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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A imagem do dia (II)

O sensacionalismo na imprensa nos dias de hoje consta no seguinte: exagerar nos pormenores de um acontecimento que poderia ter sido normal. O azar dos pilotos e das pessoas que lá estavam na primeira especial do Rali Casinos do Algarve, esta sábado, é que estava um fotógrafo do "Correio da Manhã" a recolher as imagens do acidente, não só do carro como dos dois feridos, um deles - azar dos azares - era o pai de Carlos Martins, um dos pilotos do rali. Ele teve um golpe na cabeça, foi para o hospital, levou uns pontos e foi para casa, mas daí para "Milagre", creio que eles todos foram as vitimas de um acidente ainda maior chamado... sensacionalismo da imprensa.

Ver este incidente ter honras de primeira página não mostra só falta do que fazer, mas também mostra que a essa gente, estas coisas só existem quando acontecem os acidentes e as mortes. Tivemos sorte, não houve cadáveres para serem mostrados em todo o seu esplendor quer no "jornal", quer no seu "canal de televisão", horas a fio... 

Já agora, para finalizar nunca ouvi falar desse fabuloso piloto de ralis chamado "Hélio Barros" - e li isso por duas vezes! Agora, do Elias Barros ouvi sim, logo... da próxima vez, tentem não inventar nomes, façam o vosso trabalho como deve ser. Tá bom? 

domingo, 19 de julho de 2015

A capa do dia

Esta é a capa de hoje do jornal francês L'Equipe, apesar do Tour de France. Aqui, na Tugalândia, continua a pré-época. Não vi chamadas em qualquer desportivo, apesar de páginas inteiras no interior.

Mas enfim, fazem-se as homenagens devidas.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A entrevista de Filipe Albuquerque ao jornal i

Já não faltam muitos dias para que comece as 24 horas de Le Mans (será no fim de semana de 14 e 15 de junho), mas em Portugal, o interesse este ano é, para além de ter três pilotos relevantes na lista de inscritos - Alvaro Parente, Pedro Lamy e Filipe Albuquerque - é que este último é piloto oficial da Audi, a bordo de uma das máquinas da equipa oficial, na classe LMP1, que vai tentar manter o domínio da marca das quatro argolas na clássica de La Sarthe contra as ameaças da Toyota, e a partir de este ano, da Porsche.

Assim sendo, o jornal i decidiu entrevistar o piloto de Coimbra, que no próximo dia 13 comemorará o seu 29º aniversário, e certamente vai passá-lo em paragens francesas, preparando-se para a grande corrida à sua frente. Na entrevista publicada esta quarta-feira e feita pelo jornalista Rui Pedro Silva, fala-se sobre a sua carreira, sobre os desafios que têm à pela frente e sobre outros desportos.



FILIPE ALBUQUERQUE: "QUERO CONTINUAR A CORRER ATÉ PRECISAR DE MULETAS PARA ENTRAR NO CARRO"

Por Rui Pedro Silva 
Publicado em 31 Maio 2014 - 12:38

Piloto de Coimbra é uma das apostas da Audi para as 24 Horas de Le Mans. Para trás, ficam as memórias de uma 'carreira' de futebolista curta

Filipe Albuquerque vai ser o único piloto português nas 24 Horas de Le Mans (14 e 15 de Junho). Ao volante de um Audi R18, fazendo equipa com o italiano Marco Bonami e o britânico Oliver Jarvis, o objectivo não deixa dúvidas: ganhar. E se não for possível, terminar no pódio. Fora disso será já motivo para ficar desiludido. Neste domingo, a duas semanas da mítica prova, o piloto de Coimbra testará pela primeira vez no circuito. Antes disso, a 26 dias das 24 Horas de Le Mans, Filipe Albuquerque deu uma entrevista ao i no Autódromo do Estoril. O piloto tinha acabado de aterrar em Lisboa depois de vencer em Imola a segunda prova do European Le Mans Series, onde faz equipa com Harry Tincknell (22 anos) e Simon Dolan, o gentleman driver de 44 anos que tem uma fortuna avaliada em 122 milhões de euros. Esteve connosco uma hora e fez-se novamente à estrada para regressar a Coimbra. Porque a vida de Filipe tem sido sempre assim: ao volante. 

Onde nasceu a paixão pelos carros e pela velocidade? 

Com o meu pai a mostrar-me a mim e ao meu irmão o que era um kart. Tinha sete anos na altura e era só uma brincadeira. Depois, passado pouco tempo, comprou um kart para ele e outro para eu partilhar com o meu irmão. 

Já eras fã de Fórmula 1? 

Sim, na altura havia a febre do Ayrton Senna e do Prost e acho que também não tenho dúvidas de que isso ajudou. 

Qual é a primeira memória que tens de Fórmula 1? 

Os Grande Prémios eram fantásticos. Ver o Senna no Mónaco ou a lutar por um lugar à chuva... Os duelos entre Senna, Prost e Mansell, os McLaren com o patrocínio da Marlboro, os Williams mais tarde e por aí fora. De ver um Schumacher na Benetton... 

Chegaste a vir aqui ao Estoril? 

 Não, nunca. 

Nunca calhou ou nunca te deixaram? 

Nunca calhou. A iniciativa teria de ser sempre do meu pai, já que eu era muito pequeno na altura para ter essa ideia. Não surgiu. 

Chegaste a praticar outro desporto? 

Joguei futebol na escola, mas nunca fui um dotado. Era bom na minha aula, dos melhores, o ponta-de-lança, mas nunca era o talentoso, claramente. ... Nunca mais me esqueço de uma coisa. Houve uma vez que acordei cedo para ir jogar a um sábado de manhã. Estava no banco porque tinha acabado de entrar para a equipa. Estávamos a perder mas nem assim o treinador me meteu a jogar. E disse-lhe: 'Não jogo aqui, também não jogo mais nenhuma vez. Vou-me embora'. Ele tentou demover-me mas eu estava decidido. 'Vou-me embora, já estou farto disto!' E nunca mais fui. 

E que idade tenhas? 

Talvez oito, nove... não, era um bocadinho mais velho, talvez uns dez, onze. 

Seres o mais novo de três irmãos deu-te alguma vontade especial de fazer melhor e mais do que eles?

