Mostrar mensagens com a etiqueta Abu Dhabi. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Abu Dhabi. Mostrar todas as mensagens

domingo, 8 de dezembro de 2024

A imagem do dia



Enquanto na tarde deste domingo, Lando Norris liderava do principio até ao fim no GP de Abu Dhabi, conquistando uma vitória sem mácula, numa corrida algo agitada, num mundo paralelo, Sonny Hayes (Brad Pitt) subia ao lugar mais algo do pódio, acompanhado por Charles Leclerc e George Russell. Com esta vitória, parece que iria sair da Formula 1 pela porta grande, vencendo na última corrida da sua carreira, depois de um regresso à Formula 1 para ajudar o seu companheiro de equipa.

Pelo menos, estas são as fotos que esta tarde vi em alguns sítios, como a Autosport britânica e o site motorsport.com.  

Coloquei isto em algumas redes sociais. Se numa, as reações foram pouco mais que indiferença, noutro mais novo, o Threads, tive mais de 300 "gostos", com algumas pessoas a reagirem por escrito, afirmando que o filme irá parecer artificial, ou que tudo isto poderá ser um gigantesco "flop", que já juram não ir ver. Ainda antes do filme aparecer nos cinemas ou no "streaming" onde irá passar, no próximo verão.

Sinceramente, para uma pessoa como eu, que vi sozinho o "Lamborghini" num dia de semana, e era o único espectador, tudo que aparecer depois será um ganho. Tenho de ver o lixo para poder afirmar que é mesmo um lixo, não arroto antecipadamente a comida que tenho na boca. Irei ver, ainda por cima, há três anos, foi o "hype" que foi com o "Top Gun: Maverick", que com o mesmo realizador e o mesmo produtor, passou dos mil milhões de dólares. 

As sentenças são dadas depois do filme se estrear. Há coisas que aparentam ser irrealistas? É capaz. Mas sinceramente, estão a dar esperança ao Fernando Alonso... e esperem mais seis meses para podermos ver isto nas salas de cinema ou nas salas de estar das nossas casas. Eu sou mais clássico.    

Formula 1 2024 - Ronda 24, Abu Dhabi (Corrida)


E por fim, chegou-se à meta. 

Demorou muito tempo, estiveram em todos os continentes, exceto em África, mas depois de ter começado em março, em dezembro, a três semanas do Natal, chegou a Abu Dhabi para a bandeira de xadrez do campeonato. Altura de despedidas - Carlos Sainz Jr sai da Ferrari, Lewis Hamilton da Mercedes, (se calhar) Checo Pérez da Red Bull, e tantos, tantos outros.  

Ao contrário do que acontece em Losail, ali em Abu Dhabi, espera-se pelo por do sol para que os carros alinhem nas suas posições na grelha e esperem para que as luzes se apaguem pela última vez na temporada. Ou seja, com o sol no horizonte, as cortinas corriam numa das temporadas mais imprevisíveis desde 2021. Especialmente quando nada esperava isto, no inicio da temporada. 


Na partida, Norris largou bem e manteve o primeiro lugar na primeira curva, mas atrás... o Inferno quase gelou. Max queria tirar o segundo lugar de Oscar Piastri e tudo o que conseguiu foi tirá-lo da pista e ele acabou com um pião que assustou todo o pelotão. Ambos caíram para o fundo da grelha, mas nenhum deles acabou a sua corrida por ali. Aliás, a alguns, foi uma corrida de recuperação, especialmente para Charles Leclerc, que recuperou muitas posições, para chegar aos pontos o mais depressa possível. Afinal, um dos McLaren estava de fora, e ter os dois Ferrari nos pontos seria ótimo para as suas aspirações para o título. 

Max acabou com 10 segundos de penalização, por ter causado o acidente, e a perda de alguns pontos na super-licença. Mas isso não foi suficiente para que ele ficasse inibido destes gestos. Até afirmou que, se tirassem os outros pontos em 2025, que aproveitaria e tiraria uma licença paternal!  

Mas quem também ficou com danos, e de forma permanente, foi Sérgio Pérez, que se despistou na curva seis encostou o carro ainda na volta. Falar a expressão "final melancólico" começa a ser redundante...

Nessa altura, para piorar - um bocadinho - as coisas, Piastri, na sua tentativa de recuperação, acabou por bater na traseira do Williams de Franco Colapinto. Os comissários viram aquilo e ele acabou com 10 segundos de penalização. 


Claro, nas voltas seguintes, com Norris na frente de Sainz Jr em segundo quem era o terceiro classificado era Pierre Gasly. O piloto da Alpine aproveitou muito bem a situação e ficou nessa posição enquanto os outros recuperavam o tempo perdido. Mas até lá, tinha os seus 10 minutos de fama.

Na volta 21, Leclerc foi às boxes trocar de pneus, colocando duros para tentar chegar ao final da corrida, e parecendo que era isso que o resto do pelotão iria fazer. Nesta altura, ele já era quarto, e regressou à pista na oitava posição.  

As trocas continuavam, com Sainz Jr e Norris a trocar de pneumáticos nas voltas 26 e 27, respetivamente, mas o britânico manteve a vantagem sobre os Ferrari. Quase ao mesmo tempo, atrás, mais um final melancólico: a Williams pediu a Franco Colapinto para que fosse à box e parasse o carro de vex. Segunda desistência da corrida, segundo final melancólico da temporada. Sim, sim, já começa a não ser imaginativo... 


Na volta 31, mais sarilhos: Magnussen e Bottas tocam-se, depois do finlandês ter travado tarde demais para evitar a colisão. Com danos no seu lado direito, sem parte da asa dianteira e com um furo. Claro, com suspeita de danos no braço da suspensão, apesar do finlandês ter chegado às boxes, não saiu mais dali. Não era o final que Bottas queria para a sua longa carreira na Formula 1.  

Na volta 35 foi Hamilton a ir às boxes, naquela que era a sua última paragem para trocar de pneus na sua longa história pela Mercedes, e uma das últimas da temporada. Por esta altura, a noite tinha caído, e alguns pilotos continuavam a sua recuperação. Piastri queria chegar aos pontos e colaborar para o título de Construtores da McLaren, e Max queria passar o máxima do que podia, para chegar o mais alto possível. No final, o neerlandês chegou ao sexto posto, e Piastri conseguiu passar nas voltas finais o Williams de Alex Albon, não sem antes apanhar um susto quando ficou colado na sua traseira, saindo de pista. 

E na última volta, Hamilton passou Russell. Cortesia ou no braço?


Independentemente disto tudo, Norris fazia uma corrida sem mácula, e com isso, chegava à meta como vencedor, na frente dos Ferrari. Parecia que, só com ele, a McLaren tinha conseguido o tal título que procuravam. Mas quase no final, Piastri conseguiu um ponto, e isso, apesar de ser mínimo, confirmou o título que a equipa de Woking procurava desde... o século passado.  

No final, o fogo de artificio habitual do final do ano mostrara não só o final normal de uma temporada. E a ideia de que o final de algo raro tinha chegado. Espera-se que 2025 não seja não dominante como se teme, mas... espera-se que as pessoas não tenham saudades desta temporada.   

sábado, 7 de dezembro de 2024

Formula 1 2024 - Ronda 24, Abu Dhabi (Qualificação)


Normalmente, Abu Dhabi providencia um ambiente de final de esta para uma temporada que foi a mais longa da história da Formula 1, com 24 corridas. Com a Liberty Media a fazer com que a temporada agora dure tanto quanto a gestação de um bebé, ou seja, nove meses, e claro, ao fim de algum tempo, as pessoas começam a ficar fartas de andarem por ali. E mesmo que este seja um fim de semana para embrulharem tudo, regressar ao Reino Unido e preparar para a nova temporada, dali a mês e meio tudo começa de novo, para que em março, a nova temporada arranque sem percalços.  

