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domingo, 20 de novembro de 2022

A imagem do dia


No meio dos posts de despedida a Sebastian Vettel, recordo Abu Dhabi 2010, o lugar do primeiro dos seus quatro títulos. E recordo por uma razão muito simples: ele não era o favorito à vitória. Este primeiro campeonato para ele e para a Red Bull foi o resultado de uma parte final impecável contra Fernando Alonso, na Ferrari, contra os McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton, e sobretudo, contra o seu companheiro de equipa, Mark Webber

E até contra alguns que queriam uma hierarquia dentro dos energéticos. Porque a duas corridas do fim, o australiano era o piloto mais bem colocado no campeonato. 

Quando Fernando Alonso tinha ganho o GP da Coreia do Sul, numa prova atribulada debaixo de chuva, e Mark Webber tinha sido altamente prejudicado, com uma colisão na volta 18 com o carro de Nico Rosberg, o espanhol tinha passado para a frente com onze pontos de diferença. Vettel, que desistira na volta 31 com um motor rebentado, estava ainda mais distante: 206 pontos, precisamente 25 do espanhol. Parecia ser uma tarefa quase impossível. Se fosse no ténis, o alemão estaria a encarar o "match point" do espanhol, num 40-15, contra ele.

Faltava Brasil e Abu Dhabi, e ele teria de fazer corridas perfeitas para lá chegar. Ninguém daria nada por ele, e a Red Bull poderia ter dito a ele que para aquela temporada, as suas chances tinham acabado, e deveria apoiar o seu companheiro de equipa. Em Interlagos, a qualificação tinha sido baralhada pela chuva, que deu uma inesperada pole-position para o Williams de Nico Hulkenberg. Mas a seguir, estavam os Red Bull: Vettel na frente de Webber. No final, o alemão ganhou, com Webber em segundo, Alonso em terceiro e Hamilton em quarto. 

Saído de Interlagos, a diferença entre Alonso, com 246, para Hamilton, quarto, era de meros 24 pontos. Todos tinham chances de campeonato. Webber pediu a Helmut Marko para lhe dar uma chance de título, mas ele ficou quieto. Vettel viu nisso como a sua única chance de título, e iria aproveitá-la em Abu Dhabi.

E na qualificação, Vettel foi ao ataque: pole-position, queria definitivamente acabar em primeiro. Mas Alonso apontava... para o Red Bull errado, porque pensava que Webber tinha todas as chances, e Vettel era um isco. 

Na corrida, Vettel foi para a frente, seguido pelos McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton, que, recorde-se, também lutava pelo título. Atrás, Webber e Alonso lutavam por posição, significando que, se um ficasse na frente do outro, seria campeão. Era Alonso que tinha isso controlado, mas havia um problema: estavam abaixo no pelotão. Segundo os cálculos, ele precisava de um sexto posto para ser campeão. 

Mas pela frente tinha um Renault: o do russo Vitaly Petrov. Alonso tentava passá-lo, porque com ele para trás, conseguia os pontos mínimos para ser campeão. Mas à medida que as voltas se aproximavam, Alonso e a Ferrari ficavam crescentemente nervosos, porque na frente, Hamilton não apanhava Vettel.

E quando cruzou a meta, o impensável aconteceu: não só Vettel era o vencedor, como tinha sido campeão. Era o mais jovem de sempre, e pela primeira vez desde 1976, quando aconteceu com James Hunt, o campeão chegou á liderança no final da última corrida. Num campeonato com cinco candidatos durante muito tempo, e com três equipas capazes de alcançar o título, ninguém esperava Vettel ficar com o título. Mas aconteceu.

E ali, começava o domínio de Vettel e da Red Bull. E o dedo indicador, símbolo de triunfo, seria uma visão frequente nos fins de semana de Grande Prémio.     

domingo, 25 de outubro de 2020

A súbita partida de Vitaly Petrov


O atual comissário de pista para este GP de Portugal vai ser Bruno Correia, o atual piloto de Safety Car da Formula E e natural de Portimão. Mas não deveria ser ele a fazer essas funções, na realidade, a pessoa inicialmente escolhida para fazer tal função era Vitaly Petrov. Contudo, eventos neste fim de semana na Rússia fizeram com que tivesse de abandonar o evento de forma inesperada, ainda por cima depois de criticas vindas por parte de Lewis Hamilton sobre as suas atitudes perante o anti-racismo, por exemplo.

É que este fim de semana soube-se que o pai de Petrov, Alexandr, foi morto a tiro na sua cidade natal, Vyborg, perto da fronteira finlandesa. Apesar de nada indicar no comunicado oficial, senão "razões pessoais", a coisa foi mesmo grave.

A FIA confirma que, devido a razões pessoais, o Comissário Convidado ao Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 da FIA 2020, Vitaly Petrov, não continuará as suas funções até ao fim do fim-de-semana. Os pensamentos da FIA estão neste momento com Vitaly e sua família.

A história de Alexasandr Petrov tem a ver com a divulgação de um escândalo de corrupção na antiga cidade finlandesa de Viipuri. Segundo conta a imprensa local, cerca de 1,5 mil milhões de rublos (cerca de 16 milhões de euros) destinados à restauração dos prédios da cidade foram desviados, o equivalente a todo o orçamento anual da cidade. O presidente do Comité local de Finanças, Alexander Bolutyevsky, foi detido, bem como Guennady Orlov, o atual presidente da câmara. 

Petrov pai, que contava 61 anos de idade, foi abatido quando saía da sua sauna na sua mansão nos arredores da cidade. Ele era o homem mais rico da cidade, dono de hotéis, postos de gasolina e casinos e os elementos que estão a seguir este caso afirmam que era o que mexia os cordelinhos nos bastidores da administração municipal. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Rumor do Dia: Sauber pode trocar russo... por russo

Serguei Sirotkin poderá ser em março de 2014 o piloto mais jovem de sempre a alinhar num Grande Prémio de Formula 1. Mas esse futuro poderá estar ameaçado, caso se confirmem os rumores acerca do atraso dos pagamentos de alguns patrocinadores russos à Sauber, após o acordo assinado em agosto entre as duas partes, e que foi essencial à sobrevivência da equipa suiça.

