O turismo de saúde está na moda, e na ordem do dia. As cirurgias oftalmológicas executadas do lado de lá do Atlântico, na mítica Cuba representam a última esperança de cura para muitos portugueses condenados a uma lista de espera para uma simples intervenção às cataratas…
Vários países estão a promover a medicina (India, Malásia, Tailândia, Cuba, Venezuela, China…) como parte do sector turístico. Os governos esperam assim, conseguir expandir este novo tipo de oferta turística: vender a estrangeiros a ideia de viajar para destinos exóticos em voos baratos para receber tratamento adequado ao seu caso evitando listas de espera ou, conseguindo que o tratamento seja acessível ao seu seguro de saúde… A oferta existente é diversificada: cardiologia, cirurgia plástica, ortopedia, estomatologia , transplantes…
A Índia, é um dos pioneiros nesta área procurando arvorar-se como um destino global para o “turismo de saúde”… O turismo médicinal, representa uma importante fonte de receitas para os países promotores ao mesmo tempo que para a Europa, o Canadá, os Estados Unidos , cuja população tem vindo a envelhecer e cujas despesas de saúde são galopantes, são uma oportunidade de manter despesas e listas de espera controladas. A ideia é vender serviços (aparentemente) de primeira qualidade, a preços do terceiro mundo, isto é, baratos.
E é mesmo no dinheiro que está a alma deste negócio. Aproveitando uma mão-de-obra extremamente barata e habituada a horários de trabalho mais alargados o preço dos cuidados de saúde é muito competitivo se comparado com os serviços prestados nos países de origem dos doentes. Um médico cubano ganhará cerca de 40 dólares/mês, logo…
Acontece, porém que na maior parte destes países existem limitações no acesso à saúde para uma parte significativa dos cidadãos nacionais mas, para os turistas pode-se dizer que os dólares pagam tudo instalações hospitalares-hotelaria, pessoal médico e de enfermagem, medicamentos e outros luxos. Um país dois sistemas de saúde. Países como Cuba fizeram da medicina parte da sua imagem de marca e dedicam igual cuidado à exportação de médicos para países do terceiro mundo … ou mesmo, Portugal . Admite-se que cerca de 30% dos médicos e enfermeiros cubanos estejam a prestar assistência fora do país assegurando assim, alguns milhões de dólares às parcas finanças cubanas. Mas os nacionais não têm acesso ao mesmo tipo de cuidados de saúde a menos que pertençam à elite, como se pode constatar nestas imagens: