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domingo, 30 de agosto de 2009

Computadores na escola, a grande ilusão?

"... depuis 2001, le département [Landes] avait choisi d'équiper en ordinateurs portables et en logiciels pédagogiques l'ensemble des collégiens et des professeurs pour un investissement de 45 millions d'euros, hors coût de fonctionnement… Un test grandeur nature de l'efficacité des nouvelles technologies dans les classes. Huit ans plus tard, une étude commandée à la TNS Sofres et présentée au salon Ludovia, sorte d'université d'été de l'e-pédagogie, rend compte de l'appropriation des outils numériques par les élèves et leurs professeurs. Force est de constater que le bilan reste mince.
Premier constat, les collégiens se servent de leur ordinateur à 80 ou 90 % pour des activités ludiques, la raison principale étant que 6 professeurs sur 10 ne donnent pas de devoirs à la maison. Jeux pendant l'étude, téléchargement de films pornos… : la charte d'utilisation signée en début d'année se révèle une faible barrière. Quant aux recherches sur Internet, elles sont rarissimes." in, Le Figaro

As ilusões de progresso e modernidade por vezes não passam disso mesmo. Sócrates parece enfermar da visão ingénua de que as tecnologias são a solução milagrosa para todos os problemas. Por isso, a escolha entre a modernidade "prá frentex" de Sócrates e o suposto "conservadorismo retrógrado" de Ferreira Leite não é mais do que uma falácia semelhante às que se contavam às crianças que não queriam engolir a sopa.

domingo, 16 de agosto de 2009

As manchas

"... empresa pública criada, em 2007, para desenvolver as obras de transformação das escolas secundárias portuguesas já gastou mais de 20 milhões de euros em projectos de arquitectura que foram adjudicados por convite directo, sem consulta a terceiros nem publicitação dos contratados." in, Público
Que o parque escolar estava degradado e não correspondia às exigências do ensino moderno, sou a primeira reconhecer a necessidade premente da sua requalificação. Contudo, os fins não justificam os meios, mesmo por uma boa causa, por isso é inadmissível que as adjudicações sejam feitas sem recurso a concurso público, o que não é um bom índice de transparência.

É claro que este é mais um caso para avolumar a suspeita. Oops! Agora, pensarão que me juntei à "campanha negra"... O que é facto, é que por estas e por outras Portugal aparece num recente relatório da OCDE como um dos países onde a luta contra a corrupção praticamente não existe e a transparência mais deixa a desejar. Ora, estas manchas não se apagam com "lamentos" mas sim, com melhores práticas. Mesmo sabendo que no "melhor pano cai a nódoa", temos que convir que, são já demasiadas nódoas mesmo, para um singelo pano de chita rosa.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pedagogias [2]

Mais um livro capaz de traumatizar as criancinhas. Desta vez, chega-nos da Alemanha e, aterrorizou gerações.
Estávamos em 1845 quando Heinrich Hoffman, pubicou Der Struwwelpeter. Hoffmann foi um pioneiro no capítulo das doenças mentais - principalmente entre as crianças .- mas, era também entre os seus amigos reconhecido pelo seu sentido de humor negro.
Hoffmann cria inicialmente o pequeno Struwwelpeter para o seu filho. Mais tarde, edita-o como uma espécie de album cómico destinado às crianças entre os três e os seis anos.
Trata-se de um conjunto de histórias do quotidiano em que crianças desobedientes são sujeitas a castigos terríveis. Tomemos o caso do pequeno Robert que brinca com o seu guarda-chuva até que uma rabanada de vento o leva para um destino desconhecido... Ou a história de Gaspar que não quer comer a sopa, emagrecendo até não ser mais do que uma linha e, finalmente, a última ilustração é um túmulo...
As interpretações da obra de Hoffmann não são consensuais: até que ponto o autor pretendia assustar as criancinhas ou, pretendia apenas fazer humor negro...



