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domingo, 5 de novembro de 2017

Youtube Rally Experience: O Proton Iriz R5

A Proton é uma das marcas que está a construir o seu modelo para a categoria R5, que cada vez mais está preenchida com várias marcas, desde a Skoda até à Ford, passando pela Citroen, e agora a Volkswagen, com o Polo, e a Hyundai, com o i30. Nestes últimos dias, Marcus Gronholm, duas vezes campeão do mundo, esteve na Grã-Bretanha para testar o novo carro.

"Sim, pilotei o carro, mas não posso dizer muito mais, foi um teste privado, mas que foi muito bom”, disse Gronholm, não adiantando muito sobre o que foi e onde foi o teste. 

Chris Mellors, líder da MEM, a preparadora responsável pelo desenvolvimento do Proton, ficou muito satisfeito com a passagem de Gronholm pelo carro.

Estou muito satisfeitos com o trabalho feito pelo Marcus. Ele pilotou o dia todo e detetou várias coisas que precisamos de melhorar. Ter uma pessoa como ele a pilotar o nosso carro, que ainda não completou 1000 quilómetros de testes, e dar-nos um feedback tão bom é encorajador. Espero poder repetir esta experiência no futuro”.

A Proton espera que o seu carro possa ser homologado em 2018, para poderem começar a construir exemplares para as várias competições existentes um pouco por toda a Europa.

Neste video, mostra-se o Proton Iriz em julho, durante o Festival de Goodwood.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O legado de Dany Bahar

As noticias sobre o despedimento de Dany Bahar não surpreenderam ninguém. Aliás, como se sabe, quando as noticias sobre a sua venda da Proton à DRB-Hicom, no inicio de março, sabia-se que os dias de Bahar à frente da direção da Lotus Cars estavam contados. As centenas de milhões de euros que foram gastos em projetos sem nexo e sem resultados visiveis, para não falar da personalidade do próprio Bahar, levaram a este desfecho.

A razão porque volto a bater no ceguinho é devido ao post que o Joe Saward escreve hoje no seu blog, a partir de Montreal, onde anda a acompanhar o GP do Canadá. Ele afirma, provavelmente com uma ponta de pena, que Bahar pode passar à história como "o homem que matou a Lotus", comparando-o a Lee Harvey Oswald, o homem que estourou os miolos a John Kennedy, em Dallas, naquele já distante 22 de novembro de 1963. E mesmo que Saward seja uma personalidade suspeita - Bahar acusava-o de ter interesses na Caterham - não deixa de ser certeiro e cruel na sua análise:

"Suspeito que quando se fizer a História deste período, ele [Dany Bahar] assegurou para si mesmo o papel do homem que matou a Lotus - uma nota de rodapé na História como Nathuram Godse [o homem que matou Mahatma Ghandi a 30 de janeiro de 1948] ou James Earl Ray. Talvez o mais adequado seja dizer que foi 'o homem que ajudou a matar a Lotus', porque atrás da personlidade de Bahar estiveram pessoas que deveriam conhecê-lo melhor, que tinham responsabilidades aos contribuintes malaios, que veiram o seu dinheiro desperdiçado em esquemas manhosos

E foi um esquema manhoso desde o seu começo. Para mim, Bahar foi um Ícaro automotivo, que voou inconscientemente para o Sol com um balão de ar quente rodeado por bandos de "yes-men".  As asas desde veículo irreal derreteram-se e como seria de esperar, esmagou-se contra o chão. Resta saber o resultado deste impacto no solo. O seu contrato era um paraquedas de milhões, mas tenho a sensação de que também irá falhar. Se ainda pensa que irá ser pago, é melhor permanecer quieto... 

As más noticias disto tudo é que Bahar causou danos irreparáveis à marca Lotus, que se tornou numa anedota nos circulos automotívos. Os malaios pensam que ainda vão a tempo de a salvar, mas agora creio que já seja demasiado tarde. Tony Fernandes, que lutou pelo seu nome há cerca de um ano, já não quer mais, pois decidiu seguir um caminho diferente para alcançar os seus fins. O mais estranho é que agora, existem diversas entidades que tem o direito - e a licença - de usar o nome da Lotus. Talvez Gerard Lopez pode pegar na marca e transformá-lo em algo credível, mas creio que o melhor que pode esperar é transformar em marketing para a sua equipa."

O que Joe Saward escreve hoje é absolutamente verdadeiro: não me recordo de ler em parte alguma, ao longo destes dois anos e pouco, qualquer nota positiva sobre Bahar. E li diversas fontes e publicações do mundo automóvel, quer em termos de corridas, quer em termos de comércio e industria, onde todos falavam da estranha personalidade de Bahar e dos seus comportamentos excêntricos. A americana Jalopnik, por exemplo, contou em novembro de 201o a história de um "encontro imediato do terceiro grau" com Bahar num salão automóvel em Los Angeles e a sua reação extemporânea quando lhe criticaram o facto de ter mandado às malvas o conceito do seu fundador, Colin Chapman: de acrescentar leveza à simplicidade.

Para não falar de, claro, daquele desastre de relações públicas que aconteceu no Facebook há dois meses. Ainda hoje tenho a certeza que foi ele que escreveu aquele malfadado comunicado. Acho que tenho de concordar com toda a gente que, de facto, Dany Bahar vai passar à história como o homem que matou a Lotus. Seria cómico, se não fosse trágico.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

5ª Coluna: O final inevitável de uma relação arruinada

Passou algo despercebido nas noticias: no final da semana passada, a Lotus anunciou que o seu "chairman", Dany Bahar, fora suspenso das suas funções como dirigente do Grupo Lotus devido à sua "conduta". Bahar, de 41 anos e dirigente da companhia desde o final de 2009, vindo da Ferrari, tinha chegado lá com planos para transformar a companhia fundada por Colin Chapman de alto a baixo, que passava pelo regresso no nome ao desporto automóvel, até a uma nova linha de superdesportivos de estrada, recuperando os velhos nomes do passado. E para isso, tinha convencido os investidores malaios a darem um grande financiamento com o objetivo de transformar a marca de alto a baixo. 

Contudo, a pose de Bahar ao longo deste tempo todo foi, como sabemos, comprando guerras com toda a gente. Já tinha sido assim nos sítios onde tinha passado - primeiro na Red Bull, depois na Ferrari, como sendo diretor do departamento de marketing - e a mais mediática de todas estas guerras foi a que teve contra Tony Fernandes em 2010 pelo direito de ter o nome "Team Lotus" na Formula 1. O assunto foi resolvido fora dos tribunais, depois de Fernandes ter-lhe sido dada razão nos direitos para obter o nome, provenientes de David Hunt, que por sua vez tinha comprado da Peter Collins e Peter Wright em 1990, que tinham ficado com a equipa de Formula 1 depois da familia Chapman ter cedido os seus direitos.

Bahar tinha planos enormes: colocar a marca Lotus em tudo que tinha quatro rodas e um volante, desde a Formula 1 até ao karting (!) ao mesmo tempo que fazia modelos de estrada. Mais do que um modelo, para ser mais preciso. Mas para que uma coisa dessas desse resultados, os seus financiadores tinham de ter uma confiança cega no seu projeto. Apesar dos seus financiadores saberem do seu passado quer na Ferrari, quer na Red Bull, o seu estilo de governação ainda não os tinha assustado suficientemente para o remover dali. Para piorar as coisas, Bahar tem um estilo ao mesmo tempo sedutor e megalomaníaco, e eles acharam que apostar todas as cartas em todas as frentes poderia ser a merlhor coisa que se poderia fazer para a marca.