De acordo com a publicação alemã "Auto Motor und Sport", Vitaly Petrov tenta conseguir um lugar na Sauber, a troco de um grosso patrocinio de 30 milhões de euros vindos da Gazprom. A equipa de Peter Sauber e Monisha Kaltenborn veria com bons olhos o regresso do piloto que passou por Renault e Caterham e que está fora da Formula 1 na temporada de 2013. Aliás, esta quinta-feira, Kaltenborn recusou a confirmar o jovem Sirotkin na equipa, sublinhando que “o nosso objetivo é preparar o Sergey para a Formula 1, mas temos alguma flexibilidade nas nossas atividades com ele”. 

Caso se confirme a entrada de Petrov, Sirotkin poderia ser o piloto de reserva da Sauber em 2014, não beliscando o acordo feito anteriormente. Atualmente com 29 anos, Petrov correu em 58 Grandes Prémios, conseguindo um pódio, uma volta mais rápida e 64 pontos.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Rumor do dia II: Bruno Senna na Caterham?

Afinal, os persistentes rumores sobre o anuncio de Bruno Senna numa equipa de Formula 1 podem ter um fundo de verdade. Mas não onde alguns apontavam inicialmente. Esta tarde surgiu no Twitter a indicação de que a Caterham tirou todos os patrocinadores que eram pertencentes a Vitaly Petrov, como a Sibir e a Russian Helicopters, enquanto que quem for neste momento ao site oficial de Bruno Senna é recebido com a placa de "Under Construction" (Sob Construção). Muioto provavelmente, o anuncio poderá acontecer amanhã ou até ao final da semana.

Isto quererá dizer que Vitaly Petrov poderá rumar á Marussia, que tem uma vaga após a rescisão do contrato com Timo Glock, esta segunda-feira. Nicolay Fomenko, o fundador da marca, já disse no passado que não iria deixar Petrov apeado, caso surgisse essa possibilidade, e isto pode significar que as vagas existentes serão preenchidas de uma forma muito rápida, como se fosse uma jogada de xadrez.

A ser verdade, a movimentação de Bruno Senna era a opção mais lógica, após a saída da Williams, mas confesso uma coisa: estava muito cético sobre a sua situação. Quem lia a imprensa internacional, ninguém acreditava que o piloto de 29 anos estaria na Formula 1 em 2013. Aliás, após o teste que ele fez no Estoril, no inicio de dezembro, muitos falaram que estaria a caminho do DTM, mais concretamente na Mercedes. 

Somente os brasileiros é que alimentavam a ida dele, mas para a Force India. Alguns diziam que Bruno tinha sido visto nas instalações de Silverstone na passada quinta-feira e tinham jurado que ele já tinha assinado por eles, contrariando as noticias de que a equipa de Vijay Mallya estaria mais inclinado a contratar Adrian Sutil, com o francês Jules Bianchi a ser titular em 2014, quando a marca trocar os motores Mercedes pelos Ferrari.

Contudo, ontem à noite li o site oficial da Formula 1, que tinha uma matéria sobre os pilotos que estavam a negociar vagas para 2013 e o primeiro a ser falado era precisamente... Bruno Senna. Sendo o site oficial, é porque tinha algumas informações previlegiadas. Logo... veremos se tudo isto tem um fundo de verdade. Tudo muda rapidamente, e a improbabilidade de hoje torna-se na certeza de amanhã...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Noticias: Timo Glock sai da Marussia

Timo Glock não é mais seu piloto da Marussia. O piloto alemão e a equipa de origem russa chegaram a um acordo de rescisão, após três temporadas. Em entrevista este domingo ao jornal Sport Bild, confirmou a rescisão do contrato: “Tive três grandes anos na Marussia e rompemos como amigos, mas agora quero me comprometer com novos desafios e continuar na minha jornada no automobilismo”, teria dito o piloto de 30 anos, campeão da GP2 em 2007.

Segundo o mesmo jornal, Glock poderá estar muito perto de um lugar no DTM, ao serviço da BMW e estará esta terça-feira em Valencia, nos testes coletivos da categoria, para testar o carro.

Com este anuncio, mais um lugar estará vago, mas apesar do brasileiro Luiz Razia ser uma hipótese, é muito provável que o lugar seja destinado para Vitaly Petrov. A equipa é russa e irá haver no ano que vêm o GP da Russia, em Sochi. Caso seja ele o favorito, significa que na Caterham, a equipa onde Petrov esteve em 2012, ele já não tenha espaço dentro da equipa e que poderá ter uma chance para o holandês Gierdo van der Garde ou para os brasileiros Luiz Razia ou Bruno Senna.

Timo Glock, de 30 anos, correu pela primeira vez na Formula 1 em 2004, ao serviço da Jordan, antes de passar pela CART em 2005, onde fez bons resultados. Depois disso, passou para a GP2, onde venceu em 2007. Após isso, voltou para a Formula 1 pela Toyota, onde teve como melhores resultados três pódios e 51 pontos. A sua permanência na equipa japonesa aconteceu até 2009, com a saída da marca japonesa na Formula 1. A partir de 2010, o piloto alemão estará na Marussia, que começou por ser Virgin, onde não conseguiu mais do que o 12º posto no GP de Singapura de 2012, sem alcançar qualquer ponto.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Grosjean, Boullier e o dinheiro que é preciso

Eis uma imagem interessante de Romain Grosjean, o talentoso - mas estouvado - piloto francês da Lotus-Renault. Apesar de ser um grande motivo de despesa, as vezes em que terminou as corridas foram em pelo menos três ocasiões, num pódio. O chato foi a parte final do campeonato, mas isso tem a ver com a sua incapacidade de se safar nos primeiros metros das corridas.

Apesar de ainda não estar confirmado, Grosjean se calhar será piloto da marca em 2013, apesar de se saber que existem três pilotos absolutamente endinheirados e que precisam de lugar para correr: Bruno Senna, Luiz Razia e Vitaly Petrov. Curiosamente, dois deles ex-Lotus-Renault... mas provavelmente, com o acordo da Coca-Cola, através da marca de energéticos Burn, isso lhe permitirá uma temporada mais desafogada.

Grosjean tem motivos para sorrir, mas... o ar de Eric Boullier poderá significar que ele esteja a fazer calculos para o orçamento de 2013. Com ou sem o francês na equação?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Formula 1 em Cartoons - Caterham, a daltónica (GP Toons)

O Hector Garcia tinha-me dito que só do GP do Japão, fez uns oito desenhos, e este é um deles, que tem a ver com a penalização de Heiki Kovalainen por ter desrespeitado as bandeiras amarelas. E eis o resultado disso.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Formula 1 em Cartoons (II): a saída de Trulli da Caterham (GP Toons)

Para o mesmo assunto, caricaturista diferente. O Hector Garcia, do GP Toons, decidiu aproveitar um outro desenho que tinha feito antes, quando o Caterham de 2012 foi apresentado ao mundo, e sendo o primeiro dos chassis a ser apresentado, comparações com o crocodilo da Lacoste eram inevitáveis...