Tentava alcançar o que faziam, sobretudo o Tiago [três anos mais velho]. Era sempre ele que me ensinava as brincadeiras e era ele que fazia melhor, portanto sempre fui com a ideia de alcançar algo, de tentar fazer o mesmo. Acho que isso me fez crescer e, quando fiquei mais velho, tentar melhorar-me a mim próprio. 

Quando é que achas que se sentiu que ias ser o talento da família? 

Foi tudo muito devagar e sem nos apercebermos de que estava a chegar a tal patamar. Quando comecei a ganhar corridas no nacional, parecia uma coisa séria mas o mais importante era entrar numa marca. Voltando à pergunta, acho que foi em 2003 quando fui contratado por um construtor, que era a CRG, para correr para eles. Aí sim, foi o ponto em que eles disseram: 'Ok, nós queremos-te a ti mas tens de vir para cá viver.' E fui viver para a Itália. Lá em casa foi consensual que devia tentar seguir o meu sonho mesmo que tivesse de parar a escola por um ou dois anos. 

E como ficou a escola? 

Fiquei no 12.º ano. Aliás, faltaram-me duas disciplinas do 12.º ano. Matemática e Física. Ficaram por fazer, especialmente porque o terceiro período era a altura em que havia mais provas e ficava mais tempo fora. Tentei mas não deu. 

E se não tivesses dado nada, hoje estarias a fazer o quê? Estavas em Ciências... 

Sinceramente, não sei. Foi um pouco como no póquer: fiz all-in numa coisa e não deixei nem uma ficha para o resto. E havia outro problema: desde os nove anos que dizia à minha mãe que não me imaginava a ir trabalhar todos os dias de manhã com uma pastinha e ir para um sítio fixo. Só me via mesmo nas pistas e a competir, desde pequeno. O que é engraçado é que isto nunca mudou. Sei que sou um sortudo por ter conseguido alcançar tudo isto: sei que é preciso ter sorte também. 

Por esta altura já conseguiste recuperar todo o investimento que fizeste? 

Sim, já está mais do que recuperado. 

Em que momento é que isso aconteceu? 

Em 2002 quando fui correr para fora já tinha alguns patrocínios e tinha uns prémios que iam ficando para mim (o meu pai deixava-me ficar com eles, era engraçado). Deixa-me ver... acho que em 2006 fiquei neutro. Porque ganhei um prize money muito grande na altura na Formula Renault.

Antes disso, fizeste equipa com o teu irmão e o teu pai era o mecânico. Alguma vez tiveram dificuldade em afastar o que se passava em pista enquanto estavam em família? 

Não, acho que não. O meu pai geriu muito bem essa parte. Sempre tentou passar e educar que se não tivesse boas notas e não cumprisse não iria continuar nos karts. O meu pai dizia que era um índio na escola por isso tinha de me motivar e pôr os pés na terra: a única maneira não era deixar-me de castigo em casa mas sim ameaçar que me tirava os karts. E aí lá me aplicava dentro do contexto, porque na verdade sempre faltei às aulas desde a quarta classe. 

E tinhas notas de 4, 5 ou... 

Não, não. Três era o mínimo para passar e pronto. Era difícil, teria de me aplicar bastante para ter melhores notas porque o que perdia quando faltava fazia imensa diferença. E a paixão de querer ser cada vez melhor nos karts também não ajudava, o tempo não dava para tudo. Tinha de conciliar, mas não havia paixão para estudar. E sem paixão, não me concentrava. 

O teu percurso foi sempre muito favorável. Sentes-te um piloto português sortudo? 

Sou, sou, sem dúvida. Sou sortudo mas ao mesmo tempo trabalhador. Sou sortudo mas é engraçado que desde pequeno sempre disse que sou sortudo mas que faço pela sorte. O sortudo de ir para uma pista e ir lá e por acaso a minha sessão ser a mais rápida é porque também fazia os trabalhos de casa e treinava a tempo e horas e jogava jogos de computador, que se calhar tiveram algum impacto. 

Algumas entras numa pista pela primeira vez e lembras-te de a ter jogado? 

Sim, já as conhecia de cor e salteado por causa da Fórmula 1. 

Como é essa experiência? 

É boa. Os jogos de computador e os simuladores estão muito bons para aprender as pistas, saber em que mudança é cada curva, ter a percepção e a pista memorizada. Mas depois é claro, na vida real é preciso ajustar... à vida real. Num computador, fazemos uma curva a 250 km/h e se nos despistarmos o jogo recomeça. 

Ganhar em Imola para alguém da tua geração que cresceu a ver o Senna foi especial? 

Sim, era um grande fã de Senna e se tiver de dizer algum ídolo, seria ele. Passar pela curva de Tamburello e ver lá as fotografias e a bandeira, as flores onde ele teve o acidente... é emocionante. E há outra questão que é uma coincidência. Soube que neste fim-de-semana [17 e 18 de Maio] fiquei no mesmo hotel em que ele ficou na última corrida dele. É um bocado sombrio, um bocado mórbido...  
Teres feito parte da Red Bull fez-te sentir que a Fórmula 1 estava a um passo a qualquer momento? 

Sim, sim. Porque são as etapas de uma carreira de um piloto. Consegui mostrar o talento nos karts. Depois conseguir estar num construtor mas passar para os fórmulas é muito difícil. São poucos os pilotos que o conseguem. Eu tive essa sorte, de fazer um teste para eles e correr bem. Quando faço esse contrato com 18 anos, havia já cláusulas a falar da Fórmula 1 e dos montantes mínimos que seria para ganhar. Dá um ânimo inacreditável porque parece tudo alcançável. Sempre trabalhei com esse intuito porque é um contrato, é uma coisa séria. 

Em que momento achaste que esteve mais próximo? 

Acho que foi mesmo em 2007 quando vou para a World Series e começo a fazer testes privados com a Red Bull. Fiz eventos de demonstração de rua... estava a ter um contacto bastante próximo com uma equipa de Fórmula 1. No final do ano, tive uma proposta para passados dois anos ir para a Fórmula 1 mas não se reuniram os apoios necessários. E a oportunidade passou. 

Os casos têm algumas diferenças mas sentes que o António Félix da Costa está a seguir as tuas pisadas? 

Está, claramente. 

Parece um espelho? 

