31 de dezembro de 2006
2007
O amor continuará a ser o sentimento dominante na medida em que é praticado pela maioria.
Os pardais não darão tréguas, aliás como nunca deram, nas suas chilreadas alucinadas.
Na transição pelo menos 58946 azevias serão comidas em Portugal.
Um abraço. Bom ano para vocês.
Maçâs assadas
O meu contacto especializado em gastronomia estava ausente, As outras respostas que obtive foram vagas. Restou-me a net. Googlei.
Esta receita pareceu-me a mais normal:
Maçã assada
Mireille Guiliano
Livro: "As Mulheres Francesas não Engordam"
Ingredientes
1/3 xíc. (chá) de nozes picadas
4 maçãs
4 col. (chá) de manteiga
4 col. (chá) de açúcar misturado com ½ col. (chá) de canela
2 col. (sopa) de água
Preparo: Coloque as nozes em um tabuleiro e toste no forno a 250ºC durante cerca de 5 minutos, até que elas fiquem perfumadas.
Reserve.Lave e tire o miolo das maçãs. Coloque em um tabuleiro.
Misture a manteiga, o açúcar e a canela com as nozes tostadas.Encha a cavidade de cada maçã com essa mistura, dividindo em partes iguais. Coloque a água no tabuleiro.Asse as maçãs durante 30 minutos, em forno aquecido a 375ºC. Sirva quente. Você pode tornar a sobremesa mais festiva espalhando 1 col. (chá) de creme sobre cada maçã pouco antes de servir, enfeitando-a com uma folha de hortelã para dar um colorido ou colocando ao lado uma flor da sua escolha no prato
(Claro que essa da flor passou-me ao lado. A Maria Tubaroa se calhar ainda a comia. A fotografia é das minhas ainda a fervilharem no forno . Claro que a tirar as sementei escavaquei algumas..enfim..)
2007
2007 vai ser um ano ímpar. Gosto da ideia. Resoluções nunca fiz na minha vida , lá terei que comer as doze passas a correr, a casa vai encher de amigos e família, e a mesa de comida oriunda do frigorífico, que atufalhado está. Tenho a cozinha que parece uma adega (essa parte é boa), terei que começar a adiantar umas coisitas, nomeadamente as ditas gambas.E o lombinho de porco claro está, que nem só de lasanha de peixe vive o homem.
Para todos: que 2007 seja um ano clemente, amável,cheio de alegria e de tolerância.
(E já agora ,que o blog continue vivo, que apure a qualidade e que continuemos nas nossas jantaradas tertuliadas).
(esta parte do tolerante não sei, porque com o meu mau feitio e gosto de ventilar o coração vai correr mal, mas enfim, o desejo é para os outros não para mim, bolas escrevi todos)
O menino Jesus das Xabreganas
"No convento de Xabregas havia uma imagem do Deus Menino, deitado nas palhas doiradas dum presépio. Chamavam-lhe as xabreganas o "Menino do Presépio". e era objecto da mais entranhada paixão por parte de toda a comunidade. As suas alfaias, os adornos do altar e as peças de roupa eram preciosas. Havia uma religiosa especialmente encarregada do enxoval e brincos da imagem e tudo isto estava devidamente inventariado. Quando acabava o período da conservadora desse curioso museu e outra entrava para o disputado lugar, passava-se recibo e por pouco não se fazia auto solene de entrega. Em face do inventário donde constam as assinaturas de doze freiras desde 1740 e tantos até 1767, a gente pasma da amorosa ingenuidade daqueles espítiritos anormalizados pela clausura. "O menino Jesus de Xabregas", além da vara de açucenas simbólica, de duas coroas e de quatro resplendores, tinha inúmeras peças preciosas, adornos e joías. O oiro, esmeraldas, os aljôfares e os esmaltes abundam(...) Aos vestidos (...) juntavam-se infantilmente uma carapuça e dois cueiros. Na roupa branca figuram barretinhos, volvidoiros, paninhos, lençõis, fronhas e um colchão; (....) O mais curioso porém, é que as alfaias e objectos do menino não ficavam por aqui. A devota imagemzinha que constantemente sorria aos olhos apaixonados das religiosas, deitada sobre o paninho da Olanda que forrava a manjedoura bíblica, tinha também brinquedos e livros, como qualquer bébé, para se distrair nas longas noites conventuais, entre vésperas e matinas. Até onde iam os cuidados e carinhos maternais das xabreganas pelo seu menino, vai ver o leitor. No inventário acham-se mencionados dois livrinhos e onze cadernos de entremezes. Isto para as suas divagações literárias. Para os seus ímpetos de creancice, para as suas folgas e suetos, tinha à sua disposição, um pandeiro, três pares de castanholas, um tambor com as respectivas vaquetas, uma cadeirinha, um carrinho , um cavalinho e, para que nada faltasse, um assobio. Em 1751, Sóror Isabel da Visitação, que era então a guarda do precioso tesoiro, talvez em compensação de ter dado, a um menino Jesus dum pobre uma opa velha, acrescentou às distracções do pequenino Deus, um livrinho de adivinhações. Nada faltava, pois, e não havia razão para que o Menino se aborrecesse. Até podia decifrar charadas..."
Relação de vários casos notáveis sucedidos em tempo na cidade de Lisboa, agora comentados e dados à luz por Gustavo Matos Sequeira, 1925
30 de dezembro de 2006
To be or not to be / A Doce fugitiva
E em Portugal? Temos o fenómeno que destronou finalmente a Floribela, a "Doce Fugitiva". Entre as duas o diabo que escolha? Não, assim como assim, prefiro a freira à Flor dos folhos. Mas é um fenómeno a pensar: introduzindo hábitos, rosários e véus as apresentadoras da Tv valorizarão? Subirão os shares?
Embora eu quando zappo e vejo a dita Doce Fugitiva, fico sempre é a pensar na Maria João Luís. Que boa actriz e que desaproveitada que é. Mas é a lei da sobrevivência. Daria uma excelente Madame Cruela.