Para piorar as coisas, Bahar, em vez de abraçar com toda a força a herança de Colin Chapman, de carros pequenos, leves e velozes, fez exactamente o contrário. A sua agenda pessoal era pura e simplesmente pegar na Lotus e a transformar uma "Ferrari inglesa", deitando fora tudo o que foi feito atrás. E claro, fazer uma coisa dessas em tempos como estes, era uma opção que iria sair muito caro. E a escala dessa ambição louca se viu quando se apresentou a "nova Lotus" no Salão de Paris, em setembro de 2010: cinco modelos de automóveis, todos a serem feitos ate 2015. Numa era onde o dinheiro não é muito e onde o mercado dos super-desportivos anda cheio de modelos destes e afins, e onde também a McLaren demorou algum tempo e gastou muito dinheiro para construir o seu modelo MP4-12C, ver cinco modelos a serem construidos num curto espaço de tempo parecia ser incrivelmente louco. Ou tinha fundos infinitos, ou os seus investidores confiavam cegamente em Bahar.  

Contudo, quando no inicio deste anos, o governo malaio decidiu vender a Proton - que por si mesma já era deficitária - também serviu para se livrar do "ativo tóxico" que já se tinha tornado Dany Bahar. Já se tinha visto como é que os mais de oitenta milhões de dólares emprestados pelos bancos locais, com a garantia do próprio governo, tinham sido gastos, com projetos que tinham pouco ou nenhum retorno, a curto prazo, desde os patrocinios a tudo que tinha quatro rodas e um volante - GP2, GP3, Endurance, até um programa de GT nos ralis - até, claro, no projeto dos motores preparados pela Judd para a IndyCar e que resultou naquilo que sabemos. Mas também parece que esse dinheiro foi também usado para... renovar as instalações de Hethel, sede da companhia. Ou seja: o dinheiro serviu para tudo menos aquilo que deveria ser feito.

Claro, nesta altura, escusado será afirmar "eu bem avisei", porque de uma certa forma a marca tornou-se na maior vítima dos planos loucos de um homem. O pior é que quem irá sofrer será a região de Norwich, local onde está instalada a fábrica da Lotus. Com noticias cada vez mais iminentes de venda ou de insolvência, o futuro tornou-se incerto. E provavelmente Colin Chapman, onde quer que esteja, estará a fazer o seu melhor para que se transforme no novo Polo Norte magnético, de tanto que se revira no seu túmulo...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O fim do patrocinio da Lotus à Lotus, ou o final triste de uma farsa

Anunciou-se hoje, via a Autosport britânica, que a Lotus Cars vai deixar de patrocinar a equipa... Lotus, ex-Renault. Mas contudo, irá manter o nome da marca até, pelo menos, o final da temporada de 2012. Esta noticia é a consequência de duas coisas: os novos proprietários da Lotus decidiram colocar um travão nos planos megalómanos de Dany Bahar de colocar o nome da marca fundada por Colin Chapman em tudo que é canto, e segundo - que é uma consequência do primeiro - que já não há mais dinheiro para financiar tudo isto.

Quando digo "tudo isto", a lista é enorme: Formula 1, Ralis, Le Mans Series, Indy Car Series, GP2, GP3 e Formula 3. E é só no lado da competição, porque no lado dos carros de estrada, há mais cinco modelos de super-carros, numa aposta de Bahar para reavivar a marca, com novos modelos de velhos nomes: Esprit, Elite,  Elise, Elan e Eterne. Cinco modelos diferentes de uma marca que não vende mais do que 2500 carros por ano, podem imaginar a megalomania que Bahar e os seus apaniguados têm nas suas cabeças.

Com a venda da estatal Proton, no inicio de março, para novos proprietários, os primeiros sinais de aviso tinham vindo de lá, quando se colocou uma moratória de três meses, obrigatória na lei malaia, para que suspendesse o desenvolvimento de projetos novos, e isso implicava que, por exemplo, os carros de estrada sofressem um atraso no seu desenvolvimento. Por exemplo, o Esprit, que se esperava estar pronto para venda em 2013, provavelmente só estará pronto em meados de 2014.

Aos poucos e poucos, a Lotus paga o preço das megalomanias de Bahar. Os novos proprietários podem não estar muito interessados em ter a marca inglesa, ou pelo menos, tentar refrear as loucuras de Bahar. Sem dúvida que o governo malaio livrou-se de uma "batata quente", que se tornara a Lotus, com as lutas em tribinal entre Bahar e Tony Fernandes para ver quem é que era o legítimo dono dos direitos do nome "Team Lotus". Fernandes ganhou, mas a consequência foi que vendeu os direitos a Bahar. Fernandes ficou com a Caterham e tenta ser feliz dessa maneira.

Quanto à equipa da Formula 1 - que vou chamar de Genii - essa continuará. Provavelmente sobre outro nome, com um Gerard Lopez tão viscoso como muita gente é nesse meio, deverá arranjar outro multimilionário sem muito com que fazer, mas com muito dinheiro no bolso. Russo, árabe, cazaque... a sua equipa está disponivel pelo melhor preço. Ou então, alguma marca de automóveis.

Em relação a Bahar, ou sobrevive e começa a ser mais comedido, ou então os novos proprietários tratam de arranjar os milhões necessários para o despedir. Pode ser que recuperem algum ao vender a Lotus a preço de saldo. E quanto à luta "Lotus vs Lotus"... digamos que foi um filme com muitos elementos de comédia, mas com um final de farsa. Como dizia alguém: "o túmulo de Colin Chapman deve ser o novo Polo Norte magnético, de tantas vezes que ele se revirou na sua tumba."  

quarta-feira, 7 de março de 2012

O futuro - negro? - do Grupo Lotus

Confesso que depois da história da luta "Lotus vs Lotus" ter sido resolvida, não falei quase nada da nova Lotus  e de Dany Bahar. Mas ao ler atentamente as noticias, sabia que as coisas entre ele e a Proton não andavam lá muito bem, e que os planos loucos de expansão em termos automotivos - desde a construção de cinco modelos ao mesmo tempo até colocar o nome Lotus em tudo que é categoria - iriam fazer com que, mais cedo ou mais tarde, o balão rebenteasse. E pode ter acontecido agora mesmo.

Digo isto porque, na mesma semana em que decorre o Salão automóvel de Genebra, surgiram noticias de que o desenvolvimento dos novos modelos da marca - Esprit, Exige, Elan - foi congelada pelo menos durante três meses devido ao facto da Proton estar a ser vendida pelo estado malaio para se livrar do prejuízo que ela se tornou. A Proton tornou-se agora propriedade do conglomerado industrial DRB-Hicom, depois desta ter comprado 42,7 por cento das acções pertencentes ao estado, e ter comprado mais sete por cento ao mercado.

E segundo a revista britânica evo, os novos proprietários podem não estar tão interessados como esteve a Proton há dois anos, quando aprovaram o "plano quinquenal" de Bahar, e daí que ele foi esta semana para Kuala Lumpur para os convencer que o seu plano é o melhor para reavivar a marca. "Este período difícil para a Lotus acabará no final de março, que é quando saberemos se a DRB-Hicom irá manter com o nosso plano de negócio. Estou esperançado que sim, mas acho que as hipótese são de 50/50", afirmou.  

Desde há muito tempo que há dúvidas sobre os planos demasiado expansionistas de Bahar em relação à marca fundada por Colin Chapman, quer em termos de automobilismo, quer em termos de carros de estrada. A ideia dele de fazer uma "Ferrari britânica", num mercado demasiado cheio de marcas, e ainda por cima, com as vendas a decrescerem no Reino Unido, é considerada pelos críticos como louca, e suspeita-se que ele fez isso à custa dos dinheiros malaios. Agora que a Proton já viu o buraco onde se meteu e também com os prejuízos da casa-mãe, conhecidos recentemente, provavelmente vender a marca - e as suas fábricas - a outro grupo pode ser a melhor maneira de se livrar de Bahar sem pagar o dinheiro da indemnização.

Contudo, a revista evo conta alguns desenvolvimentos interessantes: o Esprit, do qual já havia 400 encomendas ordenadas, e que deveria estar na estrada em meados de 2013, viu a sua apresentação adiada para 2014, enquanto que o Exige e o Evore GTE também virão a sua comercialização adiada. Mas mesmo com isto, eles não param: a Lotus quer abrir uma loja na chique Regent Street e vai ser a marca que patrocinará, em julho, a Goodwood Festival of Speed. Haverá dinheiro para tudo isto?

domingo, 22 de janeiro de 2012

Rumor do dia: Proton no WRC em 2013?