Sim, nós damo-nos bem. Ele começou na mesma equipa que eu e a cada momento que vou fazendo, que sou mais o pioneiro, ligo-lhe e digo-lhe 'aqui está outra coisa para tu fazeres, Tenta tu'. Eu fiquei em segundo no campeonato da Europa e liguei-lhe para ele tentar ganhar. E depois na Formula Renault 2.0 ganhei dois campeonatos no mesmo ano e desafiei-o. E ele 'epá, isso vai ser difícil...' A mesma equipa, com o mesmo carro, o mesmo pessoal... e não ganhou por pouco. Ganhou um dos campeonatos, no outro ficou perto. Na World Series foi quarto no primeiro ano e foi o melhor rookie, tal como eu. A primeira corrida que ele ganhou foi na Hungria e foi curioso que ele festejou exactamente da mesma maneira que eu. Ligou-me e disse-me 'até festejei da mesma maneira que tu há cinco anos'. Na altura até pus uma fotografia no Facebook das duas. É tudo igual, só muda um pouco as cores no capacete.

... 

Agora ele foi para o DTM e por coincidência eu saí nesse ano. 

Deste-lhe algumas sugestões? 

Sim, claro que dei. Mas é sempre difícil comparar. Ele está na BMW, eu na Audi, e é sempre diferente comparar construtores diferentes, não sei como trabalham. Falei um pouco do genérico e das dificuldades. Mas acho que não está a precisar de grandes dicas... 

E achas que depois ainda vai parar às 24 Horas de Le Mans também? 

Tudo depende dele. Eu gosto muito de resistência e já sabia que ia fazer isto desse por onde desse. Surgiu agora a oportunidade e aproveitei-a, ainda por cima na Audi que era o que queria. 

Como se prepara uma corrida de 24 horas? 

Com várias coisas. Muitos testes para fazer evoluir o carro. Aliás, agora já estou a preparar o carro de 2015. No simulador também, para conhecermos a pista e perceber os melhores níveis de aerodinâmica. E fazer o campeonato europeu de Le Mans Series para me preparar ainda melhor. 

E já há estratégia para quem estará em cada momento da prova? 

Ainda não. Isso vai depender muito de como a pista estiver. Vamos decidir mais em cima do fim-de-semana e depois consoante o andamento de cada um dos nossos pilotos. Pode sempre haver um que esteja mais à vontade. Eu sou o rookie, portanto há sempre um cuidado para olharem por mim. O arranque talvez seja de um mais experiente, embora me tenha sentido bastante confortável nas 6 Horas de Spa. Mas há sempre cuidado. 

E dormir? Não te podes dar ao luxo de demorar muito para adormecer? 

Pois, não posso. Eu preciso de 45 minutos, uma hora para relaxar de toda a adrenalina de andar a correr. Depende muito de quando se consegue desligar ou não. Já tive provas fantásticas em que saía do carro e conseguia dormir logo e recuperar bem. Houve outra em que não consegui dormir. E depois também não vamos tomar comprimidos... [risos] 

Consegues dormir rápido de forma natural? 

Sim. Tenho uma boa disciplina de sono, uma boa almofada. 

E acordar, também? 

Sim, acordo bem. E lá está: aos domingos acordar de manhã custa mais do que nos dias da semana, porque aí tem mesmo de ser. Acordo um bocado assim, sabendo que dormia mais uma horita... 

E normalmente acordam quanto tempo antes de entrar em pista? 

Depende muito da estratégia mas no mínimo uma hora antes porque pode acontecer alguma coisa e ser preciso mandar vir outro piloto. 

E durante esse processo és informado de tudo o que se está a passar?

Sim, sim, sim. Olho para o televisor, vejo como está, como está a pista. 

E sonhas com a corrida? 

Sim, ainda agora estava a dormir no avião e estava a pensar na corrida. Tenho muitos espasmos quando estou a dormir. Dos reflexos, de quando estou a travar. Às vezes dou um pontapé na cadeira da frente e tenho de pedir desculpa. 

Vais fazer as 24 horas de Le Mans um dia depois de fazer 29 anos. O que seria uma boa prenda? 

A grande, grande prenda era a vitória. Mas é muito difícil. A fasquia está para ganhar e vamos fazer o melhor possível. È para lá que apontamos. Se ficarmos em segundo ou terceiro também ficamos contentes. Fora do pódio já ficamos um bocadinho mais tristes. 

Como é a relação com a equipa tens agora na Le Mans Series? 

Bastante boa. Acho que temos um excelente ambiente, brincamos todos uns com os outros apesar de termos idades e experiências diferentes de vida. 

Como é que vês ter ao lado alguém com 44 anos e uma fortuna avaliada em 122 milhões de euros? 

[Risos] Sou mais rápido do que ele. Ele é o gentleman driver, é necessário tê-lo na equipa. Por regra é sempre preciso um piloto silver, alguém que não tenha tão bons resultados. Encaro de forma natural. Ao longo da minha vida tenho-me cruzado com pessoas bastante importantes. Acho que ele gosta de mim mas trato-o exactamente como se fosse um piloto. E acho que ele também gosta da relação que temos. Não faço cerimónias. 

Quando tiveres 44 anos achas que vais ter a mesma paixão? 

Não sei, vou ter de esperar para ver. Até agora não mudou, mas é uma questão de deixar o tempo passar. Olho para o Tom Kristensen que tem 46 anos e já ganhou Le Mans nove vezes e continua com uma motivação e vontade de ganhar que põe-nos em sentido. 

É um sonho para ti fazer algo parecido? 

Sem dúvida. Vou trabalhar para isso. O objectivo é mesmo manter-me como piloto profissional e ganhar Le Mans. E quero fazê-lo até não conseguir mais e precisar de muletas para entrar no carro. 

Se ganhares, vais ligar para o António? 

Claro, claro. E dizer 'aqui está outra!' 

Disseste numa entrevista que o automobilismo é como o surf e a procura pela onda perfeita. O que será a onda perfeita para ti? 

Bom, se calhar foi o que fiz em Imola, ao conseguir pole, volta mais rápida e vitória. Acho que a onda perfeita é estarmos a fazer os projectos que queremos nas épocas que queremos. Nem sempre é fácil, mas neste momento estou na onda perfeita, a correr Le Mans num dos melhores carros da grelha. 

Disseste que tens tido uma carreira muito bem gerida. Ainda assim há alguma decisão que gostasses de voltar atrás? 