Mas a miúda, a Rita Pereira(gracias Rui), é gira. Então quando penso na Floribela, fica extremamente valorizada.
Talvez transformar este blog numa tertúlia conventual? Que acham?
Letreiros célebre
Gustavo Matos Sequeira explica no prefácio desta obra (1925) que o seu modelo foi o das velhas relações do século 17 e 18, que noticiavam milagres, festas, guerras, monstros e cataclismos e muitos outros acontecimentos...Ele até define assim: "quejandos assuntos com que se engravidaram milhares de folhetos cavalgados em barbantes pelos cegos, nos arcos do Rossio".
Um dos "retalhos" trata dos letreiros célebres " escritos em cima das portas das várias lojas desta capital para servirem de tabuleta e de conhecimento ao publico". São dizeres de vários séculos e baseados noutras compilações mais antigas e a prosa é a melhor companhia que existe.
Só para aguçar o apetite, alguns desses letreiros:
A taberna Social (em Santa Engrácia)
Cambista roubado( na Rua do Arsenal)
Chouriços feitos por mim e temperados por minha própria cunhada( escrito sobre um prato dos ditos numa mercearia aos Paulistas)
Casa Africana: Pelo extremo limite do barato
Real Fábrica de Botas elásticas, nela se servem ambos os sexos, e se acha a famosa invenção dos canhões postiços
Loja de boa bebida: distingue-se pelo copo e pela bebida
Biblioteca Universal de Licores (Cais do Sodré)
Aqui se administram bebidas com toda a sisudez (no Rato)
Aqui se tomam borracheiras monstras (Penha de França)
Os mandamentos desta casa são cinco: o primeiro é entrar, o segundo aviar, o terceiro pedir, o quarto pagar, e o quinto marchar( Rua da Trabuqueta)
E....
The last... but not the least!
Choveu. Os tais velhos, lá do largo novo, nunca falham...
Como, se calhar, já não nos vamos ver, desejo a todos umas excelentes entradas. Que 2007 seja, no mínimo, um bocadinho melhor que 2006.
Até já!
Forget or Forgive?
Se bem que as palavras tenham alguma relação [ou não?] - quem perdoa, esquece? É preciso perdoar para esquecer? ou, pelo contrário, ao perdoar não é preciso esquecer? - fiquei aturdido com a semântica das palavras em inglês... e da sua proximidade fonética. E a dúvida ficou-me no seguinte: o que é que esquecer tem a ver com "ficar com" [to get] e perdoar com "dar" [to give]? Até parece um contra-senso, não é?
No entanto, se entendermos o prefixo "for" como negação [é?? é que não me parece!] a coisa já passa a ter algum sentido: esquecer é não ficar com [a recordação] e perdoar é não dar [o troco].
Andará por aí alguém, versado em filologia [ou coisa que valha], que me diga se posso arrumar este dilema?
Bolo rainha
Este comprei-o quentinho na Biocoop: mas a receita segue já.
15 g fermento de padeiro
250 g de farinha
50 g de açúcar-
50 g de manteiga-
2 ovos
2 colheres sopa de aguardente
120 g de amêndoas
60 g uvas passas
30 g de pinhões (ou mais)
50 g de sultanas-
12 nozes-(ou mais)
2 colheres sopa de rum
leite, manteiga e farinha q.b.
decoração:- 2 gemas- 20 gr pinhões- 30 g miolo de noz- 100 g amendoas- açúcar em pó q.b.
PREPARAÇÃO:
Dissolve-se o fermento e 2 colheres de sopa de farinha em leite morno. Num alguidar junta-se a restante farinha, a manteiga, o açúcar, os ovos, a aguardente e a mistura do fermento e amassa-se tudo muito bem.
Deixa-se levedar durante 3 horas. Deitam-se os frutos secos numa tigela, adiciona-se o rum e deixa-se macerar durante 15 minutos. Junta-se os frutos e o líquido à massa e deixa-se repousar mais 15 minutos. Sobre uma superfície lisa, polvilhada com farinha, molda-se a massa em forma de coroa. Coloca-se num tabuleiro untado com manteiga e deixa-se levedar, tapada, mais 40 minutos. Bate-se as gemas e pincela-se a coroa. Polvilha-se com os frutos secos e com açúcar em pó. Leva-se a cozer em formo médio, 180º C, durante 35 minutos ou até que esteja cozida. Deixa-se arrefecer cerca de 10 minutos e polvilha-se novamente com açúcar em pó.
(use tudo em modo biológico: vai ficar bem melhor..mesmo a aguardente!)
Peregrinações Em Lisboa
Um dia hei-de ter os quinze volumes desta mesma edição; porque não a reeditam tal e qual?
Era uma vez, numa feira de alfarrabistas, encontrei num cesto ao preço módico de 500$00, vários exemplares das Peregrinações em Lisboa, de Norberto Araújo. Eu já tinha alguns volumes da editada pela Vega, que achava um livro mal encadernado, que se esfrangavalhava num instante e nem por isso bem impresso. Esta edição, da Parceria António Maria Pereira faz respirar o livro. Suponho que seja a primeira impressão da obra e tem a direcção artística de Martins Barata. Infelizmente só havia o mesmo volume repetido. Comprei dois ou três e ofereci a amigos que gostam destas coisas como eu. As duas páginas que digitalizei, são o fim da jornada com o nosso "Dilecto amigo". É exactamento um edifício meu vizinho, que vejo todos os dias cada vez mais degradado e tristonho: o hospital de Arroios.
Para se conseguir ler, clicar e ampliar...vale a pena !
Nessa altura, não sonhava que viria a morar em Arroios. Voltas que o império tece.
Um dia hei-de ter os quinze volumes desta mesma edição...
Mas, porque não é reeditada tal e qual em vez dos modernismos cor de rosa da Vega?