E já nessa altura, o Hector já previa o que iria acontecer num futuro mais ou menos próximo. Interessante saber que tipo de almoço é que foi. E suspeito que o russo pagou a conta...

Formula 1 em Cartoons (I): A saída de Trulli da Caterham (Pilotoons)

A decisão da Caterham de substituir o veterano Jarno Trulli (37 anos, 252 GP's) pelo russo Vitaly Petrov demonstra que, mais do que o poder do rublo, é também o final de uma era, pois após a saída de Rubens Barrichello, só fica Michael Schumacher, que já teve três anos de descanso entre 2007 e 2009. E Pedro de la Rosa também, mas este andou mais tenpo a testar do que a competir...

Enfim, eis a visão do Bruno Mantovani sobre esta decisão. E creio que a melhor maneira do Jarno de afogar as mágoas até poderia ser na Endurance...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Noticias: Vitaly Petrov entra na Caterham, Jarno Trulli sai

A Caterham, equipa de Mike Gascoyne e Tony Fernandes, anunciou esta manhã a contratação do russo Vitaly Petrov no lugar de Jarno Trulli para a temporada de 2012. Uma movimentação algo inesperada, mas que já comentada nos bastidores desde há muito tempo, dada a veterania do italiano e a sua aparente desmotivação em continuar na equipa, apesar do seu contrato ter sido renovado há alguns meses.

Trazer Vitaly para substituir Jarno não foi uma decisão fácil, mas o fizemos para garantir um novo impulso à equipa e com uma visão realista na situação económica global. O Jarno tem um incrível e natural talento atrás do volante e suas vitórias e longevidade no automobilismo ficarão marcadas para sempre na Formula 1, mas agora é hora de iniciar um novo capítulo na história do time e Vitaly é a pessoa certa para nos ajudar”, afirmou Tony Fernandes.

É certo que o dinheiro do russo fez alguma diferença na hora de escolher Petrov, mas também o fato de haver um GP russo daqui a dois anos também influenciou na decisão de escolher Petrov, que saiu da Lotus no final do ano e aparentemente, tinha ficado sem lugar. Caso não haja mais novidades a meio do ano, isto fará com que a Itália não tenha pilotos na grelha da Formula 1 desde o GP do Alemanha de 1973, quando a Ferrari optou pela ausência e um dos seus pilotos, Arturo Merzário, não paticipou.

Trulli, de 37 anos (nascido a 13 de julho de 1974 em Pescara), era um dos veteranos da Formula 1, com 256 Grandes Prémios - igualando Riccardo Patrese - começando em 1997 pela Minardi, com passagens pela Prost, Jordan, Renault, Toyota e Lotus. A sua melhor classificação de sempre foi um oitavo lugar em 2004, onde venceu a sua unica corrida da carreira, no Mónaco. Trulli fez também quatro "pole-positions" e uma volta mais rápida, conseguindo 246,5 pontos.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Noticias: Romain Grosjean será piloto da Lotus-Renault

Nem Vitaly Petrov, nem Bruno Senna. O escolhido para o segundo lugar na Renault-que-em-breve-se-vai-chamar-de-Lotus será o franco-suiço Romain Grosjean, que assim regressa à Formula 1 depois de uma experiência a meio de 2009. O anuncio oficial foi feito esta manhã.

Estou muito contente de ser um dos pilotos da equipe em 2012”, começou por dizer Grosjean. “Estou com um grande sorriso no meu rosto por voltar ao volante no carro e sinto que sou privilegiado em ter esta oportunidade.

Correr com um campeão mundial e alguém que está com tanta vontade de voltar à F1 é uma grande experiência, e tenho certeza que isso vai aumentar o meu nível de desempenho também. Sinto que meu sucesso na temporada da GP2 me ajudou a amadurecer muito, e sou um piloto muito mais completo do que na última vez que competi nesta categoria.”, concluiu.

Nascido a 17 de abril de 1986 em Genebra, filho de pai francês e mãe suíça, Romain Grosjean começou a sua carreira em 2003 na Formula Renault 1.6 suiça, onde venceu todas as dez provas do campeonato, tendo rumado no ano seguinte para a Formula Renault francesa, onde venceu uma corrida e foi sétimo classificado na temporada. Em 2005, venceu o campeonato com dez vitórias nessa temporada, o que lhe deu a oportunidade de entrar na Renault Driver Development Programe.

Depois de uma passagem de dois anos pela Formula 3, chegou à GP2 em 2008, onde começa a vencer a série asiática e termina o ano na quarta posição da geral. Por essa altura, já era terceiro piloto da Renault, ao lado de Fernando Alonso e Nelson Piquet Jr, e no ano seguinte começou bem o campeonato da GP2, vencendo duas das três primeiras corridas do ano, mas a meio foi chamado pela renault para competiur na formula 1, em substituição de Piquet Jr., mas a sua adaptação não foi boa, e os restultados foram desastrosos.

Em 2010 foi para a GT1, pela Matech, antes de passagens pela GP2 e pela Auto GP ao serviço da DAMS, sendo campeão nesta última competição. Em 2011, volta à GP2, onde o seu talento foi demonstrado de forma convincente, vencendo cinco corridas e ganho o campeonato, meses depois de ter feito a mesma coisa na GP2 Asia Series. Por essa altura tinha voltado a ser um dos pilotos de teste da Renault, graças aos bons ofícios de Eric Boullier, que o colocou de novo num carro na ronda de Abu Dhabi, como terceiro piloto.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os mais recentes capitulos da novela Renault

Parece mesmo que a Renault será vendida no final do ano, e quem a adquirirá será a Proton, que através do Grupo Lotus, pagará uma soma apreciável - já li o valor de 85 milhões de euros - e eventualmente no ano que vêm se chamará Lotus, após o acordo de aquisição do nome às mãos de Tony Fernandes.