Sinceramente, acho que foi tudo feito na hora certa. Há sempre uma decisão aqui e ali que nos faz pensar que poderíamos ter outra vida, mas não sabemos se seria melhor e se calhar até seria pior. São pequenas coisinhas mas tenho a certeza que houve corridas que fiz que não gostaria de voltar atrás porque correu tão bem ali que se voltasse não sei se aconteceria outra vez. Portanto, estou muito feliz por olhar para o meu passado e ver que está tudo muito bem. 

A partir de momento é que as 24 Horas de Le Mans começaram a ser mais o objectivo do que a F1?

Desde que entrei na Audi. Quando desviei o meu objectivo de ser piloto de Fórmula 1, a primeira coisa que me veio à mente foi que gostava de ser piloto da Audi, pelos carros que eles têm e pelos campeonatos em que estão inseridos. Realmente é aquilo que eu gostava. É fantástico, foi quase escolher e chegar lá. Isso foi muito trabalhado enquanto carreira. É fantástico dizer que se quer algo e depois alcançá-lo. 

A nível de objectivos ainda tens mais para onde evoluir? 

Há, ainda há muitas provas que gostaria de ganhar. As 24 Horas de Le Mans, sem dúvida, é uma delas e vou tentar o meu melhor para o conseguir. As 24 Horas de Spa com Audi R8 em GT3 também gostava de ganhar e quase que a ganhei no primeiro ano [quarto em 2011 numa equipa com Bert Longin e Stéphane Ortelli]. Aí, se não fiz a volta mais rápida, foi por muito pouco. Depois, tenho mais algumas corridas em mente. Gostava de ganhar as 24 Horas de Daytona na geral. Há aqui vários pontos da minha 'bucket list' que têm de ser preenchidos.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Michael Schumacher, um mês depois

Precisamente um mês depois do seu acidente, na estância de esqui a Meribel, nos Alpes Franceses, a situação sobre o estado de saúde de Michael Schumacher é algo contraditória. Se a rádio francesa RMC fala que um dos médicos, Stephan Chabardes, afirmou que a medicação está a ser retirada aos poucos no organismo do ex-piloto alemão de 45 anos, que está em coma induzido desde o dia do seu acidente, a asessora de imprensa, Sabine Kehm, mantêm o mesmo tipo de comunicado de imprensa os jornalistas, continuando a afirmar que “qualquer informação que não venha dos médicos que estão tratando dele ou de sua equipa médica deve ser considerada especulação”. 

Contudo, desta vez, o comunicado não dá qualquer palavra sobre o estado de saúde do piloto alemão, que sofreu duas cirurgias para reduzir a pressão intracraniana que sofreu com as lesões, o que é estranho, dado que um dos médicos da equipa falou em recuperação...

Também hoje, o jornal português "A Bola" publicou um artigo de duas páginas sobre Michael Schumacher, para assinalar um mês sobre o seu acidente. A coisa interessante deste artigo foi que a jornalista Elsa Bicho decidiu falar com um neirocirurgião, Carlos Vara Luiz, chefe do serviço de neurologia do Hospital de São José, em Lisboa, onde tentou falar o melhor possivel sobre casos como o dele, sem entrar em grandes pormenores, devido ao sigilo médico e ao facto de que, em medicina, "casa caso é um caso". Mas mesmo ficando-se nas generalizações, entende-se que o quadro e grave e as hipóteses de uma recuperação total são minimas. Mas acho que vale a pena colocar aqui o artigo na íntegra.

HÁ UM MÊS QUE O MUNDO ANSEIA ACORDAR SCHUMACHER

Acidente de esqui foi a 29 de dezembro
Neurocirurgião diz ser mau augurio

por Elsa Bicho

Foi há precisamente um mês que o mundo acordou com a noticia que Michael Schumacher havia sofrido um grave acidente de esqui nos Alpres Franceses, na estância de Meribel. Transferido para o Hospital Universitário de Grenoble, foi submetido a duas cirurgias, permanecendo em coma induzido. As atualizações do seu estado clinico foram sempre curtas e pouco esclarecedoras. Inclusivé para respeitar a vontade da familia, zelosa da sua privacidade perante situação tão delicada quanto a de "Schumi".

Passado um mês, como estará o cérebro de um homem que passou a vida a correr a 300 km/hora? Como estará o alemão que sempre andou a cavalo e fez esqui? Como estará o piloto apaixonado por motociclismo e por toda a atividade desportiva que, vá lá saber-se, sempre teimou em fazer perigar a sua vida? Ainda que analisando o caso de Schumacher de forma genérica, dada a falta de pormenores sobre o seu estado, e cada caso é um caso, Carlos Vara Luiz, neurocirurgião e chefe de serviço de neurologia do Hospital de São José, faz a leitura da situação de "Schumi", acontecimento que têm acompanhado, até por ser fã do germânico. Certo é que, um mês em coma induzido não é bom augurio.

'Só poderei falar de forma genérica, visto não ter acesso ao processo de Schumacher. Contudo, é factual que o piloto sofreu um traumatismo craniano, que pode ser considerado como ligeiro, moderado ou grave, conforme a escala de comas de Glasgow, que vai de 3 a 15. Três é um coma profundo, 15, somos nós dois a conversar. Abaixo de oito é considerado grave, que deverá ser o caso de Schumacher, ventilado e com todos os cuidados de proteção cerebral'

'Vejamos: foi submetido a uma primeira cirurgia, uma vez que deveria apresentar hematomas cerebrais. esses hematomas são de vários níveis. Podem ser de dentro do cérebro, por cima ou por baixo da membrana cerebral, a chamada dura-mater, ou podem ainda ser entre o osso e essa dura-mater. Hematomas dentro da cabeça fazem pressão, dái que, presumo - e atenção, digo presumo porque não estou na posse de mais dados - Schumacher terá sido submetido a uma segunda cirurgia, a chamada craniotomia descompressiva, para travar a hipertensão intracraniana. Ou seja, num edema cerebral, o cérebro não cabe dentro da cabeça, daí mexer-se no osso para arranjar espaço para que o cérebro não sofra tanto', explica o clinicom pormenorizando procedimentos neste tipo de casos.

