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domingo, 7 de abril de 2019

WTCR - Ronda 1, Marrocos (Corridas 2 e 3)

Depois de ontem o argentino Esteban Guerrieri ter vencido ontem em Marrakesh, hoje, Gabriele Tarquini e Thed Bjork foram os vencedores das corridas de hoje na pista marroquina. Na primeira corrida, os Hyundai dominaram, e poderiam ter ficado com uma dobradinha se não fossem os problemas de travões de Nicky Catsburg. Na segunda, a mesma coisa iria acontecer aos Lynk, mas os problemas de motor de Yvan Muller impediram isso.

Quanto a Tiago Monteiro, foi oitavo na primeira corrida e não acabou a segunda, depois de uma colisão com o carro de Yann Erlacher.  

Com temperatura amena na pista marroquina, os pilotos tinham de ser cautelosos na segunda corrida pois, em caso de acidente, é provável que não teriam carro para a terceira prova, que iria acontecer menos de uma hora mais tarde.

Na primeira corrida, que tinha o Hyundai de Nicky Catsburg como poleman, a partida foi calma, com toques, mas sem alterações de monta, pois todos andavam cautelosos. Atrás, Tiago Monteiro caia dois lugares, para nono, e era pressionado por Frederic Vervisch. Na frente, os Hyundais de Catsburg e Tarquini começavam a escapar da concorrência, liderada pelo Lynk de Yann Erlacher. Tudo isto acontecia enquanto o local Mehdi Bennani desistia pela segunda vez esta semana.

As coisas andavam assim até à décima volta, quando Catsburg falhou a travagem e bateu no muro de proteção, dando a liderança a Tarquini e a entrada do Safety Car. A corrida retomou cinco voltas dpeois, com Tarquini a "fugir" do resto do pelotão, agora liderado por Jean-Karl Vernay, abrindo uma vantagem apreciável. Atrás, Tiago Monteiro era pressionado por Frederic Vervisch pelo oitavo posto, e ambos tinham na frente outro veterano, o Lynk de Yvan Muller. 

Contudo, no final, as posições não se alteraram e o veterano italiano foi o vencedor da primeira corrida da tarde, com Vernay e Erlacher nos restantes lugares do pódio. Monteiro ainda atacou Muller, mas nenhum dos três conseguiu ultrapassar ou ser ultrapassado, portanto, o piloto do Honda foi oitavo, entre o Lynk do francês e o Cupra do belga.

Poucos minutos depois, o pelotão estava de volta à pista para a segunda corrida da tarde. Com Vervisch e Muller na primeira fila e Tiago Monteiro na segunda, a corrida também prometia ser emocionante, porque seria mais longa - teria 21 voltas. Catsburg, devido aos danos que tinha sofrido, não iria largar nesta corrida.

Na partida, os Lynk foram mais velozes, com Muller a ser melhor que Bjork, enquanto Monteiro estava a perder posições. Mais tarde, na mesma volta, e a tentar aguentar a posição de Guerrieri, ele toca no carro de Erlacher e no impacto, ele bate a fica danificado. O Safety Car é acionado, e a corrida de ambos os pilotos terminava por ali.

A corrida voltou na volta seis, com Muller a afastar-se de Bjork, que servia de tampão ao resto do pelotão. Vervisch atacava o segundo posto do carro azul, mas as tentativas não corriam bem, Parecia que o veterano francês iria ter uma corrida tranquila, mas na volta 14, Muller tinha problemas a perdia a liderança para Bjork. Metros depois, descobriu-se que tinha um problema mecânico e acabaria por abandonar. Quase ao mesmo tempo, Augusto Farfus também andava lentamente na pista devido a problemas de caixa. 