Era também um tempo de despedidas... e estreias. Valtteri Bottas, Guanyou Zhou, Franco Colapinto e Kevin Magnussen estavam a despedir-se da Formula 1 - pelo menos oficialmente. Lewis Hamilton ia embora da Mercedes, depois de 12 temporadas de ótimos serviços, e Carlos Sainz Jr. também ia da Ferrari para um futuro incerto na Williams. Quanto a Sérgio Pérez, tudo indicava que também iria embora pela porta pequena, apesar de muitos terem afirmado o contrário. Como disse um amigo meu durante a semana, "Checo... eslovacou-se."

Em contraste, Jack Doohan conseguiu um ligeiro avanço em relação aos estreantes de 2025, ao estrear-se "a frio" no Alpine que era de Esteban Ocon, que saiu antes de tempo, porque se desconfiava já ter tirado a camisola da equipa, porque para o ano estará na Haas, ao lado de Oliver Bearman. Aliás, bem vistas as coisas, as três corridas que o britânico já conseguiu este ano poderão afirmar que ele é que tem o maior dos avanços para a próxima temporada... 

Antes da qualificação, soube-se que Charles Leclerc iria ser penalizado em 10 lugares por causa de uma troca num dos componentes do carro, ou seja, na melhor das chances, iria partir de 11ª na grelha, e a sua corrida iria ser de luta por um lugar nos pontos e tentar ajudar na luta pelo título de Construtores. Parecia que a McLaren já tinha uma mão e meia no troféu, ou se quiserem, a Ferrari iria lutar com uma mão amarrada às costas...  

Caía a noite em Abu Dhabi, a Q1 começou com os pilotos a adaptarem às condições da pista. Nada de muito especial ao longo desta primeira fase, com a agitação a ser mais forte na parte final. Ali, o asfalto começou a ficar mais fresco, fazendo os pneus moles funcionar, e os tempos começaram a cair. Ao ponto de Valtteri Bottas ter o melhor tempo! 1.23,481. Leclerc fez depois 1.23,302, 


Entre os que ficaram para trás foram os Williams de Alex Albon e Franco Colapinto - um final desapontante depois da promessa ao longo das corridas onde participou - o Alpine de Jack Doohan - não se esperava muito desta estreia atirada para os tubarões - o Sauber de Guanyou Zhou, e por fim, o Mercedes de Lewis Hamilton. Um final melancólico, dirão alguns, um erro de calculo, dirão outros, por causa da saída tardia das boxes. Mas o cone que ficou por baixo do carro quando Nico Hulkenberg perdeu o controlo por ter acelerado demais parece ser o maior dos culpados pelo mau tempo do veterano britânico.

E assim passamos para a Q2. 

Não houve grande história, mesmo antes de Max Verstappen fazer 1.22,998, para ficar no topo da tabela de tempos. Isso ficou guardado para a parte final.

Ali, as coisas começaram quando Carlos Sainz Jr marca 1.22,980, mais cinco milésimos que Leclerc, que depois... viu o seu tempo apagado por ter passado dos limites da pista! Péssima noticia para o monegasco, que já tem a penalização de dez lugares para cumprir. Bottas conseguiu 1.23,341, suficiente para colocar o seu Sauber na Q3, o que é um grande feito para alguém que fará ali na sua última corrida na Formula 1... por enquanto. 

No final, algumas surpresas, outras... nem tanto. Uma Sauber na Q3 - queriam mostrar serviço antes de virarem Audi - graças a Valtteri Bottas, Pierre Gasly com a sua Alpine e Nico Hulkenberg com a sua Haas, mas por outro lado, Charles Leclerc foi 12º e não passou, o que deixa a Ferrari só com um carro na Q3, e as suas chances de conquistar o Mundial de Construtores à McLaren muito pequenas. 

A acompanhar o infortunado monegasco, ficaram Kevin Magnussen - na sua última corrida na Formula 1 - os Racing Bulls de Yuki Tsunoda e Liam Lawson, e o Aston Martin de Lance Stroll, enquanto Fernando Alonso conseguiu passar para a fase seguinte.  

A agitação parou por uns minutos, afinal de contas, preparavam-se os carros para a Q3. 


Se nos primeiros minutos, gente como Nico Hulkenberg começou a fexer uma gracinha, com um tempo de 1.23,482, Max veio logo a seguir e melhorou com 1.22,945... apesar de ter perdido por momentos o controlo do seu carro na última curva! E foi ainda melhor que Sainz Jr, que pareceu logo a seguir, fazendo a curva de forma normal. Será mais um daqueles episódios que entrarão na lenda do piloto neerlandês, definitivamente...

Logo a seguir, vieram os McLarens. Se Oscar Piastri ficou a 20 centésimos de Max, Norris é apenas mais lento que Max em... quatro milésimos! E todos fizeram aquela curva sem perder o controlo.  

Na investida final, o primeiro espanto: Nico Hulkenberg, no seu Haas, faz 1.22,886, e bate Max, ficando na primeira posição, enquanto todos tinham os olhos nos McLaren. Eles ainda demorariam mais algum tempo para marcarem tempo, e quando assim foi, Oscar Piastri marcou 1.22,804, menos 82 centésimos para "Hulk", enquanto Norris, pouco depois, fez melhor: 1.22,595, arrecadando a pole-position. Entre eles, Sainz Jr, que não conseguiu mais que 1.22,824, sendo terceiro. 


Em jeito de rescaldo, foram os McLaren que levaram a melhor, com Norris - como sempre - a ser o melhor para conseguir a pole-position. Parece que o britânico está a gostar de fazer a volta mais rápida, batendo o seu companheiro de equipa, e com os Ferrari atrás na grelha, apesar do terceiro lugar de Sainz Jr, parece que tem tudo para alcançar o título de Construtores que lhes escapa desde 1998, os tempos de Mika Hakkinen e David Coulthard.  

Mais espantoso foi o lugar de Nico Hulkenberg, que é quarto, na frente de Max Verstappen, e o mau lugar de George Russell, sétimo, apenas na frente de Fernando Alonso, Waltteri Bottas e "Checo" Pérez, numa parte final que andou mais baralhada que o costume. Creio que seja o ambiente de final de festa, com alguns em melancolia e outros a querer atirar os foguetes e apanhar as canas...

Amanhã é dia de corrida. E claro, queremos saber como isto tudo acabará.

sábado, 27 de abril de 2024

Youtube Motorsport Streaming: A primeira corrida da Abu Dhabi Autonomous Racing League

Há algum tempo que se fala de carros autónomos - calhei falar aqui algumas vezes, nomeadamente o Roborace - mas neste sábado acontecerá em Abu Dhabi a primeira corrida da A2RL, a Abu Dhabi Autonomous Racing League, uma competição onde alguns carros autónomos entrarão na pista de Yas Marina para saber quem será o mais rápido. 

Caso tenham curiosidade, deixo aqui o "streaming" da corrida, que acontecerá neste sábado. 

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações de Abu Dhabi

E pronto, acabou o campeonato. Com a corrida de Abu Dhabi para trás, é a altura de darmos uma última olhadela às comunicações que os pilotos fizeram ao longo deste fim de semana árabe. E como em tudo, houve conversas interessantes e situações hilariantes, num ambiente de despedida. 

domingo, 26 de novembro de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 23, Abu Dhabi (Corrida)


E pronto: está a acabar. Sentimos alivio porque tudo está a chegar ao fim? E se sim, é por ser uma temporada muito grande, com um vencedor conhecido há muito, há quase dois meses, numa era de domínio, onde em 22 corridas, 21 foram ganhas pela mesma equipa, equivalente a aquilo que a McLaen conseguiu em 1988 com o seu chassis MP4/4 e um duelo entre Ayrton Senna e Alain Prost

Abu Dhabi, apesar de ter sido renovada nos anos recentes, ainda não é uma pista que atraia os fãs. Todos sabem que é uma pista que está ali porque eles pagam aquilo que a Liberty Media e a FOM quer. Só que nem sempre os campeonatos são decididos naquele local. Especialmente desde 2021, não é?

Com Max como poleman, parece que ele era o favoritíssimo para o final da corrida. Se o carro não quebrasse, ele seria o vencedor. E pergunta-se: se já sabemos como irá acabar, qual será o nosso interesse na corrida?