Saddam Hussein
Hoje de madrugada,(pelas nossas três da manhã),enforcaram Saddam Hussein. Dizem que morreu com serenidade e coragem, recusando o capuz dos condenados à morte e citando palavras do Corão. Segundo as autoridades iraquianas houve dificuldade em escolher o carrasco, tantos eram os voluntários. Projectaram uma execução pública num campo de futebol, mas desistiram da ideia devido a questões de segurança. Mas filmaram a execução: para todos terem direito de ver.
Choca-me imensamente esta justiça bárbara e estou apreensiva com os efeitos perversos deste assassínio. Porque, para mim a pena de morte não é mais do que isso. Não se responde ao crime com outro crime.Não se mediatiza a execução dum homem.
Mas o certo é que se fez.
29 de dezembro de 2006
Cogumelos , Maigret e Simenon
"Por um instante Maigret pensa nos cogumelos que estão a fervilhar, espalhando um bom odor a alho e de floresta molhada. Ele adora cogumelos"
Maigret e a morte do perna de pau
Cogumelos no forno (bela receita)
Para 4 pessoas: 1 kg de cogumelos grandes, rijos e sãos, azeite, pão ralado, alho sal, pimenta
Limpe os cogumelos num pano húmido cuidadosamente, depois corte-lhe os pés, pois só os chapéus são usados na receita.
Aqueça azeite numa frigideira e deite nela os chapéus dos cogumelos, alourando-os em lume vivo depois de temperados com sal e pimenta.
Tire-os e escorra.
Coloque os chapéus dos cogumelos num tabuleiro. Encha a parte concâva com uma mistura de pão ralado e alho bem picado. Verta sobre ela um fio de azeite e termine a cozedura, dez minutos em forno quente.
Conselhos de Courtine: Escolher cogumelos grandes, de tamanho idêntico, intactos e sem bicho.
Maigret com este petisco bebe um Château Giscours
Em Portugal aconselha-se: tinto novo do Douro, Quinta do Côtto
Retirei a receita do livro apresentado: merecia uma edição mais bonita, uma tradução mais cuidada e outro tipo de encadernação. Não deixa porém de ser um presente bem acolhido.
Mas como Maigret e suspeito que Simenon, eu adoro cogumelos!
Bom apetite.
Ainda a 1ª Guerra Mundial e Benoliel
Mais um postal de cá do fundo do país!
Ontem bebi um tinto muito bom, um Dom Martinho de dois mil e tal, ali de baixo, de Estremoz. Acho que é da Quinta do Carmo mas não tenho a certeza. A farinheira e a entremeada também estavam do melhor!
Está na hora do cafézinho... já me estão aos gritos lá do meio da rua.
Até amanhã.
A ida para a guerra: clichés Benoliel
Mais uma vez Benoliel documenta um acontecimento dramático: a ida de corpos expedicionários portugueses para a 1ª Guerra Mundial.
Nina Simone
É inacreditável que eu tenha vivido 32 anos da minha vida sem nunca ter conhecido a música desta deusa! Lembro-me bem da emoção que senti ao ouvir as suas canções pela primeira vez, parecia que tudo estava lá, a tristeza, a alegria, as escolhas que fazemos na vida, enfim, um hino à vida, ao facto de estarmos vivos! Foi a minha namorada de então, de seu nome Teresa, que me ofereceu o cd, comprado numa secção de rebajas do El Corte Ingles de Oviedo, ou teria sido em Leon ? Sei que o resto da nossa viagem foi passada a cantar To be young, gifted and black, música pela qual me apaixonei de imediato. Desde então, e já lá vão seis anos, tenho mais 10 cds da Nina, e sinto que este amor veio para durar. As músicas dela cobrem todo o espectro das emoções. Resumo da história: as namoradas vêm e vão, as boas músicas ficam para sempre.
28 de dezembro de 2006
As obras de Santa Engrácia
"Do lado ocidental deste campo (Santa Clara), está a não concluída igreja de Santa Engrácia, começada em 1682. Próximo encontra-se o convento do Desagravo, fundado em 1294, arruinado pelo terramoto de 1755, sendo reparado e inaugurado no ano de 1783. Um pouco mais abaixo está o edifício do Museu da Marinha, fundado em 1796. Do lado do norte à direita do mercado, vê-se o excelente edifício onde funcionam os conselhos de guerra"
Almanaque Palhares, 1910
Segundo me contavam outro dia, durante as invasões francesas, no hospital da Marinha cruzavam-se nas enfermarias doentes portugueses, franceses e inglese ( Ebony, Ivory, living in perfect harmony ... ooh../sempre fomos um povo extraordinário)
Do Campo de Santa Clara da Feira daLadra, acho que há que falar noutro dia.
Sobre o casamento
Há os casamentos ricos e os dos pobres. Clichés de Joshua Benoliel e que só ele conseguiria captar. Os ricos com cartolas, peles, longos vestidos e chapéus mirabolantes na Igreja de Santos.
Os pobres no Bairro Grandela em"Bemfica", com dois belos sorrisos e cabelo reluzente. das duas raparigas à esquerda da noiva, o ar tímido do noivo a olhar para o chão...O que lhes terá acontecido?
Outro postal de cá do fundo do país!
Há dois dias, durante a noite, ardeu o forno na padaria do senhor Telmo. Ardeu o forno e tudo à volta, ardeu a padaria, acabou a padaria. Diz o Lopes que foi um curto-circuito, diz a Maria Adília que foi o forno que ficou aceso... eu sei lá. Agora tem que se ir buscar o pão a Nisa!
Continuo muito atacado pelos gases, já toda a gente nota. Reduzi nas azevias, reduzi nos molhos e fui ao Sequeira da farmácia, para me aliviar. Ainda não me aliviei, ainda continua a festa!
