Bem-vindo(a). Aqui ando às voltas. Com a vida. Com o doutoramento. Com o blog. Quando as circunstâncias o permitem dou umas voltinhas pela Educação de Infância.
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sexta-feira, 10 de abril de 2009

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mensagem recebida

Juan Muñoz, 1999   Many Times (detail)


Havia um homem que corria pelo orvalho dentro,

O orvalho de muita manhã.

Corria de noite, como no meio da alegria,

pelo orvalho parado da noite.

Luzia no orvalho. Levava uma flecha

pelo orvalho dentro, como se estivesse a ser caçado

loucamente

por um caçador de que nada se sabia.

E era pelo orvalho dentro.

Brilhava.

(Herberto Hélder, A Faca não Corta o Fogo, 2008)

Agradeço à TV pela mensagem, pela sensibilidade e pela empatia. Com admiração e reconhecimento. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

sábado, 4 de outubro de 2008

NFB pede boicote ao Blindness

E como seria de prever já temos vozes que gritam bem alto porque sofrem por não poderem ver. 

A Federação Nacional de invisuais (NFB), a maior organização de invisuais dos Estados Unidos, anunciou ontem mobilizações contra o filme Blindness por considerar que retrata os portadores de deficiência visual como depravados.

O filme, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles é baseado no livro “Ensaio sobre a cegueira” de José Saramago, prémio Nobel de Literatura em 1998, e relata o caos em que a sociedade se tornaria caso as pessoas ficassem, de repente, sem poder enxergar.

Em vez de surgirem reflexões sobre o alcance metafórico do romance agora tornado filme, surgem reacções primárias de grupos [ditos] minoritários que se dizem ofendidos. É caso para dizer: vivemos afinal num mundo de gente cega que vê. 

Fonte:
http://www.contactmusic.com/news.nsf/article/blindness%20film%20facing%20protest_1082262

quarta-feira, 19 de março de 2008

segunda-feira, 17 de março de 2008

Gaiolas ou asas?


Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças... E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, dar o programa, fazer avaliações... Ouvindo os seus relatos vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra - e a domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres... Sentir alegria ao sair da casa para ir para escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O seu sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres e a mesmaporta que as fecha junto com os tigres. Nos tempos da minha infância eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando... O pobre passarinho vinha, atraido pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca, pisava no poleiro – e era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras, enfiava o bico entre nos vãos, na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensanguetado... De quanta violência é capaz o frágil corpo de um pássaro... Sempre me lembro com tristeza da minha violência infantil. É o pássaro que é violento? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Me falarão sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, é preciso que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas, eu pergunto: Nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação?O que se pressupõe é que os alunos ganham uma boa educação se eles aprendem os contéudos dos programas oficiais. Para se testar essa aprendizagem há uma série de mecanismos de avaliação, aumentados pelos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais é a essência daquilo que se definiria como uma boa educação?Você sabe o que é "dígrafo"? E os usos da partícula "se"? E o nome das enzimas que entram na digestão? E a forma como se reproduzem as estrelas do mar? E o sujeito da frase " Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante"? Que é que você pode fazer com a palavra "mesóclise"? Pobres professoras, também engaioladas... São obrigadas a ensinar o que os programas mandam...O sujeito da educação é o corpo. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era "ferramenta" e "brinquedo" do corpo. Nisso se resume o programa de aprendizagem do corpo: aprendizagem de "ferramentas" e de "brinquedos". "Ferramentas" são conhecimentos que me permitem resolver os problemas vitais que me desafiam no dia a dia. "Brinquedos", ao contrário, são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo estou ouvindo o coral da 9ª sinfonia. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo educação.Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me dão liberdade prática. Brinquedos me dão liberdade espiritual. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos não fica violento. Não bate asas e bico contra as grades. Porque não há grades. Só há o espaço livre...Não me impressionam as estatísticas oficiais que anunciam o aumento do número de escolas e de alunos. Fico a imaginar: gaiolas ou asas?

Rubem Alves

Reflexão: Aumentou o sucesso educativo, diminuiu o abandono escolar, temos a escola a tempo inteiro, os professores trabalham mais horas... dizem aqueles que estão no poder. Mas há mais violência, mais desencanto e ... muito mais escolas GAIOLAS.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Quarta mensagem de Natal



Happy Christmas by John Lennon

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Terceira mensagem de Natal

VIVA A VIDA
A vida é uma oportunidade, aproveite-a...
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a...
MADRE TERESA DE CALCUTÁ

Reflexão: Se viver cada uma destas vidas por dia tenho 18 dias para vive-las. Já tenho muito para fazer. A Madre Teresa era exigente, por isso marcou a humanidade.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Segunda mensagem de Natal


Reflexão: Uma imagem e meia dúzia de palavras valem mais que um texto em folha A4.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Primeira mensagem de Natal



Até ao Natal falemos de Natal. Muitos inserem nos seus blogs poesias sobre o Natal, opiniões, críticas, vídeos, fotos, etc. Nesta quadra vale tudo desde que se fale de solidariedade, paz, amor, fraternidade...

