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terça-feira, 5 de julho de 2011

Da necessidade de Esperança à exigência da transparência


Intervenção política do PSD, na Assembleia Municipal do Seixal:

O mais recente acto eleitoral deu uma vitória clara ao PSD e às suas propostas. Esta vitória eleitoral, surge mais uma vez, num momento crítico da vida do país. Não adianta negar: em 5 de Junho os eleitores fizeram uma escolha clara, fizeram a opção que entenderam ser a melhor, aquela que oferecia mais condições para ultrapassar o desafio perante o qual estamos colocados.

Trata-se de um desafio difícil: consolidar as finanças públicas sem esquecer a necessidade de manter a coesão social num cenário de crise nacional e internacional. Hoje tal como no passado, os portugueses terão de saber que para ir para além do cabo das Tormentas é, antes de mais, preciso ter Esperança.

O crescimento da economia será vital para ultrapassar o actual cenário desolador. O crescimento da economia e, com ele, o crescimento de mais e melhor emprego. É essencial lembrar que nada disto será possível num cenário de conflitualidade social. Nenhum de nós quer, certamente, ter a tragédia grega como referência. Nenhum português irá apostar decididamente no “quanto pior melhor”porque, se a barca se afundar, seremos todos náufragos da Europa e dos nossos sonhos.

O PSD ganhou as eleições e, em conjunto com o CDS/PP dispõe uma sólida maioria parlamentar. É portanto, justo e democrático que governe(m).Todos esperamos que os partidos derrotados nestas eleições PS, CDU, BE saibam ser uma oposição sólida, exigente e construtiva, no parlamento e, que dessa forma contribuam para uma vitória do povo português nesta situação de adversidade.

Não valerá a pena tapar o sol com a peneira e justificar os resultados com o facto de, alegadamente, a campanha ter sido pouco esclarecedora. Os portugueses não são ignorantes. Ao fim de quase 40 anos de democracia os portugueses sabem muito bem o que escolhem e, porque escolhem. E as escolhas foram feitas de forma claríssima.

Muito interessantes foram os resultados obtidos neste concelho em que a CDU obteve um dos piores resultados de sempre. Repare-se que na freguesia de Fernão Ferro, aconteceu aquilo que era impensável, até há poucos anos: a CDU ficou em quarto lugar atrás do CDS-PP. Ao contrário das eleições locais em que tantas vezes se confunde a propaganda com a informação perante a impotência das oposições, em eleições legislativas, as pessoas são bombardeadas por informação - nas televisões, rádios e jornais - que cumpre (pelo menos) um mínimo de regras de isenção e, pelas opiniões de um variado e colorido leque de personalidades que permitem reflectir e votar em consciência.

Note-se que ainda não foi desta que a CDU/ PCP assumiu os resultados eleitorais na sua plenitude. A nível nacional, a CDU, preferiu sublinhar que tinha mais um deputado - embora, de facto, tivesse tido menos eleitores! - … a continuar com este crescimento exponencial, terá maioria absoluta lá para o séc. XXIII! A nível local, sublinhou-se a vitória nas duas freguesias mais pequenas do concelho e omitiu-se, pura e simplesmente, a derrota em todas as outras. Enfim talvez, os eleitores também gostassem de ver alguma transparência na apreciação dos resultados, de ver “os bois chamados pelos nomes”: de ver uma vitória chamada de “vitória” e, uma derrota de “derrota”.

Ora, apesar das palavras e do discurso a verdade é que a relação do PCP com a transparência sempre foi uma relação difícil. Veja-se a reacção crispada do executivo camarário perante a recente proposta do PSD relativa à realização de uma auditoria. “Ignorância” disseram eles. Ora, nem mais. É a nossa convicção de que somos zelosamente mantidos na ignorância por informações tantas vezes desnecessárias e desajustadas (predomina a informação do trivial sobre a substancial) e por relatórios que espelham a necessidade e a pressa que o PCP tem de se ufanar com resultados medíocres. Veja-se a forma engenhosa como o último empréstimo aqui aprovado nesta assembleia surge nas “gordas” do Boletim Municipal, [1]finalmente, apesar de todos os constrangimentos que podem legitimamente ser imputados ao poder central, atente-se que apesar das dificuldades a CMS não hesitou em hipotecar o futuro do concelho quando firmou os contratos a ASSIMEC, contratos que por um período de 30 anos nos vão custar c. de 370 mil euros/mês – cerca de 4,4 milhões/ano… é por isto que podemos dizer que… estamos cansados e fartos de ver, a CDU e a sua maioria nesta câmara municipal enfeitar gralhas com penas de flamingo ou mesmo de pavão, transformando o branco em preto, e as formigas em elefantes … ou, vice-versa de acordo com a conveniência.