Na frente, agora Bjork aguentava os ataques de Vervisch e Azcona, com sucesso. As coisas não mexeram até que na volta 21, os travões do Audi de Vernay falharam e ele bateu nas barreiras de proteção. Com isso, Tarquini subia para o quinto lugar, mas o lugar onde estava o piloto francês era o suficiente para o regresso à pista do Safety Car. Parecia que a corrida acabaria debaixo de bandeiras amarelas, mas não foi. Insuficiente para haver modificações, com Bjork, Vervisch e Azcona no pódio desta terceira corrida.

Com os Lynk a liderar nos Construtores, com 90 pontos, a próxima ronda do WTCR acontecerá nos dias 27 e 28 de abril, na Hungria.

domingo, 18 de março de 2018

A entrevista de Tiago Monteiro à Playboy portuguesa

A Playboy portuguesa deste mês tem coisas bem interessantes nas suas páginas (e não, não é isso que vocês pensam, seus pervertidos). Quero dizer que está uma entrevista bem interessante a Tiago Monteiro, onde ele fala sobre a sua carreira, e especialmente, sobre o seu acidente há quase seis meses em que andou todo "vesgo" e que colocou a sua carreira em risco.

Há coisas interessantes sobre esta "entrevista de vida", e começa logo com a sua passagem pela Formula 1. Desde ser operado por Colin Kolles (sim, ele é dentista de formação!) até ao infame GP dos Estados Unidos de 2005, onde ele conquistou o terceiro lugar, numa corrida com... seis carros.

P - Ser operado antes de uma corrida por um diretor que também era dentista foi a coisa mais esquisita que e aconteceu na Formula 1?

R - Muito provavelmente foi o mais caricato que tive na carreira, quase de certeza. Para já, teres um abcesso e uma inflamação no fim de semana não é fácil, nunca é agradável mas depois tens a coincidência de ter um dentista como patrão. É uma pessoa que não é muito agradável, é brilhante, mas não é muito simpático e tinha um aspecto assim muito agressivo e tal, por isso era a última pessoa que escolherias como dentista e a relação que tinha com ele era muito profissional, não própriamente de amizade. Não estava para aí virado, mesmo cheio de dores, e imaginar que iria ser tratado pelo Colin Kolles, estava mesmo muito preocupado. Mas olha que ele foi uma grande surpresa, o homem tinha umas mãos de fada e foi incrível, muito bom mesmo. 

(...)


P - E a corrida em que chegaste ao pódio foi a mais estranha da tua vida? [GP dos Estados Unidos de 2005, em Indianápolis]

R - Foi também algo muito caricato, inédito até hoje, toda a gente se lembra dessa corrida, aquele boicote dos concorrentes com os pneus Michelin e óbviamente foi a grande oportunidade, estavamos no sitio certo, na altura certa, mas nesses seis era preciso estar o mais à frente possivel e a luta lá atrás era feroz mesmo.

P - Então sentiste a pressão.

R - Ah sim, talvez a maior da minha carreira. Porque eu estava consciente que era uma oportunidade única. Era um fim de semana onde podia haver oportunidade de pontos, mas nunca imaginaria que seria assim, que houvesse tanta adesão ao boicote e iríamos ser só seis carros. A partir do momento em que víamos que éramos seis foi ainda pior. Um dos meus concorrentes na altura era o meu companheiro de equipa [o indiano Narain Karthikeyan], a luta era muito renhida entre nós e qualquer um poderia ter acabado em terceiro.

Felizmente naquele fim de semana estava muito forte, confiante. A equipa a meio da corrida, quando já estava com um bom avanço, deu-me indicações que estava com uns problemazitos da temperatura de caixa, etc, e que tinha de abrandar um bocadinho o ritmo que eu não queria. Não queria perder a minha concentração, manter aquele meu ritmo, estava confortável assim e não queria estar sob pressão no final da corrida. Por isso continuei a atacar ao máximo ate aos três quartos da corrida. 