Uma versão online... e a música dos Rammstein( Hilf mir / Ajuda-me) inspirada numa destas histórias...

domingo, 5 de julho de 2009

Pedagogias

Livros para crianças. Belas histórias de Princesas ternurentas e rapazes traquinas lançados em mundos de aventuras destinadas a acabar da melhor maneira. Livros que convertem o mais feroz dos animais no melhor amigo. Livros que transformam o "monstro" em princípe. Sendo certo que os bons são recompensados abundantemente e, dos maus não reza a história (pelo menos desde o século XIX quando alguns dos horríveis e tradicionais castigos foram considerados "politicamennte incorrectos").
Mas nem todos os livros infantis são assim. Na Rússia até, pelo menos, aos anos 90, publicaram-se livros destinados aos "meninos mal comportados". Livros cuja mensagem era concebida para fazer pensar duas vezes os mais traquinas de entre a rapaziada.
O livro cujas imagens publico chama-se "Miúdo". Neste livro infantil, não se cansa da primeira à última página de ameaçar o "miúdo": se não obedece à mãe arrisca-se a cair num buraco; se desobedece ao pai, o enorme gato preto arranhará o irmão; se brinca durante a refeição, a enorme aranha negra virá ... ; se gosta de brigar com aos amigos então, será mordido pelas serpentes... e outras tolices semelhantes.
Não é certo o efeito de tais livros nas mentes infantis, o que me parece certo é que houve alguém que mandou imprimir 200 000 exemplares por achar que se venderiam...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O inigualável Magalhães


"A Comissão Europeia (CE) considera que Portugal infringiu as leis comunitárias da concorrência ao adjudicar por ajuste directo, e não por concurso público, todos os programas governamentais ligados ao Plano Tecnológico da Educação. Está em causa a distribuição gratuita ou a preços reduzidos de mais de um milhão de computadores a alunos e professores – incluindo os 500 mil ‘Magalhães’ que o Executivo de José Sócrates prometeu distribuir pelos alunos do 1.º Ciclo." in, Sol
Claro está que o governo nega ter infringido a directiva 2004/18/CE (norma que regula a contratação pública na UE, de forma a assegurar a livre circulação de bens e serviços no Mercado Único Europeu) e, está confiante de que a queixa não terá fundamento pois, no entender do Secretário de Estado tudo foi feito com "transparência". Entretanto, Bruxelas espera uma resposta ...

Com o Magalhães, não há dúvida, cada cavadela cada minhoca. Enfim, mais um episódio de uma novela cujo enredo não cessa de se enredar... este, é nitidamente mais um caso em que o fascínio pelas tecnologias, e o calendário eleitoral levaram a um conjunto de tomadas de decisão que se têm vindo a revelar, no mínimo, desgastantes: desde logo é questionável o critério de distribuição (porque se começou pelo telhado, isto é, porque não houve formação, atempada, dos professores? quantos alunos os utilizam diariamente nas escolas?); depois os erros pueris que "escaparam" à supervisão do ME; os episódios rocambolescos na distribuição que foi feita com honras de primeiro-ministro, ministra ... ; o famoso tempo de antena do PS e as desculpas que se seguiram em vários tons...: não esquecendo ainda, esta notícia:
"...a JP Sá Couto registou uma taxa de crescimento de 1.308,5 por cento nos primeiros três meses do ano face ao mesmo período de 2008, "dinamizada essencialmente pela adesão ao portátil Magalhães". in, notícias/RTP

terça-feira, 28 de abril de 2009

Venham a nós as criancinhas

"O Ministério da Educação pediu a uma escola do primeiro ciclo de Castelo de Vide autorização para filmar crianças a utilizar o Magalhães.[...]

Mas o produto final da consulta acabou por ser emitido num tempo de antena do PS na RTP, na passada quarta-feira. Os encarregados de educação já pediram explicações à escola." in, Público

"O primeiro-ministro e as ministras da Saúde e da Educação entregam hoje os primeiros cheques-dentista a alunos com sete, dez e 13 anos, uma medida que deverá abranger 200 mil crianças e custará 15,2 milhões de euros." in, Público
Em marketing as crianças são usadas para chegar ao bolso dos pais. Em política para chegar ao voto. Seduz uma criança e terás dois potenciais eleitores. Desde há meses que este jogo de sedução se tornou patente. A distribuição dos famígerados Magalhães foi uma boa oportunidade, os diplomas, os cheques aos bons alunos e agora, os cheques-dentista. Tudo boas razões para mostrar serviço, aparecer nas televisões e, nos tempos de antena (!?). Perdeu-se definitivamente, a compostura!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mais uma história de canudos ...