Não fujo à regra. Vou andar por aqui e aí às voltas com as mensagens de Natal.

Começo por uma das últimas mensagens de 2006 (suponho!) que servirá de mote a este e outros posts. Não escolhi esta mensagem por nenhuma razão especial, a não ser porque é uma mensagem que partiu dos nossos governantes que têm algo que nós não temos, ou seja, o poder e as condições necessárias para provocar alterações nos nossos destinos. Aguardemos a mensagem de 2007 e depois do dia 25 comparemos as semelhanças e as diferenças a ver se dá para perceber o porquê de tanto "8 e 80".

Mensagem de Natal do Primeiro-Ministro
2006-12-25
Prezados concidadãos
Quero desejar-vos a todos um Feliz Natal e um bom Ano Novo.
Neste ano de 2006 as coisas começaram finalmente a melhorar. Gradualmente é certo, mas a melhorar.
Melhorou a confiança – nos consumidores e nos empresários. Melhorou a economia – com previsões de crescimento económico acima de todas as expectativas. Melhoraram as nossas exportações – as empresas portuguesas estão a vender mais e melhor no mercado global.
Mas melhorou também o emprego – neste último ano, de Setembro de 2005 a Setembro de 2006, a economia portuguesa foi capaz de criar 57 000 novos empregos.
Mas as coisas melhoraram também nas contas públicas – este ano vamos cumprir o objectivo central de redução do défice para 4,6%. Estamos portanto a pôr as contas públicas em ordem – e com isso estamos a recuperar a credibilidade do país nos mercados internacionais, e a confiança dos portugueses num Estado que deve ter as contas equilibradas.
Confiança, economia, emprego, contas públicas. Não há dúvida que as coisas começam a melhorar.
Não é ainda o que queremos. Sei bem que temos ainda um longo caminho pela frente. Mas passo a passo a economia está a recuperar. Passo a passo os resultados começam a surgir.
Eu sei que o Governo está a pedir a todos os portugueses um esforço maior. Mas os portugueses sabem bem que nenhum país progride sem um esforço maior de todos os seus cidadãos.
Não há alternativa ao trabalho árduo. E foi justamente o trabalho de todos os portugueses ao longo deste ano que nos permitiu alcançar estes resultados. É por isso que quero deixar a todos os portugueses, a todas as famílias portuguesas uma palavra de confiança. Nós estamos a conseguir. Nós vamos conseguir.
Mas nesta quadra o meu pensamento vai sobretudo para os mais desfavorecidos da nossa sociedade: para os mais pobres, para os doentes, para aqueles que estão sós e que precisam de todo o nosso afecto e de todo o nosso espírito de entreajuda.
E quero dirigir-me em particular aos idosos com menos recursos porque são esses que verdadeiramente mais precisam da nossa solidariedade. E para lhes garantir que o Governo continuará a fazer tudo o que está ao seu alcance para lhes dar condições para uma vida digna livre da pobreza como não pode deixar de ser numa sociedade que se quer respeitar a si própria e que tem a ambição de ser mais justa.
Mas não esqueço, nesta quadra, os emigrantes portugueses que um pouco por todo o mundo, neste momento, estão a pensar em Portugal. Quero que saibam que o País se orgulha dos seus emigrantes. E que se orgulha do contributo que dão para o prestígio do País.
Saúdo também os imigrantes que procuram em Portugal uma vida melhor e que assim contribuem para o progresso do nosso País. É com gosto que vos acolhemos no nosso País e neste tempo gostaríamos que se sentissem em vossa casa.
Quero finalmente, deixar uma palavra de profundo reconhecimento aos militares portugueses que estão em missões de paz no estrangeiro e que com a sua acção tanto têm contribuído para a afirmação de Portugal no contexto internacional. Em nome de todos os portugueses dirijo-lhes uma mensagem de apreço pelo seu trabalho que a todos nos dignifica.
A todos os portugueses quero de novo desejar Feliz Natal. Que este tempo seja um tempo de concórdia. Um tempo de reencontro. E a todos quero também desejar um bom ano novo. Um Ano novo de paz. Um Ano novo de prosperidade. Um Feliz Ano Novo.
Boas Festas.

Reflexão: As palavras leva-as o vento.