Catarina Tavares

Líder de bancada do PSD

Assembleia Municipal do Seixal

4 de Julho de 2011



[1] Leia-se “Assembleia Municipal do Seixal debate dificuldades económicas do Poder Local“ … e assim, os 4 milhões do empréstimo aparecem diluídos no meio do texto.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Seixal acreditou em Cavaco


A leitura dos resultados eleitorais comprovam, uma fez mais, que há homens capazes de desfazer mitos. O mito de um distrito “vermelho”, um distrito condenado a uma certa ideia de “esquerda” cedeu perante Aníbal Cavaco Silva.

Vejamos o exemplo do concelho de Seixal. Neste concelho (a exemplo do que já acontecera no passado) Cavaco Silva ganhou em todas as freguesias (em Fernão Ferro atingiu mesmo os 42%), excepto no Seixal, onde perdeu tangencialmente para Francisco Lopes, confirmando-se desta forma a regra: ganhou Cavaco Silva, Francisco Lopes ficou em quarto lugar no concelho de Seixal, ficou atrás de Alegre, ficou depois de Nobre. Isto é um facto, insofismável.

Magra satisfação esta vitória por meros 40 votos na mais pequena (se bem que simbólica) freguesia de um concelho de quase 130 000 eleitores! Mesmo assim, há quem se consiga regozijar...

Quanto à abstenção, desde há muito que ela é preocupante no concelho de Seixal. Penso aliás, que algumas freguesias são recordistas nacionais neste triste aspecto particularmente em eleições autárquicas. Curiosamente, este facto tem sido sistematicamente minimizado pelo "poder local democrático" agora, contudo, descobriram horrorizados os números da abstenção. Mas, de facto comparativamente, nas eleições autárquicas votaram menos 0,1% dos eleitores!

Os 53,73% de abstenções (das presidenciais) estão ligeiramente acima da média nacional, ao contrário do que sucede com as autárquicas, em que a média nacional se situa entre os 38 e os 43%, contra os mais de 53% do Seixal.

O PCP (já que os "verdes" são obra da ficção) tem perdido todas as eleições no Seixal desde há mais de uma década, com excepção das autárquicas. Isto deve levar-nos a reflectir sobre os fundamentos do poder instalado. Por um lado, os condicionamentos existentes na "comunicação social" domesticada (com louváveis mas, frágeis excepções), por outro lado, as associações e colectividades (ultra-)dependentes de subsídios para sobreviverem. Para não falar, dos próprios funcionários e suas famílias preocupados com eventuais e fictícias ameaças ao seu posto de trabalho, caso...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Poderemos ignorar?


"Vai por aí grande algazarra opinativa por a novel deputada comunista Rita
Rato, licenciada em Ciência Política, ter afirmado que nunca ouviu falar do
Gulag e que "nunca esto[dou] nem l[eu] nada sobre isso". "Isso" foram "só"
milhões de mortos, a maior parte presos políticos, em campos de concentração da
ex-URSS, uma espécie de Tarrafal multiplicado por números inimagináveis..."
Opinião de Manuel António Pina, para ler, aqui.

domingo, 19 de outubro de 2008

Ensaio sobre a cegueira

"...o Comité Central exprimiu "solidariedade" ao líder comunista Kim Jong-il, "perante a escalada imperialista na Península da Coreia". Dois dias depois, a bancada parlamentar comunista foi a única a alinhar com Pyongyang, recusando apoiar um voto de protesto contra o teste nuclear efectuado na Coreia do Norte. E a edição desta semana do Avante! dedica uma página às teses oficiais daquele país, sob o título "Pyongyang quer a paz mas não teme a guerra" in, DN
Não há realmente palavras. Para casos destes só vejo mesmo uma explicação: cegueira. Uma cegueira colectiva que atingiu os a direcção do PCP. Não há aqui nada de novo. A defesa cega das FARC, a negação da realidade do socialismo soviético ... mas, sinceramente, a Coreia do Norte é um anacronismo, uma anedota que só o não é porque o povo coreano sofre de fome,* de isolamento, de falta de liberdade, de medo ...
___________

* Sobre a economia da Coreia do Norte, ver aqui.

