20 de outubro de 2007
As palavras são como as amoras
Olho para algumas das minhas Lessing e não resisto a fotografá-las:
Penso ainda nas que me faltam adquirir e nas que preciso de emprestar.
11 de outubro de 2007
Doris Lessing
Foto de 1956, Mark Gerson
Das minhas escritoras favoritas. A 11ª mulher a receber o Nobel da Literatura. Com 88 anos.
Segundo um comunicado da Academia Sueca, o Comité Nobel decidiu distinguir «a contadora épica da experiência feminina, que com cepticismo, ardor e uma força visionária perscruta uma civilização dividida». na TSF
Gosto tanto de escrever este post como de a ler.
Parabéns querida Lessing!
(esta entrevista dela em português do Brasil é gira: recomendo)
19 de fevereiro de 2007
Sugestão de leitura
25 de fevereiro de 2006
Seis pulseiras de madeira
Chovia a potes enquanto ia na romaria semanal à Biocoop!! Que grelinhos tão fresquinhos! E umas cenourinhas boas:) E comprei fígado! Vou fazer iscas!!! E as costeletas de borrego? Infelizmente não vi o ângelo para lhe perguntar sobre as águas biológicas.
Depois fui comprar alimentação e litter para a gataria. E pronto, agora vou sornar, que eu mereço. E ler um livro espantoso de que vos irei falar. Não, não é da Lessing Ruinzolas. É de um espanhol novinho que escreve bem que se farta.
E Azinho preciso de te fazer umas perguntas técnicas sobre a gripe das aves. O que se deve transmitir às crianças. Vi um senhor ministro, vénia, a dizer que já havia mensagens preparadas sobre essa matéria, tipo o que fazer se encontrar uma ave selvagem morta. Já agora introduzíamos esses conteúdos né?
Beijos e bom Carnaval e tudo o mais!!
Desconfio que Lisboa estará deserta:)
19 de fevereiro de 2006
Fim de dia
Sexta estava morta, sábado ressuscitei para andar na rua e receber a sobrinhada e amigos em casa.
Fico encantada sempre que vejo a pequenita. De semana para semana progride, tão sociável e ávida do mundo. Estive a ler uns estudos americanos, em que explicam que as crianças até a um ano de idade têm capacidadesque depois perdem. Então tudo aquilo que achamos que é palermice nossa afinal é verdade : reconhecem expressões, sorriem com o som dum beijo repenicado, distinguem inclusivé falantes de línguas diferentes. E auto reconhecem-se muito mais cedo do que se pensava.
Acho que em termos de psicologia de desenvolvimento das crianças, ainda vamos ter muitas coisas para descobrir. E os estímulos são diferentes. A maternidade começa a ser reabilitada também. É um mundo novo.
Não é nada díficil comunicar com esta miúda. É mostrar coisas, sons e deixá-la mexer e sentir. Fico apaixonada pelo mistério do que vai ser a Maria quando crescer.
Fiz um zapping pela Oprah. Que se lixem as intelectualices, eu gosto de ver o programa. E entre algumas mulheres que a produção elegeu como devendo ser conhecidas, apareceu uma americana que organizou uma fundação de apoio a doentes terminais. A ideia é ninguém sofrer ou morrer só. E há sessões de acompanhamento de grupo e individuais. Já há em Portugal alguma coisa destas? ABS sabes disto?
Lembrei-me das campanhas de beneficência que se fazem, tal como as do pirilampo e as oferecer comida para quem dela precise, Banco Alimentar ou lá o que é.
Uma coisa que me intriga: não leio muito jornais, mas as contas dessas campanhas são publicadas? Há esse hábito? É porque trigo limpo farinha amparo. Ou sabemos exactamente para quem damos e como é dado, ou tudo se torna estranho. E cada vez mais proliferam as associações. Para a Abraço não dou, evidentemente. Acho que o voluntariado deve ser grátis e as direcções dessas associações não devem ser pagas da forma como esta o está a ser.
De muita coisa que vi, muito desconfio do conceito de caridadezinha. Mas acredito no princípio básico de solidariedade humana. Num voluntariado de apoio a doentes terminais alinhava. Ou a idosos, como conta a Lessing nos Diários de Jane Sommers.
E é isto.