E isso se viu na partida: Leclerc acelerou para tentar apanhar Max na curva, mas o neerlandês acelerou melhor e manteve o comando nos metros seguintes. O monegasco tentou de novo a meio da volta, mas ele resistiu melhor e continuou na primeira posição. Uma terceira tentativa foi elaborada depois, mas o piloto da Red Bull aguentou o comando. Andando todos com médios, Max tentava afastar-se de Leclerc, mas as coisas eram mais complicadas, e ainda por cima, eles iriam mais cedo para as boxes, dada a degradação precoce desses pneus no quente asfalto local. Atrás dos dois estavam os McLaren, que tinham atrás de si o carro de George Russell.

Aliás, foi entre Russell e Oscar Piastri que as atenções se viraram, dado que Max já tinha dois segundos de vantagem sobre Leclerc, sem chances de aproximação. O britânico da Mercedes atacava o australiano da McLaren, e conseguiu o que queria na 11ª volta. E melhor ainda quando na volta 15, aproveitou a lentidão da paragem de Norris para ficar com o terceiro lugar.

A partir aqui, a corrida, que não era grande coisa, coisa pior ficou. Apenas Sérgio Pérez, que queria recuperar o mais possível, passava carro atrás de carro para ser quinto no final da volta 28, a 30 do fim. Depois, só na volta 47 é que aconteceu ação, quando Checo Pérez apanhou e tentou passar Lando Norris para ser quarto. Mas a ultrapassagem deu em toque, com o britânico a fazer "corta-mato" para poder manter a posição. Os comissários acreditaram que o mexicano foi o causador da situação e o penalizaram em cinco segundos. Pérez passou-o, mas agora tinha de se distanciar cinco segundos para ser alguém, ou seja, efetivar a posição. 

Na volta 54, Checo apanhou Russell e era, na pista, o terceiro, mas parecia não ter tempo para se distanciar. Na frente, Max era rei e senhor, sempre com tudo controlado, porque já tinha 12 segundos sobre Leclerc. E foi assim até à meta, para mais uma vitória: a 19ª em 23, a 22ª da Red Bull em 23 possíveis.  


No final, é o espetáculo que assistimos, de uma temporada que algum dia, os livros de história alarão ter sido dominante, com um carro que será visto nos museus como símbolo de uma era, como muitos foram no passado. Pode não haver emoção, mas o futuro colocará esse chassis no palco dos míticos, ao lado de um Lotus 79 ou um McLaren MP4/4, porque a Formula 1 é feito de dominios. 

E agora, é esperar até março, porque 2024 será a temporada mais comprida de sempre: 24 corridas.       

Formula 1 2023 - Ronda 22, Abu Dhabi (Qualificação)


E depois de uma longa temporada pelos quatro cantos do mundo, o final de uma história saia há muito acontecia num lugar onde o dinheiro comprou perante a tradição. Uma corrida num destino exótico seria melhor que numa pista onde poucos agradam, apesar de algumas modificações na pista, para que tivesse mais retas e poucas chicanes. 

E claro, desde há muito que se cumpre calendário, e tirando Las Vegas, as coisas estão a ser levadas com muito mais descontração. Ao ponto de darem o primeiro treino livre a pilotos de testes e de desenvolvimento e alguns dos que andam na Formula 3 e Formula 2, e mesmo gente como Pato O'Ward, piloto da IndyCar e decidiu ter uma chance de experimentar um Formula 1. Um McLaren, mas um Formula 1.

Abu Dhabi, apesar de ser uma corrida noturna, arranja sempre maneira de ser diferente. E como as coisas acontecem depois do lusco-fusco, com o por do sol, a ação aconteceu nessa altura. 

Com a luz verde, as coisas não arrancaram logo, apesar de um tempo agradável. Tiveram de demorar cerca de quatro minutos até que o primeiro carro arrancou. Logan Sargent marcou o seu primeiro tempo antes de ter sido apagado por causa dos limites da pista, que passou. Mas começou a marcar o primeiro tempo digno desse registo, com 1.24,160, seguido por Norris e Leclerc. E no meio disto, outros pilotos tiveram voltas apagadas: Guanyu Zhou, do seu Sauber-Alfa, e Nico Hülkenberg, no seu Haas F1.

Na parte final, os Williams tentaram fintar as coisas e meteram os seus carros antes dos outros. Estavam na frente mas Sargent... tinha mais uma volta apagada. O tempo de Ma não foi batido até à bandeira de xadrez, com um segundo posto para Sérgio Pérez. Mas para os qua saíam a "fava", para além de Sargent, calhou a... Carlos Sainz Jr, que prejudicado pelo tráfego, não conseguiu um bom tempo.  Kevin Magnussen, no seu Haas e os Sauber-Alfa de Valtteri Bottas e Guanyou Zhou completaram os eliminados.

Pouco depois, era a altura da Q2, já com a noite a cercar a paisagem.


Max foi dos primeiros a sair e marcou passo, com 1.23,740, com Lando Norris a 180 centésimos. Pérez e Piastri ficaram logo atrás, nesta primeira tentativa de marcar um tempo para entrar no "top ten". E essa chance iria acontecer na parte final, quando a temperatura arrefeceu no asfalto e permitiu mehorar a eficácia dos pneus. E o tempos, claro, começaram a baixar. 

Mas nem todos. Se Max até conseguiu manter o tempo e claro, o primeiro lugar, gente como Lewis Hamilton lutava para conseguir um lugar nos 10 primeiros. Quando marcou o tempo, estava no limite, e acabou por ser eliminado por... George Russell. o britânico queixava-se de que o carro deveria ter algo a não funcionar bem, mas o facto era que tinha o pior dos tempos: o 11º posto. 

E na companha de Hamilton, Esteban Ocon (Alpine), Lance Stroll (Aston Martin), Alex Albon (Williams) e Daniel Ricciardo (Alpha Tauri) eram os outros eliminados.  

E assim, chegamos à Q3, a última fase da qualificação da temporada. E foi interessante.


Primeiro, os pilotos andavam de moles. Mas se o neerlandês andava com novos, os outros tinham de andar de usados, para guardar um jogo novo para a corrida. E claro, aproveitou: 1.23,445, com Norris a 371 centésimos, Piastri e Pérez. Parecia ser um duielo entre Red Bull e McLaren. Mas muita coisa ainda poderia acontecer. 

Para a parte final, alguns pilotos melhoraram. Leclerc fez 1.23,584, mas insuficiente para desalojar o neerlandês, mas colocou Piastri em terceiro, melhorando o seu tempo, com 1.23,782, seis milésimos melhor que George Russell. Yuki Tsunoda conseguiu o sexto melhor tempo no seu Alpha Tauri, na frente de Nico Hulkenberg, oitavo a 663 centésimos.   

No final, Max disse de sua justiça: “Foi muito estranho”, admitiu Verstappen. “O fim de semana tem sido sofrido, mas definitivamente conseguimos melhorar o carro para a qualificação. Tudo pareceu melhor dessa vez. Conseguimos, enfim, acelerar mais. É claro, fico muito feliz por estar na pole-position”, celebrou.

No final, a pole de Max assentou que nem uma luva. Afinal, alamos do dominador da Formula 1 ao longo da temporada, e estas 15 poles do piloto neerlandês não são mais que o espelho aquilo que é capaz. E se calhar, amanhã será um pouco mais do mesmo. Mas mesmo assim não deixamos de assistir.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Youtube Formula 1 Video: As comunicações de Abu Dhabi

Na última corrida da temporada de 2022, o fim de semana de bu Dhabi foi emocionante. Não foi uma decisão de títulos, mas em muitas maneiras, marcou o final de uma era. Sebastian Vettel na Formula 1, Daniel Ricciardo - pelo menos, de forma temporária - Fernando Alonso, quando sai da Alpine para a Aston Martin, e muitas outras comunicações de um fim de semana que, em termos de pista, nem foi muito excitante.

domingo, 20 de novembro de 2022

A imagem do dia


No meio dos posts de despedida a Sebastian Vettel, recordo Abu Dhabi 2010, o lugar do primeiro dos seus quatro títulos. E recordo por uma razão muito simples: ele não era o favorito à vitória. Este primeiro campeonato para ele e para a Red Bull foi o resultado de uma parte final impecável contra Fernando Alonso, na Ferrari, contra os McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton, e sobretudo, contra o seu companheiro de equipa, Mark Webber

E até contra alguns que queriam uma hierarquia dentro dos energéticos. Porque a duas corridas do fim, o australiano era o piloto mais bem colocado no campeonato. 