... agora em França:

«La réussite n'a pas de prix. Plusieurs centaines d'étudiants chinois, inscrits à l'Institut d'administration des entreprises (IAE) de l'université de Toulon, auraient versé de l'argent pour se payer des diplômes.

Saisi d'une plainte d'un professeur de l'Institut, le parquet de Marseille a ouvert, le 26 mars, une information judiciaire pour "corruption passive et active, et escroquerie".» in, Le Monde


quinta-feira, 26 de março de 2009

ME, ao serviço do PS?


"O Jornal de Notícias publica semanalmente um texto apologético sobre os feitos do Ministério da Educação. São textos redigidos e pagos pelo Ministério e publicados na primeira página do caderno de "Classificados" do JN."
Leia texto na ítegra, aqui.

Comprar o Magalhães na Feira...

"O computador Magalhães é entregue aos alunos do primeiro ciclo em regime de propriedade plena, mas alguns professores já alertaram para casos em que os portáteis podem já não estar com as crianças, e ter sido cedidos ou até vendidos. [...]
A factura do Magalhães deveria ser totalmente paga pelas operadoras, mas depois de estas reclamarem que as verbas destinadas à Sociedade de Informação não seriam suficientes para cobrir os dois programas abrangidos ("e-escolinha" e "e-escola") o ministro Mário Lino, em entrevista publicada em Novembro, garantiu que se a situação se confirmasse "o Estado terá de colmatar a parte que faltar". in, Público
Realmente, com o Magalhães "cada cavadela sua minhoca" e, sem ter sequer a ilusão de alumiar aqui todas as minhocas vejamos as que se me prenderam na memória:
- não houve concurso público, a encomenda foi feita por ajuste directo...
- a distribuição dos Magalhães deveria já estar concluída mas, ainda faltam cerca de 100 mil;
- houve distribuição de computadores "na hora" da visita ministerial e ... "recolher obrigatório", dos ditos, logo depois;
- pretendeu-se que fossem as autarquias a pagar acesso à internet;
- os errozitos de português, no jogo didáctico, passaram sem que ninguém se apercebesse até que alguém gritou, "o Magalhães tem erros!"aí, alvoraçou-se a 5 de Outubro e, surgiu milagrosa a solução do problema que passará mais uma vez pelos professores...
- agora, o Magalhães passou para o mercado negro...

Se soubessem história, não teriam escolhido o nome de Magalhães para o computador, já no seu tempo. Fernão de Magalhães. deu muitas dores de cabeça ao rei de Portugal, já no seu tempo correram boatos sobre a forma, menos transparente, como teria dividido os proventos de uma das suas expedições... por isso, acabou por entrar ao serviço do rei de Espanha... claro, que o Ministério da Educação não sabe de nada...

quarta-feira, 25 de março de 2009

X [erox] files (2)

The Land of Far Beyond
Birds of the Open Florest Dawn Series
Wild Flowers
via, Su Blackwell

Percebo claramente o embaraço político da Sra. Ministra. Afinal, ninguém poderia supor, imaginar sequer...
“Em 2005, não tinha nenhum elemento que me permitisse concluir, como aqui é hoje concluído pelo deputado Emídio Guerreiro, que o dr. João Pedroso é um incumpridor nato”, afirmou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. in, Público
E agora, Sra. Ministra, o que fazer com as fotocópias? Resmas delas?!
Se V.Exa., me permite a ousadia, eu tenho uma sugestão.Transformar as malditas fotocópias em obras de arte. Sim, porque já ficaram para a história como uma refinada trafulhice, quase ao nível de Alves dos Reis... poderia agora entrar também nos anais da arte decorativa, é que tanta fotocópia, tanto papel poderia ser reciclado e transformado em papel esculpido, à imagem e semelhança dos exemplos que, aqui, deixo.
Assim, embora não possa deixar de considerar que "tarde se arrepende quem muito (300 000€!) despende", poderia V.Exa. afirmar doravante que "há males que vêm por bem" ... e que do engano nasceu a arte e que das fotocópias se fez ... poesia visual!

sábado, 14 de março de 2009

Onde estão os números?