A Proton esteve este ano no Rali de Monte Carlo de forma oficial na classe SWRC, mas parece que a sua presença poderá ser mais do que uma participação para conseguir bons resultados nessa classe. Pode ser até um desbravar de caminho para que na próxima temporada poderem estar na classe principal, fazendo companhia à Citroen, Ford, Mini e Volkswagen. 

"A Proton é um fabricante jovem e ambicioso mas de momento estamos focados na defesa do título Ásia Pacífico e no SWRC, sem perder de vista o futuro. Nada está decidido, mas temos estado em contacto com a fábrica para a construção de um carro novo.", referiu Chris Mellors, o responsável máximo da marca à Autosport britânica. 

A construtora malaia, que corre com o modelo Satria Neo, colocou dois carros para este rali, corridos pelo italiano Giandomenico Basso, pelo sueco Per-Gunnar Andersson, e ambos não chegaram ao fim, apesar do bom desempenho do piloto sueco nas classificativas monegascas. 

No próximo rali, em terras suecas, terão o escocês Alistair McRae e o austrialiano Chris Atkinson a guiar estes modelos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mais um episódio do "circo, ou novela, Lotus Renault GP

Francamente, cada vez que leio coisas sobre a situação da Renault/Proton/Lotus, tenho aquela sensação de estar dentro de um filme do Luis Buñuel ou de um quadro do Salvador Dali: quanto mais surrealista melhor. Eu gosto do Dali - já fui a Figueres, o museu feito em sua honra e vi "inesperadamente" o seu túmulo quando fui a correr à casa de banho para resolver um almoço demasiado agitado para o meu pobre intestino - mas tem dias que ao ler qualquer história que meta nomes como a Proton, Dany Bahar, Renault, Genii ou Gerard Lopez, só ponho as mãos à cabeça e digo para mim próprio: "vamos lá ver qual é a próxima bomba".

Primeiro que tudo: Tony Fernandes já se livrou de tudo isto. Está mais do que confirmado oficiosamente - embora o anuncio oficial deva acontecer no final do ano - e as equipas de Formula 1 aceitam com naturalidade a troca de nome para "Team Caterham" e não perderá os dinheiros já combinados com a FOM. Por ali, não há qualquer problema, e a equipa irá mudar-se para Silverstone, o "centro do universo" da formula 1, estando em negociações para adquirir as instalações de Leafield, que já pertenceram à Arrows e à Super Aguri. E quer fazer em grande, passando para lá até algumas das máquinas que permitem a montagem dos Caterham de estrada, o que significa que quer reativar a marca, ou então mostrar aos outros como teria feito à Lotus, caso ficasse com a marca.

Em suma: ele está a seguir com a sua vida, e a tentar ser feliz neste mundo da Formula 1. Boa sorte para ele, claro.

A complicação vem do lado da Renault-Proton-Genii, especialmente Dany Bahar. Com o acordo feito entre ele e Fernandes, quer capitalizar a situação, modificando o nome para "Team Lotus" já em 2012. Pediu que essa modificação fosse autorizada pelas restantes equipas, mas estas viram nisto uma oportunidade para "lixar" Bahar e quando vio o pedido por fax, Ferrari, Sauber e Hispania simplesmente disseram "não", obrigando a que se marcasse uma reunião formal da Comissão da Formula 1, que acontecerá a 3 de novembro, na semana anterior ao GP de Abu Dhabi.

Porquê? Basicamente todos o odeiam, especialmente Red Bull, Sauber e Ferrari, equipas onde ele trabalhou anteriormente: Peter Sauber não o suporta nem pintado a ouro, Dietrich Mateschitz acusa-o de traição - aparentemente, devido a algumas falcatruas no tempo em que trabalhou nos energéticos, e que foram descobertas após a sua saída - e na Ferrari, a coisa tem mais a ver com má gestão no departamento das lojas da marca. Isso, e a sua personalidade arrogante e convencida, nunca caiu nada bem no seio das equipas de Formula 1.

Portanto, ver esta situação como um pretexto para se vingarem de Bahar e estragar os seus planos, não é de todo descabido. É que a modificação de qualquer nome precisa de 18 dos 26 votos possiveis da Comissão da Formula 1, que constituido pelas equipas, FIA, Ecclestone, Pirelli, organizadores e alguns patrocinadores, como a Marlboro. Com quatro equipas contra - as três acima referidas mais da Hispânia - se algum dos patrocinadores, como a Marlboro, decidir também votar contra, é muito provável que a mudança de nome seja vetada.

E isto tudo não poderia acontecer na pior altura, pois nesta altura se negoceia, como é sabido, a sua venda, em conjunto com Marcel Boekhoorn, o patrão da McGregor. Para piorar as coisas, segundo conta Luis Vasconcelos na edição desta semana da Autosport, a Renault poderá usar o seu poder vetar o uso do seu nome em 2012, caso a Genii falhe um pagamento que deve à marca do losanglo no inicio do mês que vêm. Se o pior aocntecer, compromete-se o pagamento de cerca de 50 milhões de euros a que tem direito devido à sua posição no Mundial de Construtores deste ano.

E aqui as coisas começam a entrar no campo do surreal, pois ontem o Joe Saward, no seu blog, conta que Gerard Lopez tem intenções de... comprar a Lotus! Aparentemente, é um plano com algum tempo, e Lopez não está para entrar com dinheiro - também, vive de empréstimos, não é? - mas sim quer lierar um consórcio que entraria com dinheiro suficiente para fazer uma proposta à Proton para adquirir a marca de Hethel por uma soma suficientemente lucrativa para a construtora malaia, que pertence ao Estado malaio. E quem seriam os interessados? Malaios, nomeadamente Tan Sri Syed Mokhtar, um dos homens mais ricos do país, Zainal Hatim e Tan Sri Arumugam. E todos esses homens, os mais ricos do país, estão envolvidos em vários negócios, desde agricultura, comunicações, turismo, etc.

É um negócio ainda nebuloso, mas parece que - parece incrível, mas é verdade - tem pernas para andar. Não se sabe quando - e se - este negócio for para a frente, mas certamente a ideia é de que há muita gente que gostaria de se livrar de Dany Bahar. Mas em suma, a Proton - e a Lotus, de uma certa forma - chegou a este ponto porque estão a sofrer com o seu estilo de liderança e os seus projetos megalómanos, com a ideia de fazer ao mesmo tempo quatro carros de estrada, a equipa de Formula 1 e o projeto da IndyCar Series, para não falar do tal projeto do T125 Exos, 25 chassis feitos para clientes ultra-milionários do qual... nenhum deles ainda foi adquirido.

Contudo, as coisas estão cada vez mais a parecer um circo. Resta saber quando é que a tenda vai pegar fogo, ou se é que já pegou.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os mais recentes capitulos da novela Renault

Parece mesmo que a Renault será vendida no final do ano, e quem a adquirirá será a Proton, que através do Grupo Lotus, pagará uma soma apreciável - já li o valor de 85 milhões de euros - e eventualmente no ano que vêm se chamará Lotus, após o acordo de aquisição do nome às mãos de Tony Fernandes.

Caso assim aconteça, a Formula 1 livra-se de uma personagem duvidosa, que é Gerard Lopez, e ficará com outra personagem com a mania das grandezas, que é Dany Bahar, cujos projetos megalómanos já acenderam alguns sinais de alarme em paragens malaias. Mas aparentemente, a aquisição da equipa poderá passar por uma parceria com o holandês Marcel Boekhoorn, que se por um lado alivia a carteira, por outro poderá baralhar ainda mais o mercado de pilotos, pois quer o seu genro na Formula 1. E de quatro candidatos, os dois lugares da Renault podem passar para cinco, onde um deles pode ficar de fora porque não tem dinheiro, e os outros dois bem poderiam olhar para a Williams, pois tem dinheiro para comprar esse lugar...
Eis a matéria que vem na edição desta semana da Autosport, pela pena de Luis Vasconelos.