Quando Fernando Alonso tinha ganho o GP da Coreia do Sul, numa prova atribulada debaixo de chuva, e Mark Webber tinha sido altamente prejudicado, com uma colisão na volta 18 com o carro de Nico Rosberg, o espanhol tinha passado para a frente com onze pontos de diferença. Vettel, que desistira na volta 31 com um motor rebentado, estava ainda mais distante: 206 pontos, precisamente 25 do espanhol. Parecia ser uma tarefa quase impossível. Se fosse no ténis, o alemão estaria a encarar o "match point" do espanhol, num 40-15, contra ele.

Faltava Brasil e Abu Dhabi, e ele teria de fazer corridas perfeitas para lá chegar. Ninguém daria nada por ele, e a Red Bull poderia ter dito a ele que para aquela temporada, as suas chances tinham acabado, e deveria apoiar o seu companheiro de equipa. Em Interlagos, a qualificação tinha sido baralhada pela chuva, que deu uma inesperada pole-position para o Williams de Nico Hulkenberg. Mas a seguir, estavam os Red Bull: Vettel na frente de Webber. No final, o alemão ganhou, com Webber em segundo, Alonso em terceiro e Hamilton em quarto. 

Saído de Interlagos, a diferença entre Alonso, com 246, para Hamilton, quarto, era de meros 24 pontos. Todos tinham chances de campeonato. Webber pediu a Helmut Marko para lhe dar uma chance de título, mas ele ficou quieto. Vettel viu nisso como a sua única chance de título, e iria aproveitá-la em Abu Dhabi.

E na qualificação, Vettel foi ao ataque: pole-position, queria definitivamente acabar em primeiro. Mas Alonso apontava... para o Red Bull errado, porque pensava que Webber tinha todas as chances, e Vettel era um isco. 

Na corrida, Vettel foi para a frente, seguido pelos McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton, que, recorde-se, também lutava pelo título. Atrás, Webber e Alonso lutavam por posição, significando que, se um ficasse na frente do outro, seria campeão. Era Alonso que tinha isso controlado, mas havia um problema: estavam abaixo no pelotão. Segundo os cálculos, ele precisava de um sexto posto para ser campeão. 

Mas pela frente tinha um Renault: o do russo Vitaly Petrov. Alonso tentava passá-lo, porque com ele para trás, conseguia os pontos mínimos para ser campeão. Mas à medida que as voltas se aproximavam, Alonso e a Ferrari ficavam crescentemente nervosos, porque na frente, Hamilton não apanhava Vettel.

E quando cruzou a meta, o impensável aconteceu: não só Vettel era o vencedor, como tinha sido campeão. Era o mais jovem de sempre, e pela primeira vez desde 1976, quando aconteceu com James Hunt, o campeão chegou á liderança no final da última corrida. Num campeonato com cinco candidatos durante muito tempo, e com três equipas capazes de alcançar o título, ninguém esperava Vettel ficar com o título. Mas aconteceu.

E ali, começava o domínio de Vettel e da Red Bull. E o dedo indicador, símbolo de triunfo, seria uma visão frequente nos fins de semana de Grande Prémio.     

Formula 1 2022 - Ronda 22, Abu Dhabi (Corrida)


E pronto, fecha o pano para a temporada de 2022. Foram 21 corridas nos quatro cantos do mundo, para depois chegarem ao final em Abu Dhabi, um lugar habitua desde há muito tempo. Com todos os campeonatos já decididos, agora era cumprir calendário até ao final.

E claro, este era o local de despedida de Sebastian Vettel. Mas não era só ele que ia embora da Formula 1. Para Mick Schumacher e Daniel Ricciardo, poderá ser um tempo sabático, continuando como pilotos de reserva, e para o canadiano Nicholas Latifi, provavelmente terá futuro na IndyCar na próxima temporada, quem sabe, poderá seguir uma carreira na Endurance, agora que aparecerão muitas equipas de fábrica que quererão um bom piloto. 

E como este ano, as coisas tinham de acontecer mais cedo, a corrida arrancou ainda com o sol e a luz a dominarem os céus de Yas Marina. Futebol "oblige", certo?


No momento da partida, parecia que Verstappen iria ser passado por Perez, mas saiu melhor, mantendo a liderança. Leclerc foi o terceiro e o pelotão lutava pelo melhor lugar possível. Algumas curvas depois, Sainz Jr atacou Hamilton para ser quarto e o passou, antes do britânico ir para a escapatória e recuperar essa posição. 

Quatro voltas depois, o britânico foi ordenado a devolver essa posição para o outro piloto da Ferrari. Mas o britânico reagiu e tentou voltar à posição que tinha cedido, o que conseguiu. E a partir dali, tornou-se o primeiro duelo da corrida, porque na oitava volta, o espanhol voltou a tentar de novo ficar com essa posição, o que conseguiu. Um pouco atrás, na luta pela oitava posição, Sebastian Vettel conseguia passar Esteban Ocon, antes de perdê-lo na aceleração para a curva seguinte.

A seguir, Hamilton perdia mais um lugar, desta vez a favor de Russell.

As coisas andavam mais calmas até à primeira janela da troca de pneus. Russell, que acabou por cumprir uma penalização, quando regressou à pista... aconteceu no momento em que chegava Lando Norris para trocar os seus pneumáticos. Mas sarna para se coçar... e aconteceu: nova penalização por largada insegura. Um mal nunca vem só.  


Ao longo da corrida, os Red Bull tentavam manter os Ferrari longe deles, esperando que a sua estratégia desse certo. Russell, apesar da penalização, era quinto, muito melhor que Hamilton, enquanto atrás, era cada um por si. Menos para Alonso, que na volta 28, acabava mais cedo o seu campeonato, e a sua estadia na Alpine. A primeira desistência do ano.

A corrida continuava, morna e sem grande história. Apenas havia agitação nas boxes, especialmente depois de Sergio Perez ter feito uma segunda passagem, tentando ser mais rápido que os Ferrari. Mas eles pareciam que não iriam parar, logo, tentando ficar com os outros lugares no pódio e tentar a sua sorte. Perez fazia voltas mais rápidas, mas parecia ser insuficiente para os apanhar. 

Depois, na volta 39, havia agitação quando Mick Schumacher, que queria ultrapassar Nicholas Latifi, e ambos acabaram tocados. Como no ano anterior, o canadiano acabou com a sua traseira no "softwall", mas desta vez, ele tinha sido tocado pelo alemão. Nas reptições, pareciam que estavam a competir em algo sincronizado nos Jogos Olimpicos, pois pareciam rer feito um pião tão exato, um ao lado do outro. Lá prosseguiram, mas para o fundo do pelotão. Quem sentirá saudades dos dois em 2023?

Atrás, Perez fazia uma corrida de recuperação, apanhando Hamilton, e ia atrás de, pelo menos, um dos Ferrari, já que Russell estava penalizado. O mexicano apostava na degradação dos pneus dos carros italianos para os apanhar e chegar onde queria estar. 

Quase no final, um golpe de teatro: Hamilton, que era quarto e segurava Sainz Jr, queixou-se de problemas na caixa de velocidades, mais concretamente de algo no sistema hidráulico. Preso em sétima velocidade, tentou resolver o problema, mas debalde: a sua corrida acabou ali. Um final de temporada pensoso para ele, a primeira sem vitórias para o britânico. Algumas voltas antes, Nicholas Latifi também terminava mais cedo a sua corrida, temporada e carreira na Formula 1.   