Se perguntares quem fez quarto, quinto e sexto, quase já ninguém se lembra, por isso foi mesmo importantíssimo estar ali em terceiro. Se aquilo foi bom ou mau, não tenhas dúvidas que aquilo não foi fantástico para a Formula 1, mas fez parte daqueles pontos na história que eles se lembram, a bem ou a mal, tanto faz, mas o importante é que estava lá e agarrei aquela oportunidade.

A partir daqui, a entrevista fala sobre a passagem anterior pela então ChampCar, onde em 2003 foi piloto da Fittipaldi-Dingman, que surgiu depois de ele ter feito um teste com o Renault de Formula 1, no final de 2002, onde estava, entre outros, Sebastien Bourdais. E que o facto do teste e a final do programa de jovens piloto da marca do losango o fez migrar para a América e assentar boa parte do ano em Miami.

Também fala do seu filho, que já corre em karts, e depois fala do acidente que teve em setembro e que colocou a sua carreira em perigo.

P - Mas algum dos teus acidentes te fez pensar se deverias parar?

R - Sabes que, em 20 anos, o acidente que tive agora em setembro foi o primeiro onde realmente me magoei, passei perto de uma catástrofe muito maior. Estar aqui hoje a falar contigo já foi um milagre, segundo os médicos todos, e estar a andar, a mexer-me, é outro milagre, porque se não tivesse ficado lá o mais provável é ter ficado tetraplégico. Portanto, o facto de estar agora a treinar como estou a treinar, a andar como estou a andar, a falar...

Estive uma semana sem falar, estive um mês sem andar, estive bloqueado à direita, estive sem ver praticamente, durante alguns meses, ou seja, tive muita sorte na forma como as coisas estão agora a resolver-se. No entanto, se me perguntares se me fez pensar, óbviamente que num mês e meio acamado num hospital tive tempo para pensar em tudo e mais alguma coisa. Se me pensar em parar, acho que nunca, e não sei se isso é grave ou não, é um lado inconsciente que podemos ter. Acho que nem nos dias seguintes, quando comecei a recuperar os sentidos, nunca pensei em parar, antes pelo contrário, só queria recuperar o mais rápido possível, mas também acho que me deu a força para lutar, porque a recuperação foi muito dolorosa, fisicamente e psicologicamente também. Acho que se não tivesse esse objetivo de querer voltar, teria deixado andar as coisas, se calhar ficava deitado a ler um livro que é muito mais fácil. Ao inicio os médicos estavam bastante preocupados e alguns não sabiam se eu voltaria a andar.

P - Quando ficaste consciente já sabias que não ias ficar tetraplégico?

R - Eu só estive inconsciente oito horas. Quando acordei nas primeiras horas, estava completamente sedado, os primeiros dias não percebia nada do que é que se estava a passar, não tinha noção da realidade da situação, achava que a questão da visão foi só do impacto, que numa questão de dias iria passar, achava que não me mexer também era uma questão de dias, por isso não, não tens consciência. A pancada é tão forte, foste tão abalado e as drogas que te dão por causa das dores, estás completamente noutro planeta. 

Mas pouco a pouco, nas semanas seguintes, vais começando a perceber a gravidade das coisas mas também ao mesmo tempo sim, percebes que foi muito mais grave mas há uma boa hipótese de recuperar e foi isso que, apesar de algum negativismo em médicos que estavam mais pessimistas, felizmente havia alguns também optimistas e que me deram essa força. E tinha uma equipa fantástica à minha volta. O objetivo era voltar o mais rapidamente possivel, alguns médicos diziam-me no mínimo dois anos de recuperação até voltar a estar mais ou menos normal. Isso para mim, fora de questão. Aliás, durante o primeiro mês e meio, dois meses, era das oito da manhã até às oito ou nove da noite, fisioterapias todas, homeopatias, optometria, oftamologia, todos os tratamentos possiveis e imaginários, eu estava a fazê-los.