"A Coreia do Norte prepara-se para fazer amanhã (20 de Outubro) um anúncio “importante” noticiou hoje um jornal japonês..." ...mas na Coreia do Sul afirma-se que não há nada de anormal a registar à excepção de uma reunião alargada para discutir a economia do país.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sobre a cegueira

Não se pode deixar de ficar perplexo com a leitura do Avante e perante a análise marcadamente ideológica (logo restrita) que é feita da realidade.

De facto, o que dizer disto:

“[…]o Partido Comunista Português:
1 – Expressa a sua solidariedade a esta activista espanhola [Remedios Garcia Albert] dos movimentos pela paz e de solidariedade com os povos […]
4 – Chama a atenção que a detenção de Remédios Garcia foi efectuada à luz de legislação dita «antiterrorista» que, em nome de um suposto combate ao terrorismo, visa a restrição das liberdades dos cidadãos e a criminalização das pessoas e organizações que não se rendem à ordem mundial do imperialismo.[…]”
[Sobre a prisão de Remedios Albert, ver aqui]

Ou disto:

“Não espanta pois que o TPI se preste a tais propósitos [no Zimbabué, “o imperialismo não desiste da sanha reconquistadora e recolonizadora – o real leitmotiv das suas campanhas contemporâneas em África, travestidas de humanitarismo, promoção da «boa governação» ou combate ao terrorismo”; no Sudão, “os planos expansionistas dos EUA e da NATO que nos últimos anos não esconderam o desejo de intervir naquela zona estratégica e rica em recursos petrolíferos…” e combater “a influência «nefasta» da China”].
"[ O TPI é] um instrumento supranacional da justiça de classe dos poderosos. Seria excessivo, talvez, esperar que afrontasse as causas estruturais da exploração e miséria humanas no planeta, apontando o dedo à iníqua ordem vigente. Tão-pouco os crimes de guerra de Bush & Cia: não esperarão pelo TPI os milhões de vítimas das guerras de ocupação, do Iraque à Palestina. Os carrascos da bárbara agressão à Jugoslávia podem continuar a interceder por novas guerras de rapina. Guantánamo e os voos da CIA permanecerão uma miragem.”

Estas ligações, estas solidariedades, esta incapacidade de ver para além da ideologia é para mim, absolutamente espantosa. O maniqueísmo dela resultante é assustador. Uma realidade a preto e branco, sem cinzentos. Em que o “mal” (identificado como americanos/capitalismo) está claramente identificado e tudo é legitimo e legitimado em nome da luta contra esse "mal". Trata-se de uma simplificação muitíssimo perigosa da realidade que leva à legitimação das piores atrocidades em nome daquilo que se pretende ser o "bem".

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A face oculta do PCP

:Angela Dyon Harris (Face to Face)

Diz o Avante desta semana que o “…terrorismo mediático generalizou uma imagem falsa da realidade colombiana.” E, seria contra essa imagem, que o PCP resiste ao votar contra a congratulação aprovada na Assembleia da República por ocasião da libertação dos reféns das FARC.

Assim, Manuel Gouveia justifica: “A tentação é evidente e surge regularmente: porque não assobiámos para o lado? Porque votámos contra? Era tããããão fácil agir «à bloco», ou seja, votar a favor da moção dos partidos de direita e depois considerar o texto que acabam de apoiar com «lamentável a vários títulos». Sempre se podiam salvar uns votozitos desde que a comunicação social ajudasse.
Esta tentação oportunista é permanente. Este nosso colectivo partidário reconhece-a e combate-a todos os dias. Como a Europa está recheada de exemplos, a única diferença entre um comportamento parlamentar oportunista e a total rendição à burguesia, é uma curta diferença temporal. Sabemos que não é fácil lutar e resistir. Sabemos que no Parlamento burguês o partido proletário e internacionalista ficará isolado muitas vezes [coitadinho!!]. Mas esse natural reflexo da luta de classes é ainda um abraço fraterno que transmitimos a todos os que resistem e lutam contra o imperialismo, tantas vezes em condições mais difíceis que as nossas.” (ler na integra).