'Falou-se em estar em hipotermia. A temperatura interior do nosso corpo é de 37 graus. Ao baixarem-lhe a temperatura entre os 32 e os 35 graus, estão a reduzir-lhe o metabolismo. O cérebro é o orgão que mais consome oxigénio e glicose. É altamente energético. A redução da temperatura e o coma induzido com barbituricos indica que está com a atividade cerebral reduzida, que está a receber toda a possivel proteção cerebral. Ou seja, está a receber todas as condições para que o seu cérebro sobreviva. Mas como estará o seu cérebro, a pergunta mantêm-se', assevera Carlos Vara Luiz, negando poder avançar se Schumacher conseguirá recuperar, se conseguirá andar ou ver, uma vez que não são conhecidas as partes do cérebro mais afetadas com a queda e embate na cabeça na rochas.

'Todo este quadro significa que o seu estado é muito grave. O estar monitorizado, ventilado, é disso sinónimo', atesta.
PASSA O TEMPO...

Que leitura fazer, então, do facto de Michael Schumacher ainda permanecer em coma induzido?

'Schumacher deverá estar a ser visto diariamente, acompanhado constantemente com acesso às melhores tecnologias. Quando pode um médico subverter o coma induzido? A PIC - pressão intracraniana - é normal com valores de 10/12. Acima de 20 é considerada hipertensão. Há casos de 40 ou 50 que sabemos não mais poderem ter grande vida. Os neurocirurgiões têm tudo catalogado. Há monitores que alertam para a diálise cerebral, para os valores de oxigenação do cérebro... apenas mediante determinados valores podemos proceder à remoção dos barbituricos. Um mês é já muito tempo com proteção cerebral. Não augura cenário positivo', assenta o chefe de serviço de São José, concordando, contudo, que o facto de Schumacher ser um saudável desportista poder ser factor relevante em caso de desejada recuperação.

'É um aspecto muito positivo, tal como a sua idade, 45 anos. O fato de estar em boa forma fisica deverá indicar que não tinha colesterol alto, que nao deveria ter diabetes, nem outras doenças associadas. Mas será que chega? Um mês nestas condições, sem ninguém dizer mais nada ao mundo, sem que nada de positivo transpire cá para fora, não me parece animador', volta a frisar Carlos Vara Luiz, confessando não conhecer caso catalogado de grave com total recuperação. 

'Schumacher era um Super Homem. Mas não conheço ninguém que renha voltado a ser tal qual como era após sofrer um traumatismo grande e grave', garante."

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport, que sai nesta quarta-feira nas bancas, tem como grande destaque o GP do Japão e a vitória de Sebastian Vettel, que o colocou "A Um Passo do Título", graças à vitória que teve em Suzuka.

Por cima, há um destaque ao Autosport histórico, onde sa fala de uma entrevista a Joaquim Moutinho, que deslumbrou nos ralis nos anos 80, ao volante de um Renault 5 Turbo.

Em baixo, há destaques à MotoGP ("Miguel Oliveira terceiro na Malásia"), aos ralis nacionais ("Velhos são os trapos") em referência à vitória de Fernando Peres no Rali do Baião, e sobre o Rali de portugal Histórico.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A capa do Autosport desta semana

Na edição desta semana da Autosport portuguesa, os destaques têm a ver com a prestação dos pilotos portugueses nas várias provas que aconteceram neste fim de semana.

O destaque é António Félix da Costa que conseguiu dois pódios - um deles uma vitória - e uma volta mais rápida na etapa da World Series by Renault em Paul Ricard, e colocando uma foto com os seus adversários Kevin Magnussen e Stoffel Vandoorne, o jornal titula que "Felix da Costa na pole-position para a F1". E há quem diga que já foi visto em Faenza a fazer o banco para o carro da Toro Rosso...

O segundo grande destaque têm a ver com Álvaro Parente e Sebastien Löeb, que venceram as duas corridas do fim de semana de Navarra da GIA GT Series. "Dupla Vitória de Loeb e Parente" é o título escolhido.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana comemora na parte de cima os 36 anos de vida deste semanário automobilistico, enquanto que em destaque mostra a grande vitória de António Félix da Costa em Hungaroring (depois de ter desistido na corrida anterior) com um "Venha a Formula 1" como título.

Na parte de baixo pequenas referências à DTM no circuito de Oscherschleben ("Filipe Albuquerque em quarto"), numa corrida ganha pelo brasileiro Augusto Farfus; aos Clássicos em Braga ("Quente e Frio"), o WRC, na Austrália ("Título Adiado para Ogier") e sobre a contratação de Kimi Raikkonen pela Scuderia ("Dream Team na Ferrari")

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana têm Formula 1 e Todo o Terreno como destaques. Se em destaque temos a conquista de mais um titulo nacional ("Barbosa confirma 6º título"), mais em baixo temos o resultado final do GP de Itália, em Monza. ("Catedral de Vettel")

Ao lado, as incidências do fim de semana do WTCC em Sonoma ("Tiago perto da vitória") e sobre o Caramulo Motor Festival ("Nova emoção na Serra") E há ainda referência ao Autosport histórico, que começa a ser publicada esta semana.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A dramática corrida de Fuji, contada por quatro dos pilotos que estiveram lá

Descobri esta entrevista há uns dias no meu Twitter, e achei por bem traduzi-la, pois é um relato direto de quatro pilotos que estiveram no Monte Fuji, naquele dramático Grande Prémio do Japão de 1976, onde, debaixo de chuva, se decidiu o campeonato do mundo daquele ano, entre Niki Lauda e James Hunt. O jornal "The Scotsman" publicou no passado dia 31 de agosto uma "conversa a quatro" com os pilotos Mário Andretti, que fez a pole-position e venceu aquela corrida pela Lotus; o norte-irlandês John Watson, então piloto da Penske; o sul-africano Jody Scheckter, que dirigia o Tyrrell P34 de seis rodas, e o novato australiano Larry Perkins, que pilotava um Brabham-Alfa Romeo que então tinha substituido a meio da época o argentino Carlos Reutemann.

A dias da estreia de "Rush" nos cinemas um pouco por todo o mundo, os jornais e as revistas aproveitam a oportunidade para colocar coisas sobre essa temporada. E falar com quatro dos sobreviventes dessa corrida absolutamente louca, mas tão decisiva para um campeonato do mundo que viu o seu lider quase morrer e "regressar dos mortos" para tentar ficar com o segundo título mundial consecutivo, era algo do qual valia a pena seguir, era uma ocasião unica para eles recordarem os eventos de há quase 37 anos atrás.