VENDA DA RENAULT MAIS PRÓXIMA

O milionário holandês Marcel Boekhoorn deverá passar a ser acionista da equipa que ficará nas mãos do Grupo Lotus.

Os dias da Genii Capital na F1 parecem estar a chegar ao seu termo, com a equipa Renault F1 prestes a mudar novamente de mãos, mesmo se Gerard Lopez insiste que tudo está bem na sua estrutura e que as noticias de problemas económicos, "que costumavam deixar-me furioso, ouço-as agora com um sorriso, porque já precebi que não há nada a fazer para alterar essa percepção".

Apesar da aparente boa disposição do lider da Genii Capital, em Singapura foi notada a ausência de alguns elementos importantes da estrutura, pois só Lopez e Eric Lux estiveram no circuito de Marina Bay. Em contrapartida, não faltaram elementos de topo da estrutura do Grupo Lotus, que aproveitaram a próximidade com a base malaia da marca para continuarem a entrar nos meandros da equipa e da F1 e para mostrarem aos seus muitos convidados tudo o que se passa durante um Grande Prémio.

Segundo fontes malaias, a Proton deu instruções a Dany Bahar para adquirir o controlo da equipa de enstone, pois ao ter de avançar com pagamentos relativos ao patrocinio da Renault F1 para a manter em funcionamento, percebeu que Gerard Lopez não lhes dava garantias de estabilidade e crescimento. Por isso, e como adquiriu o direito ao nome Team Lotus a Tony Fernandes, a Proton quer controlar a equipa que agora patrocina através do Grupo Lotus, mas procura um parceiro para o investimento necessário.

Como já noticiamos, o holandês Marcel Boekhoorn é o perferido dos malaios e está interessado em adquirir uma participação na equipa, pois não acredita mais no projeto da Williams, à qual tem pago, através da McGregor, um patrocinio de dez milhões de euros por ano, e quer colocar o seu genro Gierdo van der Garde, numa equipa de F1 já em 2012.

Segundo as mesmas fontes, a Lotus está a oferecer uma participação de 25 por cento na equipa, ficando com os restantes 75 por cento e o controlo da equipa. As negociações estão a avançar e poderão estar concluidas antes do final da temporada.

TUDO POR DECIDIR

Só depois de estar definida a propriedade da equipa é que os seus responsáveis vão avançar para a escolha da dupla de pilotos para 2012. Com uma lista de candidatos que inclui Robert Kubica, Vitaly Petrov, Bruno Senna e Romain Grosjean, a equipa de enstone vai começar por esperar pela recuperação do polaco, enquanto que a manutenção do russo depende da sua capacidade de continuar a atrair patrocinadores importantes do seu país. No entanto, se Boekhoorn entrar mesmo no capital da sua equipa e impuser Van der Garde como um dos seus pilotos, Grosjean deixa de ser uma hipótese, con Senna e Petrov na luta pelo lugar ao seu lado no caso de não ser possivel a Kubica regressar às pistas no próximo ano.

Como se vê, está tudo em aberto para os lados de Enstone, num ano em que o mercado de pilotos se centra na Renault e na Williams, pois os restantes lugares de interesse estão ocupados, ou quase...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Algumas novas em algumas frentes

Lembram-se dos meus artigos durante a semana sobre a Lotus e sobre a Hispania? Como sabem, eles tem como base os artigos escritos pelo Joe Saward no seu blogue, e hoje ele deu mais algumas atualizações sobre ambos os casos. No caso da Lotus, é um fato revelador e no segundo, as coisas parecem estar confusas. Muito confusas mesmo.

Vamos por partes: no primeiro caso, a bolsa de Kuala Lumpur revela que as ações da Proton cairam ontem para um minimo de dois anos após o relatório da marca sobre os seus primeiros meses de 2011, onde afirmou que teve uma perda de lucros na ordem dos... 94,6 por cento. E as razões são explicadas pelos gastos fora do normal por parte da Lotus, por causa dos seus inumeros - e megalómanos - projetos automobilisticos liderados por Dany Bahar. E há a pequena revelação de a Proton pediu um empréstimo de 400 milhões de dólares a um consórcio de seis bancos malaios, a saber: CIMB Bank Bhd, Malayan Banking Bhd, Oversea-Chinese Banking Corp Ltd, Export-Import Bank of Malaysia Bhd, Affin Bank Bhd e a EON Bank Bh.

Em suma, a aposta forte no projeto de Bahar está a ter as suas consequências em termos dos lucros da companhia malaia, que é detida pelo Estado e normalmente, são deficitários e pouco eficientes, como são as companhias estatais um pouco por todo o mundo... vejamos como é que serão as coisas na segunda metade do ano, mas com as campainhas de alarme a soarem na sede, pode ser que peçam a Bahar para que abrande o ritmo e comece a concentrar-se naquilo que vale a pena. Um projeto em vez de sete ou oito, por exemplo.

Em relação à Hispania, a confusão é total. Falava-se no inicio da semana que Alejandro Agag estaria interessado em comprar a equipa, para o transformar numa verdadeira escuderia "fabricada en España", com sede em Valencia, mas parece que Agag nem quer pensar nisso. Assim sendo, a Thesan pode estar a pensar noutra coisa para fazer lucrar o projeto, atraindo algum investidor interessado. E isso parece estar a ser complicado para eles.

Entretanto, parece que se confirma que irão dispensar os serviços de Geoff Willis, que andava a projetar o carro para 2012, em regime de consultadoria. A explicação para a dispensa é simples: o contrato acabou e a Thesan optou por não o renovar. E há outro fator: Willis trabalhava em Brackley, numas instalações que faziam parte da Honda e Brawn GP, não aproveitadas pela Mercedes. E a Thesan virou-se para um grupo de projetistas aerodinâmicos que estão instalados em Munique, com a intenção de instalar um escritório em Greding, nos arredores da mesma cidade. E quem estaria a desenhar esse carro? Jorg Zander, ex-Honda e ex-Brawn GP, o homem que ajudou a desenhar o Brawn BGP001, o tal que "papou" o campeonato do mundo de 2009. A ajudá-lo estaria o espanhol José Gallego Segura, que já trabalhou na Toyota e BMW.

Com esta situação, pode-se pensar uma de duas coisas: ou Colin Kolles poderia voltar a mexer as mãos na massa, pois a sua sede é em Munique, ou então, que a Toyota namora num regresso para pós-2014. Sinceramente, não acredito em nenuma dessas possibilidades...

P.S: Acabo de ler o artigo que o Luis Fernando Ramos escreveu na Total Race sobre a atual situação da Williams. Mais do que recomendável, é no mínimo, revelador.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O "caso Lotus" começa a ficar esquizofrénico

Todos acompanham isto, mais ou menos, desde meados do ano passado. Vocês sabem que apoiei o Tony Fernandes nesta luta "Lotus vs Lotus" porque a história e a legalidade estava do seu lado, e os tribunais britânicos deram razão nisso. E sempre vos disse que a médio prazo, as ambições megalómanas de Dany Bahar em espalhar o nome Lotus por toda a parte levaria à falência a marca e a sua tutora, a Proton. Pois bem, parece que um ano depois, essas previsões concretizar-se. Mas as coisas estão a ficar kafkianamente estranhas, pois na próxima temporada podemos passar de "duas Lotus" para... nenhuma.

