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sábado, 23 de dezembro de 2017

MULHERES SEM NOME (Martha Hall Kelly)

Sinopse: A socialite nova-iorquina Caroline Ferriday está sobrecarregada de trabalho no Consulado da França, em função da iminência da guerra. O ano é 1939 e o Exército de Hitler acaba de invadir a Polônia, onde Kasia Kuzmerick vai deixando para trás a tranquilidade da infância conforme se envolve cada vez mais com o movimento de resistência de seu país. Distante das duas, a ambiciosa Herta Oberheuser tem a oportunidade de se libertar de uma vida desoladora e abraçar o sonho de se tornar médica cirurgiã, a serviço da Alemanha. Três mulheres cujas trajetórias se cruzam quando o impensável acontece: Kasia é capturada e levada para o campo de concentração feminino de Ravensbrück, onde Herta agora exerce sua controversa medicina. Uma história que atravessa continentes — dos Estados Unidos à França, da Alemanha à Polônia — enquanto Caroline e Kasia persistem no sonho de tornar o mundo um lugar melhor. Costurado por fatos históricos e personagens femininas poderosas, Mulheres Sem Nome é um romance extraordinário sobre a luta anônima por amor e liberdade. Um livro inspirador, que encanta e comove até a última página.

Meus comentários: Documentário sobre as barbáries dos campos de concentração nazistas. E quanto mais livros sobre o assunto eu leio, mais percebo que o mal pode assumir formas inenarráveis, que há infinitas possibilidades para a crueldade. Mas o livro também fala sobre pessoas iluminadas, que doaram suas vidas tentando amenizar atrocidades. Interessante o fundo histórico da narrativa, mormente a licença poética da autora, tornando a leitura mais palatável para aqueles cuja sensibilidade não permitiria o término do livro. Só não concordo com o título, porque para mim foram mulheres com nomes (e com nomes que deveriam não ser esquecidos).

O ARQUITETO DE PARIS (Charles Belfoure)

Sinopse: Um romance inspirador sobre escolhas e sacrifícios durante a ocupação nazista. Na Paris de 1942, o talentoso arquiteto Lucien Bernard aceita uma encomenda que lhe renderá uma boa quantia de dinheiro, mas que talvez o leve à morte. Se for esperto o bastante, porém, poderá se safar de qualquer problema. Tudo o que precisa fazer é projetar um esconderijo secreto para um rico judeu, um que nem o mais determinado dos oficiais alemães será capaz de encontrar. Lucien precisa do dinheiro, e enganar os nazistas que ocupam sua amada cidade é um desafio ao qual ele não consegue resistir. Mas, quando um dos esconderijos projetados falha horrivelmente e a situação dos judeus na França se torna um assunto terrivelmente pessoal, não é mais possível ignorar o que verdadeiramente está em jogo.

Meus comentários: O enredo difere bastante dos muitos livros que já li sobre a ocupação nazista, porque seu contexto foge completamente dos campos de concentração ou das barbáries nazistas. Há sim alusão à insanidade dos soldados alemães, entretanto, oferta ao leitor uma nova visão da época, uma vez que, para além das atrocidades dessa guerra haviam muitos assuntos paralelos pouco divulgados. Quem espera um livro mais denso, com uma descrição mais contundente dos acontecimentos, ou personagens mais aprofundados, sairá decepcionado da leitura. Trata-se de uma visão mais leve, pareceu-me até um tantinho irônico, satirizando, nas entrelinhas, o fanatismo nazista, mas sem pretensão de entrar para os anais da história. Recomendo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O CAVALEIRO DE BRONZE (Paullina Simons)

Volume I - Leningrado - A Segunda Guerra Mundial ainda não havia alcançado a cidade de Leningrado, onde as duas irmãs Tatiana e Dasha Metanova viviam, dividindo um pequeno cômodo com seu irmão, seus pais e avós.
Tudo muda quando as tropas de Hitler atacam a União Soviética e ameaçam invadir a grande, mas decadente, cidade. Fome, desespero e medo tomam conta de Leningrado, durante o terrível inverno no qual a cidade foi submetida ao cerco alemão.
No entanto, a luz do amor é sempre capaz de iluminar a mais profunda escuridão. Tatiana conhece Alexander, um jovem e corajoso oficial do Exército Vermelho. O rapaz, forte, confiante, guarda um passado misterioso e problemático, e sente-se atraído por Tatiana e ela por ele.
O amor impossível de Tatiana e Alexander ameaça agora dividir a família Metanova. E que segredo é esse que se esconde no passado do soldado, tão devastador quanto a própria guerra?