Eis a matéria na íntegra, assinada pelo jornalista Tom English:

"24 DE OUTUBRO DE 1976. Setenta e três voltas, ou 319,690 quilómetros, no Fuji Speedway, no sopé do Monte Fuji, para determinar quem seria o campeão do mundo de Formula 1.

Era um duelo entre Niki Lauda e James Hunt, uma rivalidade tão falada e uma corrida tão dramatizada que [Hollywood] decidiu fazer um filme sobre isso. "Rush", o filme realizado por Ron Howard, aparecerá no próximo mês num cinema perto de si. Niki Lauda tinha recuperado de uma experiência de quase-morte a 1 de agosto, em Nurburgring, e ainda estava na frente de Hunt no campeonato por apenas três pontos quando chegaram à prova final, no Japão. Scotland on Sunday falou com quatro homens que correram naquele dia memorável.

John Watson: Não sei se estou no filme, mas se quiserem saber o que faço, estou no carro numero 28.

Jody Scheckter: Eu estava no meu Tyrrell, na terceira fila da grelha.

Larry Perkins: Parti do 17º posto e não durei muito. Era um novato naquela altura.

Mario Andretti: Estava na pole-position com o Lotus. Tinha James ao meu lado e o Niki atrás de mim. Claro, era um milagre o Niki estar ali a competir connosco.

JW: Eu acho que aquilo que fez, voltar ao cockpit para correr após a sua experiência na Alemanha, apenas algum tempo antes, foi das coisas mais corajosas que jamais vi a ser feito. Não foram as queimaduras que quase o mataram, foram os fumos tóxicos que ele respirou enquanto o carro esteve a arder.

MA: Todos ficaram espantados quando Niki recuperou de uma maneira tão rápida. Esteve muito perto da morte. Foi inspirador de muitas formas. Temos de respeitar grandemente uma pessoa como aquela.

JW: Considerando aquilo que ele sofreu, para se estar suficientemente curado para guiar não é só inacreditável como corajoso, indo para além do possível  É um pouco como aqueles pilotos da II Guerra Mundial que ficaram feridos em combate e logo depois voltarem ao avião para ir combater de novo os alemães. O seu maior ferimento não foram as queimaduras, foi a inalação de fumos tóxicos do seu chassis. O grande perigo foram os seus pulmões queimados. Foi por isso que lhe deram os últimos sacramentos. Semanas depois, estava de volta ao carro e a conseguir pontos!

MA: Niki and James eram personalidades completamente opostas.

JW: James desprezava as pessoas porque gostava disso. Ele tinha duas faces e às vezes eu achava que exagerava. Era rude e desrespeitoso. Niki nunca foi assim. James podera aparecer em certas cerimónias onde se esperava um pouco de etiqueta, mas aparecia quase "despido" e com um comportamento de adolescente.

JS: Gostava de ambos. Dois animais de tipos diferentes.

JW: Eles eram semelhantes de uma certa forma. Ambos adoravam fo*** muito, mas o Niki era bem selectivo. Ele tinha mais a ver com o estilo do que com a quantidade. Eles gostavam de fazer. Como piloto, Niki era o profissional consumado. O seu caratér era tipicamente teutónico. James era um piloto muito veloz, mas não era muito bom em termos técnicos. Niki estava intimamente ligado ao desenvolvimento do carro, estava ali pelo desafio intelectual. Com James, bastava um carro veloz e algumas indicações.

MA: Você deve ter ouvido todo o tipo de histórias sobre o James. Principalmente aquela semana antes do Japão.

JW: Há aquela historieta de que ele dormiu com 33 hospedeiras da British Airways num hotel em Tóquio na semana anterior à corrida. Não sei como é que essa história aparece, porque ele não era um tipo selectivo em relação a hospedeiras dessa companhia em favor de outras como Lufthansa ou Aeroflot. Acho que existiu uma certo exagero nessa história, para ser honesto, porque mesmo para os padrões de Hunt, ir para a cama com 33 mulheres deixaria-te sem energia para guiar um carro. Acredito muitas das histórias sobre ele, mas creio que esta das 33 hospedeiras é um exagero.

MA: Tenho a certeza que nada foi exagerado.

JS: No dia da corrida, ninguém acreditava na quantidade de água que caia na pista.

MA: A Lotus não era o melhor carro do pelotão, mas estava na pole-position. Coloquei aquele carro com a pista seca, não em pista molhada, e no dia da corrida estava um diluvio. Na reunião com a organização, pedimos a eles que atrasassem a partida por 30 minutos, mas não nos deram ouvidos. Niki estava a tentar convencê-los a fazerem isso. Niki e James não queriam correr.

LP: Não tive nada a ver com aquilo. Era um novato e nessas situações, sentas-te no teu cantinho e não dizes absolutamente nada. 

MA: Os organizadores não estavam para serem persuadidos. Tinham o controlo total da situação e os pilotos não. Nós não dissemos que não queriamos correr, apenas dissemos: "Considerem a situação existente. Está a acontecer algo fora do vulgar, mas irá passar". As piores condições que jamais experenciei no inicio de uma corrida. Nunca tinha passado por algo assim.

JW:  O mundo inteiro estava à espera. A televisão queria transmitir o resultado de um duelo entre Lauda e Hunt [foi a primeira transmissão em direto de uma corrida de Formula 1] e inevitavelmente, a corrida tinha de ir adiante [por causa do tempo de satélite]. A certa altura, a pista estava inundada, mas a corrida tinha de acontecer de qualquer maneira. Tinhas de aceitar isso.

LP: Fui fazer a volta de aquecimento e entrei em "acquaplanning". De lado contra um poste telegráfico, que era algo imóvel. Eu guiava na altura para a Brabham e disse: "não é um bom inicio de carreira a correr para Bernie Ecclestone". Ele era o dono da equipa, e tinha danificado seriamente o carro. Quando estava a afastar-me do local, o meu companheiro de equipa, o Carlos Pace, saiu de pista exatamente no mesmo sítio. Estava a chover pesado.