"... o secretário-geral de Segurança Interna decidiu acelerar a entrega do relatório ao Parlamento e não vai esperar pelos dados da Educação sobre violência nas escolas.
[...]o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) [2007] teve um capítulo dedicado à "Escola Segura", onde se juntaram os números registados pela Educação, de casos ocorridos no interior das escolas, com os das Forças de Segurança, que tinham os crimes no espaço exterior.
Este ano, contudo, sem que a Educação tivesse apresentado qualquer motivo, estas estatísticas não foram ainda divulgadas."
in, Diário de Notícias
Porque será??

A desconfiança relativamente às forças de segurança e à justiça leva a que muitos crimes fiquem sem a devida participação e, se isto é verdade para a generalidade das situações, ainda é mais verdade para os casos ocorridos dentro da escola. Assistimos a um recrudescer dos casos de violência na escola que não tem sido reflectido pelas estatísticas. De facto, em muitos casos a ausência de queixa resulta mais da banalização da violência e do medo, do que da desconfiança relativamente às autoridades (professores, Escola Segura) . Entre muitos os conselhos executivos impera uma teimosa determinação em resolver os problemas dentro da escola, de forma que a ela não se cole o rótulo de "insegura", este mascarar da situação adia a resolução dos problemas e beneficia os infractores. Exemplar deste estado de espírito é o protelar deliberado da participação às entidades competentes, inclusivé, em casos que envolvem armas de fogo.
A mediatização de casos de violência no recinto escolar tem levado a que professores, alunos e, encarregados de educação, tenham maior consciência dos seus direitos e, a que o "abafamento" das situações seja cada vez mais difícil, o poderá ter tido reflexos nas estatísticas por isso, jogam-se os incómodos números para debaixo do tapete.
________

"... Ministério da Educação diz que os dados estão a ser trabalhados ..."
in Público
O que significa isso em politiquês? Mascarados, maquilhados, torturados para se apresentarem com melhor aspecto?
Os números deveriam ser apresentados, simplesmente.
_____

Certo é que o aumento de 10,7% do crime violento crime e de 7,5% da criminalidade geral, estragam qualquer intervalo publicitário ...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Educação: portas para o amiguismo e outros "ismos"

"Entre as novidades do concurso [de professores] está também a possibilidade de as escolas em zonas de intervenção prioritária poderem a partir deste ano contratar directamente os seus docentes, apesar de as condições ainda não estarem totalmente definidas. ." in, Público
Estão escancaradas as portas para o amiguismo, o nepotismo, o economicismo (todos nos recordamos dos horários que ficavam na gaveta para de lá saírem, por um passe de mágica quando aparecia o eterno candidato àquelas horinhas) ... É que, se bem percebo os critérios de selecção poderão passar a estar mais relacionados com o "ter caído em graça" do que com a competência. Aliás, os agrupamentos, poderão ser tentados a contratar alguém com menos tempo de serviço ou, com menos qualificações logo, "mais económico"...