7 de fevereiro de 2006
Leituras em dia
Arrumadinha que ficou na estante ao pé das outras Lessing, peguei aleatóriamente num livro que fosse bom para usar na mala. Querem-se leves e finos. O escolhido foi o "Um quarto que não é seu", da Alicia Giménez Bartlett e contraria a teoria que de "Espanha nem bons vento, nem bons casamentos".
A Bartlett nasceu em Almansa ( Corrige-me Çamorano, se estiver enganada e já agora onde é Almansa?). E escolheu Barcelona para viver.
É uma apaixonada pelo grupo de Bloomsbury .
E resolve escrever um contraponto ao livro da Woolf com o mesmo nome, mas como um diário escrito pela sua criada, Nelly Boxall. Até agora e o percurso de autocarro/trabalho é delicioso para a leitura, vale muito a pena.
Tinha já todos os policiais da Bartlett. Acho que vou continuar a comprar tudo dela. Há espanholas que valem a pena.
6 de fevereiro de 2006
Sobre mitos urbanos e medos esporádicos
27 de janeiro de 2006
Portugal visto por Lessing
Ela ofereceu-ma de imediato.
Fiquei aborrecida, porque sabia que era pobre. Mas foi impossível recusar. Explicaram-me de seguida, que em certas sociedades exprimir a admiração por um objecto, implica a sua dádiva e que devemos ser prudentes na expressão da nossa admiração.
Portugal foi colonizado pelos mouros, que lhe transmitiram os modos cavalheirescos da civilização árabe. Conservei esse saco anos e anos, como um talismã e quando abria a gaveta onde o guardava , recordava que em certas regiões do mundo reina a graça do coração"
Tradução muito livre dum pequenino excerto da autobiografia da Doris Lessing
25 de janeiro de 2006
Tempos de.
15 de janeiro de 2006
Dias de chuva e de afecto
Estar a ler um livro de contos da Lessing. Chama-se " o hábito de amar". A Lessing consegue ser mordaz e verdadeira em cada linha que escreve.
Ontem fiz o tal do bacalhau. Terei que reformular: mais azeite.
A tubaroazinha sorriu e encantou. Adora gente a adorá-la. Quem não gosta?
Ela está habituada a ser amada. E os olhinhos dela a olhar para os pais e quando ouve a voz deles mostram-no bem. Vá lá condescendeu em sorrir e brincar com o resto do povo. E recusou-se a dormir para brincar mais um bocadinho.
É um privilégio vê-la a crescer e fazer coisas novas. Ontem deu um sacão e sentou-se. E quando de costas, endireita a cabeça, cusca como ela não há, faz sempre um big , big smile. Mesmo que vá de nariz à fralda passado um bocado e isso a irrite, ela não desiste.
Escusam de pensar (tia babada ataca de novo). Isso eu já sei.
:P
30 de dezembro de 2005
Doris Lessing, O Magazine, October 2003
Dizia-se numa entrevista qualquer, que a Doris Lessing não tinha apenas leitores, mas seguidores. Com efeito, esta mulher escreve tendo em conta valores e defesa de causas. Muitos acusam-na de dura feminista.
Os seus romances sobre a àfrica do Sul, desfizeram para sempre o mito dourado da supremacia branca. No entanto o que ela escreve envolve-nos. É impossível não sentir e amar as personagens que ela cria, sofrer por elas. Ficar sempre com vontade ler mais. Que melhor elogio se pode fazer?
Recomendo, a quem nunca a leu, que inclua nas suas resoluções para 2006 , a de ler pelo menos o The Golden Book, traduzido por O Caderno Dourado. Ou o espectacular " A boa Terrorista" . Ou qualquer dos violentos romances sobre a África do sul.do Sul. Qualquer coisinha, por favor. Pode ser até a sua excelente ficção científica.
Eu decidi que vou encomendar a biografia dela. Na Amazon, pois claro. Where else?
10 de dezembro de 2005
Um marxista muito particular.
Era irónico, subversivo. Tudo aquilo que um filósofo deve ser para o ser. E esta ideia inteligente da reabilitação do lazer, ao contrário daquilo que ainda hoje nos é inculcado.