Na bandeira de xadrez, Max triunfa numa corrida burocrática, mas Lelcerc, com o seu segundo lugar, conseguiu o que desejava, o seu prémio de consolação: um vice-campeonato, num ano em que todos pensavam que seria o ano da Ferrari, e teve um arranque fabuloso, mas no final, foi aproveitar os erros e problemas mecânicos de Verstappen. E o terceiro posto de Sergio Perez soube a derrota, porque o objetivo de ser o vice acabou por não acontecer.  


E no final... a festa. Um pouco artificial, é verdade, mas temos de consciencializar que agora, a Formula 1 pertence aos americanos, e eles adoram um "showoff". Mas mais do que o fogo de artificio, os "confettis" e o champanhe da treta, porque por ali não se bebe álcool... assistimos à despedida de Sebastian Vettel.

Sabemos que este dia iria chegar, mas vê-lo agradecer ao público, depois de 300 corridas e 16 temporadas, é sinal da nossa idade, da juventude que tínhamos quando o vimos chegar, e os cabelos brancos - quem ainda os têm - e as rugas na cara, sinais do tempo.

No final, até conseguiu pontuar na sua 300ª e última corrida. Mas não importava muito: foi bonita a festa de despedida do Seb, de uma longa carreira, e que com 35 anos e 16 temporadas, já tinha tudo a provar. Agora, provavelmente irá descansar e decidir o que fazer.

E quem já anda aqui há muito tempo, como eu, sabemos que iremos ver mais momentos como este. 

Danke Seb. Auf Wiedersehen.

Agora, para 2023!

sábado, 19 de novembro de 2022

A imagem do dia


Estão a ver esta foto? Esta gente toda participou numa corrida para homenagear o Sebastian Vettel, na sua última corrida na Formula 1, neste sábado, em Abu Dhabi. Deram a pé uma volta ao circuito de Yas Marina, depois da qualificação.  Apareceram quase todos, até Stefano Domenicalli, o CEO da competição, deu uma perninha. 

Isto é para verem que ele é mesmo amado e irão sentir a sua falta. Não é todos os dias que se sente que os pilotos também são seres humanos e não pensam só na vitória a todo o custo, desumanizando-se pelo caminho. 

Formula 1 2022 - Ronda 22, Abu Dhabi (Qualificação)


E pronto, chegamos ao final de uma longa temporada. Do qual a Formula 1 pretende alargar ainda mais em 2023 - fala-se que haverá 24 corridas, mas a China poderá cair. Ainda se falou ligeiramente de um regresso de Portimão ao calendário, mas isso não tem muitas pernas para andar. Logo, se tudo confirmar, poderemos ter um abril inteiro sem Formula 1...

O mais interessante é que neste final de semana acontece o início do Mundial de futebol, no vizinho Qatar. Aliás, mal acabar a corrida e nos despedirmos de gente como Sebastian Vettel, Nicholas Latifi, Daniel Ricciardo e Mick Schumacher, rolará a bola num dos lugares mais estranhos onde assistir uma competição tão grande como essa...

Eu sei, vivemos tempos estranhos. Mas que querem? Quando o dinheiro arde nos bolsos e tudo tem um preço, temos coisas destas. 

Em Abu Dhabi, havia três equipas com objetivos diferentes: a Red Bull queria a primeira linha, a Mercedes queria voltar a ser como conseguiram em Interlagos, e a Ferrari queria o segundo lugar quer no mundial de pilotos, para Charles Leclerc, quer o de Construtores.

E claro, com os eventos de Interlagos, todos queriam saber se Max Verstappen iria ser cooperativo e ajudar Checo Perez a ficar com o vice-campeonato. Eles tinham dito que sim, haveria cooperação, mas já sabem: as pessoas querem ver fogo no cabaré.

Com o por do sol, começou a qualificação. De imediato, alguns carros foram para a pista e marcar os melhores tempos num asfalto que estava quente: 38 graus naquele início de noite! 

Nicholas Latifi foi o primeiro a sair e também a garantir volta rápida: 1.26,841. Logo a seguir, saem a Red Bull, a seguir, Ferrari e Mercedes seguiram-na, e depois, Alfa-Sauber, Alpine e McLaren. A pista passava a estar completa. E Max Verstappen marcou o seu tempo, com 1.24,754, suficiente para a Q2. Depois veio Checo e Sainz Jr a 0,3. Lewis Hamilton era um discreto sétimo, a 840 centésimos de Max. Distantes de Interlagos...

Mas pior, pior, era o meio do pelotão. Daniel Ricciardo e Fernando Alonso eram 14º e 15º, próximos de passarem a ver o resto do treino das boxes e explicarem à imprensa porque não estão ali na pista. Sebastian Vettel deu-se bem e avançou sem problemas, como o Alfa Romeo de Guanyou Zhou. No final, os azarados que ficaram para trás foram os Williams de Alex Albon e Nicholas Latifi - saída pela porta pequena - o Alfa Romeo de Valtteri Bottas, o Haas F1 de Kevin Magnussen e o Alpha Tauri de Pierre Gasly.


Chegados à Q2, o primeiro a sair foi Lewis, a falar que tinha problemas com os seus travões. A sua volta era 0,4 segundos mais lenta que George Russell. Aliás, depois, Vettel e Ocon andariam melhor que ele. Parecia que o seu lugar na Q3 estava em perigo... Porque depois apareceram Ferrari e Red Bull, que conseguiram melhores tempos que ele. E o melhor deles todos era Sergio Perez, que fazia 1.24,419. Vettel era quinto, depois dos Ferraris de Leclerc e Sainz Jr, e Max. Ocon e Norris também seguiram, e Ricciardo também, mesmo com as três posições de penalização...  

No final, entre os que ficaram de fora na última Q2 da temporada, ficaram o Haas F1 de Mick Schumacher, o Alpine de Fernando Alonso, o Aston Martin de Lance Stroll, o Alfa Romeo e Zhou e o Alpha Tauri de Yuki Tsunoda.

E assim, chegamos à Q3. A última do ano.  

Todos olhavam para os Red Bull, os melhores na pista. E se calhar alguns até apostavam que Perez fizesse uma gracinha e conseguisse uma pole, esfregando na cara dos apoiantes de "Super Max". Mas o neerlandês não deu chances a ninguém: 1.23,988. Vettel tentava entrar na pista antes dos outros, para ter a pista limpa e uma boa volta, e conseguiu o sétimo melhor tempo. Entrou nas boxes e assistiu à parte final.

Primeiro, era Leclerc, que fizera o melhor tempo, mas Sergio Perez estabeleceu 1.24,052 e eles monopolizaram a primeira linha da grelha. Mas a Ferrari monopolizava a segunda e relegava os Mercedes para a terceira. Norris era o melhor do resto   


No final, as declarações entre os pilotos da Red Bull falam sobre o que fizeram para lá chegar, e o que acontecerá amanhã.

Tivemos altos e baixos. Começou muito bem, mas no Q2 foi um pouco confuso, não sei bem explicar porquê. Com aquele jogo de pneus, não foi possível controlar a aderência, mas ainda bem que no Q3 foi um pouco mais tranquilo”, começou por dizer o bicampeão.

Estou muito satisfeito, quero vencer a corrida, mas, claro, espero que Checo [Pérez] termine em segundo. É um ótimo começo e espero que seja uma boa batalha amanhã para que, assim, possamos atingir nossos objetivos”, completou.

Acho que não conseguimos dar aquele passo final no Q3, e a nossa primeira volta também não foi boa, então ficamos um pouco atrás, mas é bom. É bom fechar a primeira fila amanhã, Max também fez um grande trabalho para mim, estávamos muito fortes nesta última volta. Ansioso para amanhã, que é o dia que importa”, declarou Checo, também no final da qualificação.

Claro, esperemos que Max seja mais cooperativo e ajude na luta pelo segundo lugar, contra Leclerc, que larga em terceiro, na frente de Sainz Jr e dos Mercedes. Vettel largará de nono na sua última corrida da carreira. 