sábado, 22 de novembro de 2008

Comparações

«More than a third of schools are not giving pupils a good education, inspectors warned today.One in ten 11-year-olds are still leaving primary school without reaching the level expected of their age group in English and maths, Ofsted's annual report found.
And more than half of England's teenagers are still leaving school without five good GCSEs, including English and maths.
In her third annual report, Chief Inspector of Schools Christine Gilbert said England must do better if it is to compare favourably with the rest of the world.
She said she was concerned that there was still too much variation in achievement between different areas of the country.
Poor quality services existed across the education and care sectors, for those from disadvantaged backgrounds.
Poorer children, such as those who qualify for free schools meals, were still less likely to achieve five good GCSEs, including English and maths, than their peers.
In 2007, only 21 per cent of children on free school meals achieved this benchmark, compared with 49 per cent of other pupils.
Ms Gilbert said there was a strong link across every sector between deprivation and poor quality services.
She said: "This means that children and families already experiencing relative deprivation face further inequity in the quality of care and support for their welfare, learning and development.
"In short, if you are poor you are more likely to receive poor services: disadvantage compounds disadvantage." [...]»
in, The Guardian
E em Portugal? De que forma, a desigualdade no acesso à informação condiciona os resultados escolares? De que forma, a frequência do pré-escolar permite quebrar o circulo-vicioso do insucesso escolar em áreas carenciadas? De que modo as condições materiais das escolas determinam o sucesso dos alunos? Não se trata somente do "ranking", trata-se de cruzar dados. Trata-se de procurar inverter tendências e de oferecer oportunidades iguais.
Só para dar um exemplo, num concelho como o Seixal a cobertura do pré-escolar público é diferente de freguesia para freguesia (em algumas é, inexistente) esse facto, tem ou, não influência, no desempenho dos alunos ao nível do ensino básico?
Ninguém ignora a importância do contexto sócio-cultural no desempenho dos alunos mas, gostaria de ter mais dados. Alguém os conhece?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Manobras



O exercício de recuo táctico da 5 de Outubro, está destinado a prolongar o clima de desentendimento nas escolas. De facto, as medidas de simplificação destinam-se a atirar areia para os olhos da opinião pública e a alimentar a ideia de que os professores “não querem nenhuma avaliação”.

O que a Ministra se prepara para fazer nos próximos dias é “travestir-se” de vítima de um grupo profissional que não quer “diferenciação dos professores, segundo a sua qualidade”. Esta é a mensagem que o governo tentará fazer passar. A ministra pediu desculpa, fez uma retratação pública, hoje procura o entendimento com os sindicatos … depois virão de novo as acusações de extremismo, intransigência … já estou a ver o filme!

Vejamos, a título de exemplo, o que diz o editorial do DN de hoje:

« As propostas implicam [… ] menos observação de aulas - para quem prescindir à partida de ter Muito Bom ou Excelente. Esta última medida é um presente mais ou menos envenenado: só os que tiverem Muito Bom ou Excelente poderão ascender a determinados escalões na carreira. E, portanto, quem não quiser avaliação presencial estará a desistir de ganhar mais

O que o DN não diz é que para a esmagadora maioria dos professores será irrelevante procurar ascender na carreira. É que o sistema de quotas bloqueou, na prática, a progressão na carreira, por melhor que seja um professor, ele, só poderá ascender se houver um lugarzinho. Mais, muitos professores gostam, de facto (por incrível que possa parecer aos comuns mortais, e aos iluminados da 5 de Outubro), de estar na sala de aula ora, ser titular leva a “ganhar mais” (como refere o DN) mas, obriga a tarefas burocráticas e de coordenação que não são necessariamente do agrado dos professores que não trocam a sala de aula pelo relativo conforto do gabinete.

As alterações anunciadas são mera cosmética destinada a salvar a ministra.

O modelo de avaliação (baseado no ECD que temos) está provado que não presta. As escolas que o tentaram aplicar afundaram-se em procedimentos e burocracia e ,não é com simplificação que chegamos a algum lado. Existem outros modelos, que não o chileno, testemo-los em escolas piloto (em diferentes regiões, com características sócio-económicas diversas) e faça-se o balanço e os ajustamentos necessários.

***

Actualização: Conselho de Escolas deverá manter pedido de suspensão...

PSD pede "suspensão do modelo de avaliação dos professores" e "recomenda também ao Governo a revisão do Estatuto da Carreira Docente."