MA: Quando entras no carro, tu gostarias de estar seco. Mas os teus sapatos estavam molhados e escorregadios quando tu pressionas os pedais. Estamos molhados. A partida foi às cegas, tinhamos uma visibilidade de dez por cento, se muito. A pior parte foi na primeira volta, quando estavamos numa parte de descida, após uma longa reta, que estava "ondulando" porque tinha imensa água. O "acquaplannig" era algo do qual nunca tinha experienciado em lado algum nas corridas. Havia "rios" a atravessarem a pista. Pilotos como o Hans Stuck e outros estavam de prego a fundo naqueles sitios.

JW: Tu poderias estar a fazer tudo bem, mas poderia haver alguém à tua frente que poderia cometer um erro e não verias nada. Corrias o risco de ser morto.

LP: Não queria acreditar quando soube que o diretor da corrida decidiu levar a coisa por diante. Quando os carros começam a "acquaplanar" na reta, está demasiado molhado para correr. Mas esta aconteceu e eu parei após uma volta. Disse ao Bernie: "Eu até posso continuar, mas depois destruo o teu carro num despiste, logo, não vejo a utilidade em continuar por ali". Não abandonei porque tinha medo, era jovem e não me preocupava com a minha segurança. Parei porque não queria estragar outro dos carros do Bernie Ecclestone. E na volta seguinte, Lauda decidiu retirar-se. E isso foi bem dramático, posso-te dizer.

JS: Niki parou nas boxes e disse: "Não quero continuar esta corrida". Isso é bem mais corajoso do que acabá-la naquelas condições. Estava a chover demasiado, era impossível  Deveriam ter parado, mas não o fizeram na altura. Niki achava que era desnecessariamente perigoso correr e tinha razão: naqueles dias, os piloto morriam. No Japão, por causa do "spray", não vias nada à tua frente. Só tinhas o ouvido para saber se algum motor à tua frente se tinha desligado e os reflexos para evitar bater nele. Não vias nada indo a mais de 250 km/hora. Se por azar algum carro parasse à tua frente, não tinhas hipóteses. Lutas pela segurança quando estás fora da pista, mas dentro dela, lutas ao máximo para venceres, e não pensas em mais nada. 

MA: Era complicado manter-me na pista. tinhas momentos aqui e ali, mas eu não iria desistir nunca de correr. Não podes abandonar a equipa. No momento em que estás "na pista de dança", danças o ritmo, quer gostes ou não da musica. Nunca me ocorreu a ideia de parar. Olhando para a situação do Niki, eu tenho de compreender a sua decisão, depois do seu acidente horrível na Alemanha. Era uma notável excepção, mas vendo bem as coisas, Niki sempre foi uma pessoa pragmática. Ele disse: "Se eu não vejo, não guio". Depois do que aconteceu na Alemanha, toda a gente entendeu.

JW: Houve muitas razões pelo qual ele decidiu abandonar. Os eventos no Japão mostraram até que ponto as condições eram ou não aceitáveis. Niki abandonou porque as condições eram inaceitávelmente perigosas, mas também porque ele tinha problemas em controlar um canal lacrimal, que tinha sido danificado por causa do incêndio. E também ele jogou com a situação, lançando os dados: James tinha de acabar em primeiro, segundo ou terceiro para ser campeão do mundo, e naquelas condições, não havia a garantia de que ele iria conseguir. A decisão do Niki era baseado no que aconteceu na Alemanha, mas também no seu pragmatismo. Ninguém conseguiria prever o que James iria fazer durante a corrida. Chegaria em terceiro? Ou poderia ter um acidente ou uma falha mecânica? Naqueles tempos, as falhas mecânicas eram bem mais frequentes do que agora. Não tinhas garantias de que irias acabar a corrida. Então, Niki Jogou os dados e... perdeu. 

MA: Foi uma corrida de sobrevivência durante cerca de um terço dela, mas depois a chuva amainou e parou, e era mais suportável. Acabei por ganhar e claro, houve euforia, mas também muito alivio.

JS: Eu acabei por me retirar na volta 50 e tal. Quando fiz, só pensei: "Ainda bem que acabou"

JW: James acabou em terceiro e levou o título mundial. Houve uma festa depois, e estive por lá durante um pouco. Pode-se imaginar o ambiente...

MA: Se não tivesse chovido naquele dia? Bastava que Niki tivesse levado o carro até ao fim que ficava com o título. Somente levar o carro até à meta.

JW: Se a pista estivesse seca, o desfecho teria sido diferente, sem dúvida.

MA: Mas foi por causa do que aconteceu que fizeram um filme, não foi?

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A capa do Autosport desta semana

A edição desta semana da Autosport, que estará nas bancas a partir de amanhã, traz na capa as corridas do fim de semana em Portimão, onde César Campaniço foi o melhor, conquistando o títuo nacional de circuitos ("O Primeiro Campeão")

Em cima, temos a chamada de atenção a uma entrevista com Stefano Domenicali ("Domenicali sem papas na lingua"), uma demonstração de clássicos em Cascais ("Clássicos brilham em Cascais") e a prestação de Miguel Oliveira na Moto3 ("Miguel Oliveira 5º em Silverstone") 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana, que sairá amanhã nas bancas, mostra os eventos do fim de semana que passou. Desde a Formula 1, onde Sebastian Vettel em grande plano na Belgica ("Ninguém segura Vettel!"), até ao que aconteceu no Rali da Alemanha ("Dani Sordo, finalmente!"), passando por eventos futuros, como o regresso do campeonato nacional de velocidade em Portimão. 

Também há a entrevista a Álvaro Parente, falando sobre a sua experiência nos GT's e com Sebastien Löeb.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

A capa do Autosport desta semana

Lewis Hamilton é o assunto em destaque na capa desta semana do Autosport. A sua primeira vitória ao serviço da Mercedes, na Hungria, deu azo a uma expressão aliviadora por parte das pessoas que o seguem, um "Finalmente, Hamilton!" mesmo que fosse para dizer que a transferência da McLaren para a Mercedes, está a valer a pena.

Por cima, temos uma entrevista de carreira a um dos melhores pilotos de rali portugueses, Jorge Ortigão, enquanto que em baixo, temos as referências às 24 horas de Spa-Framcochamps ("Vitória de Schneider e da Mercedes"), sobre as eleições na Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting ("Manuel de Mello Bryner eleito presidente da FPAK") e sobre o resultado da Rampa de Paços de Ferreira ("Salvador na festa de Reis") 

terça-feira, 23 de julho de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana, que estará esta quarta-feira nas bancas, têm António Félix da Costa em destaque, falando essencialmente de três assuntos: o teste que fez em Silverstone, o fim de semana da World Series by Renault em Zeltweg e as impressões que os líderes da Red Bull têm sobre o piloto português. E o ótimismo é grande: "Yes, We Can!", com o subtítulo: "Em Portugal, acredita-se!"