Em suma, o que não falta são motivos para ver amanhã a corrida. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Noticias: BBC noticia mais mensagens entre Masi e Red Bull em Abu Dhabi


A BBC noticiou hoje que uma nova série de mensagens colocam uma sombra sobre a decisão do mundial de Formula 1 de 2021, e que a FIA está ao corrente do assunto, noticiando que essas conversas estão incluídas no inquérito que está a efetuar em relação ao comportamento de Michael Masi no GP de Abu Dhabi.

Segundo conta a cadeia de televisão britânica, durante a neutralização da corrida atrás do Safety Car, ouvem-se conversas da parte de Jonathan Wheatley, o diretor esportivo da Red Bull, a aconselhar Michael Masi, o chefe dos comissários desportivos, sobre como lidar com carros dobrados que estão na pista entre os líderes - neste caso, Lewis Hamilton e Max Verstappen, enquanto ele tenta organizar o reenicio da corrida antes da bandeira de xadrez.

Na comunicação, Wheatley afirma: "Esses carros dobrados; você não precisa deixá-los ir e alcançar a parte de trás do pelotão. Você só precisa deixá-los ir, e então temos uma corrida nas nossas mãos."

Masi responde: "Entendido".

Na altura, Verstappen tinha ido às boxes colocar pneus frescos enquanto Hamilton mantinha-se na pista com pneus usados. Quando regressou a corrida para uma última volta, este foi passado pelo neerlandês da Red Bull, que acabou por triunfar e conquistar o título mundial, diante dos protestos da Mercedes e de Toto Wolff.

Estas mensagens não tinham aparecido na transcrição que a Formula 1 tinha fornecido no dia 16 de dezembro, e aparentemente está a causar ainda mais pólvora entre aqueles que apoiam Hamilton e a Mercedes, afirmando que corrida para o título tinha sido manipulada a favor da Red Bull. A FIA disse que tudo isso está incluído na matéria que está a ser investigada, e cujas conclusões serão divulgadas na próxima segunda-feira. E é verdade: eles tem acesso a todas as comunicações dessa corrida, as públicas e as privadas, entre as boxes e a torre de controlo.

No final da corrida, a Mercedes colocou um protesto junto a FIA, mas no final desse dia, esta o rejeitou, confirmando o título mundial à Red Bull e a Verstappen. Parte-se do principio que as conclusões desse inquérito não afetarão os campeonatos, mas provavelmente afastarão Michael Masi do lugar de diretor da corrida, sendo substituído por alguém vindo de outra categoria da FIA.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

O que se passa nos bastidores da FIA?


As pessoas agitaram-se nesta quarta-feira quando alguém mostrou nas redes sociais o organigrama da FIA para os primeiros meses deste ano sem os nomes de Michael Masi e Nicholas Tombazis, o o chefe de assuntos técnicos da FIA. A imprensa britânica agarrou no assunto e afirmou que a saída poderá ter a ver com um acordo entre Mercedes e a entidade máxima do automobilismo, onde acordou o despedimento de Masi, em troca da continuidade de Lewis Hamilton para a temporada de 2022. 

Contudo, a Mercedes nega o assunto. Mas a FIA afirma que está a decorrer "uma investigação interna", que está a ser conduzido por Peter Bayer, secretário-geral para o automobilismo, cujas conclusões serão divulgadas a 3 de fevereiro.  

A BBC aproveitou para informar na terça-feira que uma “fonte superior” lhes revelou que a Mercedes “desistiu do seu apelo contra os resultados da corrida depois de ter acordado um acordo de 'quid pro quo' com a FIA”, e que: “este acordo significa que Masi e o chefe de assuntos técnicos da FIA, Nikolas Tombazis, deixariam de estar nas suas posições para a época de 2022”. E porquê Tombazis, o ex-projetista da Ferrari, de fora? Porque foi ele que aprovou o regulamento técnico que fez os Flechas de Prata perderem a vantagem que tinham a favor da Red Bull.

E é por isso que Hamilton ainda não decidiu a sua continuidade, afirmando que perdeu a confiança pelo orgão que regula o automobilismo, e que confia no seu novo presidente, Mohammed Ben Suleyman, para que haja "cabeças cortadas". E também é por isso que se explica todo este silêncio, apesar do presidente da FIA ter tentado ligar para ele nos dias a seguir à sua eleição.

Mas também existe outro problema premente: caso se decida pelo despedimento de Masi, não há um substituto "de imediato" para o lugar, e esse problema tem de ser resolvido de imediato, porque a primeira corrida do ano é a 20 de março, no Bahrein. Claro, há possíveis substitutos, e ambos oriundos da Peninsula Ibérica: a espanhola Silvia Bellot, diretora de provas da Fórmula 2 e comissária desportiva da Formula 1 em algumas provas, e o português Eduardo Freitas, que é o diretor de corrida no Mundial de Endurance (WEC) e nas 24 Horas de Le Mans. Contudo, há quem não creia que a nova administração faça uma alteração tão brusca como fez em 2019, quando Charlie Whitting, o anterior diretor de corrida, morreu em Melbourne, a poucos dias do GP australiano. 

Contudo, Toto Wolff disse que problema maior não é só a mudança de cabeças: é o próprio sistema que precisa de ser mudado. Como disse em Abu Dhabi. “Não é apenas uma decisão de mudar o diretor de corrida; todo o sistema de tomada de decisão precisa ser melhorado. O diretor de corrida certamente está sob grande pressão e parte disso se deve às nossas próprias falhas”. 

E uma das decisões que se espera é que o diretor de corrida não mais receba comunicação vinda das equipas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Noticias: Latifi "chocado" com as ameaças por causa de Abu Dhabi


Nicholas Latifi entrou na história da Formula 1 pelas piores razões no GP da Abu Dhabi, por causa do acidente que sofreu a seis voltas do final, e desde então, para além das comparações com Timo Glock, por causa do que aconteceu no GP do Brasil de 2008, tem sofrido porque muitos, fãs de Lewis Hamilton, o terem acusado de provocar o acidente.

Agora, dez dias depois da corrida, Latifi publicou no seu site oficial uma longa carta, não só pedindo desculpas pelo incidente, mas condenando as ameaças de morte que sofreu nos dias seguintes. 

"Eu fiquei longe das redes sociais [de propósito] para deixar as coisas se acalmarem depois dos eventos da última corrida." começou por dizer.

"Muito se falou sobre a situação que surgiu depois do meu abandono em Abu Dhabi. Recebi milhares de mensagens em minhas contas nas redes sociais - publicamente e via DMs [mensagens diretas]. A maioria me deu apoio, mas tem havido muito ódio e abuso também. Tenho tentado descobrir a melhor maneira de lidar com isso. Devo ignorar e continuar? Ou devo resolver e resolver o problema maior que infelizmente é uma realidade quando você usa as redes sociais?", continuou

"Esta não é uma declaração pré-programada, mas sim eu mesmo falando o que penso na esperança de que isso talvez desencadeie outra conversa sobre o "bullying" online e as consequências drásticas que pode ter nas pessoas. Usar as redes sociais como canais para atacar alguém com mensagens de ódio, abuso e ameaças de violência é chocante - e algo que estou chamando”.

Latifi aceitou o facto que, como um "desportista que compete no cenário mundial", esperava críticas depois do que tinha acontecido, mas disse que o que lhe chocou mais foi "o tom extremo do ódio, dos abusos e até das ameaças de morte que recebi". E afirmou que "essas pessoas não são verdadeiros fãs da modalidade."

Depois de ter pedido desculpas "a um grupo de pessoas a quem eu precisava me desculpar pelo meu abandono: a minha equipa", prosseguiu agradecendo todas as mensagens de apoio que recebeu e esperar que estas denuncias de "bullying" ajudem a melhor o comportamento entre os fãs no futuro. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

A experiência de Pato O'Ward


O mexicano Patricio (Pato) O'Ward, um dos valores em ascensão da IndyCar, teve a recompensa de testar um McLaren MCL35 em Abu Dhabi dpeois da boa temporada que fez este ano. E na segunda-feira, deu 78 voltas a bordo do carro e ficou impressionado com as sensações que teve a bordo do bólido, que afirmou nada ter a ver com o carro da IndyCar.