Até amanhã!
to tulsa and back, ou o enorme jj cale para começar o dia
arrasta atrás de si a fama de odiar digressões e não ser grande amante de concertos.
conta a lenda que o seu temor das audiências era tão grande que tocava de costas para o público durantante a maior parte dos seus concertos de início da carreira.
com o tempo foi-se habituando, mas as suas aparições um público são tão raras que cada uma é como uma aparição.
este ano, finalmente decidiu-se a uma maior exposição pública:
cede aos insistentes pedidos do seu mais famoso discípulo aparecendo no "eric clapton's crossroads guitar festival" e é realizado um documentário sobre a pequena digressão que fez para o seu disco de regresso após 8 anos de desaparecimento: to tulsa and back: on tour with l. j. cale.
se para qualquer outro músico isto seriam peanuts, para jj cale é um passo gigantesco no caminho do aparecimento público.
e este é o disco responsável por tal feito
'to tulsa and back' é um regresso no melhor estilo.
provavelmente o seu melhor trabalho de sempre (se excluirmos o facto dos seus primeiros trabalhos terem aberto caminhos e influenciado nomes que hoje achamos que mudaram o rock como o conhecemos, tal como eric clapton, mark knopfler, neil young, que publicamente reconhecem a influência do mestre... e como diria o outro, basta ouvi-los tocar e cantar para se dar por isso .
hoje é dia de 'tulsa sound' aqui na casa.
hoje é um dia bem disposto.
27 de dezembro de 2006
Eu sei que é um regresso um tanto chocho...
Postal de cá do fundo do país!
E é bom estar cá no fundo... Os outros, os que não estão no fundo, não pesam nada, como seria de esperar que pesassem. Os outros, simplesmente, não existem... Só existimos nós, os do fundo!
E o tempo, cá no fundo, não corre... só anda. E anda devagarinho, quase paradinho, até por vezes, por brevíssimos instantes, temos quase a certeza que o tempo pára um bocadinho. Aqui, o tempo, definitivamente, é diferente!
É tudo. Tenho que ir tomar uma bica ao café do Porra, que fica ali no fundo da rua. Mas primeiro, vou comer duas azevias e depois... vou tomar banho e vestir-me.
Até amanhã!
PP: Nós não podemos mudar para estas coisas novas do Blogger? Ou com um blog colectivo dá muita confusão?
um votinho para a dalila
todos nós temos as nossas embirrações de estimação.
e eu tenho as minhas (que não são poucas, dirão vós…)
uma delas é, seguramente, a actriz dalila carmo ( o gasel diria que o marques mendes não está sózinho...)
não suporto aquele ar sofrido e os mesmos tiques em cada personagem.
lamento, é mesmo assim.
é mais forte que eu.
a senhora até é capaz de ser boa actriz, pelo que me dizem.
imaginem o meu espanto quando hoje ao abrir o meu correio, vejo uma mensagem com o título de ‘um votinho para a dalila’, vindo do endereço ‘amigosdalila@gmail.com’.
achei que só podia ser gozo.
oh estultícia !!!!
era mesmo a sério…
com 3 links do youtube para ver as prestimosas actuações da senhora com aquele tiago bettencourt que é o cantor que consegue dizer mais palavras por linha musical desde que o sérgio godinho descobriu a métrica, no programa da tvi ‘canta por mim’, mais um número de telefone para gastar 0,60€, o link da tvi para votar na jovem senhora e ainda, tipo bónus, uma foto produzida para a vogue.
há dias que começam mesmo mal…..
um passo à frente, dois passos atrás
o governo israelita demoliu, no ano passo e sob os holofotes das televisões, uma série de colonatos existentes na faixa de gaza ao abrigo do plano da ‘estrada para a paz’, garantindo então o seu primeiro ministro que aqueles colonos jamais seriam realojados na cisjordânia.
este ano, o mesmo governo, anunciou a construção de um novo colonato na cisjordânia, teoricamente também sob administração palestiniana, para os colonos que saíram do colonato de shirat hayram, conhecido por ser um dos mais extremistas e combativos de gaza.
esta localização, no vale do jordão, é bem mais preciosa que a da desértica faixa de gaza.
as águas do rio jordão são a aorta que alimentam o coração de israel e que este tudo fará para manter dentro do seu corpo.
como não disse o outro, por vezes é preciso dar um passo em frente para se poder dar dois passos atrás.
merry christmas mr. bush
no dia 25 de dezembro foi atingido o número de 2978 baixas americanas no iraque, ultrapassando assim a simbólica barreira dos 2973 mortos no 11 de setembro.
a américa pode agradecer ao pai natal bush mais esta prenda.
ao mandar, sustentado por uma mentira, os seus homens para um país que, de facto, não tinha nada a ver com o atentado de new york (teria outros pecados, mas não esse), o bush filho atirou os estados unidos para mais um atoleiro do qual só sairão ao estilo vietnamita ou somali.
ao contrário do que a sua propaganda afirmou, o mundo não ficou mais seguro.
ao invés, ficou bem mais frágil e mais à mercê dos grupos terroristas.
saddam hussein deverá ser enforcado nos próximos 30 dias por ter sido responsável pela morte de 146 camponeses xiitas de dujail em 1982.
perante os números do iraque, espera--se que o tribunal de haia cumpra o seu dever.
26 de dezembro de 2006
Um post intimista
Estou com muita azia e cheio de gases, e até ao próximo fim-de-semana só prevejo que a coisa piore... Tenho que ir ao médico!
O caderno de significado e o estojo
Quando eu era miúda usavam-se vários utensílios destinados a facilitar a aprendizagem muito interessantes e que desapareceram.
Um deles era o caderno de significados: o caderno era em A5, tinha duas colunas e destinava-se ao registo das palavras e do seu significado . Simples não? Para minha grande pena, não tenho guardado nenhum preenchido.
Outro objecto o clássico estojo de madeira para os lápis: existiam uns de dois andares, que era o caso do meu. Serviam também para duelos, aquela régua de madeira era portentos. Este comprei há uns vinte e tal anos num saldo duma papelaria, porque eu sou completamente apanhada por esses objectos: aparos, lápis, minas antigas, tinteiros, cadernos.