Caso assim aconteça, a Formula 1 livra-se de uma personagem duvidosa, que é Gerard Lopez, e ficará com outra personagem com a mania das grandezas, que é Dany Bahar, cujos projetos megalómanos já acenderam alguns sinais de alarme em paragens malaias. Mas aparentemente, a aquisição da equipa poderá passar por uma parceria com o holandês Marcel Boekhoorn, que se por um lado alivia a carteira, por outro poderá baralhar ainda mais o mercado de pilotos, pois quer o seu genro na Formula 1. E de quatro candidatos, os dois lugares da Renault podem passar para cinco, onde um deles pode ficar de fora porque não tem dinheiro, e os outros dois bem poderiam olhar para a Williams, pois tem dinheiro para comprar esse lugar...
Eis a matéria que vem na edição desta semana da Autosport, pela pena de Luis Vasconelos.

VENDA DA RENAULT MAIS PRÓXIMA

O milionário holandês Marcel Boekhoorn deverá passar a ser acionista da equipa que ficará nas mãos do Grupo Lotus.

Os dias da Genii Capital na F1 parecem estar a chegar ao seu termo, com a equipa Renault F1 prestes a mudar novamente de mãos, mesmo se Gerard Lopez insiste que tudo está bem na sua estrutura e que as noticias de problemas económicos, "que costumavam deixar-me furioso, ouço-as agora com um sorriso, porque já precebi que não há nada a fazer para alterar essa percepção".

Apesar da aparente boa disposição do lider da Genii Capital, em Singapura foi notada a ausência de alguns elementos importantes da estrutura, pois só Lopez e Eric Lux estiveram no circuito de Marina Bay. Em contrapartida, não faltaram elementos de topo da estrutura do Grupo Lotus, que aproveitaram a próximidade com a base malaia da marca para continuarem a entrar nos meandros da equipa e da F1 e para mostrarem aos seus muitos convidados tudo o que se passa durante um Grande Prémio.

Segundo fontes malaias, a Proton deu instruções a Dany Bahar para adquirir o controlo da equipa de enstone, pois ao ter de avançar com pagamentos relativos ao patrocinio da Renault F1 para a manter em funcionamento, percebeu que Gerard Lopez não lhes dava garantias de estabilidade e crescimento. Por isso, e como adquiriu o direito ao nome Team Lotus a Tony Fernandes, a Proton quer controlar a equipa que agora patrocina através do Grupo Lotus, mas procura um parceiro para o investimento necessário.

Como já noticiamos, o holandês Marcel Boekhoorn é o perferido dos malaios e está interessado em adquirir uma participação na equipa, pois não acredita mais no projeto da Williams, à qual tem pago, através da McGregor, um patrocinio de dez milhões de euros por ano, e quer colocar o seu genro Gierdo van der Garde, numa equipa de F1 já em 2012.

Segundo as mesmas fontes, a Lotus está a oferecer uma participação de 25 por cento na equipa, ficando com os restantes 75 por cento e o controlo da equipa. As negociações estão a avançar e poderão estar concluidas antes do final da temporada.

TUDO POR DECIDIR

Só depois de estar definida a propriedade da equipa é que os seus responsáveis vão avançar para a escolha da dupla de pilotos para 2012. Com uma lista de candidatos que inclui Robert Kubica, Vitaly Petrov, Bruno Senna e Romain Grosjean, a equipa de enstone vai começar por esperar pela recuperação do polaco, enquanto que a manutenção do russo depende da sua capacidade de continuar a atrair patrocinadores importantes do seu país. No entanto, se Boekhoorn entrar mesmo no capital da sua equipa e impuser Van der Garde como um dos seus pilotos, Grosjean deixa de ser uma hipótese, con Senna e Petrov na luta pelo lugar ao seu lado no caso de não ser possivel a Kubica regressar às pistas no próximo ano.

Como se vê, está tudo em aberto para os lados de Enstone, num ano em que o mercado de pilotos se centra na Renault e na Williams, pois os restantes lugares de interesse estão ocupados, ou quase...

sábado, 9 de abril de 2011

Formula 1 2011 - Ronda 2, Malásia (Qualificação)

Foi muito interessante ver a qualificação malaia, e a maneira como esta foi resolvida. Se o resultado final pode ser visto como um pouco mais do mesmo, pode-se dizer que Sebastien Vettel só pode comemorar a sua segunda pole do ano depois de bater no último segundo o McLaren de Lewis Hamilton, sinal de que o equilíbrio entre estas duas equipas existe.

E o que salvou o dia nos lados da equipa de Salzburgo foi o KERS, como o próprio Vettel reconheceu após a qualificação: "Tenho de dar os parabéns à equipa por terem conseguido colocar o KERS a funcionar na perfeição. Da última vez fomos criticados por não o utilizarmos e chegámos aqui e resolvemos a maior parte dos problemas e penso que não teríamos conseguido a pole se não o tivéssemos. É um grande feito, por isso cumprimentos aos rapazes", afirmou.

Mas há mais que se lhe diga do que a primeira fila da grelha de partida. Se os dois primeiros pilotos de Red Bull e McLaren ficaram com ela, a segunda foi destinada aos seus "segundos pilotos", na mesma ordem: Mark Webber foi superior a Jenson Button. Mas foi também disputado.

A grelha malaia demonstrou o que pode ser conseiderado como um segundo grupo na Formula 1, que anda atrás da dupla Red Bull/McLaren: a dupla Ferrari/Renault. Pode ser uma grande noticia para a equipa de Enstone, um bom cartão de visita para Eric Boullier e uma segunda vida para Nick Heidfeld e Vitaly Petrov, os sexto e oitavo lugares na grelha de partida. Para além da entrada dos dois na Q3, o resultado demonstra que mesmo com os problemas de bastidores, a falta de dinheiro e do pagamento dos patrocinadores vindos da Lotus, em termos de pista, as coisas são melhores.

E claro, para a Ferrari, isto pode ser visto como uma derrota. O fato de não terem agora carro para apanhar os Red Bull e os McLaren e lutarem com a Renault pela "medalha de bronze" nos construtores não augura nada de bom para os lados de Maranello. É caso para perguntar: e se amanhã Vitaly Petrov ficar à frente de Fernando Alonso? Apesar do espanhol partir do quinto lugar e o russo do oitavo, sabe-se lá como irão acabar a corrida...

Na Mercedes, mais uma vez, esta é derrotada pelas quatro equipas anteriormente referidas. Nico Rosberg pode ter salvo o dia quando colocou o seu carro no nono lugar, mas Michael Schumacher continua a acusar o peso dos seus 42 anos ao ser 11º na grelha e a falhar em consequência a Q3.

