Uma das obras mais bonitas da Autora. Independentemente de religião, o livro toca o coração do leitor de forma suave. Um livro que deve fazer parte das leituras de qualquer pessoa em qualquer idade. Não tem a pretensão de converter ou mesmo de querer explicar Deus para ninguém. Vi muitas pessoas ficarem embasbacadas com livros como "A Cabana", mas isso é porque tais pessoas não conheceram esta obra de Taylor Caldwell, assim como não conheceram "Só Ele ouve" (fiz um comentário sobre esta obra aqui no blog), ou "Médico de homens e de almas", todos de T.C. Obras como essas acima citadas tornam o leitor bastante seletivo, a ponto de não encontrar nada grandioso em livros como "A Cabana". "Os servos de Deus" é um livro que realmente vale a pena conhecer, tanto quanto as demais obras da Autora.
SINOPSE:
Os servos de Deus não conta a história de heróis de um passado distante. Nesta obra, a autora fala dos apóstolos de nosso tempo, os padres que enfrentam toda a sorte de dificuldades para levar a palavra de Deus para todos os cantos do mundo.
São onze episódios de fé e devoção que emocionaram milhões de leitores e ajudaram a consagrar Taylor Caldwell como uma das maiores e mais populares escritoras do século XX.
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sábado, 5 de setembro de 2009
SÓ ELE OUVE (Taylor Caldwell)
Muito bom livro. Tomo a liberdade de transcrever parte do texto, que me deixou bastante tocada. Trata-se de um diálogo travado enttre Jesus e Lúcifer, de beleza impar:
"...A obediência não é desejável quando a desobediência é impossível. O amor não é amor se não houver uma alternativa, o ódio. A adoração não é adoração se não estiver presente a possibilidade da negação. A essência d´Ele é a essência dos Seus filhos; Ele queria que Seus filhos fossem como anjos, que também são meus irmãos, capazes de obediência e humildade. Como Ele é Espírito, assim Seus filhos também são espírito, e terá um de ser separado do outro como o amo cruel é separado pelos escravos que não têm escolha? Mas já falamos disso, através dos séculos.
- Ainda assim, foi o mais terrível dos dons. Eu sou o que sou por causa daquela oferenda.
- Preferia não ter opção?
O estranho sacudiu a cabeça.
- Não, pois então eu não teria existência.
- É verdade. Então esse diálogo foi desnecessário.
- Sem o livre-arbítrio não há existência verdadeira?
- Não há existência verdadeira. Você o disse bem.
- Mas isso não devia ter sido dado à humanidade. Devia ter sido a prerrogativa dos anjos.
O Homem moveu a cabeça, dolorosamente.
- Pense no seu caso. Foi sua prerrogativa. Pense em como a usou. No entanto, despreza os homens, que por natureza são inferiores a você, inferiores em resistência ao mal. Deteste-os, se precisar. Mas lembre-se de que muitos se arrependem e vão para junto d´Ele. Aqueles que partiram com você não voltam para Ele dizendo "Deus, tende piedade de mim, pecador".
- O que escolhemos é nossa escolha - disse o estranho, levantando bem a cabeça imponente.
- E o que você escolheu foi o seu orgulho. Você aceitou Sua dádiva, mas a considera só sua e quer negá-la aos menores de Seus filhos. Você é maior do que Ele?
- Nunca acreditei nisso, e na verdade nunca realmente o desejei. Eu estava a Seu lado e Ele me amava. Protegi Sua grandeza e Sua magestade temível, não por ódio, mas por amor. Eu tinha ciúmes d´Ele. Não queria que se aproximassem d´Ele com mãos impuras, nem que O chamassem de "Pai" como eu O chamava, nem que olhassem para Ele como eu olhava. Se fui orgulhoso, fui orgulhoso por Ele e detestei aqueles que ousaram, na sua arrogancia, conhecê-Lo também. Mas você já sabe disso há muito tempo.
- É, há muito tempo mesmo - concordou o Homem, com um suspiro.
O estranho contemplou as mãos, a testa e o flanco do Homem.
- Fui eu que lhe inflingi esta agonia? Fui eu que cuspi em você, escarneci de você? Fui eu que zombei de sua tortura?
- Você se esquece. Eu escolhi isso para mim.
- Não obstante, foi o homem quem o consumou, e não eu. Eles escolheram por si; não escolho por eles.
- Mas você ouviu as vozes dos que afinal me procuraram. Eles escolhem por si; não escolho por eles.
- Você perdeu. Não perdeu?
- Ah, você gostaria de saber! Mas eu não lhe direi, pequenino.
Outra vez reinou o silêncio na sala. Então, devagar, o estranho começou a bater com os punhos nos braços da cadeira. À medida que sua raiva ia aumentando, a luz das paredes ia diminuindo, mas a luz na alcova aumentou até quase ofuscá-lo.
- Hei de vencer! - disse o estranho. - Não sou príncipe deste mundo? Ele há de se arrepender de novo por tê-lo criado! Como se arrependeu de outros mundos que se tornaram holocaustos sangrentos e desapareceram com os sóis.
- Já que tem tanta certeza, por que as lágrimas em seu rosto?
- Choro justamente porque tenho certeza.
- Ah - disse o Homem, com muita brandura. - Então isso não lhe agrada.
- Agrada quando provo que Ele estava errado desde o princípio.
- O seu prazer pode ser interpretado como angústia. Quem me dera que os homens sentissem tanta dor em seus corações!
O estranho se levantou, tremendo e tenebrosamente radioso, uma presença terrível, mas magnífica.
- Os choramingas o aguardam, Senhor. Lamento que o tenha detido por uma hora."
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