E foi o isso que disse, quando saiu do carro:

Que carro. Fiquei bastante impressionado com o que o carro é capaz de fazer nas curvas rápidas. Estava à espera de algo ridículo, mas isto vai para além de ridículo. Posso falar pelo meu pescoço (risos)… estava a lutar para manter a cabeça no lugar.", começou por dizer.

 "As minhas limitações para ir para mais depressa com os pneus macios no final, teve mais a ver com não conseguir ver por ia nas curvas rápidas. Era tanta a carga sobre a minha cabeça que não conseguia segurar e olhar na direção certa. Foi mesmo muito fixe e estou contente com aquilo que consegui fazer. Senti-me bem com o carro e consegui ser rápido nalgumas zonas, por certo há coisas que virão com o tempo, ainda me estou a acostumar, mas estou feliz, muito feliz”, afirmou. 

O'Ward, de 22 anos, conquistou duas vitórias em 2021, e ficou no terceiro lugar no campeonato, para além de um quarto posto nas 500 Milhas de Indianápolis deste ano, vencidas por Hélio Castro Neves. Tudo a bordo do Arrow McLaren Schmidt-Peterson, a equipa que a McLaren tem na IndyCar, e que lhe prometeu este teste e caso de vitória.

O mexicano gostou do teste e afirmou que com isto, se sente um pouco "em casa".

Isto significa que estou a acrescentar ao legado de algo que já é tão especial. Deixa-me orgulhoso por saber que faço parte de um grupo tão grande de pessoas, de uma equipa tão grande. Na McLaren sente-se como se estivesse em casa.

Pato O'Ward continua em 2022 na IndyCar ao lado do sueco Felix Rosenqvist

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Youtube Formula 1 Video: As comunicações de Abu Dhabi

Abu Dhabi decidiu tudo, e nesse final de semana, o pessoal da Formula 1 fez uma seleção de comunicações dos pilotos ao longo do final de semana. Houve alegria, risos, insultos, espanto e derrotas, mas uma coisa não podemos queixar: nada disto é aborrecido.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Nicholas Latifi, o novo Timo Glock


Nicholas Latifi tornou-se no centro de todas as atenções... especialmente as indesejadas. A cinco voltas do fim, depois de uma briga com Mick Schumacher, ele bateu o seu Williams num das curvas, causando a entrada do Safety Car. E como na altura, Lewis Hamilton estava com cerca de onze segundos de diferença para Max Verstappen, e este ter trocado de pneus para o atacar quando o Safety Car se retirasse. O que aconteceu na volta final, e Max atacou Lewis para vencer a corrida, e ficar com o campeonato.

Comparado com Timo Glock, o piloto que perdeu posições na disputa pelo título de 2008 no Brasil, entregando o campeonato a... Lewis Hamilton, o piloto da Williams está a ser hostilizado nas redes sociais nas últimas 24 horas e desculpou-se pelo erro cometido. 

"Nunca foi minha intenção e só posso me desculpar por influenciar e criar uma oportunidade. Eu cometi um erro.", disse o piloto canadiano à espn.com

Ele acrescentou: "Estávamos realmente lutando para ter aderência na próxima sequência de curvas e, especialmente, onde acabei saindo. Aquele tem sido uma curva complicada para mim durante todo o fim-de-semana, por isso pneus sujos, ar sujo e cometi um erro."

"Não estava ciente da situação da corrida até então. Obviamente, nunca foi minha intenção influenciar isso inadvertidamente, mas cometi um erro e estraguei a minha própria corrida."

Foi uma corrida dura, em que lutámos pelo ritmo, no final do Grande Prémio eu estava a lutar com o Mick Schumacher e fui forçado a uma saída ligeiramente larga, mas justa, na curva nove. Os meus pneus sujaram-se ao passar por fora da pista e posteriormente cometi um erro e, infelizmente, despistei-me. Isto obviamente não era como eu queria terminar a época, por isso é dececionante”, concluiu.

Para piorar as coisas, Lattifi ainda recebeu elogios de Christian Horner, que agradeceu pela sua intervenção involuntária para a decisão do título... e prometeu uma provisão vitalícia de Red Bull.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 23, Abu Dhabi (Corrida)


Daqui, não podiam passar. Hoje, decidia-se tudo - tem de ser, dentro de três semanas estamos em 2022... - e hoje saberemos que tipo de história será escrita. O de um piloto que alcançará oito títulos, algo inédito na Formula 1, ou alguém que, depois de oito anos de domínio Mercedes, bateu um piloto dessa equipa, com as mesmas armas do adversário. Foram 22 corridas, na temporada mais longa da história da Formula 1, e onde de março a dezembro, ficamos amarrados nos ecrãs neste duelo ao segundo entre dois excelentes pilotos, muito velozes e consistentes. Um duelo para entrar na história.

Mas em dia de despedidas - de Kimi Raikkonen, da Honda, de Antonio Giovinazzi - a primeira novidade do dia foi saber que Mikita Mazepin acusou positivo à CoVid-19 e apenas 21 pilotos iriam alinhar na corrida de hoje. 

E falavam-se de estratégias, especialmente para Verstappen, que largava com moles: trocar para duros entre a volta 18 e a 22, e voltar para médios vinte voltas dpeois, na 42, ou então, um plano B, onde pararia para duro entre a volta 13 e 20, e continuaria com eles até à meta. Quanto a Hamilton, que partida de médios, provavelmente ficaria mais tempo, trocando de pneu médio para duro entre as voltas 19 e 26, e um plano B, com duas paragens: troca de pneu médio para duro entre as voltas 17 e 23 e troca de duro para médio entre as voltas 36 e 43.


Com o sol a pôr-se, o autódromo ficou ao rubro com os carros a rolarem para a volta de aquecimento. E na partida, Hamilton largou muito bem e ficou na frente, até que a meio da primeira volta, Verstappen tentou de novo passá-lo. Ficaram lado a lado, tocam-se e o britanico teve de ir para a escapatória. Contudo, manteve-se na frente, e apesar disso, foi uma manobra... legal. Com isso, Hamilton estava na frente, com uma vantagem de 1,4 segundos.

Lentamente, com o passar das voltas, o britânico foi para a frente, ganhando mais um segundo, enquanto Verstappen começava a queixar-se da degradação dos pneus traseiros. Cerca da volta dez, 4,3 segundos separavam Lewis de Max. Pouco depois, Max trocou para duros, mesma coisa que Max, e as posições se mantiveram. Na frente estava Sergio Perez, determinado a ficar por lá o mais tempo possivel.

Na volta 19, Hamilton já estava na traseira de Perez, com o mexicano a fazer o impossível para se defender. Durou volta e meia, mas serviu perfeitamente para que Verstappen apanhar o britânico, fazendo baixar a vantagem de Hamilton para cerca de dois segundos. O seu companheiro disse que ele "era uma lenda!"

As coisas agora estão na parte da gestão. Apesar de Hamilton ser o mais veloz, ele não fugia de Verstappen, que apesar de ser mais lento, as diferenças eram mínimas. E pela volta 27, Kimi Raikkonen teve problemas de travões e bateu no muro. Um final melancólico para o longevo finlandês. Quase ao mesmo tempo, George Russell também saída da Williams... pela porta pequena.

As coisas estavam numa espécie de impasse, mas Hamilton parecia ter a situação controlada. A vantagem tinha aumentado para cinco segundos, e todos sabiam como será a segunda paragem. Mas isso na volta 34 parecia que iria mudar um pouco com o Virtual Safety Car por causa da paragem de Antonio Giovinazzi em zona proibida. Verstappen foi para as boxes, meter duros, enquanto Hamilton... não, ficou na pista. Tática que será decisiva?

Quando regressou, Hamilton começou a ganhar segundos, esperando que a sua frescura seja suficiente para apanhar o britânico. Quase um segundo por volta, o neerlandês da Red Bull chegava-se à sua traseira, e a emoção subia. Mas a dez voltas do final, a diferença era de 11.5 segundos. Já não havia tempo. Como diziam os brasileiros, "esta festa virou um enterro".