Confuso e estranho? Verdade, mas vamos por partes. Primeiro: as duas partes - Group Lotus e Team Lotus - chegaram a um acordo há cerca de mês e meio, dois meses, mas deverá ser anunciado oficialmente em Singapura, dentro de semana e meia. Como já tinha sido noticiado anteriormente, Tony Fernandes e a Proton chegaram a um acordo em que Fernandes devolverá, por uma soma não especificada, o nome "Team Lotus" ao Grupo Lotus, de Dany Bahar, enquanto que no ano que vêm, chamará a sua equipa de Team Caterham, nome da marca que adquiriu em abril deste ano. De uma certa forma, livra-se de algo que se transformou num escolho com todas as complicações juridicas que fomos informados ao longo do ano, e Fernandes, Gascoyne e o resto dos técnicos muda-se de armas e bagagens em 2012 para Silverstone - nas instalações que já foram da Arrows e Super Aguri - já que Norfolk acaba por ser demasiado longe para os engenheiros e mecânicos que trabalham nesta categoria.

Os carros ganharão esse nome e novas cores, Tony Fernandes colocará os seus produtos na carlinga dos seus bólidos e provavelmente construirá e venderá mais carros de estrada Caterham, provavelmente fazendo as coisas melhor do que Dany Bahar anda a fazer agora.

E com isto pensa-se que Bahar ganhou a sua batalha e poderá colocar o nome Lotus nos seus chassis em 2012, certo? Errado. O nosso amigo Joe Saward falava esta terça-feira no seu blog que da Malásia surgiram as campaínhas de alarme. Os responsáveis da Proton começam a ficar assustados com a quantidade de dinheiro que está a ser gasto para alimentar os projetos megalómanos de Dany Bahar, especialmente na parte dos motores. Fala-se já que o projeto do motor próprio na Indy já está compreometido, o que não me admiraria, pois desde há várias semanas a esta parte, várias equipas da Indy andam a tentar falar com a Lotus, mas só tem batido com o nariz na porta. Ou se perferirem, eles não atendem o telefone.

Em contraste, a sua presença na Genii está cada vez mais forte. O "buzz" tem a ver com o adiantamento de verbas de patrocinio que Gerard Lopez anda a pedir para pagar as suas contas, e em troca - suspeita-se - Lopez deu uma parte das ações. É por isso que desde o GP da Belgica que se vê elementos da Lotus no dia-a-dia da equipa, não como visitantes, mas como decisores. Assim sendo, poderão ter passado de simples patrocinador para co-proprietários da equipa. Mas como os dois lados andam aflitos de dinheiro, estão agora a atrair o holandês Marcel Bloekhoorn, o dono da McGregor, para comprar a equipa. O preço? 85 milhões de euros, segundo se fala. Com esse dinheiro, Lopez provavelmente pagará aquilo que deve a Vladimir Antonov, o russo-uzebeque dono da Snoras Bank, que claro, já anda a bater à porta da Genii, exigindo o dinheiro de volta...

Caso o negócio for concluido nas próximas semanas, tudo fica relativamente resolvido e a Renault poderia ser Team Lotus em 2012, se a marca francesa concordar. Mas parece que dos lados da marca do losanglo, há um renovado interesse pela Formula 1. O novo CEO da marca, o português Carlos Tavares - numero dois da aliança Renault-Nissan - já foi um "gentleman-driver" e é um confesso adepto do automobilismo, logo, sabe da importância de ter a marca num mundo como a Formula 1, e ja começa a achar que o "período de nojo" da Renault já terminou. Prova dessa mudança de tática tem a ver com o fornecimento de motores, que está a alargar a cada vez mais equipas - a Hispânia F1 é a mais recente interessada - e o prolongamento do acordo de fornecimento à Red Bull até à temporada de 2016.

E isto tudo acontece na mesma altura em que o governo francês começa a movimentar-se para voltar a ter o GP de França, em Paul Ricard. Tavares poderá decidir que chegou a altura da equipa dar uma volta de 180 graus nos seus planos para a Formula 1 e voltar em força, voltando a pintar os seus carros de amarelo e branco - as cores nos tempos da era Turbo - e até poderá voltar a ressuscitar o conceito de "Ecurie de France", com pilotos e tudo. Ou seja, se ele acionar a opção de voltar a ficar com os 75 por cento que vendeu a Gerard Lopez no final de 2009, pode ser que, quem quer que fique com a Renault no final desta temporada - Lotus, Boekhoorn, etc - poderá acabar com uma mão cheia de nada e outra de coisa alguma, porque a Renault simplesmente pode chegar e dizer "OK meninos, foi tudo muito divertido mas agora queremos de volta, está bem?". E de "duas Lotus" em 2011, podemos passar em 2012 para uma Renault F1, mas de verdade, e uma "Team Caterham". Tony Fernandes fica a rir-se enquanto que Dany Bahar provavelmente sairá de cena pela "porta do cavalo".

Riamos ou choremos, entendamos ou não entendamos tudo isto, a conclusão é que esta novela muito provavelmente acabará com um clássico a voltar às sombras. Triste para a Formula 1 para os fãs da Lotus, é certo, mas se há alguma coisa boa nisto é que o "regresso à casa" está assegurado, vinte e um anos depois da familia Chapman ter vendido a Team Lotus para Peter Collins e Peter Wright. Quando voltar à categoria máxima - se algum dia voltar - ao menos já sabemos onde está. Espera-se que o próximo CEO da empresa tenha a mesma paixão, mas mais realidade.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

As Lotus poderão ter chegado a acordo


A guerra entre as Lotus poderá ter chegado ao fim, depois de a meio do ano o tribunal britânico ter dado razão a Tony Fernandes em relação aos direitos da Team Lotus, que tinha comprado a David Hunt em 2010 e do qual a Lotus Cars, que pertence à malaia Proton, sempre contestou, mas sem razão, pois desconhecia que a familia Chapman tinha vendido os direitos desse nome a Peter Collins e Peter Wright no final de 1990, para evitar a falência da equipa de Formula 1.

Pois bem, esse complicado imbrógilo poderá ter chegado ao fim por estes dias. Segundo o que fala esta semana a Autosport portuguesa, ambas as partes chegaram a acordo e Tony Fernandes poderá ter cedido os direitos à marca à Proton por uma verba ainda não revelada, e em troca, será amplamente ressarcido pelo esforço e rebatizará a sua equipa de Caterham a partir de 2012. Já a Renault poderá ser rebatizada de Lotus na próxima temporada, e de uma certa maneira ajudar nos planos mega-ambiciosos da marca para os anos seguintes. Isto, se o Danny Bahar não estragar tudo, como aparenta estar a fazer...

Para explicar isso tudo, coloco aqui o artigo escrito por Luis Vasconcelos no Autosport desta semana.

PAZ À VISTA NA GUERRA DAS LOTUS

"Um acordo entre o Grupo Lotus e a Team Lotus facilitará a vida de todos. A Lotus ficará com o nome e Fernandes vai renomear a sua equipa de Caterham.

O conflito entre o Grupo Lotus, liderado por Danny Bahar, e o Team Lotus, de Tony Fernandes, poderá ter chegado ao fim. Segundo fontes malaias, geralmente bem informadas, as duas partes chegaram a um acordo de principio na semana passada, aceitando o final dos processos judiciais em que se tinham envolvido nos últimos doze meses e que estava a conhecer um novo capítulo com a marca que é propriedade da Proton a contestar a utilização da marca Caterham por parte da Team Lotus na F1, por isso, alegadamente, volar o acordo que tinham feito anteriormente.

Ciente que o prolongar deste conflito só estava a provocar danos à imagem da Lotus, numa altura em que se endividou em perto de 500 milhões de euros para financiar os tremendamente ambiciosos projetos do Grupo Lotus, a Proton, impulsionada pelo governo de Kuala Lumpur, forçou Bahar a chegar a um acordo com Tony Fernandes, segundo nos indicam as nossas fontes.

Acresce que o patrão do Team Lotus e da Air Asia, que construiu a sua companhia aérea apesar da enorme oposição governamental que teve de enfrentar, pois havia que proteger a posição da Malaysia Airlines - propriedade do estado - já tem aliados de peso no governo e prepara-se para concretizar projetos de interesse nacional em conjunto com empresas estatais. Não fazia, por isso, sentido que estivesse em conflito aberto com uma empresa de capitais públicos, o que também forçou o empresário a ceder em algumas das suas pretensões, para não comprometer negócios de dimensões muito maiores do que pode valer-lhe o Team Lotus.