Volume II - O portão dourado - No início da guerra, em 22 de junho de 1941, o dia em que Alexander e Tatiana se conheceram, havia três milhões de civis em Leningrado. Na primavera de 1942, apenas um milhão de pessoas permaneciam ali. E o cerco não havia terminado. Depois de deixar Tatiana e Dasha Metanova dentro de um caminhão que seguia pela Estrada da Vida com destino a Molotov, Alexander não tinha nada além de esperanças. Não havia uma única correspondência sequer de Dasha ou Tatiana, nada que indicasse que ambas haviam chegado em segurança a seu destino. Na segunda parte de uma das maiores sagas de amor de todos os tempos, será praticamente impossível conter a emoção ao acompanhar a busca obstinada do ilustre oficial do Exército Vermelho, Alexander Belov, por sua Tatia. E ainda mais arrebatador presenciar se eles conseguirão viver esse intenso amor diante de tantas ameaças, em meio ao cruel cenário da Segunda Guerra Mundial.

Volume III - Tatiana e Alexander - A saga épica de amor e guerra continua nesta arrebatadora sequência do best-seller de Paullina Simons, O Cavaleiro de Bronze.
Tatiana agora tem dezoito anos. Viúva e grávida, ela foge da devastada Leningrado para começar uma vida nova na América.
Mas os fantasmas de seu passado não descansam facilmente. Ela passa a ser consumida pela crença de que seu marido, o general do Exército Vermelho Alexander Belov, ainda está vivo e precisa desesperadamente de sua ajuda.
Enquanto isso, a oceanos e continentes de distância, Alexander é forçado a liderar um batalhão de soldados considerado dispensável pelo alto comando soviético. No entanto, Alexander está determinado a conduzir seus homens pelas ruínas da Europa, numa tentativa desesperada de escapar da máquina de morte de Stálin e, de alguma maneira, encontrar o caminho que o conduza a Tatiana mais uma vez.
Deixe-se envolver pela escrita encantadora de Paullina Simons neste romance atemporal aclamado em todo o mundo.

MEUS COMENTÁRIOS: Como li os três volumes vou comentar como se fosse um único livro.
Um romance extenso, forte. Embora hajam momentos um tanto implausíveis, mas que tornam o enredo delicioso, mostrando um amor cheio de energia, de força, de coragem e abnegação, um amor de milagres, há neste romance muito de uma realidade amarga, inconcebível e ainda assim inegavelmente verdadeira, a da segunda grande guerra. Mostra uma União Soviética devastada pelo poderio militar da Alemanha nazista, dando uma dimensão nada irreal da miséria vivida pelo povo russo, de um lado massacrada pelos nazistas e de outro sendo conduzida com mãos de ferro por um regime político infernal.Para quem aprecia um bom romance, para aqueles cujo coração ainda busca os grandes amores cinematográficos, é uma obra prima, recomendo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O ROUXINOL (Kristin Hannah)

SINOPSE: França, 1939. No pequeno vilarejo de Carriveau, Vianne Mauriac se despede do marido, que ruma para o fronte. Ela não acredita que os nazistas invadirão o país, mas logo chegam hordas de soldados em marcha, caravanas de caminhões e tanques, aviões que escurecem os céus e despejam bombas sobre inocentes. Quando o país é tomado, um oficial das tropas de Hitler requisita a casa de Vianne, e ela e a filha são forçadas a conviver com o inimigo ou perder tudo. De repente, todos os seus movimentos passam a ser vigiados e Vianne é obrigada a fazer escolhas impossíveis, uma após a outra, e colaborar com os invasores para manter sua família viva. Isabelle, irmã de Vianne, é uma garota contestadora que leva a vida com o furor e a paixão típicos da juventude. Enquanto milhares de parisienses fogem dos terrores da guerra, ela se apaixona por um guerrilheiro e decide se juntar à Resistência, arriscando a vida para salvar os outros e libertar seu país.