Ao lado, três destaques: uma entrevista com Valentino Rossi: ("Tudo é mais díficil que há quinze anos"); a jornada dos Superstars em Portimão e o que aconteceu em algumas provas que acompanharam a corrida principal ("Portugueses fazem melhor") e o projeto português da Formula Student ("Tecnologia Made in Portugal")

terça-feira, 9 de julho de 2013

A capa do Autosport desta semana

Na capa do Autosport que vai sair nas bancas amanhã, pode se ver duas imagens dos eventos do fim de semana que passou: o GP da Alemanha de Formula 1 e um evento feito pelo jornal no Autódromo do Estoril, o Autosport Festival. Sob o título "Fim de Semana Escaldante", por cima está a foto do momento em que os Red Bull de Sebastian Vettel e Mark Webber ultrapassaram na largada o Mercedes de Lewis Hamilton, enquanto que em baixo se vê o carro de Ricardo Teodósio a vencer a Power Stage que a revista montou no pista do Estoril.

Em cima, referência à Rampa de Cerveira, onde houve a "Vitória de Tiago Reis".

terça-feira, 4 de junho de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem o Volkswagen Polo R de Jari-Matti Latvala em ação, ele que foi o grande vencedor do Rali da Grécia, aproveitando os problemas de Sebastien Ogier. Sob o título "Finalmente, Latvala", o jornal comemora a vitória do piloto finlandês.

Em cima, há uma declaração de Tiago Monteiro, pois isto é a semana anterior às corridas em Moscovo, e onde afirma que "Vamos continuar a trabalhar no duro!" em relação ao Honda Civic e em relação ao campeonato de WTCC.

Em baixo, alguns resultados desportivos do fim de semana que passou, desde o DTM, na Áustria ("Albuquerque em baixo de forma"), passando pelo Nacional de Montanha, na Covilhã ("Tiago Reis pela margem mínima"), pelo TT Serras do Norte ("Dominio total de Miguel Barbosa") e acabando com a WSR, em Spa-Francochamps ("Félix da Costa recupera terreno")  

terça-feira, 14 de maio de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana têm basicamente três assuntos: o GP de Espanha, em Barcelona, a Rampa da Falperra, em Braga, e o GT Open, em Portimão. Em destaque está a corrida espanhola, com um vencedor espanhol e como tal, o título é apropriado a uma tourada: "Fiesta Brava de Fernando Alonso"

Em baixo, as referências à Rampa da Falperra, onde se fala sobre'"A Magia de Simone Faggioli" e em cima, sobre "A Primeira Vitória do Ano para Miguel Ramos" em Portimão, para o International GT Open.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem ralis, Formula 1 e Todo-o-terreno. Como seria de esperar, faz-se o rescaldo do Rali de Portugal, onde se fala da "Tripla de Ogier", um duplo tri, já que é a sua terceira vitória nesta prova, que coincide com a terceira vitória consecutiva neste campeonato, e a afastar-se cada vez mais da concorrência, rumo ao titulo mundial.

Em baixo, a Formula 1, com a vitória de Fernando Alonso, que "arrasa concorrência" com o seu Ferrari no circuito de Xangai, no GP da China. E à direita, fala-se sobre o futuro do Rali de Portugal, onde há pressões para colocar no Norte do país, mas que o "Estado Maior decide em maio" se fazem a mudança ou não.

terça-feira, 9 de abril de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana, em semana de Rali de Portugal e GP da China, que estão bem próximos de acontecer, tem o Fafe Rally Sprint e o carro de António Félix da Costa em destaque com um título simples: "Portugal no seu Melhor". No caso do rali, fala-se que "Mais de 100 mil vibraram com o aperitivo do Mundial", e que isso fez com que o "ACP quer o regresso ao Note e Centro em 2014".

Na parte de cima, há uma frase de Pedro de Almeida, um dos diretores do Rali de Portugal, a afirmar que "Sinto as equipas nervosas com a Power Stage".

Em baixo, com o carro de António Félix da Costa em grande plano, fala-se sobre o seu fim de semana na ronda inaugural da World Series by Renault em Monza, onde foi o vencedor, para depois afirmar que foi "Confirmado como terceiro piloto da Red Bull", no GP da China, neste domingo.

terça-feira, 26 de março de 2013

A capa do Autosport desta semana

E claro, a Autosport desta semana tinha de meter na capa a polémica entre companheiros de equipa na Red Bull. Sob o título "Estala o verniz na Red Bull", descobrimos o que foi o GP da Malásia, que aconteceu neste domingo: A desobediência de Sebastian Vettel ("Ignora ordens e vence na Malásia"); a zanga de Webber ("Frustrado pela traição de Vettel") e Hamilton, embaraçado pelo resultado ("Estreia-se no pódio com a Mercedes")

Em cima, há uma referência ao motard Ruben Fariam que será o piloto da Red Bull-KTM no Todo o Terreno e "Rally Raid" ("Vou dar o máximo para vencer o Dakar") e referências ao Fafe World Rally Sprint e aos Clássicos da Velocidade, que "arrancou em Braga".

terça-feira, 5 de março de 2013

A capa do Autosport desta semana

O Autosport irá sair amanhã para as bancas, mas hoje já mostrou a sua capa. E em destaque está a formula 1, com o rescaldo dos testes de Barcelona e com o equilíbrio mais do que presente, graças ao desempenho dos (esfarelados) pneus Pirelli, pergunta-se o seguinte: "Red Bull faz bluff?". Tendo em conta os desempenhos dos últimos tempos, pode-se afirmar que sim.

Na parte de cima, uma entrevista a Bernardo Sousa, atual lider do campeonato nacional de Ralis, graças à sua vitória no Rali Serras de Fafe, e uma resposta ao facto de ser um piloto inconsistente: "Só bate quem anda depressa!"

A publicação falou longamente com um dos pioneiros dos ralis em Portugal, Francisco Romãozinho, que contou as suas "estórias" do seu tempo, para além do anuncio da participação de "Robert Kubica no Rali de Portugal".