VANTAGENS PARA TODOS

Em principio terá sido acordado que o Grupo Lotus vai adquirir a denominação Team Lotus a Tony Fernandes e seus associados, pagando uma quantia avultada para os compensar do enorme investimento feito no renascer da imagem da equipa. Isto vai fazer com a equipa Renault F1 possa mudar de denominação já em 2012, passando-se a chamar Team Lotus Renault, sem que nenhuma das outras escuderias se oponha, mantendo os direitos históricos da Renault no que diz respeito dos lucros da F1 entre as equipas.

Quanto à equipa de Fernandes, o mais provável é que adopte o nome da Caterham, como já acontece com a sua formação de GP2, associando-lhe o nome da Air Asia, para ter o máximo retorno através das duas marcas que mais investiu.

Apesar da nossa insistência, nenhuma das partes envolvidas neste acordo quis fazer qualquer comentário. No caso da Team Lotus, de portas fechadas durante duas semanas, não foi possivel contactar qualquer responsável, enquanto que no Grupo Lotus, não foi possivel qualquer comentário oficial."

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BAHAR NA GENII CAPITAL

A ligação do Grupo Lotus à equipa Renault F1 está a tornar-se mais complicada segundo fontes malaias, pois a falta de liquidez da escuderia de Enstone está a levar o seu principal patrocinador a avançar pagamentos para manter a equipa à superfície. Mas segundo as mesmas fontes, a situação está a complicar-se porque existem fortes indicios de que Dany Bahar, o lider da Lotus, está a entrar no capital da Genii Capital, que detêm a equipa Renault de F1, no que poderá representar um conflito de interesses, pois estará a fazer a título individual e não como representante da marca que é propriedade da Proton. Um novelo dificil de deslindar, até porque ao sediar-se no Luxemburgo, a Genii Capital dificilmente poderá ser controlada pelas autoridades fiscais europeias...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Os dias dificeis da Proton-Genii-Renault, parte II

Ontem falei sobre o artigo do Autosport que refere as dificuldades que a Genii está a ter para sustentar a sua equipa de Formula 1, que apesar dos seus resultados, não consegue arranjar mais dinheiro para pagar as contas, e vê-se a braços com mais dificuldades, especialmente depois da decisão dos tribunais britânicos no caso Lotus vs Lotus, que foi favorável a Tony Fernandes.

Agora e á vez do Joe Saward dedicar mais algumas linhas sobre o caso, mas mais no campo de o que está a acontecer no capitulo da Proton, do Dany Bahar, e de Tony Fernandes, com a parte da Genii dedicada mais às possibilidades de um novo investidor, o Vladimir Antonov, poder ficar com uma parte do esquema, caso Gerard Lopez falhe alguma tranche do negócio...

Primeiro que tudo: parece que Dany Bahar escorregou mais uma vez na casca da banana. Aparentemente, ele sugeriu que a Lotus deveria ligar-se a uma marca global de automóveis, como fazem atualmente a Ferrari e a Porsche. Ora, isso não agradou nem um pouquinho à Proton, que basicamente está a pagar o sonho megalómano de Bahar, e agora está a braços com o que fazer depois da decisão do tribunal britânico relativo ao nome Lotus. Puxou as orelhas a Bahar e este colocou uma declaração à imprensa afirmando que as suas declarações foram mal interpretadas... pela imprensa.

"Estou feliz por confirmar o compromisso com a Proton para conseguirmos levar por diante o nosso planos de cinco anos para colocar a Lotus de volta aos lucros. Apesar de terem sido noticiados certos rumores de que estamos procurando novos parceiros para o futuro, estou contente por afirma que esse não é o caso. Temos uma relação incrivel com a Proton, que nos apoia a cem por cento, o que é importante quando enfrentamos desafios de monta como o nosso. Esta é uma relação de beneficio mútuo, e denonstra até que ponto estamos juntos nesta aventura.", afirmou a direcção da Lotus em comunicado. Enfim, conversa para boi dormir.

Como disse da outra vez, a Proton - leia-se, o governo malaio - não deve estar muito disposta a colocar mais dinheiro na sua equipa de Formula 1, dado que o seu objetivo, que era o de publicitar a marca Lotus, já se tornou em algo inutil, porque o tribunal reconheceu a Tony Fernandes o direito de usar esse nome, e também reconheceu aquilo que a História tinha contado: que Colin Chapman sempre separou o departamento comercial do departamento de competição, e que a familia vendeu esse departamento no final de 1990 a Peter Collins e a Peter Wright, que depois os venceram a David Hunt, no final de 1994, antes de o vender a Tony Fernandes, em 2010.

Agora falam-se em duas alternativas. A primeira é de convencer Fernandes a vender os seus direitos à Proton-Genii, mas isso está fora de questão, para ser honesto, e a segunda, mais viável, seria vender a marca para Fernandes - uma parte maioritária, diga-se - por um valor razoável. Não daria para fundir as duas equipas de Formula 1, pois são autónomas, e na Renault-Genii, ela é um mero patrocinador, mas se calhar daria para recuperar o dinheiro investido e correr com Bahar, pois agora a Proton vê que ele causa mais mal do que bem.

Quanto à Genii... falei ontem que Ecclestone anda à procura de um investidor alternativo. Um deles, que falei há uns tempos, é o russo nascido uzbeque Vladimir Antonov, o dono da Snoras Bank, um dos donos da Spyker e que comprou no ano passado a Saab. Adora automobilismo, mas parece que está mais virado para os ralis do que para as pistas, dado que anda a planear recolocar a marca sueca na ribalta, depois de ter andado por lá nos anos 70. Ainda são rumores, e eles parecem ter esmorecido, mas com as dificuldades de Gerard Lopez em arranjar dinheiro, e como também ele pediu dinheiro emprestado à Snoras, pode ser que Antonov esteja à espera que o fruto caia de maduro. Quem sabe...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Os dias dificeis da Proton-Genii-Renault

A edição desta semana da Autosport portuguesa tem matérias interessantes que merecem ser difundidas por aqui, pois acho que o seu alcance vai muito para além deste rectângulo. Afinal de contas, na passada sexta-feira soubemos dos eventos do tribunal britânico, que deram a Tony Fernandes o direito de usar o nome "Team Lotus" no seu chassis, e parecendo que não, isso teve consequências na parte derrotada que, se dependia da decisão do tribunal para eventualmente desbloquear algum dinheiro, agora as coisas estão negras.... e nada douradas. Ora leiam a matéria assinada por Luís Vasconcelos:

"RENAULT COM COFRES VAZIOS

A falta de patrocinadores está a dificultar a vida da equipa Renault, que se vê sem liquidez nem soluções rápidas à vista

A situação financeira da Renault F1 está a complicar-se de forma bastante evidente, ao ponto da equipa de Gerard Lopez estar bastante atrasada nos pagamentos que tem de fazer à Renauilt pelos motores que esta lhe fornece, passando-se o mesmo com alguns dos ouyros fornecedores da escuderia de Enstone.


Segundo fontes próximas da equipa, a incapacidade da Genii Capital em angariar patrocinadores está na origem dos problemas. Quando Gerard Lopez contava angariar algumas dezenas de milhões de euros da Rússia, por ter mantido Vitaly Petrov ao seu serviço, a verdade é que no inicio do ano não conseguiu cativa mais nenhum patrocinador russo para além dos que tinha no ano passado.

Acresce-se que no Mónaco a equipa retirou todos os autocolantes da Suncore dos seus carros e restante material promocional, porque a marca americana de baterias solares para telemóveis está muito atrasada nos pagamentos. Daí que não seja de estranhar que os cofres de Enstone estejam muito vazios, com o dinheiro dos patrocinadores a servir somente para pagar os salários e o transporte para as corridas.