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Procrastinação

"Vou enviar oficialmente uma carta à ministra com essa deliberação, [do Conselho de Escolas, relativamente, ao pedido de suspensão da avaliação] ainda esta semana", garantiu Álvaro Almeida dos Santos, depois de confrontado pela Lusa com críticas manifestadas por vários membros do conselho, insatisfeitos por o presidente não ter entregue nem comunicado terça-feira a Maria de Lurdes Rodrigues a posição aprovada pela maioria, no dia anterior. [...]

"A moção foi a votação e ganhou por maioria. Fico muito desiludido pelo facto de o presidente não a ter formalmente transmitido à ministra e de não ter sido capaz, até ao momento, de a comunicar de forma clara à opinião pública. A sua atitude não é conforme com o que foi decidido", adiantou José Eduardo Lemos.

"É obrigação do presidente transmitir oficialmente as posições aprovadas. Há razões para ficar incomodado com esta posição", corroborou outro elemento do CE, que pediu igualmente para não ser identificado."
in, JN
E o CDS a pôr-se em bicos de pés ...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

... a Democracia segue dentro de momentos...


"Manuela Ferreira Leite estava a fazer uma crítica à forma autoritária, errada, de governar do engenheiro Sócrates e deste Governo e ao fazer essa crítica ilustrou-a com aquilo que ela acha que não se deve fazer", afirmou Marques Guedes, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD.[...]
A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, defendeu hoje que em democracia não é possível fazer reformas contra as classes profissionais, demarcando-se da atitude do Governo no que respeita à reforma do sistema de justiça.
"Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia". " in, Público
MFL, foi infeliz nas suas declarações. Conhecendo os media, deveria saber as desta vez as suas palavras não seriam relegadas para o interior dos jornais. Retomando a antiga máxima, poder-se-ia dizer que à líder da oposição não lhe basta ser democrata é preciso parecê-lo.

Mas, tomando por boas as explicações de Marques Guedes ficamos, de facto, com a sensação que este governo gostaria de poder ter um semáforo para fazer esperar a democracia e escapar ao escrutíneo público. Esta é e, será sempre a tentação do poder, perante a contestação fazer valer a força e não a razão. No caso de Sócrates desde o primeiro momento que a sua estratégia foi clara e, nisso concordo com MFL: isolar grupos profissionais, estigmatizando-os, e denegrindo-os junto da opinião pública para depois, em nome do ímpeto reformista do governo proceder com grande alarde a alterações no regime de férias (juízes), no estatuto da sua carreira (médicos, militares, professores...).... alterações que na maior parte dos casos não se traduziram numa melhoria real dos serviços prestados porque, foram cosméticas e pensadas como operações de propaganda para a opinião pública. Esta estratégia de afrontamento comporta os seus riscos, desde logo a alienação dos profissionais. A conflitualidade no sector da Educação é apenas mais um capítulo da incapacidade de gerar consensos ... incapacidade que tem sido agravada pelo facto de os interlocutores tradicionais -sindicatos, associações- estarem a sofrer de inadequação ao "choque tecnológico", a democratização da informação (acesso e produção) veio introduzir uma perturbação adicional às negociações que, antes, estavam reservadas para o aconchego dos gabinetes.
***

"... ministro dos Assuntos Parlamentares criticou hoje a Fenprof por ter
abandonado uma reunião no Ministério da Educação e acusou a federação de ter uma
"agenda" de "posições extremistas" e que "apostam no agravamento do conflito".
in, Público

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Atrapalhada


A reacção dos professores a um sistema injusto, carente de lógica e de rigor, só poderia redundar num imenso desgaste do titular da pasta da Educação, que para cúmulo se tem refugiado num autismo persistente.
As manifestações de professores, o descontentamento dos alunos e a insatisfação de muitos encarregados de educação tinha que ter consequências - este governo ainda sabe fazer contas de diminuir e, os danos eleitorais provocados por este imbróglio são já evidentes e atrapalham os planos do PS para conquistar um nova maioria.
A sra. ministra, foi pouco avisada pois a forma como foi reagindo aos acontecimentos torna qualquer cedência numa derrota pessoal e, do primeiro-ministro.
Depois do recuo sobre as consequências das faltas justificadas dos alunos, fico curiosa relativamente, ao teor das alterações ao sistema de avaliação de professores mas, é certo, que a ministra se enterrou até ao fundo na trapalhada que a sua equipa criou e que agora procura salvar a face*.
***
Conselho das Escolas pede à ministra que suspenda a avaliação ... o que só virá reforçar o "braço de ferro".

domingo, 16 de novembro de 2008

... ainda me espanto!

