoraram-se os sinais. Ignoraram-se as atrocidades cometidas na guerra da Chechénia; a crescente apetência pelo controle de informação; a crescente tendência autocrática do regime; a desculpabilização e o branqueamento de crimes como a Grande Fome Ucraniana, o massacre dos oficiais polacos em Katyn, a eliminação dos dirigentes do partido comunista polaco (KPP ), em 1938 (nas vésperas do pacto Hitler-Estaline), as deportações nos países Bálticos; a reutilização do hino soviético; os novos manuais de história… todos esses sinais foram ignorados em nome dos bons negócios.
E agora falamos de humilhação. Qual humilhação?
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A Rússia, que escapou às sanções da U.E., sente-se em posição de força: mantém a ocupação de posições em solo da Geórgia e contínua a criar zonas tampão em redor da Osséssia do Sul e da Abecásia – na prática procede ao “ermamento” da região - e a impedir que os refugiados regressem. Na Ucrânia agudiza-se a crise política. Em consequência da degradação do relacionamento entre o Presidente e a primeira-ministra (acusada de ser pró-Moscovo) a coligação governamental esfumou-se. O Parlamento esvaziou o Presidente de poderes e, este ameaça, agora, retaliar com a sua dissolução. As sondagens indicam que se as eleições fossem hoje o partido do presidente perderia votos ficando sem a maioria tangencial de que dispõe.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
O primeiro dia da Guerra
31 de Agosto de 1939
Moscovo - é ratificado por unanimidade o pacto entre Hitler e Estaline (Ribbentrop – Molotov). A idade de recrutamento baixa dos 19 para os 17 anos.
Alemanha - . A rádio alemã divulga um plano de paz em dezasseis pontos que teria sido alegadamente recusado pela Polónia. A proposta refere-se ao corredor de Danzig (Gdansk), a manutenção desse corredor até ao leste da Prússia, e às minorias alemãs em território polaco. Nessa mesma tarde, a estação de rádio de Gliewitz, na fronteira germano-polaca, é atacada por “forças polacas”. De facto, eram prisioneiros polacos vestidos com uniformes alemães e organizados pelas SS para fornecer a Hitler, o pretexto para invadir a Polónia, no dia seguinte [onde se prova que quando se quer fazer uma guerra, se arranja sempre um bom pretexto …].
1 Setembro
Polónia - em cumprimento da directiva Directiva Número 1, às 4.45h,do dia 1 de Setembro de 1939, as tropas alemãs invadem a Polónia:
sábado, 23 de agosto de 2008
O pacto da vergonha
Em 23 de Agosto de 1939 foi assinado, em Moscovo, o pacto Hitler-Stalin, mais tarde conhecido por Ribbentrop-Molotov (nome dos ministros que o negociaram). Desta negociação resultou a aceitação mútua da partilha da Polónia, Estónia, Lituânia,Letónia, Roménia e Finlandia. Esta aliança nazi-comunista era praticamente invencível e manteve-se até 1941 quando a Alemanha iniciou a Operação Barbarosa.
Este pacto de não-agressão antecedeu em apenas uma semana a invasão da Polónia e o consequente ínicio da II Guerra Mundial.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Independência do Kosovo, uma inevitabilidade?
Ao anunciar a independência do Kosovo, o primeiro-ministro Hashim Thaci, declarou que o Kosovo passaria a pertencer à grande família europeia. Mas, como em todas as grandes famílias existem conflitos de interesses. E se alguns estados membros da EU vêem com bons olhos a independência do Kosovo, outros há que a olham com desconfiança e preocupação.
A independência do Kosovo é para todos os estados (dentro e fora da EU) que têm problemas de coesão interna uma má notícia: Espanha, Roménia, Polónia, Turquia, Rússia, China… para não falar da revolta na própria Sérvia. Por outro lado, esta janela de oportunidade está a ser observada atentamente por todos os que se sentem estrangeiros na sua própria terra.
Á medida em que as celebrações esmoreceram, aumentou o debate em torno da legitimidade desta independência. De facto, ainda se tem de jogar muito no campo diplomático para chegar a um ponto de equilíbrio até porque o próprio estado kosovar tem tamanhas debilidades económicas e sociais que se questiona a sua viabilidade.
Em Belgrado, os ânimos estão exaltados e nas ruas os protesto e os motins têm-se sucedido. E se a distância nos confere alguma frieza de apreciação não nos deveremos esquecer que nos Balcãs as memórias dos massacres ainda estão frescas e que as vítimas (de ambos os lados) têm faces e nomes que todos lembram, tornando mais difícil a reconciliação e o compromisso.
No caso dos Balcãs a geografia, história e, a religião parecem conspirar para um estado de permanente conflito. A convivência milenar entre as comunidades em lugar de ter proporcionado a integração e a tolerância criou divisões profundas e inultrapassáveis que se têm repetido, fatidicamente, em quase todas as gerações tornando o diálogo um exercício penoso e frequentemente infrutífero. O conflito nesta região não se apagará com uma declaração, nem deixaria de existir se tudo continuasse como antes - talvez, a independência fosse de facto inevitável.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Sobre o Esquecimento
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Memória de uma Europa em Guerra
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Um filme para celebrar o Direito à Memória
Trata-se de um filme sobre uma das maiores tragédias da história polaca (que, como se sabe, é fértil em momentos terríveis). Katyn, conta a história do massacre de de 22 000 oficiais do exército polaco pelo Exército Vermelho, sob as ordens de Joseph Estaline, 4 000, dos quais foram fuzilados na floresta de Katyn, no início da II Guerra Mundial.
Wajda, filho de um dos oficiais que pereceu nessa floresta, evoca um tema absolutamente tabu nos tempos do comunismo. Tão absolutamente tabu, que o simples facto de ser descendente de um destes oficiais interditava a frequência das Universidades.
O Exército Vermelho entrou na Polónia 17 dias depois das tropas nazis (17 de Setembro). A Polónia, foi então engolida pelo exército alemão, a oeste, e pelo soviético, a leste. Estava então em vigor o pacto germano-soviético. Após a ruptura deste pacto em 1941, os alemães, ao avançarem para leste descobriram e revelaram o crime soviético na floresta de Katyn. No entanto, durante décadas a versão oficial dos factos foi a de que estes oficiais teriam sido mortos pelos alemães. Durante décadas a verdade só podia ser dita à “boca pequena” por receio de represálias.
Os factos relativos a este massacre são conhecidos e inegáveis mas só puderam ser estudados a partir de 1989, quando Gorbachtov permitiu a consulta das ordens de Estaline dirigidas a Beria para que este assassinasse os oficiais capturados (ver documentos ).