E leia-se ainda Albano Nunes: “E como teria sido possível às FARC resistir às mais sofisticadas e violentas operações de guerra assessoradas por militares e agentes de segurança norte-americanos e israelitas e tornar-se num factor incontornável à solução dos gravíssimos problemas da sociedade e cujo estatuto de força beligerante urge reconhecer para alcançar uma solução negociada do conflito militar colombiano?” (ler na integra)

Curiosamente, nestes dois artigos não se critica, nem se refere seque, a evolução das posições de H. Chavéz ou de Fidel Castro. Os próprios militantes estão, naturalmente, sujeitos a uma espécie de censura (como apresentar Fidel arvorado numa espécie de “renovador”??). Não se manifestam nem preocupações humanitárias, nem solidariedade. Em momento nenhum a condenação de um método inquestionavelmente criminoso.

Mais uma vez o PCP revela a face (escondida) do totalilitarismo.

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Veja-se, este comunicado das FARC-EP publicado em Portugal.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O Mito de Urbano

:

Um exército de heróis ?

Não sei se as FARC-EP fazem parte da lista de convidados da “Festa” deste ano. Pouco importa. A cumplicidade do PCP com as FARC tem sido notória. O jornal oficial do partido não te poupado elogios a uma organização que utiliza meios condenáveis para atingir fins duvidosos. Veja-se (aqui) o documento que o PCP subscreveu para retirar as FARC da lista das organizações terroristas na EU …leiam-se os textos de Urbano Tavares Rodrigues no Avante!, e nada mais se poderá acrescentar:

[…] “Encontrei ali moças tão diferentes que seria redutor o esforço para esboçar o choque emocional provocado pelo descobrimento das combatentes das FARC. De comum entre elas apenas a coragem, a capacidade de adaptação a condições de vida duríssimas e uma confiança total na justiça da luta das FARC e na vitoria final, sem data.[…]

O quotidiano dos acampamentos não permitia a privacidade […]. Na selva, infestada por transmissores de doenças perigosas, o banho diário é imprescindível à defesa da saúde. As mulheres banhavam-se no rio ao lado dos homens numa atmosfera de camaradagem e respeito que me impressionou. As normas do pudor, tal como as conhecemos, não podiam funcionar ali. Mas nunca, nem nos olhares nem nas palavras testemunhei atitude da qual transparecesse um comportamento machista.”

Os últimos meses foram desastrosos para a organização. Perderam elementos chave na cadeia de comando por morte, ou por rendição. Perderam apoios, nomeadamente o do presidente Chavez que veio a público dizer que a “guerrilha é história”. Ao mesmo tempo que o financiamento das FARC e o seu relacionamento com o narcotráfico e as suas prováveis conexões entre a ETA basca voltam ao primeiro plano.

Por quanto tempo ainda continuará o PCP a defender o indefensável e a afirmar que tudo não passa de desinformação? Quanto tempo resistirá ainda o mito das FARC?

Ver reportagem da TVE.

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Actualização:

Num mundo "composto de mudança" deveria ser reconfortante saber que há coisas que não mudam. Hoje, na Assembleia da Republica, o PCP ficou isolado votar contra o voto de congratulação de Ingrid Betancourt e dos outros reféns (ver, Público).

Tal como escrevi, só o PCP persiste na defesa das FARC... é que na América Latina, já todos de Chavéz a Fidel perceberam de que lado está a história. Fidel, expressou a sua alegria e satisfação pela libertação de Ingrid e dos outros teféns e acrescentou:

"...nunca debieron ser secuestrados los civiles, ni mantenidos como prisioneros los militares en las condiciones de la selva". [...]

"Por elemental sentimiento de humanidad, nos alegró la noticia de que Ingrid Betancourt, tres ciudadanos norteamericanos y otros cautivos habían sido liberados. Nunca debieron ser secuestrados los civiles, ni mantenidos como prisioneros los militares en las condiciones de la selva. Eran hechos objetivamente crueles. Ningún propósito revolucionario lo podía justificar. En su momento, será necesario analizar con profundidad los factores subjetivos."