Mas... a cinco voltas do fim, Nicholas Lattifi bateu forte e o Safty Car foi obrigado a entrar para tirar o piloto da Williams. E do enterro... o mundo inteiro ficou com os olhos postos no ecrã. A corrida, que tinha tudo para cair nas mãos de Hamilton, voltava a estaca zero. Verstappen meteu moles, para apanhar Hamilton num recomeço que esperavam que aconteceria nas duas voltas finais, e Hamilton manteve-se na pista, confiando que aqueles pneus aguentariam até ao ataque final de Max... se acontecesse.

Carro retirado, a Mercedes queria que Max não passasse os carros dobrados, para ter o maior espaço possível. Mas Michael Masi disse que ele poderia ficar atrás de Hamilton, e assim o fez. 

E a uma volta do fim, a corrida recomeçou. Todo o campeonato estaria concentrado naquele momento. Todas aquelas 22 corridas. Todos os erros, ultrapassagens, decisões estratégicas, corridas que não aconteceram. Shakir, Baku, Silverstone, Spa-Francochamps, todos aqueles momentos... tudo estava concentrado naquela última volta.

Max ao ataque, e na primeira oportunidade, ele passou. Intimidante, mas limpo. Hamilton atacou, usando a asa móvel, andando no limite, mas o neerlandês defende-se bem, usando a melhor linha. Atacou uma segunda vez, mas Max aguentou esses ataques. Depois, Hamilton abdicou, o piloto da Red Bull avançou e na meta, cruzou em primeiro lugar. Campeão do mundo. E porque liderou na volta decisiva. Como... Hamilton, em 2008, que (não) liderou, mas conseguiu o ponto que precisava para ser campeão do mundo na última curva da última volta. 


E acabou. Em festa. Hamilton e Max cumprimentaram-se, como bons desportistas que são. O neerlandês entrava na história, não só o campeão que merecia ser, mas como ele conseguiu bater Lewis Hamilton, sendo ele o piloto com a melhor máquina. E a Red Bull conseguiu ainda melhor: foi a equipa que interrompeu o domínio dos Mercedes, que perdurava desde 2014. E na última corrida da Honda da Formula 1 - nos próximos tempos.

Foi duro, longo e exaustivo. Qualquer um deles ficaria bem com o ceptro, e no final, foi decidido da maneira que todos queriam. A começar pela Netflix... mas lá está: é um campeonato para a História.     

sábado, 11 de dezembro de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 23, Abu Dhabi (Qualificação)


E agora, o momento que todos esperavam: a ronda final do campeonato do mundo de Formula 1 de 2021. Em Abu Dhabi, cujo circuito foi modificado de forma a parecer menos chato que era antes, e que recebeu uma extensão do seu contato até 2030, a competição vive um momento onde os dois primeiros estão empatados em pontos - embora, depois do que se viu em Jeddah, se calhar houve um cheiro de artificialidade - e agora, as tensões estão ao rubro. E claro, de uma maneira ou outra, poderá ser mercada história. Se Hamilton ganhar, será o oitavo título. E o recordista de títulos, o "Greastest of All Time" (GOAT) e para os britânicos, a sensação de que a Formula 1 é a sua coutada. 

Mas se o vencedor for Max Verstappen, as coisas seriam diferentes. Se for ele o vencedor, não só seria uma estreia, como passaria para a história como alguém que bateu Hamilton e terminou com uma era que se arrasta desde 2014, com a introdução dos motores híbridos. E não falo só no Hamilton - Nico Rosberg levou a melhor em 2016 - mas sobretudo, é a Mercedes que foi batida. E isso sria uma mensagem poderosa, ainda por cima, no inicio de uma nova era, com pneus de 18 polegadas, mais cinco que atualmente, e modificações no chassis do qual não sabemos se implicará a continuidade da batalha, um novo domínio da Mercedes ou a entrada de algum novo ator em cena.

Nada disso sabemos. Apenas poderemos especular para o ano, porque agora queremos saber como isto acabará. Este ano perigoso, onde as emoções subiram cada vez mais ao ponto de ebulição. E por causa disso que os "sheiks" abrem os cordões à bolsa, não importa que os seus circuitos sejam sem sabor.


Nas Arábias, a qualificação começa no lusco-fusco, ou seja, depois do por do sol. Claro, em Abu Dhabi é um pouco diferente, porque gostam do por do sol, que dá belas paisagens para as câmaras. Todos saiam das boxes com os moles calçados, e depois do primeiro milho para os pardais, antes de Max Verstappen marcar 1.23,680, na sua primeira passagem pela pista. Hamilton reagiu fazendo um tempo 414 centésimos mais veloz que o piloto neerlandês, reforçado pelo segundo tempo de Valtteri Bottas, 101 centésimos melhor que o piloto da Red Bull. 

A sessão ficou momentaneamente interrompida quando Mick Schumacher arrancou um os cones da pista e ainda sobrou para Lando Norris, que levou com ele que estava no meio da pista. Cone recolhido rapidamente, e a sessão prosseguiu com Hamilton a fazer 1.22.845, para marcar presença na pista. Se Hamilton estava na frente, controlando tudo, atrás, Kimi Raikkonen, os Williams de Nicholas Latifi e George Russell, e os Haas de Nikita Mazepin e Mick Schumacher. Tudo normal, portanto.

Para a Q2, a Red Bull decidiu mudar de tática. Com todos a usar os médios, Max Verstappen e Sergio Perez decidiram usar os moles para tentarem uma tática diferente para superar os Flechas de Prata. Mas os primeiros a marcarem tempo foram Hamilton, que fez 1.23,185, quatro milésimos mais veloz que Max, na sua primeira tentativa. Valtteri Bottas fez o terceiro melhor tempo, 85 centésimos mais lento dos os dois postulantes ao título.

Inesperadamente, com os moles, Carlos Sainz Jr. sobe ao topo da tabela, fazendo 1.23,174, antes de um momento de pausa, porque todos se concentraram nos minutos finais, para fazer a sua volta.    

No final, os Red Bull acabaram por ser melhores, mas por largar de moles, poderiam ter talvez sacrificado a corrida. Max estava na frente de Sergio Perez, com 1.22,800 do neerlandês e Hamilton era terceiro, nada atrás - 1.23,145, mas com médios. Bottas era sexto, também com médios, e Tsunoda era oitavo, o outro com médios.

Entre os que ficaram de fora, foram os Aston Martin, Fernando Alonso, Pierre Gasly e o Alfa-Sauber de Antonio Giovinazzi,


E vamos para o último Q3 do ano. Doze minutos para definir o "top ten", e claro, saber como é que andarão agora na pista. E Max começava bem, com 1.22,109, mais de meio segundo sobre Hamilton, graças aos moles. Hamilton começou a reagir com 1.22,660. Mas depois, descobriu-se a careca: Perez tinha sacrificado a sua volta, fazendo-lhe slipstream para que Max pudesse andar mais depressa. E no meio disto tudo, Yuki Tsunoda fez P3... que foi apagado porque excedeu os limites de pista. Bom demais para ser verdade.

E claro, para o final, ambos saem juntos: Perez-Max, Bottas-Hamilton. Taco a taco, os companheiros a sacrificarem para os galos de combate. Contudo, Hamilton faz 1.22,460 e não conseguiu superar Max. Ele não melhorou, mas a última pole do ano era da Red Bull. E muitos diziam que poderia ser um passeio da Mercedes... contudo, eles usaram os moles, e isso tem outras vantagens que os médios. Já o terceiro era Lando Norris, no seu McLaren.

E os dois largam lado a lado. Vai ser interessante acordar cedo.  


No final, havia uma coisa boa para amanhã: com Red Bull a largar de moles, eles tinham maior aderência no inicio da corrida, mas os seus pneus degradar-se-iam antes, porque os médios aguentariam mais tempo. E eram esses os pneus que a Mercedes iriam usar. Perder hoje para ganhar amanhã? Provavelmente.