Meu comentário: Uma história de guerra. Como tantas outras que já li, bastante dramática, angustiante, retratando as perdas fisicas e emotivas, o gerar de coragens não imaginadas, o nascer das covardias e das vergonhas humanas. Um bom livro.

terça-feira, 31 de março de 2015

AMOR E MEMÓRIA (Ayelet Waldman)

Narrativa sobre os judeus da Hungria, em 1945, conta a história de um oficial americano e de alguns sobreviventes judeus. Fala sobre o famoso trem do ouro, cuja carga tratava-se dos bens confiscados dos judeus. Não classifico como mais um documentário sobre o holocausto, pois, embora se situe no período do final da guerra, no meu entendimento é um romance, utilizando-se da guerra como pano de fundo. O desfecho é apresentado de uma forma interessante e dá ao leitor a possibilidade de saber um pouco mais sobre a nebulosidade da própria narrativa. Gostei.
SINOPSE:Em 1945, na Áustria, os vitoriosos soldados americanos capturam um trem repleto de riquezas indescritíveis – objetos que haviam sido confiscados dos judeus pelos nazistas. Entre os tesouros estão pilhas de relógios de ouro; montanhas de casacos de pele; caixas cheias de alianças de casamento; porta-retratos de prata; castiçais de Shabat e heranças de família repassadas por gerações.
Jack, um inteligente nova-iorquino judeu, é o oficial encarregado de guardar o trem, uma responsabilidade que fica ainda mais complicada quando conhece Ilona, uma bela húngara que perdeu tudo em meio às devastações do Holocausto. Setenta anos depois, Natalie recebe de Jack, seu avô, um lindo colar com o desenho de um pavão com penas de pedras preciosas, que fora achado no trem. Dentro do medalhão, está a fotografia de uma mulher desconhecida. Encarregada de devolver a joia à mulher da foto, Natalie deve mergulhar num submundo sombrio de negociantes de arte para descobrir a história por trás do medalhão. Mas se surpreende ao aprender sobre a vida fascinante de uma mulher feminista que lutou pelo direito de voto no final do século XIX em Budapeste.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

UM HOTEL NA ESQUINA DO TEMPO (Jamie Ford)

Suave e ao mesmo tempo forte e integro. A simplicidade da narrativa permite ao leitor um passeio leve, mas nem por isso pouco profundo, na época conturbada da segunda guerra mundial. Passa pelas bordas da segregação japonesa nos Estados Unidos, da força ganha pelo jazz, iniciado no inicio do século XX, dos costumes dos imigrantes chineses e  japoneses nesse período e, naturalmente, fala de amor... O amor adolescente, imprudente e lindo, de adolescentes com culturas conflitantes... E, por conta desse amor, fala de amizade, acolhimento, solidão, aceitação, perdas, coragem... Um livro terno, cálido e muito bom. Recomendo.
SINOPSE: O primeiro romance de Jamie Ford aborda os conflitos de longa data entre pai e filho, a beleza e a tristeza do que aconteceu com os nipo-americanos em Seattle durante a Segunda Guerra Mundial e a intensidade do amor profundo e sincero. Uma estréia notável, ao mesmo tempo amarga e doce.
Ambientado nos Estados Unidos, em uma época que o mundo sofria as conseqüências da Segunda Guerra Mundial, 'Um hotel na esquina do tempo' é um romance sobre compromisso e esperança. O poder da generosidade e do perdão mostra que o amor pode vencer qualquer obstáculo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DOIS IRMÃOS, UMA GUERRA (Ben Elton)

Para além da bonita narrativa o leitor há de perceber que, mesmo entre aqueles que deveriam se manter unidos, que deveriam ser solidários frente aos horrores enfrentados, há pessoas venais, cujo único intuito é salvar a própria pele, mesmo que para isso usem e abusem dos sentimentos alheios... E quando o leitor percebe tais fatos, as emoções afloram de tal maneira que fica dificil perdoar tais comportamentos... Numa guerra, para além de vencedores e perdedores, há heróis invisiveis e covardes abjetos... Mas... vale a pena a narrativa. Recomendo.
SINOPSE: Dois Irmãos, Uma Guerra é a história comovente de dois garotos nascidos em Berlim, em 1920 - um judeu e seu irmão adotivo ariano -, criados como gêmeos por pais judeu-alemães, à sombra do Nazismo. Mas, com a mudança do cenário político, eles acabam em lados opostos durante a Segunda Guerra Mundial - um fazendo parte da Waffen-SS e o outro, do exército britânico - e têm que se confrontar com uma escolha inimaginável, que mudará completamente o destino de ambos. Qual deles sobreviverá? Como irão enfrentar a terrível verdade oculta em seu passado?