Uma infinidade de tralha. Mais objectos se seguirão.
as dietas da Joana
Pois é..que idade teria a sobrinha Joana? Nove? Dez? Fez um livro de dieta e ofereceu à tia (eu).
O seu espírito cientifico nota-se no uso de setas. A história do presunto não sei. Gosto da trilogia pão, tia e pão. E concordo com ela é não comer pão, arroz e presunto e muitas outras coisas mais. O uso do sim e do não está engraçado.
Deve ter registado o livro no Spa e no IGAC. Acho bem ter cuidados autorais. Claro que ela é elegante como tudo...só pode:)
A mania de guardar papelinhos dá sempre bons frutos:)
E os outros postadores devem ter emigrado. Pronto, eu sei, hoje estive de serviço.
25 de dezembro de 2006
Acho que os mais velhos (como eu) recordarão. Eu chorava muito com esta série do menino, filho de cigana e maltratado por todos os outros, e a a cadela Belle. A Cecile de Aubry tinha esse condão de nos fazer verter lágrimas, pelos marginalizados. Lembrei-me desta série por a ter visto à venda no PriceMinister. Muito antes dos Les Galapiats.
Deve ter passado em 68 na Rtp.
Para mais informações AQUI
Quando pai Natal se engana...
O gato dançarino
Uma colagem da H. T. em dourado e laranja.. o gato. Ela tem sempre as prendas mais lindas que há, porque feitas por ela e com uma grande sensibilidade e qualidade.
Pode-se clicar o gato e aumentar, é tão lindo em grande.
A etiqueta não é complemento: é um recortar de afecto.
Gostei muitissimo deste presente.
Consoadas e prendas
Trocamos prendas, ventilamos o coração, rimos e está-se bem. É bom obviar problemas e chatices familiares.
Emtre três prendas que tiveram sucesso, saliento estas três.
Uma magnífica frigideira que faz ovos à medida dos nossos desejos mais intímos (também as há com boobies):
Depois magníficos doces no formato sexual que se deseje:
24 de dezembro de 2006
Os doces da Dona Graça
Estão aqui, Dona Teresa diz ela...e desejamos bom Natal uma à outra. É a porteira mais querida do mundo.
São Nicolau
Eis o homem. Ou melhor, o santo. Consta que era bonzinho, ressuscitava crianças, tinha ímpetos de educador, e que, certa feita, impediu três moças de virarem prostitutas, dando a elas o dinheiro de seus dotes. Há mais magreza e menos barba nesse santo nacional russo do que costumamos pensar. Procurei sem muito afã uma imagem dele que vi certa vez, barbudíssimo e cara de furioso, esmagando um diabo verde e muito sorridente, mas não achei. Enfim, amigos e pecadores que me lêem: que vossa Natividade seja a melhor, considerando a força dos ventos e os advérbios todos que sempre interferem. Eu, do meu lado, seguirei firme na restrição salina e alcoólica (o coração andou a dar-me uns sustos; estou oficialmente diagnosticado hipertenso, adiando com frutas e preguiça minha entrada no mundo do Capotem) e, dado o calor deste hemisfério de baixo, suarento de boas intenções e melhores pensamentos.
Norberto de Araújo mais uma vez
Eu não sei se tu, que começas a ler esta história à espera dum romance de amor, mais nu e verdadeiro do que uma estátua nua, moras num bairro pobre ou num bairro rico, num sitio de Lisboa velha ou num quarteirão arejado de Lisboa moderna, cheinho de casas grandes, fechadas impenetráveis - como jazigos.
Naturalmente moras no teu bairro como eu moro no meu, e vives nele a vida de toda a cidade, cada bocadinho por sua vez, porque toda a vida duma rua escorre para a outra, e não há artéria da Lapa e da Estrela por onde não passe uma réstia de alegria dos bairros excêntricos, levada no pregão da varina ou na giga da rapariga que canta a sua fruta numa
toada de alfurja, estridente e resignada.
Ora tudo isto que te conto se passa num bairro humilde, e decorre quando extravasa o sítio original, em ruas que aos outros olhos parecem tristes e baças, onde as casas são sujas, as esquinas muito de quina, as soleiras baixas, e onde os gatos vivem com as crianças na mesma promiscuidade encantadora e repugnante.
São tão lindas as ruas pobrezinhas! Há tanta beleza no conjunto desairoso dos edifícios antigos a caírem, ruínas que remoçam todas as primaveras como as dos castelos lendários.
Nos bairros aristocráticos vive-se dentro. Nos bairros excêntricos vive-se fora. As casas de palácio e de grande estilo arquitectónico, repara tu que são esfingícas, mudas egoistas. Não tem traseiras: Estão sempre fechadas as janelas, não sei para que se fizeram. Prédios há, muito lindos, que são cómodas cujas gavetas nunca abrem. Entra-se neles por uma escada cuja porta cai pesadamente sobre nós. (...)
Nada respira tanto contentamento, felicidade tanta como a humildade. As ruas de Alfama velha, da Graça clara, da Alcântara feia, da Fonte Santa - dão saúde de dia e de noite
Novela do Amor Humilde, Norberto de Araújo, 1924
(capa do Stuart, 1914)
Foto do Arquivo Municipal de Lisboa, Joshua Benoliel
Grande escritor e um amoroso de Lisboa, Norberto de Araújo é das minhas referências especiais na literatura portuguesa. É uma prosa ( e poesia), que inspira afecto e envolve. Agora desaprendeu-se de escrever assim. Quem nunca leu as Peregrinações em Lisboa, é favor de o fazer.
Por acaso, descobri o blog do bisneto dele, Miguel Araújo, ligado ao ambiente.
Achei interessante apesar de tudo a continuidade das preocupações familiares: o espaço e a qualidade de vida.
Véspera de Natal não é?
Natal
Gosto mais de voltar, que dá sempre uma ideia de permanente regresso. Cá, está tudo na mesma. Está sempre tudo na mesma. Gosto que esteja sempre tudo na mesma... dá-me uma ideia de permanente regresso. Claro que todos estamos um pouco mais velhos.... claro que aqui está frio a sério... mas é mesmo assim, é Natal!