DEPENDENTES DA LOTUS

Face a esta situação que assume contornos dramáticos, a Renault terá pedido ao Grupo Lotus um avanço dos pagamentos que lhe são devidos até ao final do ano, oferecendo como contrapartida ações da escuderia, no que poderia ser o inicio da passagem do poder entre a Genii Capital e a marca que é propriedade da Proton.
Mas o impacto negativo do veredicto relativo ao caso Team Lotus vs Lotus Cars (ver peça em separado), está a obstar a que esta solução seja aceite, pois a Proton vai ter de reavaliar o seu envolvimento na F1.

Na verdade, faz pouco sentido patrocinar uma equipa que corre com o nome de outro construtor sem ter o direito de dar o nome Lotus nos seus carros. Por isso, com o investimento dos malaios na F1 em discussão, a Lotus Cars não está em posição de ajudar a equipa que patrocina com a antecipação de pagamentos, até porque ainda se debate com problemas de liquidez a nivel interno.


Se em situações normais as equipas de F1 podem contar com a ajuda de Bernie Ecclestone para solucionarem os seus problemas financeiros, Lopez sabe que esta é uma porta fechada para si. Desde que se desentendeu com o patrão da F1 em julho do ano passado e começou a fazer campanha para que Ecclestone fosse substituido por alguém bastante mais jovem, o espanhol [na realidade, é franco-luxemburguês] está na lista negra do inglês, que procura discretamente um novo comprador para a Renault se Lopez não conseguir resolver os seus problemas a curto prazo.

PROBLEMAS INTERNOS

Como se não bastassem os problemas financeiros, a decisão de chamar o veterano John Wickham para observar o funcionamento da equipa durante o GP de Espanha, devendo entregar um relatório da Gerard Lopez, cairam muito mal no seio do grupo de trabalho. A chamada de um elemento estranho à equipa, que nunca teve sucesso nas suas passagens pela Formula 1 nos anos oitenta e noventa, foi vista como uma critica à gestão da equipa no terreno, o que deixou o bem cotado Steve Nielsen numa posição muito desconfortável no seio da Renault.


Segundo fontes próximas da equipa, Nielsen pondera mesmo abandonar a Renault, dpeois de quase uma década de bons serviços, para desagrado de Alan Permane, o principal responsável técnico em pista, de quem é um homem de confiança
."

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Uma novidade no Grupo Lotus, Proton e malaios...

Com o julgamento do caso Lotus vs Lotus a decorrer nos tribunais britânicos, com final previsto para breve, surgem noticias vindas da Malásia de que o Grupo Lotus conseguiu um financiamento de 440 milhões de dólares para conseguir implementar o seu projeto de ter cinco modelos à venda até 2014, o tal projeto megalómano de Dany Bahar. A noticia, do qual Joe Saward conta hoje no seu blog, refere que esse financiamento foi concedido graças à persuasão do governo local, que estaria interessado em ver o projeto de aumentar as vendas anuais da Lotus dos atuais 2000 para os 7000 carros ser concretizado.

Contudo, apesar desta vitória, há obstáculos e imensas dúvidas que rodeiam os planos da Lotus Cars para o futuro. Um exemplo disso, segundo conta o mesmo Joe, foi a recusa por parte do Regional Growth Fund britânico de uma aplicação de 45 milhões de dólares para ajudar a fábrica no desenvolvimento dos seus planos de expansão. E para piorar as coisas, a Proton teme que caso de derrota em tribunais, a Lotus de Tony Fernandes poderá implicar a Group Lotus em outros casos para que seja ressarcido em termos financeiros dos prejuizos causados por este caso. E caso isso aconteça, a Proton poderá ver a vida a complicar-se cada vez mais, dado que está envolvido neste projeto até à raíz dos cabelos...

E se a Proton poderá ter a vida dificultada, podemos imaginar a Genii Capital e Gerard Lopez, que tendo um excelente carro entre mãos, estão aflitos em arranjar dinheiro para desenvolver e manter a estrutura que a Renault sustentava até ao ano de 2009. Parece que a tal vitória pode ser de Pirro.

quarta-feira, 30 de março de 2011

As andanças do processo Team Lotus vs Lotus Cars

Nos últimos tempos posso não andar a falar da luta "Team Lotus vs Lotus Cars", mas como é óbvio, ando a ler e a ouvir tudo o que se tem dito sobre ela no processo em tribunal, cuja primeira audiência começou na semana passada. Tudo indica que as coisas podem estar à beira do fim, porque em principio a sentença será dita nesta sexta-feira. E pelo que ando a ler... não há nada que salve Dany Bahar e o Grupo Lotus, pelo menos neste caso em concreto.

Parte da coisa pode ser lida na edição desta semana do Autosport português. Numa das sessões em tribunal, o juiz chamou Dany Bahar de... mentiroso. Segundo um jornalista que assistiu à sessão, Max Mosley, o ex-presidente da FIA, foi chamado como testemunha e desmentiu com todas as letras, a versão dada por Bahar acerca dias suas intenções do Grupo Lotus. Para piorar as coisas, Bahar disse que se conheciam e tinham um bom relacionamento, e Mosley respondeu que aparte uma breve conversa, nunca se conheceram! Resultado: o juiz repreendeu os advogados do Grupo Lotus e Dany Bahar por prejurio.

Para piorar as coisas, o bom resultado de Vitaly Petrov na Austrália apenas disfarçou o mau ambiente entre Gerard Lopez e o Grupo Lotus. Esta ainda não efetuou qualquer pagamento relativo ao contrato de patrocínio assinado no final do ano passado, e Lopez mexe-se para arranjar desesperadamente contratos de patrocínio vindos da "Mãe Rússia". Aliado a isso, o Grupo Proton está também em maus lençois devido aos resultados negativos resultantes do forte investimento - 400 milhões de euros, congelados enquanto o processo correr em tribunal - nos planos loucos de Bahar para revitalizar a marca fundada por Colin Chapman. A banca está relutante em emprestar esse dinheiro, as garantias não são muitas e a confiança dos mercados na Proton - uma empresa estatal com prejuízos constantes - é baixa.

Em suma, tudo aquilo que tinha falado nos últimos meses parece confirmar-se. Claro, falta saber como é que o juiz britânico irá decidir-se no caso. Aparentemente, a história e os fatos estão do lado de Tony Fernandes, mas só depois da sentença do juiz é que se verá. E o engraçado, segundo li o que Joe Saward escreveu sobre esta matéria na semana passada, é que o juiz poderá decidir, num extremo, que as cores que a Renault usa no seu chassis - o negro e dourado da John Player Special - poderão ser mudadas porque poderá achar que são propriedade... da Team Lotus.

O final da novela aproxima-se. E pode não ter um final feliz para Dany Bahar e Gerard Lopez.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lotus vs Lotus: as duas partes encontraram-se em tribunal

Como era esperado, a batalha judicial pelo direito de usar o nome "Team Lotus" começou hoje a ser analisado nos tribunais britânicos. Mas ao contrário do que muitos afirmavam, foi apenas uma audiência preliminar, no intuito de saber se queriam um julgamento sumário, ou desejariam que as coisas acontecessem normalmente. O juiz Peter Smith, da High Court londrina, decidiu-se pelo julgamento em toda a sua extensão, do qual a primeira sessão foi marcada para o dia 21 de Março.

O pedido de julgamento sumário foi feito pela Lotus Group, algo que foi indeferido pelo juiz, mas este recomendou que ambas as partes tentassem resolver as suas diferenças durante este periodo, para que tal caso não se arrastasse durante muito tempo. Dado o fato de nenhuma das partes estar disposta a isso, para não perderem a face, isso é altamente improvável.