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O ATENTADO (Harry Mulisch)

O protagonista Anton foi um menino que viveu na Holanda ocupada pelos nazistas. O enredo nos mostra o amadurecer desse menino, o carregar de um passado conturbado e sem respostas, caminhos que se abriram enquanto outros se fecharam e os dolorosos desfechos obtidos apenas na fase adulta. Através dos caminhos todos de Anton o leitor percebe a evolução do pós guerra, as alterações das mentalidades e dos propósitos daqueles que atravessaram a segunda guerra mundial e seguiram algumas vezes tranquilos, outras conscientemente pertubados, rumo à atualidade.
SINOPSE: Há quem acredite que apenas um evento pode mudar a vida da pessoa. Mas e se esse alguém se recusar a aceitar o que os mais místicos chamariam de destino? Essa é a história de Anton Steenwijk, que nasceu numa Holanda ocupada por nazistas e vê sua vida seguir um novo caminho após um atentado. Seu criador, Harry Mulisch – um dos maiores nomes da literatura européia, aclamado pelo vencedor do Prêmio Nobel J.M. Coetzee como um dos melhores de sua geração –, constrói o personagem com cuidado digno de pai, ainda que não lhe poupe os sofrimentos de que a paternidade tentaria proteger. Mas dá à sua criatura toda condição de enfrentá-los. O atentado, que foi adaptado para o cinema numa produção vencedora do Oscar e do Globo de Ouro, é a obra-prima de Mulisch, a quem John Updike chamou de “uma raridade para esses tempos (...) um romancista instintivamente psicológico”. Anton Steenwijk é um menino-jovem-homem-senhor consciente da temporalidade da existência, da inevitabilidade do que já passou e da necessidade de seguir adiante. Pragmático e sensível, não se julga mártir, bode-expiatório, ícone ou herói. Ao longo de sua vida, contada em curtos episódios e longas elipses, percebe-se as mudanças por que passou o mundo nos mais de quarenta anos posteriores à Segunda Guerra Mundial. Pois é na década de 1980 que nosso protagonista se depara pela última vez com um dos personagens do incidente – a peça-chave para entendê-lo.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ARRISCAR É VIVER (Jim Powell)

A interessante história de um polonês que, na infância, foi protegido pelo amor de sua mãe, que o enviou para longe das agruras da guerra. Homem feito, precisa rever todos os seus conceitos sobre o que sempre acreditou ser o abandono da mãe, sobre suas crenças políticas, sobre sua maneira de encarar a vida. Embora fale de guerra não é um livro pesado, não há lamentações inúteis. Antes fala de renovação, de maturidade, de escolher ser feliz. Gostei.
SINOPSE:  As dores da guerra, histórias de amor, de enganos, traições, torturas, mortes atravessam este romance. Você vai conhecer, em detalhes, sequelas que Hitler e Stalin deixaram nas pessoas e nos países do Leste Europeu. Jim Powell nos faz mergulhar nos bastidores da II Guerra, da Guerra Fria, do colapso do comunismo na Europa. Um livro escrito com simplicidade, elegância e contida emoção. Impossível ficar indiferente aos dramas que o autor nos revela.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A VIDA EM TONS DE CINZA (Ruta Sepetys)

Uma bonita narrativa de uma época bastante dificil para os habitantes da região do Báltico. Apesar da crueza com que é relatada a deportação e a vida dessas pessoas, enviadas para a Sibéria pelos soviéticos, num ato criminoso (e vergonhoso) ordenado por Stalin, o livro tem suavidade e doçura, tem esperanças, heróis e sobreviventes. Faz o coração se enternecer, faz a alma ansiar por um desfecho capaz de amenizar o horror... Triste, muito triste... e ainda assim muito bonito.
SINOPSE: 1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos. A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A PONTE INVISÍVEL (Julie Orringer)

Uma narrativa muito bonita, um excelente trabalho de pesquisa da Autora sobre a época da segunda guerra mundial. Ambientado na Hungria e em Paris, conta sobre um estudante de arquitetura hungaro judeu, seus irmãos, pais e amigos, que vivenciaram esse periodo de grandes perigos e imensuradas perdas sofridas pelo povo judeu. Mas o livro não se foca tão somente no holocausto de um povo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

UM DOMINGO PARA SEMPRE (Sébastien Japrisot)