Depois é como disse a Maria, fazer aquelas mesmas coisa de sempre, ouvir as mesmas conversas do ano que passou, as pequenas coisas que me deixam feliz. E comer, muito... E beber, como é bom de ver! Este ano está cá quase toda a gente - pais, irmã, cunhados, tios, primos... - a coisa promete!
E para vocês todos, todos os que por aqui passam a correr e, em especial, para os que aqui escrevem - T, erre, carlos, Maria, lulu, H, manelzinha,Orlando, ABS, Tiago, André, PoL, Pardalsuado... - um feliz e santo Natal.
Sua Majestade, o Menino
23 de dezembro de 2006
Eleonora Fonseca Pimentel ou Só os povos livres amam a liberdade
Há uns anos li um livro sobre uma mulher aristocrata portuguesa e a revolução napolitana( despoletada pela revolução francesa). O nome dela era Eleonora Fonseca Pimentel e era jacobina: Maria Antonietta Macciocchi conta a sua história no livro Eleonora.
Intelectual e feminista morre enforcada pelo movimento anti-revolucionário e pelos Bourbons em 1799 .Despede-se no cadafalso citando Virgílio: "Forsan et haec olim menimisse juvabit" ( talvez um dia seja bom recordarmos tudo isto).
Alexandre Dumas compara-a à Madame Roland em vida e na forma como enfrentou a morte.
Os portugueses na maioria desconhecem-na. Os italianos acarinham-na.
É sempre bom recordar. Viva Eleonora!
Das ressacas e dos roubos
Ahhhh…E não é que tive a triste ideia de pôr aquela maquineta, que ontem nos deram, para a tal troca de prendas. Estava o pessoal no habitual mostra lá a tua, vê lá a minha quando alguém disse lá ao fundo – Mas isto é uma oferta do restaurante Escondidinho! Pus-me logo a assobiar e saí para fumar um cigarrito.
Bom, o que interessa é que amanhã vou para Portalegre… e para Alpalhão também. Antes de partir, deixo o meu presente [para que não digam que sou um tarolo que não sabe meter vídeos!]
PP: Falei demais, foi? Falei daquilo do Menino Jesus? Se falei, é mentira.. Estava bêbado!
22 de dezembro de 2006
Feliz Natal
Eu gosto do natal, gosto das cores, dos jantares (menos do bacalhau), de ver a minha avó sentadinha no sofá a contar as histórias de quando era nova, de embirrar com as minhas primas adolescentes de telemóvel em riste e madeixas a enfeitar a trunfa, de ficar a conversar até horas tardias ao pé da lareira, das prendas nunca chegarem à meia noite, de armar a arvore de natal, enfim, coisinhas de nada que me fazem feliz (estou tão delicodoce)
Meus queridos, desejo-vos um natal cheio de coisas boas e bonitas, muita gargalhada e boa disposição.
Aqui fica a minha prendinha de natal para todos
Prenda de Natal
O natal tem sido pródigo em ofertas de boa Bd.
O sobrinho André ofereceu-me mais um livro espectacular.
Eu não conhecia nada da Marjane Satrapi.
Estou completamente desvanecida a lê-la refastelada no sofá.Esta frase da matriarca do clâ define to livro "Embroideries":
"To speak behind other´s back is the ventilator of the heart"
Claro que já encomendei tudo da senhora, incluindo o Persepolis, na Amazon.
Muito se ventilou o coração ontem...
Balanços de jantares de blog Natal 2006
Acordei tarde, um bocadinho ressacada, como seria de esperar.
O jantar do blog foi muito divertido: rimos, dissemos mal, rimos mais ainda e voltámos a dizer pior. Do bacalhau e das grelhadas mistas e das diversificadas garrafas de Pias e do Entre Águas(que nome para um vinho) pouco sobrou. Do Algarve veio um delicioso licor de alfarroba e uns figos que eram uma maravilha.(obrigada Nela e Gasel). E assim rumámos ao Bairro Alto, ao bar SimSim da amiga João, que estava de aniversário(o bar). Tivemos direito a leitura de tarot por uma americana de New Jersey segundo o André. Depois Mahjong mas ó que saudades das antigas instalaçôes. Porque o melhoraram e tiraram a máquina de Trivial? Raios partam a vida. Mania de remodelarem o que é para não mudar. Dei um bruto espalhanço à partida e fui ajudada por dois garbosos jovens (bem apessoados segundo a Erre).E mais um táxi e casa.Três da manhã.
Reparo que não falei do taxista que nos levou para o jantar: era tão divertido que estive mesmo para o convidar para o blog. Dizia ele no caos de trânsito que estava ontem
" apanho a senhora na Praça do Chile, a pensar quer ir para o Martim Moniz, mas não, leva-me para a Malhoa e depois para o Charquinho, e eu que quero estar em casa às 20 para fazer o bife que a minha mulher deixou temperado e ir ver o Benfica às 20:30. A próxima vez que vir a senhora digo adeus e fujo, a não ser que vá para o Martim Moniz..mas (dizia eu) se eu quiser ir ver a àrvore de Natal? Fujo também dizia o senhor." ( o registo foi sempre assim nesta base com muita gargalhada e a errezinha a entrar na onda ,afinal era colega de clube do senhor)
O jantar foi muitissimo divertido e saudável: foi óptimo dar um abraço ao nosso André a quem não via há anos, estar com o Gasel e a Nela que são de facto pessoas com que dá muito prazer estar e estão longe ...e com todos os outros que apesar de nos vermos com frequência, esta não esgota o prazer da conversa e do riso (antes o multiplica). Foi bom ver o Azinho tão feliz e babado (bem vinda ao grupo S) e espero que escreva MAIS!!!
Tudo isto lembrou-me que estamos juntos nestas coisas há 3 anos.O tempo voa e a amizade cresce.