(clique na imagem para a aumentar)

Esta é a primeira página, de um extraordinário questionário (na totalidade, aqui), sobre o estilo da liderança que os professores avaliadores, de uma escola do distrito de Lisboa, foram convidados a preencher. Eis algumas das (im)pertinentes questões deste inquérito:
"Acredito firmemente que o divórcio se deve tentar evitar sempre que possível.
Um relacionamento com um companheiro romântico é um dos meus objectivos.
A minha casa é mais limpa e organizada que a maioria das casas que conheço.
Sou mais inteligente que a maioria das pessoas e os demais geralmente reconhecem-no."
Atendendo ao carácter das perguntas, diria que é mau demais para ser real...

Via, Educação do Meu Umbigo

Um artigo de opinião que vale a pena ler...
****
Só falta mesmo isto:

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E ainda: alguém me consegue explicar como é que um despacho dominical se sobrepõe à lei? É que o Estatuto do Aluno é bem claro, veja-se o artigo 22.º e suas alíneas...

sábado, 15 de novembro de 2008

Quem semeia ventos, colhe...


A sra. Ministra e seus secretários de estado têm-se distinguido pela prepotência, arrogância e falta sentido de diálogo. Tudo características valorizadas em Democracia. Esta semana, o socialista Manuel Alegre veio confessar-se profundamente “chocado” pelos “tiques autoritários”revelados pela “… a inflexibilidade da Ministra e o modo como se referiu à manifestação, por ela considerada como forma de intimidação ou chantagem, numa linguagem imprópria de um titular da pasta da educação e incompatível com uma cultura democrática”. Concordo, em absoluto com a análise de Manuel Alegre sobre esta questão e, penso que a Ministra e sua equipa estão a ser vítimas do clima de crispação que criaram. De facto, no seu afã “reformista”, quiseram “demonizar” os professores, isolando-os da sociedade e culpando-os de todas as insuficiências da “máquina da 5 de Outubro”, utilizando uma retórica cheia de meias verdades próprias para intoxicar a opinião pública contra estes profissionais, esquecendo que as reformas educativas se fazem “com” e não “contra” os professores, prejudicando a qualidade do diálogo e, aumentando a intranquilidade nas escolas.

Pensaram conquistar alunos e pais com a "escola a tempo inteiro" e com os equipamentos informáticos – Magalhães e quejandos – distribuídos em sessões solenes com honras de discursos e, agora, descobrem com surpresa (consternação? horror?) que, afinal, os alunos estão, eles próprios, insatisfeitos e se manifestam de forma ruidosa, violenta e inaceitável (mas, não nos esqueçamos que a própria minstra deu o exemplo, quem não se lembra destas imagens?) reforçando na rua e, nas capas dos jornais os sinais evidentes de que algo vai mal na educação em Portugal. Aos alunos, soma-se ainda o descontentamento de muitos encarregados de educação que se questionam sobre as "reformas" e se vêem, na prática, desautorizados pelo Estatuto do Aluno (um encarregado de educação responsável, não aprecia de sobremaneira, o facto, de ver o seu educando submetido a uma bateria adicional de provas e de planos, pelo simples facto, de ter consultas médicas num determinado dia da semana) … e, claro, tanto descontentamento somado obriga o Partido Socialista a fazer contas ao impacto eleitoral de tudo isto, até porque existe o risco da contestação social se poder agravar ainda a outros sectores (por isso, pelo sim, pelo não...).
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... e hoje nova manifestação de professores,,,, terá reunido 7000 a 20000 manifestantes ... e o alerta de Ferreira Leite...