O enredo nos mostra a saga de alguém que não se contentou com uma única versão da história e que, em seu inconformismo, ouviu a voz de sua intuição e acabou por encontrar um desfecho totalmente diferente e, ainda assim, inesperado.
O cenário que se descortina ao leitor inicia-se no ápice da primeira grande guerra mundial, onde muitos soldados, desesperados, se auto mutilam para conseguir baixa e se livrarem do front. É nesse ponto que a narrativa se afunila, passando a focar-se no destino de cinco soldados condenados por tal prática. A decisão atroz e desumana de atirá-los, com as mãos amarradas, no espaço existente entre aliados e inimigos, para serem abatidos na terra de ninguém, dá inicio à versão oficial que uma mulher repudiará, até encontrar um desfecho diferente. Uma história inusitada de amor, de sagacidade. Perfeitamente possível quando encerrada num cenário de guerra.
SINOPSE: Eram cinco soldados franceses condenados à morte pelo conselho de guerra por terem se automutilado. Cinco soldados que foram lançados na neve, numa noite de janeiro de 1917, em frente à fronteira inimiga, para que fossem mortos. Durante uma noite e um dia inteiros, tentaram desesperadamente sobreviver. O mais jovem chamava-se Manech. Ainda não completara 20 anos. Depois da guerra, Mathilde (estrelada por Audrey Tautou no filme "Eterno Amor", de Jean-Pierre Jeunet), que ama Manech com um amor a toda prova, vai lutar para reencontrá-lo, vivo ou morto, e levará até o fim a insensata esperança que a carrega. O livro tem um início notável, é implacável na denúncia à burocracia e ao cinismo das autoridades militares, e é encerrado exatamente no ponto em que começou ("cinco soldados franceses aqui repousam / mortos com os sapatos nos pés / perseguindo o vento / onde fenecem as rosas / há muito tempo"). Tocante e perturbador, "Um Domingo para Sempre" surgiu de episódios da Primeira Guerra Mundial contados ao escritor Sébastien Japrisot por seu avô. Narra o que é comum a todas as guerras: a luta desesperada da busca por uma ausência presente. Mathilde, a viúva branca, amava Manech acima de tudo e dedicará a sua juventude a encontrar o seu amor vivo ou morto. Porque, apesar das guerras, o amor é assim!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O TEMPO ENTRE COSTURAS (María Dueñas)

Quando vi o tamanho do livro, fiquei meio receosa. Não que não goste de livros extensos, mas a época não era propícia, com muitos compromissos profissionais e pouco tempo disponível. Entretanto, a história foi tão envolvente que li em duas noites. Situado no ínicio da era de Franco, na Espanha, cobre parte da guerra civil espanhola e nos leva de Madri a Marrocos e Portugal. De forma leve, sem adentrar demais nas questões sangrentas da guerra, mas ainda assim nos colocando dentro desse período da história, a autora traçou com maestria um romance muito bom, que mescla politica, romance, espionagem... A personagem central e quem na realidade nos conta o enredo em um ritmo próprio, se mostra inteligente, ousada, vivida, e ao mesmo tempo ingênua, frágil, magoada pela vida. Recomendo.
SINOPSE:  Poucos meses antes da guerra eclodir na Espanha, Sira troca sua pacata rotina em Madri pelo desconhecido Marrocos, seguindo uma avassaladora paixão. Ela e seu amado Ramiro, um aventureiro em busca de dinheiro, vivem momentos de romance, glamour e futilidade. Mas o sonho vivido por ela acaba quando, de uma hora para outra, é abandonada. Sira Quiroga é a encantadora costureira que protagoniza esta aventura. Um dia, Sira se apaixona loucamente e parte de Madri para o romântico Marrocos, meses antes da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), para ter sua inocência triturada pelos caminhos da vida. Porém, se transforma uma vez mais para mergulhar, durante a Segunda Guerra Mundial, em um novo mundo, agora repleto de espiões, impostores e fugitivos.

domingo, 26 de agosto de 2012

DE COSTAS PARA O MUNDO - Retratos da Sérvia (Asne Seierstad)

Gosto do estilo da Autora, que nos traz um livro que não é exatamente uma reportagem. Dá sempre a impressão de que nos conta suas visitas a amigos. Seus personagens têm voz ativa e nos são passados sem verniz, dentro da realidade que enfrentam, com seus lamentos, suas alegrias, seus fracassos. A autora se permite ser neutra e com isso permite ao leitor a formação de sua própria opinião sobre o momento narrado. Muitas noticias foram trazidas, pelos meios de comunicação, sobre a Bósnia, Croácia, Sarajevo, enfim, todo aquele pedaço da antiga Ioguslávia. O que a autora faz é trazer-nos os habitantes desses locais, situando-os nesse momento da história de seus países, para dar ao leitor uma outra visão, a do povo, raramente exposta na midia.
SINOPSE: Depois do sucesso estrondoso de O livreiro de Cabul - ainda entre os 10 títulos mais vendidos no país -, e de 101 dias em Bagdá, a norueguesa Åsne Seierstad retorna com De Costas Para o Mundo, obra que se tornou sucesso mundial como os dois primeiros. Nele, a jornalista constrói uma narrativa emocionante sobre as pessoas marcadas pelo mais sangrento conflito ocorrido no coração da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial: a guerra da Bósnia, que devastou a Iugoslávia na década de 1990 e culminou em sua dissolução.
Åsne nos descortina um país marcado pela diversidade religiosa e cultural, habitado por católicos ortodoxos e muçulmanos. Conta como vizinhos antes pacíficos encheram-se de ódio uns pelos outros, perpetrando uma sucessão de guerras. Como repórter, Åsne cobriu a guerra e os ataques aéreos da Otan contra o país. Alguns anos mais tarde, em 2000, movida pela curiosidade acerca de um povo que começou guerra após guerra, sem vencer jamais, ela retornaria a Iugoslávia.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O RETORNO (Victória Hislop)