Ficar atrás de Rosberg Jr começa a ser habitual, e claro pode não ter mais a velocidade de ponta nos seus tempos áureos. Se chover no Domingo, pode ser que o velhote dê um ar da sua graça, mas ver a equipa de Estugarda a ser batida em toda a linha por Renault, Ferrari, Red Bull e a McLaren, poderá ser mais um sinal de que as construtoras não sabem muito bem o que fazem pela categoria máxima do automobilismo. Se serve de consolo, pode-se dizer que Schumacher ficou à frente dos jovens Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari, os rapazes da Toro Rosso que se querem livrar um do outro para não serem substituídos pelo Daniel Ricciardo e entrarem no esquecimento da história...

Na cauda do pelotão, podem-se dar boas noticias: primeiro, os Hispania entraram dentro dos 107 por cento e irão participar na corrida. Já não é mau de todo, para um carro que rodou pouco. A segunda boa noticia é saber que eles se aproximaram bastante da Virgin, especialmente o de Jerôme D'Ambrosio. A terceira boa noticia é que a Lotus por fim demonstrou o seu potencial e afastou-se totalmente dos carros de Carabante e da Virgin, aproximando-se bastante da Q2. Ficaram a meio segundo de Pastor Maldonado, na sua Williams, e provavelmente este poderá ser um sinal de que mais para diante no campeonato, conseguirão passar em circunstâncias normais para a Q2, batalhando contra Williams, Force India e Toro Rosso, que é isso que se deseja pelos lados de Norfolk. E uns pontos, claro...

Amanhã é dia de corrida, e a chuva é uma possibilidade. Se acontecer, será uma lotaria?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Robert Kubica viu a corrida e... gostou

A recuperação de Robert Kubica aparenta estar a correr bem. Já em fase de reabilitação, poderá faltar algumas semanas antes que comece a andar, por exemplo. E como sendo o grande ausente do Mundial de 2011, acompanhou com redobrada atenção as incidências do GP da Austrália, especialmente o terceiro lugar de Vitaly Petrov, que provavelmente foi o resultado mais surpreendente de todo o fim de semana.

Daniel Morelli, o manager de Kubica, disse ao jornal italiano La Stampa sobre como é que o polaco viu a corrida, acompanhado por ele e por Edytia, a namorada de Robert: "O Robert viu a corrida como uma criança a ver o mais divertido dos desenhos animados da Disney. No final, já com os resultados definidos, disse que a Lotus Renault mostrou prestações certamente superiores às esperadas. Mas ele já tinha dado conta nos testes de Barcelona que o carro poderia ser competitivo. E quis dar os parabéns ao Petrov pela sua soberba prestação na qualificação e na corrida", afirmou.

Segundo Morelli, Kubica destacou "a frieza e calculismo de Petrov, que não cometeu o mínimo erro".

Para além de ter apreciado a corrida e as batalhas que existiram em pista, não esqueceu as mensagens de apoio que continuaram a ser-lhe direcionadas: "Aparte a supremacia mostrada por Vettel e Hamilton e a posição conquistada por Petrov, houve uma bela batalha pelo quarto posto. E claro que ficou impressionado e comovido com as muitas mensagens e cumprimentos enviados de todo o paddock. Sente que tem muitos amigos e ficou feliz", acrescentou.

domingo, 27 de março de 2011

Formula 1 2011 - Ronda 1, Austrália (Corrida)

Com algumas semanas de atraso, começou o campeonato do mundo de Formula 1. Em paragens australianas, todos os temores e esperanças acumulados ao longo da pré-temporada iriam ter algumas respostas, pois este era o primeiro de dezanove ambientes reais que iriam acontecer ao longo do ano de 2011. Mas muitos pensavam que pelo menos em Melbourne, as coisas iriam ser agitadas. E foi assim que aconteceu, dentro e fora da pista.

Na partida, Sebastien Vettel não foi incomodado de forma alguma, enquanto que atrás, havia as habituais tentativas de passar uns pelos outros. Com alguns incidentes: Rubens Barrichello sai da pista e cai para último, enquanto que Michael Schumacher era tocado pelo Toro Rosso de Jaime Alguersuari, e iam às boxes para trocar partes dos seus carros. Neste último aspeto, os extremos tinham se tocado...

Felipe Massa e Jenson Button, entretanto, lutavam pelo quarto posto, já que o brasileiro tinha feito uma boa partida e era passado o britânico da McLaren. Em contraste, Fernando Alonso tinha caido algumas posições na largada - era nono - e estava a tentar recuperar esses lugares, passando primeiro Kobayashi, e depois, Nico Rosberg. E logo na volta dez... aquilo que se temia: os pneus começaram a desgastar-se. Webber foi o primeiro dos da frente a parar na volta 12, colocando um composto mais duro.

Logo depois, Button passa Massa. Mas a ultrapassgem tinha sido feita em "corta-mato" e os organizadores penalizaram o britânico pouco depois, com um "drive through". Mais atrás, Barichello fazia uma extraordinária corrida de recuperação, mas quando disputava o sétimo lugar com Nico Rosberg, ambos tocaram-se e abandonaram.

Na frente, tudo tranquilo. Vettel estava na frente, sem ser incomodado, e mostrando que o seu Red Bull - alegadamente sem KERS - é uma verdadeira máquina a bater em 2011. Hamilton tentava segurar o seu segundo lugar, enquanto que os Ferrari tinha sortes diferentes: Alonso subia para o quarto posto, trocando com Webber, e Massa sofria com uma paragem tardia, descendo para décimo. Uma prova cinza para o brasileiro.

E com a bandeira de xadrez mostrada, a realidade era esta: os Red Bull, principalmente Sebastien Vettel, são a equipa a bater, os McLaren melhoraram muito - ou então esconderam o jogo - dando o segundo lugar a Lewis Hamilton, e um surpreendente Vitaly Petrov dava o terceiro lugar à Renault, conseguindo o primeiro pódio de sempre a um russo.

No final, os Saubers também ficaram bem, com o sétimo lugar de Kamui Kobayashi e o oitavo lugar de Sergio Perez, que daria ao México os seus primeiros pontos desde 1981. E digo "daria", porque pouco depois, os comissários da FIA decidiram desqualificar ambos os carros devido a alegadas irregularidades com os dois monolugares em relação às dimensões da carroçaria. Assim, todos os que ficaram atrás deles subiram dois lugares, incluindo os dois Force India, que subiram para nono e décimo na classificação. Mas os suiços já responderam que iriam apelar, e a classificação do GP australiano encontra-se agora suspensa.