Agora passaram cinco meses e meio, ainda ontem estive com estive com um médico que me viu logo no início, um dos que dizia que isto. no mínimo, um ano e meio, dois e estava muito surpreendido, óbviamente, com a recuperação. Feliz, mas surpreendido. E isso eu acho que faz dar esta força, senão sabes, em vez de fazer oito horas por dia, se calhar já só fazes duas horas de tratamento e tal, o tempo vai passando e depois tenho 40 anos, se tivesse 20 era uma coisa, com 40 é outra.

P - como foi estar a liderar o Mundial e vê-lo escapar sem poder fazer nada?

R - Essa foi a parte mais difícil, uma coisa é estares em pista e as coisas não correrem bem, mas estás a lutar. Outra coisa é estares em tua casa, ou nos tratamentos, seja o que for e ver na televisão os outros a roubarem-te os louros. Foi um exercício psicológico duro, mas interessante ao mesmo tempo, porque descobri muitas coisas sobre mim próprio, obrigou-me a uma luta interna óptima, uma força muito grande para aceitar isso e passar à frente. Ainda fiquei uma corrida à frente do campeonato, apesar de não estar lá, e na segunda perdi a liderança, mas por meio ponto. E faltavam duas para acabar, ou seja, se voltasse à terceira corrida ainda dava. Não foi possível e foi uma fase difícil de aceitar mas só deu mais vontade que nunca.

Não digo que isto foi bom, isto não foi bom para nada, mas por um lado estou consciente de que vou saír disto muito mais forte. Foi uma bofetada muito forte, estão a roubar-te o campeonato, claro que ninguém me garante que eu tivesse ganho mas toda a gente sabe que era o maior candidato à vitória e roubar-me dessa forma é muito frustrante. Não digo que tenha perdido a paixão, antes pelo contrário, mas deu-me uma nova vontade, um novo alento de ir buscar o que é meu e de voltar à competição. Quando fazes isto há 20 anos, nem todos os dias é fantástico, é como tudo, há dias em que estás cansado, dias em que não te apetece tanto, e quando vais três/quatro dias para Barcelona ou para Valência no inverno, está um gelo e tu lá o dia todo no carro, com dores de cabeça, dores no corpo, não é fácil. Mas mesmo dessa parte agora estou com vontade, voltou a dar.me uma motivação interna incrível. 

A parte final da entrevista têm a ver com o novo WTCR, que basicamente é uma união entre o WTCC e o TCR, e um pouco sobre a atual Formula 1, e as hipóteses de ver pilotos portugueses a subirem a escada para o topo do autonmobilismo.

P - E agora, o que vai mudar no WTCC, para além do nome?

R - A grande diferença é o regulamento do carro, que é muito mais simples, ou seja, também muito mais limitado, não deixa tanta abertura de desenvolver o carro, para limitar os custos. Não podes partir de uma folha branca e fazer o que queres, tens de partir de um carro que já existe e desenvolvê-lo dentro dos parâmetros que são controlados, por isso todas as marcas têm muito interesse porque esse tipo de carros é mais fácil, não precisam de 50 engenheiros e designers para fazer um carro, partem de uma base que já existe. Obviamente alteram tudo e mais alguma coisa, mas dentro de certos parâmetros e tens um equilíbrio entre marcas muito maior. Dá um interesse para a marca, porque não só estão a vender carros e peças também, ao mesmo tempo fazem publicidade, são os carros deles que estão a andar. Continua a ser a Eurosport a promover o evento e a ter o carimbo da FIA, que também é muito importante.

P - E as três corridas no fim de semana, vão fazer muita diferença?

R - Não faço ideia, acho que a intenção é dar mais importância e interesse ao sábado, até agora eram treinos e qualificação, e agora ao final da tarde era mais atividades comerciais e coisas assim e quiseram por uma corrida também ao sábado. Francamente, não sou muito a favor porque já temos uma agenda muito preenchida, agora se vai trazer mais espectáculo, talvez.

P - Os testes para a nova época, não vais ser tu a fazê-los.