Os meus avós paternos chegaram da Espanha pouco antes da guerra civil eclodir com toda sua força e devastação. Tenho para mim que deixaram a Espanha fugindo da eminente guerra e do grande arsenal de horrores advindos da luta armada. O livro é encantador e triste, muito triste. Meu coração brasileiro, pacifista e alheio à crueldade da guerra, silenciou pesaroso face a tanta perda, tanta angústia, tanta dor...  A autora nos fornece um nitido retrato desse período através das recordações de um dos personagens da trama. Permeando tais relatos, a bonita e triste odisséia de uma familia espanhola, seus medos, suas perdas, seus segredos, suas revelações tardias. De maneira bastante eficaz, o livro nos dá uma noção bastante apurada dos acontecimentos inerentes a uma guerra, onde, guardadas raras exceções, todos são perdedores, quer da dignidade, quer de suas próprias histórias, de suas casas e cidades, de seus futuros e de suas memórias. Um bom livro, recomendo.
SINOPSE: Quando o passado retorna ao presente, o futuro se torna ainda mais imprevisível. E, nesse livro, redentor. Sonia Cameron está na Espanha, em férias, para comemorar o aniversário de 35 anos da melhor amiga com aulas de flamenco. Sua intenção é apenas dançar e se divertir. Em Londres, deixou a aridez e as exigências do cotidiano e um casamento em crise.
Em um café sossegado de Granada, contudo, uma conversa casual com o proprietário e uma intrigante coleção de fotografias antigas a atraem para a história extraordinária da Guerra Civil Espanhola e da vida de personagens locais encantadores e marcantes, como toureiros, dançarinas, músicos e o poeta García Lorca. Setenta anos antes, o café era o lar dos Ramírez, família que, em 1936, presencia as piores atrocidades do golpe militar liderado pelo general Francisco Franco, e vivencia o despedaçar do frágil equilíbrio do país. Divididos pela política e pela tragédia, todos escolhem um lado e travam uma batalha pessoal à medida que a Espanha se dilacera. O retorno é uma cativante e complexa lição sobre perdas e lealdade, narrada em um contexto histórico fascinante e muito bem-construído. Encantador e profundamente comovente, o segundo romance de Victoria Hislop é tão inspirador quanto sua obra de estreia, o best-seller internacional A ilha.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SEM SANGUE (Alessandro Baricco)

Livro curto, enxuto. Poucas palavras para a longa história. Interessante, mas não excepcional. As emoções todas são passadas com rapidez e economia de movimentos, mas não deixam a obra confusa ou mal explicada. Tudo flui a seu tempo, entretanto, por apreciar histórias com maiores desdobramentos, principalmente quando comportamentos humanos dão o toque da obra, a economia do autor desconcertou-me. A precisão quase cirurgica da obra, a falta de um tantinho que fosse de recheio, tornou-a crua demais para meu gosto. Bem escrito, é certo, mas soando-me como quase uma longa nota de jornal, com pouco espaço para "embebedar-se" dos personagens, criar identificações. Acredito que fiz uma má escolha para um primero livro do autor, que é bastante apreciado. Posteriormente tentarei outras obras suas, que talvez se mostrem mais ao meu gosto pessoal. 
SINOPSE: Um médico vive com seus dois filhos pequenos numa velha fazenda isolada no campo. Um dia,quatro homens fortemente
armados chegam pela estrada poeirenta. Algo terrível e indescritível está para acontecer entre facções inimigas de uma
guerra recém-terminada. A violência e a fúria das represálias logo se instalam na propriedade do doutor Manuel Roca, chamado por seus inimigos de Hiena. A única testemunha do cruel acerto de contas é uma garota, escondida e encolhida no fundo de um depósito. É ela a testemunha dos rescaldos perversos dessa guerra que parece não ter fim. (Propositadamente, Alessandro Baricco não a situa no tempo nem no espaço, mas num país imaginário de nomes hispânicos, embora as peripécias lembrem a resistência dos partigiani italianos ao fim da Segunda Guerra Mundial.) E essa garota,Nina, meio século depois reviverá um novo acerto de contas.
No romance de Alessandro Baricco, os gestos, o silêncio e o olhar dos personagens valem tanto quanto as frases curtas e de forte conteúdo. Baricco, escritor premiado e o mais traduzido da literatura italiana contemporânea, narra com ritmo de thriller esta história de duas criaturas confrontadas com o passado, a dor e a guerra.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