E assim foi Melbourne. Uma primeira amostra para o que vem a seguir nesta temporada.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Apresentações 2011 (II): o Renault R31

Algumas horas depois da Team Lotus, em Valencia, a Renault mostrava o seu novo modelo, o R31, perante a imprensa mundial. O carro, com nariz mais baixo do que habitual e com pintura negra e dourada, tentando imitar as cores do passado de um dos patrocinadores, a Lotus Cars. Contudo, o espantoso nesta apresentação são os pilotos: seis! Para além dos dois habituais, Robert Kubica e Vitaly Petrov, os terceiros pilotos, Romain Grosjean e Bruno Senna, e mais dois pilotos, que correrão noutras categorias: o checo Jan Charouz e o chinês Ho-Pin Tung.

Na apresentação, chefiada por Eric Boullier - e sem Dany Bahar por perto - afirmou que o carro lutará por pódios e vitórias: "Não quero dizer que parece que será rápido, mas nós acreditamos que nosso carro é bom e melhor do que o do ano passado. Esse é o motivo pelo qual o otimismo natural está crescendo dentro da empresa", afirmou.

Gerard Lopez, o homem que toma conta da Renault, corroborou com as declarações de Boullier, afirmando que o chassis tem potencial para ser melhor do que o ano passado: "Acreditamos que a base do carro deste ano seja muito mais rápida do que o do ano passado, então, se mantivermos o mesmo índice de desenvolvimento que tivemos no ano passado, acho que podemos subir um degrau. Se no ano passado nós conseguimos alguns pódios, neste ano, em tese, poderemos lutar por vitórias", declarou.

Já Robert Kubica, o piloto principal, quando falou sobre se corria pela Lotus, afirmou: "A Lotus é uma patrocinadora, se pensarmos desta maneira posso dizer que também vou lutar pela Total". Bela alfinetada, do qual Tony Fernandes agradece muito...

Quanto a Bruno Senna, agora um dos terceiros pilotos da equipa - embora oficialmente esse cargo pertença a Romain Grosjean - afirmou que se ente emocionado por, 26 anos depois, andar com o mesas cores e motor que o seu tio: "É muito emocionante usar as mesmas cores que o Ayrton usou. Espero poder um dia estar neste carro e fazer o meu melhor", afirmou.

Mais tarde, numa entrevista feita a Luiz Fernando Ramos, o Ico, foi um pouco mais longe sobre as razões pelo qual foi escolhido para piloto reserva na Renault: "O Eric Boullier me conhece desde a GP2, sabe do que eu sou capaz e me deu uma chance para ver se eu consigo construir meu futuro. Eu estava um pouco pessimista e por isso eu digo que realmente estou muito grato pela oportunidade. Não havia muitas oportunidades que realmente valessem a pena. E esta é uma delas. Não tive de me comprometer financeiramente, a estrutura do time é muito boa quanto a isso. Dá para dizer que é o primeiro emprego de piloto profissional que estou tendo e isto é extremamente satisfatório", ponderou. De fato, dar um passo atrás para poder ser piloto titular em 2012 é algo que não pode ser deitado fora...

Para ser franco, ao ver seis pilotos na apresentação da Renault, fez-me lembrar do post que o Ico escreveu ontem, sobre quem é o chefe nesta equipa. É mais do que óbvio que quem manda ali é Eric Boullier, mas o episódio do terceiro piloto parece ser um exemplo de como existem dois poderes naquela equipa, lutando um pelo outro pelo controlo. Boullier tem o apoio de Gerard Lopez, mas alguns daqueles pilotos tenho quase a certeza de que tem dedo do Bahar... Qual dos dois terceiros pilotos andará nas sextas-feiras?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

5ª Coluna: Pagar para correr, um mal necessário

Nos anos em que as construtoras gastavam dezenas, senão centenas de milhões de dólares para conseguirem poucos ou nenhuns resultados, este tipo de gente tinha desaparecido ou reduzido a um minimo aceitável. Agora que as construtoras foram embora devido à crise, este tipo de pilotos está de volta. Muitos consideram uma praga, que tapam a oportunidade aos talentos, outros afirmam que se não fossem eles, muitas equipas já tinham fechado ou estariam em maiores dificuldades do que estão agora. Quanto a mim, considero-os um mal necessário, dadas as circunstâncias.

Quando Max Mosley permitiu a entrada de quatro equipas na Formula 1 em 2009, sabia-se que as suas estruturas, em claro contraste com as construtoras do passado, iriam ser frágeis suficientes para que num futuro mais ou menos próximo, os pilotos pagantes fariam a sua entrada em cena. Na nado-morta USF1, o argentino "Pechito" Lopez chegou a ser contratado para o lugar, mas nada deu, como sabemos. E a história da Hispania é aquilo que vemos: quatro pilotos para dois lugares, três dos quais deram alguns milhões de dólares para terem a oportunidade de pagar as contas aos fornecedores e preencher a última fila da grelha de partida.

As coisas irão continuar assim em 2011, com mais algumas agravantes: no ano que passou, sabiamos que a Renault tinha leiloado o seu segundo lugar por 15 milhões de dólares, lugar esse que foi comprado pelo russo Vitaly Petrov. E este ano, o russo deu algum dinheiro para continuar com o lugar, e a Williams vendeu dos dos seus lugares ao venezuelano Pastor Maldonado, graças aos petrodólares chavistas, à custa do talento de Nico Hulkenberg.

À medida que se aperta o cinto na Formula 1, os leilões de lugar serão uma inevitabilidade, aproveitada pelos países emergentes. Sendo um desporto caro, mas ultra-mediático, esta está a voltar lentamente aos tempos do inicio da década de 90, quando não havia limites em termos de inscrição de equipas, levando às inevitáveis pré-qualificações. E foi aí que vimos pilotos de "qualidade" como Jean Denis Deletraz, Giovanni Lavaggi, Pedro Diniz ou Gregor Foitek, como também talentos sem dinheiro que penavam em más equipas como Roberto Moreno, ou ainda sonhos que acabaram tragicamente, como Roland Ratzenberger. E claro, autênticas "estórias" de horror como Coloni, Life, Andrea Moda, Simtek ou Lola Mastercard.