R - Não, por enquanto não estou, mas também mais uma vez os testes tem uma limitação, nos últimos anos no final de fevereiro, já tinha feito para aí uns 15 dias de teste. Desta vez foram feitos dois ou três dias de testes, lá está, para limitar um pouco os custos. Por isso não estou a perder assim tanto e vou, em princípio, começar a testar em março. 

P - Como vês a atual F1?

R - Altos e baixos. Não a vejo em grande forma para certas coisas, mas é claro que a F1 é sempre a F1, mas com esta nova compra dos americanos [Liberty Media] eles estão a procurar ainda, qual será o melhor formato, estão a tentar moldar a F1 às novas tecnologias, hoje em dia a forma de veres corridas, de veres televisão, mudou completamente. Já não é aquela situação de domingo à tarde que tens três canais na televisão, toda a gente via F1 porque era quase o que havia, hoje tens muito mais escolha, tens muito mais desportos interessantes. A F1 está a combater uma dificuldade de angariação de novos fãs muito grande porque querem coisas mais radicais, mais espectaculares e têm acesso a essas coisas. A nível desportivo, acho que não está mal, é verdade que houve um domínio nos últimos anos da Mercedes, mas com algumas lutas interessantes por parte da Red Bull, da Ferrari também. Tenho seguido obviamente de muito perto e acho que há muitas coisas interessantes mas têm de ser mais valorizadas.

(...)

P - E agora, é ir buscar o campeonato?

R - Tem de ser. Não tenho ainda garantias de estar a 100 por cento em abril, mas se me derem o OK para correr e começar o campeonato desde o inicio, o meu objetivo vai ser lutar pelo campeonato, não há dúvida. Apesar de ser um campeonato novo, os circuitos alguns são novos, carros novos, produtos novos, muita coisa nova, no entanto, sei que posso lá estar e lutar pelo campeonato e é isso que quero. Claro que não sei como é que vai estar o carro, isso também vai obviamente ter interferência nestas ambições, mas tenho experiência e capacidade para isso, vamos ver.

P - Quem é que dá esse OK? É mesmo a FIA?

R - Primeiro, vão ser os meus médicos cá em Portugal e depois tenho de fazer uma série de exames com a FIA. eles querem assegurar-se que não será um perigo para mim nem para os outros, e que não seja ainda prematuro a nível fisico, porque não é o facto de apto, é o facto de voltarmos a ter um acidente, muitas vezes os regressos são adiados por causa disso. Estás de perfeita saúde para pilotar ao mais alto nível, no então estão aí algumas lesões que podem estar um bocado fragilizadas e que, se voltas a ter um acidente grave, aí pode ser uma catástrofe e eles não querem arriscar isso.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Noticias: Saiu o calendário do WTCR para 2018

O WTCR, resultado da fusão entre o WTCC e o TCR, já tem o seu calendário para a próxima temporada. Serão dez provas, dos quais nove provas já são conhecidas. As grandes novidades são que Monza e o Qatar não estarão presentes, trocados por Zandvoort (feito em simultâneo com o TCR Benelux) e Suzuka, que vai acontecer no mesmo fim de semana de encerramento da SuperFormula.

O calendário começará em Abril, em Marrakesh, e encerrará com Macau, e será mais espaçado no tempo, evitando "pausas de três meses" como aconteceu no passado. 

Eis o calendário completo:

7-8 abril - Marrakesh, Marrocos
28-29 abril - Hungaroring, Hungria
10-12 maio - Nurburgring, Alemanha
19-21 maio - Zandvoort, Holanda
23-24 junho - Vila Real, Portugal
22 julho - por definir
4-5 agosto - Termas de Rio Hondo, Argentina
29-30 setembro - Ningbo, China
7 outubro - por definir
27-28 outubro - Suzuka, Japão
15-18 novembro - Macau

domingo, 15 de outubro de 2017

Youtube Motorsport Racing: As corridas do WTCC na China


Depois de dois meses de ausência, o WTCC voltou à ação no novo circuito de Ningbo, na China. Numa jornada dupla onde Tiago Monteiro foi o grande ausente, o grande destaque foi... a chuva. A corrida inaugural, começou atrás do safety car, com Yann Ehrlacher, no seu Lada, a arrancar da pole position, liderando até à décima volta, quando não resistiu ao ataque de Esteban Guerrieri... após a intervenção do safety car motivada pelo incidente entre Rob Huff e Tom Chilton, na volta sete.