SITT MARIE ROSE - Amor e Sangue no Líbano (Etel Adnan)

Denso, profundo e triste. Bem característico das narrativas árabes.
Nas poucas páginas do livro, com uma economia bem vinda de palavras, é passado ao leitor a indizível perda de humanidade que graça numa guerra. Sangrento e ainda assim poético, o livro nos conta não apenas a história real de uma professora libanesa sequestrada, torturada e morta durante a guerra civil libanesa, por amar um palestino. Fala-nos do amor universal, da igualdade entre os povos, das ideologias politicas que tantas vezes levam ao fanatismo e à intolerância. Apresentado em sete perspectivas diferentes, a obra dá ao leitor a possibilidade de entender sob todos os ângulos os horrores perpetrados nessa guerra civil. Mas não espere uma descrição pormenorizada dos fatos, como seria comum às obras ocidentais.
Para não gerar confusão, uma vez que a narrativa não pontua as diferentes visões do ocorrido, permitindo-se apenas discorrê-las sequencialmente, é interessante, antes de iniciar a leitura, atentar para a sinopse contida nas abas internas das capas, onde as notas explicativas preencherão os vazios propositais, inerentes às narrativas árabes. Muito bom.

SINOPSE: Traduzido em mais de dez idiomas, narra uma história verídica, acontecida na guerra civil do Líbano. Marie Rose era uma libanesa cristã, professora de surdos-mudos. Após a guerra árabe-israelense de 1967, participou do esforço humanitário de assistência aos refugiados palestinos. Pagou com a própria vida o pecado de viver o amor que o fanatismo e a intolerância não quiseram aceitar.

domingo, 24 de julho de 2011

APÁTRIDA (Ana Paula Bergamasco)

Um livro muito bem escrito. Agradeço à Dri pelo empréstimo. Nada menor do que os excelentes livros de Leon Uris ou Heinz G. Konsalik. Permeia os horrores dos campos de concentração nazistas com a bonita e também muito triste história de uma família polonesa. Na figura de Irina, a sobrevivente polonesa e não judia, conhecemos a dor das perdas, a empatia com o povo judeu. Partilhamos também de suas vitórias, de seus reencontros, de memórias permeadas de horror, medo, tristeza. Descobrimos a flexibilidade do ser humano ao lutar por sua sobrevivência e, posteriormente, por sua sanidade, pelo esquecimento e pela superação. Embora uma história pugente, de uma tristeza impar (como o foram as histórias dos sobreviventes dessa época negra para a humanidade), a obra também nos fala de esperança, redenção, coragem e compaixão.
SINOPSE: Uma pequena vila na Polônia. Uma menina repleta de vida. Um encontro. Vidas Ceifadas. Sonhos Destruídos. Infâncias Roubadas. As recordações da personagem Irena amarram o leitor na História do Século XX. Baseado no estudo dos fatos que marcaram a época, o palco da narrativa é a conturbada Europa pós Primeira Guerra Mundial, culminando com a eclosão da Segunda Grande Guerra e a destruição que ela provocou na vida de milhões de pessoas. A narradora conduz a exposição em primeira pessoa, e remete o leitor a enxergar, através de seus olhos, o cotidiano a que ficou submetida. É um relato humano, sincero e envolvente que revela a passagem da vida infantil feliz da menina, para o tumulto da existência adulta, cheia de contradições.
UM APARTEZINHO:
Afastando-me um pouco agora da obra em si, fiquei pasma com uma resenha com a qual me deparei no skoob e que continha a seguinte pergunta: "jura que a autora é brasileira?" Na realidade nem cheguei a ler essa resenha, parei na pergunta mesmo, pasma e muito, mas muito furiosa!!!
Será que essa juventude acredita mesmo na falta de potencial nacional? O que estão fazendo em nossas escolas e nos lares brasileiros, que não alertam nossos jovens para nossa excelência? E é por conta dessa mentalidade idiotizada, por conta desse preconceito tolo, fútil e vazio, que perdemos o que há de melhor nesse país. E diga-se, a bem da verdade, que em termos de supremacia e qualidade, nada devemos a outros paises do mundo, ao contrário do que estão incutindo nessas mentes em construção.
Desatualizadas, nossas escolas apresentam aos jovens obras de autores brasileiros que deveriam ser lidas após incutir-se o gosto pela leitura, quando seriam melhor apreciadas. Nossa televisão esconde o grande acervo cultural brasileiro, inundando-nos com o lixo musical, com o lixo americano, enfim, com todos os lixos disponíveis, não apresentando aos jovens a imensa gama de ritmos musicais e dançantes, de mini séries imperdíveis baseadas em livros nacionais (que são veiculadas em horários tardios), dos bons filmes nacionais (que quase não recebem menções). Temos um território lindíssimo em sua variedade, excelentes músicos de norte a sul, dançarinos fantásticos, atores talentosíssimos, poetas soberbos, escritores sérios e comprometidos com a excelência e o respeito ao público e, nessa esteira, vão profissionais de todas as áreas com seus talentos inquestionáveis. E, para os jovenzinhos que não sabem: falamos um dos idiomais mais dificeis do mundo. Acredito que já tenha passado da hora de educadores e pais abrirem seus olhos, posto que, do contrário, em alguns anos teremos uma nação de inseguros e mediocres cidadãos, incapazes de acreditarem no próprio potencial, que, vamos combinar, não é pouco.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O RISO DO OGRO (Pierre Péju)