O futuro dirá se esta vai ser a tendência. Se veremos mais "Hispanias" na Formula 1 ou então as intenções de Ecclestone e de algumas equipas levarão a melhor e voltam a fechar as vagas apenas para as construtoras, como fizeram a partir do final da década de 90. Pode-se justificar o veto da FIA em preencher a 13ª vaga em 2011 pelo facto de nenhuma das equipas que apresentou o seu projecto preencher os critérios, mas não se deixa de pensar que a FIA guarda a vaga para uma qualquer construtora, agora que vai haver uma alteração profunda nos regulamentos e o mundo aparenta sair lentamente da enorme crise do qual se mergulhou no final de 2008.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Noticias: Renault confirma Vitaly Petrov em 2011

Era uma noticia mais do que esperada: o russo Vitaly Petrov vai correr em 2011 ao serviço da Renault, agora comprada pela Lotus Cars, de Dany Bahar. E esse acordo será prolongado por mais outra temporada. Apesar de ele não ter deslumbrado na sua temporada de "rookie", o camião de rublos que trouxe atrás dele foi mais do que suficiente para convencer os responsáveis da fábrica de Enstone a ficar, pois é graças a ele que a Formula 1 conheceu um subito aumento de interesse em paragens da Mãe Russia, culminando com um Grande Prémio nas ruas de Sochi, a partir de 2014.

"Estamos bastante satisfeitos por confirmar que o Vitaly vai continuar connosco para 2011 e 2012, de forma a que tanto ele como a equipa possam dar seguimento a uma temporada de 2010 bastante prometedora. Toda a equipa tem trabalhado a fundo nos últimos meses de forma a melhorar a competitividade e uma dupla estável de pilotos é essencial para atingir os nossos objetivos", começou por afirmar o diretor da equipa, Eric Boullier.

"O Robert Kubica é um excelente ponto de referência tanto para a velocidade como para a consistência e estamos certos de que o Vitaly vai estar mais perto desse nível no próximo ano", concluiu.

Já Petrov, vice-campeão da GP2 em 2009, era também uma pessoa feliz por saber que continuará a correr na equipa que lhe deu a sua primeira oportunidade na Formula 1. "Estou muito contente por continuar com a equipa e orgulhoso por poder representar a Lotus Renault GP para as temporadas de 2011 e 2012. Aprendi imenso acerca deste desporto, os circuitos e o carro deste ano. Isso vai ajudar-me a melhorar ainda mais no futuro. Estou muito entusiasmado por trabalhar com esta grande equipa uma vez mais e estou confiante de que vou ter sucesso", afirmou Petrov.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

5ª Coluna: Os novatos de 2010

Gostaria de falar sobre a salganhada das Lotus, mas para confesso que já estou "de saco cheio" com toda esta polémica. Portanto, a melhor maneira de me afastar (pelo menos temporariamente) de tudo isto é continuar com aquilo que fiz na semana passada: um balanço do ano. E esta semana vou falar dos que se estrearam este ano na categoria máxima do automobilismo, ou seja, todos menos o Kamui Kobayashi...

Foram cinco os estreantes na categoria máxima do automobilismo, e um deles foi uma estreia absoluta, pois é o primeiro do seu pais em toda a história da Formula 1, e no balanço geral, os novatos não conseguiram qualquer vitória ou pódio, mas conseguiram uma pole-position e uma volta mais rápida, pelo menos os que corriam em máquinas do meio do pelotão. E quais deles é que ficam para 2011? Pelo menos um está garantido, embora pelas razões que não deveria ser, num mundo perfeito.

1 - Nico Hulkenberg

Foi o campeão da GP2 em 2009, e um dos raros que venceram o campeonato logo no seu primeiro ano. Aterrou numa Williams que à partida parecia estar numa lenta espiral descendente, com motores Cosworth e uma dupla totalmente nova, ainda por cima tendo como companheiro um veteranissimo como Rubens Barrichello. Mas numa equipa à partida sem nada a perder, conseguiu aprender bem nesta temporada dificil para os lados de Grove. Um sexto lugar como melhor resultado na classificação e a surpreendente pole-position no Brasil (a primeira da Williams desde 2005) são os cartões de visita deste seu ano de estreia, onde demonstrou que conseguiu adaptar-se bem e tem potencial para ser campeão, tal como aconteceu nas formulas de promoção.

Hulkenberg é acessorado por Willi Webber, que foi o manager de Michael Schumacher, e parece que acredita no potencial deste rapaz. O chato foi que ele foi vitima do poder do dinheiro, sempre cruel para aqueles cujo talento é inversamente proporcional ao recheio da carteira. Se há algo que possa servir de consolo, são duas coisas: vai ser substituido pelo campeão de 2010 da GP2, e parece que as grandes equipas estão atentas a ele, nem que sirva para ser terceiro piloto em 2011. Se o pior acontecer, o segundo piloto dessa equipa vai ter a vida dificultada...

2 - Vitaly Petrov

Der no que der, Vitaly Petrov entrou na história do automobilismo: é o primeiro russo de sempre na Formula 1. Tal como fez Satoru Nakajima há mais de vinte anos pelo Japão, Vitaly Petrov fez despertar os russos para o automobilismo. Especialmente os com muito dinheiro... Ainda há muitas desconfianças sobre a sua capacidade de condução, pois a sua rapidez é tão boa como a sua propensão ao desastre (vide Suzuka) mas quando não partiu carros, conseguiu marcar pontos e bons resultados. Um quinto lugar na Hungria e um sexto lugar em Abu Dhabi, onde conseguiu "impedir" Fernando Alonso de alcançar o título são os melhores momentos do russo, bem como a sua volta mais rápida na Turquia.

Contudo, a sua impulsividade não convenceu muito os criticos, que acreditam na ideia que, a ficar um segundo ano na Formula 1, é mais devido ao peso dos seus rublos do que propriamente no seu talento refinado. Numa Renault que vai mudar de nome, e que precisa de dinheiro como precisa de pão para a boca, manter Vitaly Petrov é um precioso seguro de vida, esperando que ele consiga preservar o carro por mais vezes em 2011. E que aprenda a portar-se melhor em pista.

3 - Lucas di Grassi

O Brasil estreou este ano dois pilotos. Lucas di Grassi, que durante muito tempo foi piloto de reserva da Renault, depois de três anos na GP2, finalmente teve a sua oportunidade na formula 1, através da estreante Virgin. Sem grandes oportunidades para fazer bonito, ou seja, chegar ao "top ten", esforçou-se para chegar o mais longe possivel com o carro que tinha. Não comprometeu muito e deu luta a Timo Glock, mas apesar disso, pode vir a sofrer do mesmo problema de Hulkenberg: a falta de um patrocinador forte. Caso nao fosse, seria interessante vê-lo numa segunda temporada na categoria mais alta do automobilismo numa Virgin desenhada por computador...