à memória da kirsty maccoll (e do ewan que para além de ter sido absolutamente fundamental para a história da música britânica, ainda fez esta filha)
o clone do menino jesus de faro terá sido sequestrado
depois do original ter sido raptado sem que tenha sido feita qualquer exigência, as autoridades municipais solicitaram ao pai da coisa que fornecesse um clone do menino jesus para que fosse colocado no lugar do primeiro.
eis que passados poucos dias este também desaparece do seu local.
a segurança social, por nós contactada novamente, reconhece que o local não tem o mínimo de condições para albergar uma criança que, apesar de já ter mais de 200 anos, apresenta uma compleição física de um recém-nascido, pelo que, se o seu corpo for recuperado, será retirado à guarda dos irresponsáveis pais e entregue ao abrigo aboim ascenção.
as autoridades procuram agora localizar agora uma conhecida figura de faro que ontem desapareceu da cidade e foi vista por várias testemunhas nos arredores do centro comercial colombo, em lisboa, com um saco na mão.
21 de dezembro de 2006
para todos os que estão fartos de sempre as mesmas músicas de natal, aqui vão umas mais velhas que o defecar de joelhos flectidos...
um clássico deslumbrante das canções de natal do alentejo:
entrai, pastores, entrai
(peroguarda, alentejo)
entrai, pastores, entrai
por esse portal sagrado
vinde ver o deus menino
entre palhinhas deitado
li ai li ai li ai lé
jesus, maria, josé
entre os portais de belém
está uma árvore de jassé
com três letrinhas que dizem:
jesus, maria, josé
li ai li .......
- ó meu menino jesus
quem vos fez a camisinha?
- foi a minha avó santána,
com botões de prata fina
li ai li....
uma pérola do francisco guerrero:
los reyes siguen la'strella
(francisco guerrero, 1526-1599)
los reys siguen la'strella
la'strella sigue al señor
y el señor deñor dellos e della
sigue y busca'l pecador
teniendo de dios notiçia
buscan con divino zelo,
la'strella'l sol de justicia,
los reys al rey del cielo
provavelmente a música mais cantada no natal ortodoxo:
slava v vychnih bogou
(strokine, final século 19)
slava v vychnih bogou i nazem limir
v tchelovétzeh blagovo lénié.
gospodi oustnié moi otverzechii
ousta moia vozvéstiat hvalou tvoiou.
outra pérola do alentejo:
canto de natal
(elvas, alentejo)
eu hei-se m'ir ao presépio
e sentar-me num cantinho
a ver como'o deus menino
nasceu lá tão pobrezinho
ó meu menino jesus
que tendes? porque chorais?
-deu-me minha mãe um beijo
choro porque me dê mais
o menino chora, chora
chora com muita razão
fiseram-lhe a cama curta
tem os pezinhos no chão
nossa senhora faz meia
com linha feita de luz
o novelo é lua cheia
as meias são para jesus
sim.. eu sei que estão sempre à espera duma christmas carol:
away in a manger
(tradicional inglês)
away in a manger,
no crib for His bed,
the little lord jesus
laid down his sweet head;
the stars in the heavens
looked down where he lay,
the little lord jesus
asleep on the hay.
the cattle are lowing,
the poor baby wakes,
but little lord jesus,
no crying he makes.
i love thee, lord jesus;
look down from the sky
and stay by my cradle
till morning is nigh.
be near me, lord jesus;
i ask thee to stay
close by me forever
and love me I pray!
bless all the dear children
in thy tender care,
and fit us for heaven
to live with hhee there.
Receita de rabanadas com garantia de qualidade
1 pão de véspera
0,3 Lt leite
4 ovos
300 gr açúcar
canela
casca de limão
óleo
Juntar o leite com 2 colheres de sopa de açúcar e a casca de limão.
Levar a ferver.
Bata os ovos.
Corte o pão em fatias e passe no leite, depois nos ovos.
Frite em óleo bem quente
Escorra em papel absorvente
Polvilhe com mistura de açúcar em pó (icing sugar) e canela
(receita do carlos)
Calendário gastronómico
Em tudo digno do mês que o antecede e daquele que lhe sucede, recomenda-se pelas suas deliciosas caldeiradas. La Râpée tem o monopólio de caldeiradas excelentes; é imprescindível passar por uma dessas tascas onde, coisa singular, o mais modesto cozinheiro, ao elaborar esta especialidade, supera em muito os nossos melhores artistas.
A carne de açougue, a caça, o peixe e as aves têm em Dezembro o mesmo grau de qualidade que nos dois meses que se seguem. No entanto, o fim do ano e os compromissos que ele acarreta fazem com que as reuniões dos gulosos sejam ainda bastante raras. É necessário preparar-se para os prazeres que advirão das visitas feitas com discernimento, sobretudo em relação ao cuidado em dispor, como convém, o coração para os nossos anfitriões.
Seria um crime de lesa-gula não sentir emoção ou simpatia pelo homem generoso que nos proporciona virtualhas opíparas e nos dá a degustar dos seus melhores vinhos. No ponto a que chegámos, o ano gastrónomo percorreu as suas diversas fases.
Mas, dirão, não nos referimos, nem às sobremesas, nem aos molhos ou à pastelaria.
Fizemo-lo propositadamente, já que a nossa atenção foi em primeiro lugar para os apreciadores da boa mesa.
Ora bem, para os verdadeiros gastrónomo, estas coisas não passam de bagatelas, de meras lambarices que elas deixam para as senhoras.
Num jantar digno do seu nome, o gastrónomo repousa a seguir ao assado. Os pratos do meio não passam para ele de um divertimento e os outros supérfluos. Quanto à sobremesa, apenas aprecia o queijo e as castanhas, na sua qualidade de alternativas.
LA REYNIÈRE, GRIMOD DE (1758-1838)
Escritor e gastrónomo francês, é considerado o pai fundador da literatura gastronómica,
ao publicar o primeiro volume do Almanach des gourmands, o primeiro guia
gastronómico da literatura.