Gostei da maneira como o protagonista conta a história de sua adolescência marcada pelo final da guerra, passando por histórias paralelas que compõem o pano de fundo, na maioria das vezes amargo, doloroso e assustador da  história. A maneira como relata sua vida, como se coloca frente às duas mulheres de importância fundamental ao seu amadurecimento, como encontra seus caminhos, tem um traço marcado por divagações. Apreciei também os relatos de seus encontros e desencontros, onde percebe-se a confusão, o destempero, o vaguear de um espirito que se deixa magoar, de uma alma que segue em solidão acompanhada. O livro conta uma história, o protagonista mostra ao leitor o caminhar de uma vida. Muito bom!
SINOPSE: No início dos anos 1960, na floresta que cerca uma pequena e supostamente sossegada cidade da Baviera, ocorre um terrível drama que o segredo e o silêncio rapidamente encobrem.
Paul Marleau é um adolescente francês que está passando uma temporada na Alemanha, na casa de um correspondente. Ele conhece Clara, filha de um antigo médico da Wehrmacht. Filhos da paz, eles compreendem que “fissuras da guerra” se propagam na serenidade aparente de sua época. Guerras que se acreditavam acabadas ou guerras em curso nunca muito distantes.
Mas os anos passam. Clara se torna fotógrafa, e Paul, escultor. Eles se atraem com a mesma intensidade com que fogem um do outro, e seus caminhos se cruzam incessantemente para depois se separarem. Outros personagens transtornam suas existências: Max Kunz, professor de filosofia e ex-soldado da Argélia, Philibert Dodds, artista solitário que mora no Vercors, ou Jeanne, a jovem parteira cheia de energia.
Romance de guerra, romance de amor, meditação sobre o mal, sobre a arte e a felicidade, O Riso do Ogro é a história de todas essas vidas confrontadas com a ambiguidade e a brutalidade do século.

domingo, 26 de dezembro de 2010

O ÓRFÃO DE HITLER (Paul Dowswell)

Embora tenha lido extensamente sobre o tema, este livro mostrou-me algumas facetas que eu desconhecia sobre o que era feito das crianças orfãs com caracteristicas arianas. A história é focada na realidade alemã durante o nazismo e não exatamente no lado vitimado por esse regime. Naturalmente, algumas passagens chocarão o leitor. A narrativa se dá através dos olhos de um polonês orfão de guerra, que acaba sendo enviado à Alemanha para ser criado por uma familia nazista. Com isso, o leitor terá uma ótica interessante, tanto dos conflitos internos existentes nos alemães que não "abraçaram" totalmente o nazismo, como também ficará estarrecido com o fanatismo doentio daqueles que incorporaram completamente essa bizarra ideologia. O leitor ainda acompanhará a transformação do menino num homem bastante capaz de reconhecer o bem e o mal e fazer as opções que considera válidas. O assustador é acabar tendo um contato, mesmo que rápido, não apenas com as atrocidades cometidas por esse sistema demoníaco, como também pelo fanatismo com o qual um país inteiro, ressalvadas, naturalmente, as exceções, se deixou contaminar. O livro é bom, o tema é indecente.