4 - Bruno Senna

Um piloto com apenas cinco temporadas em monolugares, e carregando um dos sobrenomes mais famosos do automobilismo, deveria ser um excelente chamariz para quem quisesse patrociná-lo. Pelo menos assim deve ter pensado Adrian Campos, quando o contratou. Só que no final de 2009, tinha conseguido "zero" e veria o projecto ir abaixo antes de começar, caso não aparecesse pelo caminho José Ramon Carabante e Collin Kolles para o salvar. Os novos donos mantiveram Bruno Senna e ele até trouxe uma carga razoável de patrocinios. Contudo, a temporada do brasileiro não foi grande coisa na pior máquina do pelotão. Sem desenvolver o carro, o máximo que podia fazer era bater o seu companheiro... e confiar na sorte.

Dos três companheiros que teve, Karun Chandhok, Sakon Yamamoto e Christian Klien, teve mais dificuldade em bater o austriaco, nas três corridas em que esteve presente, mais para o final da época. De resto, fez o que competia, numa máquina absolutamente limitada. Mas neste ar rarefeito, não conseguiu convencer o suficiente para "dar o salto". Falou-se que andou em conversações com a Lotus (qual delas, não sei...), mas parece que não deram em nada. Se a Hispania continuar em 2011, provavelmente até seria de bom tom permanecer por lá, nem que seja para dizer que existe. Mas não creio que queira desperdiçar o seu já pouco capital por ali...

5 - Karun Chandhok

O segundo indiano na história da Formula 1 teve a preciosa ajuda do seu "manager", um tal de Bernie Ecclestone, e arranjou alguns preciosos milhões para ajudar a compôr o orçamento da Hispania, mas na metade da temporada a que teve direito, antes de ser colocado de lado pelos ienes japoneses de Sakon Yamamoto, até cumpriu, sem deslumbrar. Mas provavelmente, se não for o peso das suas rupias, não creio que vejamos mais a cara de Chandhok numa equipa de Formula 1, nem mesmo na Force India...

Por hoje é tudo. Queria ver se na semana que vem fazia uma análise às equipas, isto é, se a actualidade automobilistica não me surpreender, não é? Até lá.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As hordas barbaras

"Na minha página do Facebook muita gente me acusa de ter bloqueado [Fernando] Alonso. Não é verdade, não fiz nada de mau, foi a Ferrari que cometeu um erro tático. Mantive Alonso à distância durante 39 voltas, e ninguém me disse pelo rádio que eu estava dando o título a Sebastian. [Vettel]"

"Ele estava completamente abatido, mas isso não justifica a sua atitude. Simplesmente fui mais rápido do que ele."

Vitaliy Petrov, hoje, numa entrevista ao jornal alemão Bild.

A queixa que o russo Vitaly Petrov faz hoje na imprensa não é nova para mim, pessoalmente. Quando o "rookie" russo diz que ele foi ameaçado nas redes sociais pelos fanáticos alonsistas, para mim, mais do que uma surpresa, é mais um capitulo de uma novela escrita desde que o piloto das Asturias se tornou em piloto vencedor e campeão do mundo.

Aliás, quem acompanha a Formula 1 desde o inicio da sua carreira, sabe que isto não é novo e não ira acabar tão cedo. Recordo-vos os episódios com Lewis Hamilton que roçaram o racista, em 2007 e 2008, ou então no inicio do ano, quando estes invadiram os fóruns italianos, pedindo a cabeça de Stefano Domenicalli e de Felipe Massa, só porque este não pediu ao brasileiro que o deixasse passar em Melbourne, a segunda prova do campeonato de 2010, ou seja, antes da polémica manobra na Alemanha. Coisa que, como todos sabem, não foi criticada pelos fãs do piloto das Astúrias...

A Formula 1 é um desporto elitista e marginal, é certo. Em poucos países é considerado como um rival do futebol. Brasil, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e Espanha e pouco mais, confesso. Mas num país como a Espanha, vizinha de Portugal, a coisa está a ser levada ao extremo, como se fosse um clube de futebol e "sus peñas". E os que se dão ao trabalho de criticar Fernando Alonso, ou seja, os que sabem ter cabeça fria e decifrar os seus defeitos - que os tem, como toda a gente - são pesadamente criticados por uma "horda de bárbaros" que não sabem dizer outra coisa que ele é o maior do mundo, um semideus ou pior.

Quando esses bárbaros ganharem um cérebro na Noite de Reis (ao contrário de nós, recebem os presentes de Natal a 6 de Janeiro), verão que se quiserem culpar alguém, deveriam apontar o dedo a Stefano Domenicalli, por ter feito a estratégia errada de colocar o carro de Alonso demasiado cedo nas boxes. E também deveriam saber que nem toda a gente é como Felipe Massa, que deixou passar. A Formula 1 não é - e nunca será - uma passadeira vermelha para que o seu piloto passeie a sua classe, e ali é "passe se puder". Como Alonso nunca esteve em posição de conseguir ultrapassar Petrov, o gesto que teve no final da corrida é típico de um mau perdedor.

Aliás, se passasse Petrov, ainda teria pela frente um obstáculo chamado Nico Rosberg. Se não o passasse, teria feito o mesmo gesto feio? É que ele não o deixaria passar de jeito nenhum...

Eu escrevo regularmente uma coluna no sitio espanhol Zeptem, e sei que sou o único estrangeiro a escrever por lá (o único que não tem o espanhol como língua materna, entenda-se), e por vezes tenho a "ousadia" de "falar mal" do "Principe das Asturias", devidamente fundamentado, diga-se. O normal é ser atacado por anónimos sem rosto (e sem cérebro) que só sabem gritar, apontando que não sei escrever em espanhol, o que é curioso: sei escrever espanhol e até me dou o trabalho de corrigir o que o Google Translator consegue fazer, pois sei que ele tem muitos limites.

Onde quero chegar? Estes fanáticos não fazem outra coisa senão envenenar a discussão. De uma certa maneira, não gramo destes tipos, pois fazem muito barulho para nada, mas o pior é que esse barulho atraem muitos jornalistas de plantão que numa era sem muito com que falar senão das especulações de "x vai para a equipa y", coloca isto como o "destaque do dia". E colocar esta horda de bárbaros na primeira página, para mim, é como dar ainda mais gasolina para fogueira.