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16 de novembro de 2011

Ainda a sardinha portuguesa




Material  da Campanha de Promoção das Sardinhas Portuguesas executada pelo ETP Estúdio Técnico de Publicidade em 1937 com design de José Rocha e Fred Kradolfer.

Incluía caixa de amostras para prova, folhetos em várias linguas, papel de embrulho e anúncios. Enviado por Carlos Rocha.

As sardinhas portuguesas




Material  da Campanha de Promoção das Sardinhas Portuguesas executada pelo ETP Estúdio Técnico de Publicidade em 1937 com design de José Rocha e Fred Kradolfer.
Clicar nas imagens para visualizar este magnífico material.
Enviado por Carlos Rocha.

24 de agosto de 2011

Quem escreveu?

"Sabia já, por carta amiga, que eles estavam a chegar por via marítima, em grupo, para erguer, montar e o pavilhão português da Feira Mundial, a ser inaugurada em breve. Ausente havia cinco anos, e num estado de nervos que lhe exacerbava todos os afectos, a notícia trazia-o alvoroçado e impaciente: Se eles queriam vê-lo? E como o acolheriam se...? Por isso, naquela tarde, o telefonema, sem o surpreender, foi uma surpresa: pela coragem do alto funcionário que ousava infringir a regra do ostracismo. «Já cá estão! — disse ele. — Venha vê-los esta noite ao Martinique!» (hotel algo suspeito, mas tal fora a decisão oficial...). Correu a procurá--los logo depois de jantar. O encontro foi eufórico. Receberam-no rindo, de braços abertos, como amigos velhos. O Bernardo e a Ofélia, o Fred e a Astrid, o Zé Rocha e a Selma enfim unidos, o Carlos (sem a Dona Brites, que pena!), e além deles Anahory, celibatário. Estavam os mesmos, pareciam felizes, e o Ontem fez-se Hoje de repente. Só faltava o Arquitecto, que seguia à risca as instruções do Chefe. Este, ainda a bordo, reunira-os e falara assim: «Eu sei que vocês são todos amigos do Expatriado, e hão-de querer encontrar-se com ele. Mas, pelo amor de Deus, façam-no discretamente, onde isso não dê nas vistas! Eu admiro-o muito, mas o sorriso dele, o nariz bicudo, bastam para o tornar subversivo!» E a primeira coisa que eles faziam, queridos, era chamá-lo. Ainda mais enternecido ficou ao sabê-lo. Tomaram uns drinks, ele bebeu com sofreguidão as impressões da Pátria, depois subiram aos quartos, no décimo quinto andar. O Bernardo, ao ver da varanda corrida as ruas desertas àquela hora, empalideceu: «Que silêncio!» "

José Rodrigues Migueis, A Amargura dos Contrastes, Edição O Independente