Quem era o dito cujo senhor? (explorem o site tem textos bem interessantes)
Paul Lafargue
(1842-1911)
Etudiant en médecine, proudhonien, il connut à Londres F. Engels et Karl Marx dont il épousa la fille, Laura. Gagné au socialisme scientifique et membre de la I° Internationale, il participa à la Commune puis gagna l'Espagne où il participa à la fondation du Parti Socialiste Ouvrier Espagnol. Revenu à Londres, il rencontre J. Guesde avec qui, de retour en France, il fonda le Parti Ouvrier Français (1880), le premier parti marxiste du pays, et la revue Le Socialiste (1885-1904). Auteur de l'ouvrage célèbre Le droit à la paresse (1880), d'un Cours d'économie sociale (1884), etc... Paul Lafargue se suicida avec sa femme. |
"Paressons en toutes choses,
hormis en aimant et en buvant,
hormis en paressant."
Lessing.
Une étrange folie possède les classes ouvrières des nations où règne la civilisation capitaliste. Cette folie traîne à sa suite des misères individuelles et sociales qui, depuis des siècles, torturent la triste humanité. Cette folie est l'amour du travail, la passion moribonde du travail, poussée jusqu'à l'épuisement des forces vitales de l'individu et de sa progéniture. Au lieu de réagir contre cette aberration mentale, les prêtres, les économistes, les moralistes, ont sacro-sanctifié le travail. Hommes aveugles et bornés, ils ont voulu être plus sages que leur Dieu; hommes faibles et méprisables, ils ont voulu réhabiliter ce que leur Dieu avait maudit. Moi, qui ne professe d'être chrétien, économe et moral, j'en appelle de leur jugement à celui de leur Dieu; des prédications de leur morale religieuse, économique, libre penseuse, aux épouvantables conséquences du travail dans la société capitaliste."
Paul Lafargue 1870
9 de novembro de 2005
Livros que acordam comigo todos os dias
Mark Twain qb. Nada como ser Tom Sawyer de vez em quando.
O Melville. O Ahab e a Moby sempre foram grandes amigos. Gosto de seres brancos e escorregadios e outros que não gostam de ser engolidos e trincados.
Gosto de tantos. As mulheres da minha vida: Duras e Yourcenar, de braço dado com a Highsmith, Lessing e Atwood. E a Murdoch, pois claro.
O Lodge, o Ackroyd, o Sharpe. O Calvino...O Reverte...
A Gaite, o Henry James.
Tantos improváveis pares na minha cabeça.
Ninguém é verdadeiramente infeliz se gostar de ler.
E não vou dar mais seca. Excepto. O Cohen, Albert. Belissimo. Quem o ler não verá de novo os amores humanos da mesma forma.
Tantos que ficam de fora. Que importa, eles não vão ler este post.
23 de dezembro de 2004
A senhora do cabelereiro.
Estava fascinada hoje por uma senhora , a Dona Rosarinho, que estava no cabeleireiro. Deve ter uns oitenta anos e foi decerto muito bonita.Era acompanhada pela criada, no mínimo tão velha como ela. Desfizeram-lhe o chignon, e surgiu uma farta cabeleira loura, que ela teimava em pintar de novo, apesar de não haver necessidade.
Tossia uma tosse de cão e cada vez que lhe perguntavam se estava bem, ela respondia invariavelmente " Estou péssima querida".
Acho que este ano vou adoptar uma pessoa mais velha para dar mimos. Ok, o Natal é para as crianças. Mas e sobretudo na zona onde vivo, basta sorrir e ser minimamente simpática para se ser recompensada por uma história de vida.
Sim há aquele livro da Lessing, "O Diário de Jane Sommers", que conta exactamente uma história assim.
E não tivéssemos tanto stress natalicio com as prendas e coisas afins, talvez conseguissemos ter utilidade prática. Não acredito em enfeites, em festas, em paz e amor universais. Mas faz-me sentido dar afecto. E este não é mensurável . Mas pode ser exercido.
30 de janeiro de 2004
Sexta Feira
Li ou ouvi outra vez que existem cada vez mais pessoas a viverem sós em Portugal. Isto lembra-me aquele delicioso livro da Doris Lessing, em que uma solteirona proto-beta entra numa rede de solidariedade com pessoas velhinhas e as modificações que essa relação introduz na vida dela e da sua protegée velhota. Eram os Diários de Jane Sommers, acho eu.
Acho que vou reler um dia destes.
Sobre solidão. Conheço muitas que são acompanhadas. Outras são mesmo duras e cruas:)
Mas a verdadeira é aquela em nos aborrecemos de viver connosco próprios..risos.
Bem.Abeijos e braços.