Grimod começou por colaborar com jornais como crítico de teatro. Um panfleto contra
Saint-Ange valeu a este filho de um arrematante dos impostos régios a expulsão da
capital e o exílio durante dois anos para uma abadia no coração da Lorena, onde veio a
descobrir os prazeres inigualáveis da boa mesa. De regresso a Paris, Grimod dedica-se
de corpo e alma à “carreira alimentar”, criando um júri crítico de gastrónomos que se
reunia regularmente para provar pratos, cujas opiniões eram depois publicadas no
famoso Almanach des gourmands (1803-1808).
Amarelo
PP. ainda não percebi, é preciso prenda ou chega a boca?
20 de dezembro de 2006
O meu Natal
Vamos ser oito lá em casa e eu só tenho 6 cadeiras, mas tenho um grande sofá e 2 bancos altos. Vamos ficar apertados, a mesa é pequenota mas com boa vontade tudo se arranja.
Vou fazer uma coisa simples: assar lombo de porco, batatinhas no forno, arroz e salada para acompanhar a coisa.
Vou arriscar uma sobremesa que vi na agenda de 1976 que a T me deu e que parece simples de fazer: pudim de café.
É tão bom quando temos a família toda junta, nem que sejam num Natal improvisado!
Prendas de Natal: boas ideias
Seleccionei dois presentes ideais (para mim).
Um relógio que anda com os ponteiros ao contrário: afinal o tempo não só voa, como é arbitrário na direcção em que o faz. é cantar: ò tempo volta para trás!
Este magnífico arruma-comandos: nada que um escorredor de talheres à antiga não possa cumprir, acho eu. Mas é boa ideia ter os comandos juntos e em pé. Perfiladinhos!
É tagarela, a Manuela
Já não é o céu azul...
É o céu vermelho,
é? ...Diz, Mãe, é o céu velho,
lá ao longe...ao pé do mar?
-É o sol
que se vai deitar.
-E a caminha
do sol
é fofa e linda?
Tem cortinados de renda?
Oh!Mãe!Mãe!
O sol
foi tomar banho
no mar
antes de se deitar...
E o lençol para se enxugar?
Outra história para contar a crianças.
!, , 1962
Lengalenga ou história para crianças
- Que dás ao gato?
- Um rato
para brincar...
-E ao carocho?
-Um osso
para roer.
-E ao rouxinol?
-Ar
para poder cantar!
-E ao caracol?
-Sol
para se aquecer...
-E ao pardal?
-Trigo
para debicar...
-E às galinhas?
-Pedrinhas
para moer o grão
que se escondeu no paparrão
e uma cesta com palhinhas...
-Para quê?- Não adivinha?
Se quero um ovo
para o meu almoço,
lá está um na cestinha.
Sua Majestade O Menino!, escrito por Maria de S. Luís e ilustrado por Alice Jorge, em 1962
19 de dezembro de 2006
Das Viroses Virulentas
Das Bolotas e Landes
Este pertinente dilema é muito bem respondido num post do Dias com Árvores (sim, não há só dias que voam, também os há com árvores…). Mas, e para os mais exigentes, aconselho a leitura deste pequeno texto que uma alminha – o técnico florestal Gonçalo Castel'Branco – escreveu no site Logística Florestal:
Estando a Campanhas de apanha de lande de sobreiro a decorrer é sempre útil rever algumas questões técnicas sobre a bolota de sobreiro.
Em consequência de um período de floração muito prolongado as bolotas do sobreiro não amadurecem simultaneamente. A primeira camada de frutificação tem o nome de bastão e amadurece nos fins de Setembro e no decorrer de Outubro. A segunda camada de frutos, que é mais abundante e importante, tem o nome de lande, e amadurece em Novembro e Dezembro. Por último, a camada a que se chama landisco muitas vezes não chega sequer a amadurecer devido à forma como é prejudicada pelo frio do Inverno. A recolha da bolota deve ser feita entre Novembro e Dezembro e será feita sobre as bolotas da segunda camada de frutificação, denominada lande. Aquando da colheita dever-se-á ter atenção em não confundir a lande, que nos interessa, com o bastão. Para isso, poder-se-á colocar redes por baixo das copas dos sobreiros após a queda do bastão, ou em alternativa varrer todas as bolotas existentes por baixo da copa e aguardar pela queda da lande.
A colheita das sementes deverá ser feita com tempo seco, o que evita em parte, que as bolotas se estraguem. Assim, como a lande não cai toda ao mesmo tempo, para evitar que haja bolota que esteja no solo a secar, a iniciar a germinação ou que possa ser atacada por pragas, pode-se (e deve-se) homogeneizar a queda da semente “obrigando-a” a cair, por varejamento dos ramos carregados de bolota. Deve-se ter em conta que esta acção faz cair também bolota que não se encontra ainda madura.
As landes escolhidas devem por fim ser grossas, lisas, morenas, frescas e sem buracos de balanino. As landes rugosas estão secas e mortas e as landes já germinadas são de evitar pois a manipulação destas torna-se muito difícil devido à quebra das radículas que deve ser impedida. Da lande deverá ainda retirar-se sempre as cúpulas. Dever-se-ão escolher as bolotas maiores, pois estas, com maior conteúdo de reservas, conseguem mais facilmente atravessar o primeiro ano de vida e originar plantas com crescimentos maiores.
Chamo a vossa atenção para a beleza da frase As landes escolhidas devem por fim ser grossas, lisas, morenas, frescas e sem buracos de balanino. Isto soa-me quase pornográfico!
Com isto, lembrei-me quando eramos putos e andávamos no Ciclo. Havia bolota (ou lande…) espalhada aos montes e era de homem agarrar numa, trincá-la e comê-la. Havia os que diziam conhecer as doces… eu não, saiam-me quase sempre as azedas. Mas para que queira experimentar, aqui fica uma sugestão!
PP: Chaparro é um sobreiro ainda novinho!