Um livro muito bem escrito. Agradeço à Dri pelo empréstimo. Nada menor do que os excelentes livros de Leon Uris ou Heinz G. Konsalik. Permeia os horrores dos campos de concentração nazistas com a bonita e também muito triste história de uma família polonesa. Na figura de Irina, a sobrevivente polonesa e não judia, conhecemos a dor das perdas, a empatia com o povo judeu. Partilhamos também de suas vitórias, de seus reencontros, de memórias permeadas de horror, medo, tristeza. Descobrimos a flexibilidade do ser humano ao lutar por sua sobrevivência e, posteriormente, por sua sanidade, pelo esquecimento e pela superação. Embora uma história pugente, de uma tristeza impar (como o foram as histórias dos sobreviventes dessa época negra para a humanidade), a obra também nos fala de esperança, redenção, coragem e compaixão.
SINOPSE: Uma pequena vila na Polônia. Uma menina repleta de vida. Um encontro. Vidas Ceifadas. Sonhos Destruídos. Infâncias Roubadas. As recordações da personagem Irena amarram o leitor na História do Século XX. Baseado no estudo dos fatos que marcaram a época, o palco da narrativa é a conturbada Europa pós Primeira Guerra Mundial, culminando com a eclosão da Segunda Grande Guerra e a destruição que ela provocou na vida de milhões de pessoas. A narradora conduz a exposição em primeira pessoa, e remete o leitor a enxergar, através de seus olhos, o cotidiano a que ficou submetida. É um relato humano, sincero e envolvente que revela a passagem da vida infantil feliz da menina, para o tumulto da existência adulta, cheia de contradições.
UM APARTEZINHO:
Afastando-me um pouco agora da obra em si, fiquei pasma com uma resenha com a qual me deparei no skoob e que continha a seguinte pergunta: "jura que a autora é brasileira?" Na realidade nem cheguei a ler essa resenha, parei na pergunta mesmo, pasma e muito, mas muito furiosa!!!
Será que essa juventude acredita mesmo na falta de potencial nacional? O que estão fazendo em nossas escolas e nos lares brasileiros, que não alertam nossos jovens para nossa excelência? E é por conta dessa mentalidade idiotizada, por conta desse preconceito tolo, fútil e vazio, que perdemos o que há de melhor nesse país. E diga-se, a bem da verdade, que em termos de supremacia e qualidade, nada devemos a outros paises do mundo, ao contrário do que estão incutindo nessas mentes em construção.
Desatualizadas, nossas escolas apresentam aos jovens obras de autores brasileiros que deveriam ser lidas após incutir-se o gosto pela leitura, quando seriam melhor apreciadas. Nossa televisão esconde o grande acervo cultural brasileiro, inundando-nos com o lixo musical, com o lixo americano, enfim, com todos os lixos disponíveis, não apresentando aos jovens a imensa gama de ritmos musicais e dançantes, de mini séries imperdíveis baseadas em livros nacionais (que são veiculadas em horários tardios), dos bons filmes nacionais (que quase não recebem menções). Temos um território lindíssimo em sua variedade, excelentes músicos de norte a sul, dançarinos fantásticos, atores talentosíssimos, poetas soberbos, escritores sérios e comprometidos com a excelência e o respeito ao público e, nessa esteira, vão profissionais de todas as áreas com seus talentos inquestionáveis. E, para os jovenzinhos que não sabem: falamos um dos idiomais mais dificeis do mundo. Acredito que já tenha passado da hora de educadores e pais abrirem seus olhos, posto que, do contrário, em alguns anos teremos uma nação de inseguros e mediocres cidadãos, incapazes de acreditarem no próprio potencial, que, vamos combinar, não é pouco.