A segunda corrida teve uma história curta. A chuva intensa voltou a motivar um arranque atrás do safety car, que nunca chegou a sair até a prova ser cancelada na terceira volta. O argentino Nestor Girolami foi declarado vencedor, na frente de Norbert Michelisz e Thed Björk.

Desta forma, apesar da ausência, Tiago Monteiro só desceu ao segundo lugar do WTCC por troca com Björk por... meio ponto, continuando com todas as hipóteses de se sagrar campeão.

Eis os videos de ambas as corridas.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

WTCC: Monteiro não corre, Tarquini substitui-o

Tiago Monteiro poderá não voltar mais às pistas este ano, algumas semanas depois de ter batido fortemente em Barcelona durante uma sessão de testes com o seu Honda Civic, no inicio de setembro. O piloto português não vai participar na ronda de Ningbo do WTCC por não ter recuperado das suas lesões na zona do pescoço, e assim sendo, será o veterano italiano Gabriele Tarquini que ficará com o seu lugar durante a ausência do piloto português.

"Estou incrivelmente desapontado por não conseguir correr na China", começou por dizer o piloto de 41 anos. "Como equipa, trabalhamos incrivelmente até chegar ao topo do campeonato e isso é um grande revés para todos. Infelizmente, o corpo humano é o que é, e apesar dos esforços extraordinários da minha equipe médica, eu só preciso de mais tempo.", continuou.

"Meu foco agora muda para estar recuperado a tempo [da corrida de] Motegi no final deste mês e retomar ali o meu desafio ao título

"Devo agradecer muito a Gabriele por entrar. Ele é um grande amigo e foi um companheiro de equipe fantástico durante muitos anos no WTCC, então não há mais ninguém que eu prefira no carro para apoiar meu impulso de título", concluiu.

Monteiro está neste momento a recuperar das suas lesões, que lhe afetaram a sua capacidade de visão. Ele espera recuperar totalmente, mas em termos de campeonato, as suas chances poderão ficar algo comprometidas, pois tem neste momento 12 pontos à frente do sueco Thed Bjork, da Volvo (200 contra 188), e 29 à frente de Norbert Mischelisz, que tem 171 pontos.  

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Noticias: Vila Real considera TCR

Com noticias surgidas nas últimas semanas sobre o futuro do WTCC, colocado em dúvida depois da relutância de algumas marcas em continuar (a única que já disse que pretendia andar por lá foi a volvo), o circuito de Vila Real pretende arranjar uma alternativa ao Mundial de Turismos caso haja um hiato nessa competição no futuro. Daí eles se terem virado para a o TCR como alternativa.

Durante o fim de semana do WTCC no circuito transmontano, o actual presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, especificou, citado pela agência Lusa, que caso seja reeleito nas autárquicas de 1 de Outubro, "haverá com certeza WTCC em Vila Real ou algo que o venha a substituir de igual dimensão", demonstrando a sua continuidade em receber competições automobilisticas no circuito citadino.

Apesar da alternativa TCR, a competição disse que nunca pensou na ideia de correr por lá. Uma fonte da organização disse ao site sportmotores.com que isso faria sentido em combinação com uma competição local ou regional como o TCR Portugal (Campeonato Nacional de Velocidade e Turismos) ou o o TCR Ibérico.