E assim, teremos a estranha situação de ter duas equipas com o nome "Lotus" incluido. Na realidade, a Lotus Cars é apenas uma patrocinadora na Renault, e os carros chamar-se-ão oficialmente da marca do losanglo, enquanto que a FIA autoriza que a equipa de Tony Fernandes use o nome e logotipo da "Team Lotus". Mas os fatos são estes, e a batalha está muito longe do seu final.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Os muitos milhões do projecto Lotus e a relutância em pagá-los

Parece que até na Malásia, os muitos milhões que a Proton quer gastar para o seu projecto de transformar a Lotus numa potência automobilistica ao nivel da Porsche, Ferrari ou Mercedes e do qual nove em cada dez pessoas afirmam ser, no minimo, louco, está a ter dificuldade em arranjar financiamento. Pelo menos foi que li hoje no site arabe Yalla F1.

No site, é referida uma noticia no jornal malaio The Star onde se fala de um relatório do Maybank Investment Bank, que refere sobre o facto dos valores requeridos pela Proton, da ordem dos 750 milhões de dólares, serem bem superiores ao esperado e pedido pela construtora, e mostra o seu ceticismo em relação ao cumprimeiro dos objetivos.

"Não partilhamos a decisão da Proton de gastar largas somas para a Formula 1, numa altura em que as grandes construtoras de automóveis abandonaram a modalidade desde há algum tempo." começa por dizer o relatório.

"As elevadas somas investidas irão enfraquecer a sua capacidade financeira e afectar os fluxos de dinheiro, causando um impacto profundo nos seus planos de negócio. Apesar de não esperarmos dificuldades imediatas nas suas reservas, consideramos que o forte investimento nos projectos futuros da Lotus irá ter um impacto nos seus 'cash flows' nos próximos cinco anos e irá enfraquecer as suas reservas pelo mesmo periodo de tempo", adicionou.

"Não estamos particularmente contentes com o envolvimento da Lotus na Renault F1. Esse envolvimento irá causar fortes despesas em marketing, cujo retorno comercial será minimo, e em termos de volume de vendas, não existirá qualquer impacto real até meados de 2012", conclui o relatório.

No lado da Proton, o seu presidente Syed Zainal afirmou que "o Grupo Lotus não consegue juntar tamanha quantidade de dinheiro por si só, daí que a Proton tenha vindo na sua ajuda para financiar o seu plano a cinco anos".

"Contudo, estamos confiantes de que conseguiremos levar este projeto a bom porto, dado que temos planos para cinco novos modelos para a Lotus a partir de 2012. Toda a gente está dar o seu melhor para que o plano resulte. Foi um plano bem pensado e revisto vezes sem conta e concluimos que é desafiante, mas realizável", acrescentou.

Para quem ainda não está a par dos planos do Grupo Lotus para os próximos cinco anos, pode-se dizer que há planos para investir na Formula 1, através da Renault, na GP2 e GP3 em associação com a ART de Nicholas Todt, na Indy Car Racing, através da equipa KV, e apresentou no passado mês de Setembro no Salão do Automovel de Paris, cinco modelos de carros que entrarão em produção a partir de 2014, além da possibilidade de entrar na Le Mans Series, e de desenvolver motores V6 e V8, em conjunto com a Toyota. É muito dinheiro em jogo!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lotus vs Lotus: julgamento antecipado para o dia 24 de Janeiro

A luta pelo direito a usar o nome Lotus conheceu hoje novo capitulo. A Autosport britânica, pró-Bahar, noticia que a batalha juridica nos tribunais britânicos foi antecipada para o dia 24 de Janeiro, quando se esperava que o julgamento fosse começar para o meio do ano. Segundo a publicação, os tribunais britânicos decidiram fazer isso com base num pedido da Proton, a montadora malaia, pois afirma que Tony Fernandes violou o contrato firmado entre eles, quando decidiu comprar os direitos da Team Lotus a David Hunt.

Esse novo dado pode fazer com que a situação seja resolvida antes do inicio da temporada, o que seria algo novo na equação. Mas note-se que oficialmente, a Lotus Cars é apenas uma patrocinadora da Renault, como sublinhou Eric Boullier esta semana numa entrevista. Quando é o próprio Boullier a dizer que oficialmente, a Renault continua a ser o que é e não se chama "Lotus Renault", já se está a dizer quase tudo, não é?

Entretanto, surgiu uma segunda situação. Ontem, o Joe Saward falava no seu blog que a Renault poderia ter problemas no Canadá devido à sua estrita lei anti-tabagista, em vigor desde 1997. Segundo eles, a decoração "black and gold", que faz lembrar as cores da John Player Special, a marca da companhia Imperial Tobacco - apesar desta não ser patrocinada por eles - poderia ser impedida de correr segundo essas cores.

A hipótese é plausível, mas não acredito nela. Por que razão? A lei existe desde 1997, mas desde então que as equipas passearam por Montreal sem serem incomodadas pelas autoridades locais. É uma hipótese a ser levantada, mas é apenas mais uma mera hipótese. Mas claro, isso não é impeditivo que hajam fundamentalistas a queixar-se ao Departamento de Saúde do Quebec de que haja uma violação da lei local.

Veremos a importância deste dado novo. Não acredito na sua resolução antes do inicio da temporada, mas...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Lotus vs Lotus: as declarações de Bahar e mais um negócio mal explicado

A luta "Team Lotus vs Lotus Group" teve a devida pausa do fim de semana, depois da apresentação das cores da Renault-Lotus em Birmingham, antes da apresentação oficial do novo chassis, que vai acontecer a 31 de Janeiro. Contudo, esta segunda-feira, a BBC publicou uma entrevista feita a Dany Bahar, onde ele fala da sua confiança de que esta luta pelos direitos do nome Lotus na Formula 1 será resolvida num acordo fora dos tribunais, com o apoio dos accionistas.

"Quando chegamos com uma nova equipa, tinhamos as nossas próprias ideias e planos. As coisas estão assim não por culpa nem dos nossos accionistas, nem do senhor Fernandes", começou por dizer. "Temos uma visão muito clara das coisas e aquilo que queremos no futuro. Como em qualquer relação de negócios, se as coisas forem benéficos para os dois lados, a relação continua. Caso contrário, esta termina. É como um casamento. E neste caso, tornou-se numa relação mal sucedida", concluiu.

Pouco depois, Tony Fernandes respondeu que se está à espera de qualquer compromisso, ele não vê qualquer sinal vindo do outro lado da barricada: "Podemos estar abertos a qualquer compromisso, mas neste momento não vemos qualquer sinal nessa direcção", afirmou. Aliás, uma das razões pelo qual existe este diferendo também passa pelo facto da Proton ter quebrado de forma unilateral o acordo que tinha com Tony Fernandes e a Lotus Racing, que tinha a duração de cinco temporadas.

Para ser honesto, a minha impressão é que é mais uma operação de relações públicas por parte de Bahar e dos seus associados, ainda por cima quando se ouve cada vez mais vozes vindas de fontes relativamente seguras de que a operação da Lotus-Proton tem cada vez mais pés de barro. A última, contada pelo Joe Saward, tem a ver com a nomeação de Jean Alesi como "embaixador" da marca, nomeadamente no projecto Lotus Exos Type 125, que é simplesmente a construção de um modelo semelhante a um Formula 1, limitado e 25 exemplares, cada um dos quais a custar 950 mil dólares.

O Joe diz que não faz ideia quem é que constroi estes modelos, porque a empresa que normalmente fazia isto em regime de subcontratação ao Group Lotus, vendeu as suas instalações... à Team Lotus. Confuso, hein?

O que se fala é que a Lotus poderá ter comprado à Panoz os seus chassis da extinta ChampCar, construidos em 2007 e servidos durante uma temporada até que esta foi absorvida pela Indy Racing League para formar a Indy Car Series, e que desde então tem estado inactivos. A possibilidade da Panoz, em subcontratação, ter modificado esses carros, com dinheiro pago pela Proton e Grupo Lotus é uma hipótese que está a ser especulada, mas é perfeitamente verosimil, caso os dados lançados pelo Grupo Lotus sejam verdadeiros.

Em suma: dos lados de Bahar e do Grupo Lotus, a confusão, o mistério e a desconfiança parecem ser crescentes. E o comportamento algo errático de Dany Bahar não ajuda.