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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Generais com medo [2]

Aung San Suu Kyi, 64 anos. Ela é a principal ameaça para um regime absolutamente, inqualificável que mostra claramente, o quanto a teme ao privá-la de concorrer às "eleições" que irão decorrer no próximo ano. Em 1990, o partido de San Suu Kyi, A Liga Nacional para a Democracia, ganhou as eleições com a maioria dos votos mas, a Junta Militar recusou reconhecer o resultado. Ora, à cautela o melhor é acautelar a vitória eleitoral e para isso, nada melhor que impedir (com a ajuda da China) San Suu Kyi de concorrer...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os generais com medo

A líder da oposição birmanesa e, vencedora do Nobel da paz de 1991 está presa. A única novidade desta notícia é que Aung San Suu Kyi deixou de estar em prisão domiciliária e, está agora no "quarto de hóspedes" de uma prisão de segurança. Se for condenada por violação das suas anteriores condições de detenção arrisca-se a mais cinco anos de isolamento, o que levaria à sua exclusão das eleições de 2010... Assim, se vê o quanto esta frágil mulher assusta os generais que transformaram a Birmânia numa coutada.
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segunda-feira, 2 de junho de 2008

Generais, sapos e outras coisas mais ...

Na Birmânia, semanas depois do ciclone Nargis a morte continua à solta ceifando as vidas que os paranóicos generais não permitiram salvar por receio das consequências que as interferências internacionais pudessem ter nos seus labirínticos desígnios. Semanas depois do ciclone continuam as mesmas imagens de desolação e apesar das promessas feitas ao secretário-geral da ONU o auxílio ainda não chegou à maior parte da população.

Na Birmânia, onde se realizou um referendum para confirmar o poder dos generais (foram excluídos do direito de voto mais de um milhão e meio de eleitores, não contando com todos os que se encontravam nas zonas atingidas pelo ciclone), nessa mesma Birmânia que continua a exportar arroz para os mercados internacionais ainda que a população esteja faminta e onde 50% do orçamento de Estado é destinado ao exército. Na Birmânia cujos rendimentos advêm essencialmente do tráfico de ópio e de heroína. A Birmânia é uma narcoditadura protegida pelas autoridades de Pequim (entre outras potências da região).

Nesta Birmânia falta tudo. Falta a liberdade mas, falta também comida e abrigo para os milhões de pessoas que foram afectados pelo ciclone e faltam ainda outras coisas básicas: água potável e, latrinas… enquanto isso, as agências internacionais esforçam-se por recrutar colaboradores asiáticos ao gosto dos generais. Estes esforçam-se por acabar com “o problema”: as pessoas estão a ser levadas dos abrigos temporários onde se refugiaram para a zona de catástrofe. Ainda, de acordo, com o jornal New Light of Myanmar, um responsável governamental teria mesmo dito esta “pérola”:

“As pessoas (do delta do Irawadi) podem sobreviver com os seus recursos se não lhes derem barras de chocolate (pela comunidade internacional). O povo do Myanmar pode arranjar facilmente peixe, além de que, no início das monções existem grandes sapos que são comestíveis.”

Na Birmânia falta quase tudo. Só sobram sapos e generais...

Leia o apelo de Václav Havel et alii para a imposição de sanções internacionais ao regime birmanês.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Birmânia, os rios do Inferno

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O ciclone Nargis devastou Burma/Birmânia. Ventos forte e chuvas intensas terão causado, no imediato, cerca de 100 000 mortos, mais de 40 000 desaparecidos, e entre 1 a 5 000 000 de desalojados. A impossibilidade de as agências humanitárias prestarem auxílio às vítimas (devido aos entraves colocados pela Junta Militar receosa de que esta abertura ao exterior leve a uma rebelião), poderá fazer com que esta catástrofe humana atinja proporções ainda mais aterradoras do que o maremoto que varreu o oceano Índico no Natal de 2004.
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Imagens de Satélite difundidas pela Nasa mostram claramente a dimensão dos danos em áreas densamente povoadas (cidades cuja população oscila entre os 100 00 e os 500 000 habitantes) e, onde as cheias e a lama põem, também, em perigo a agricultura (aumentando as preocupações relativas a uma escassez global de arroz, pois uma das zonas mais afectadas pelo Nargis foi o delta do rio Irawadi conhecido como "a tijela de arroz" da Ásia).

Sobre Burma abateu-se o Inferno:

Um regime militar insensível a tudo o que não sejam os seus interesses de perpetuação no poder e, um ciclone que obriga a população a viver lado a lado com a morte: doenças; fome; carência de água potável e de medicamentos … até, as víboras estão a dar a sua contribuição para o cenário dantesco.

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O nome “Burma” deriva do origem indiano “Barma” que foi utilizado pelos portugueses no séc. XVI e XVII para designar esta região - Birmânia. Posteriormente, os ingleses adoptaram a designação “Burma”. Myanmar é oficialmente o nome deste país asiático mas, esta designação não escapa à controvérsia, uma vez que é a preferida pela Junta Miltar (trata-se de um nome literário erudito, ao passo que Burma é mais popular/oral).

terça-feira, 6 de maio de 2008

O barco parado ...

Leito do Rio Judeu

O que mudou nestes dias de silêncio blogosférico? Tudo ou, nada?

No Zimbabué, entre intimidação e violência os resultados das eleições fizeram-se tardar. A custo os resultados fizeram-se anunciar. Sentiu-se o amargo de boca do velho tirano figura emblemática de um movimento de libertação que reduziu o povo à mais profunda miséria. A uma miséria tão profunda que quebrou as amarras do medo e fez com que muitos votassem pela mudança.

Na antiga Birmânia, um ciclone provocou dezenas de milhares de mortos e desaparecidos, obrigando a Junta Militar a quebrar o isolamento internacional e a reconhecer que era incapaz de responder à dimensão da tragédia. Os optimistas, dirão que talvez a entrada das organizações internacionais e de jornalistas, somada ao descontentamento de quatro longos dias de faz-de-conta-que-está-tudo-sob-controle venha a ter alguma repercussão política dada a fragilização do regime. Os pessismistas, dirão que uma catástrofe destas dimensões na “tigela de arroz” da Ásia só poderá ensombrar ainda mais o cenário de fome anunciado pela crise cerealífera.

Enquanto isto, a China, em véspera de Jogos Olímpicos, recebe os enviados do Dalai Lama para discutir assuntos relacionados com o Tibete (?) ao mesmo tempo que edita uma História do Tibete feita à medida das suas conveniências tentando salvar as aparências. Qual o preço que o "império do Centro" estará disposto a pagar para assegurar o êxito dos Jogos Olímpicos e pelo sua afirmação como potência mundial?

Ingrid Bettancourt continua algures na selva colombiana a despeito das Marchas e dos apelos. A sua sorte ainda não mudou.

O petróleo bate todos os dias novos records de tal forma que qualquer dia a notícia sensacional poderá ser que “não houve record nenhum”.

… e dos subterrâneos austríacos saíram agora mais vítimas de uma história que traz à memória o filme de David Lynch, Blue Velvet ou, de como sob superfície normalizada e banal se podem esconder os crimes mais hediondos.

Em Portugal, a demissão de Menezes foi notícia. Agora, fala-se dos sucessores. Fala-se do seu passado, do seu presente do seu futuro. Espero que por uma vez discutam mais ideias e mais projectos. O país está carente de alternativa a Sócrates, de uma alternativa em que se possa confiar. Este é o tempo certo para apresentar as caras e as novas propostas "porque todo o Mundo é composto de mudança" e porque ao país faz falta o verde da esperança.