"Um dia que eles nos convidem a correr lá, iremos considerar o assunto. Em princípio, nós não temos nada contra essa ideia. Como sabem, o conceito do TCR tem com base a cooperação próxima entre as International Series e os promotores nacionais e regionais. Faria sentido ter um evento comum com o TCR Ibérico/Portugal", afirmou essa fonte.

A acontecer no futuro próximo, seria um regresso, pois já correu em Portugal nas duas primeiras temporadas. Primeiro, em Portimão e depois no Estoril, sendo que este ano, decidiram não correr em paragens portuguesas por meros motivos de agenda. 

sábado, 24 de junho de 2017

Youtube Motorsport Crash: O bizarro acidente de Tom Coronel em Vila Real

O fim de semana de Tom Coronel na ronda portuguesa do WTCC pode ter acabado ainda antes de começar, depois desta acidente que sofreu numa das qualificações, no circuito de Vila Real. Na chegada à rotunda, onde agora está instalada a "Joker Lap", o piloto do Chevrolet perdeu o controle do carro na travagem - viu-se depois que quebrou um elemento da suspensão - e acabou por bater... numa ambulância.

No final, ficaram todos bem, quer o piloto, quer os bombeiros que estavam presentes.

domingo, 9 de abril de 2017

WTCC 2017 - Marrakesh (Corridas)

O Mundial de Turismos começou este domingo em Marrakesh, em Marrocos, e as vitorias foram repartidas entre um argentino e um português. Esteban Guerrieri foi o melhor, no Chevrolet da Campos Racing, enquanto que Tiago Monteiro aproveitou bem a pole.position para ficar com o primeiro lugar na segunda corrida, e assim liderar o campeonato.

Com apenas 15 carros inscritos para esta prova, e algumas novidades, com a inclusão de dois jovens franceses, Yann Erlacher - sobrinho de Yvan Muller e filho de Cathy Muller - e Aurelién Panis, filho de Olivier Panis, a corrida começou atribulada, com Coronel a liderar e algumas confusões atrás, mas os pilotos mantiveram as posições, Contudo, atrás, Nelson Girolami larga mal e John Fillipi ficou parado no meio da pista, vitima de um toque de Erlacher. Com ambos os carros parados no meio da pista, o Safety Car teve de ser chamado.

Ainda com o Safety Car na pista, Robert Huff teve de abandonar por causa de problemas na sua direção assistida, e na terceira volta, a corrida regressou, com Coronel a aguentar os ataques do argentino Esteban Guerrieri. Contudo, nas voltas seguintes, não houve ultrapassagens, apesar de todos andarem uns ao pé dos outros. Mas numa pista travada, os travões não iriam aguentar, e na volta 12, Coronel falhou a travagem, deixando a liderança para o argentino.

Agora, ele aguentava os ataques do Volvo de Thed Bjork, com Mehdi Bennani a ser terceiro, e Tiago Monteiro a ser sexto, atrás de Norbert Mischelisz. Contudo, até à meta, e tirando o toque de Daniel Nagy, que acabou por desistir, não houve nada de especial até cortarem a meta, dando à Campos e a Guerrieri as suas primeiras vitórias na temporada.

Na segunda corrida, Monteiro, o poleman, arrancou bem, com Mischelisz a ser segundo, e Nestor Girolami a ser o terceiro e melhor dos Volvo. Nas voltas seguintes, os quatro primeiros começaram a afastar-se do resto do pelotão, com Mehdi Bennani a acompanhar os três primeiros, depois de passar Nick Catsburg de forma mais... musculada.

As coisas andaram bem até à volta oito, quando o Honda de Aurelien Panis saiu em frente, devido à direção quebrada. Como o carro ficou numa posição relativamente perigosa, o Safety Car teve de entrar, para que pudessem tirar o carro em segurança. Contudo, a partir daí, não houve nada de especial, com Norbert Mischelisz a seguir Monteiro como se fosse a sua sombra, para no final acabar por ser uma dobradinha da Honda, com Nestor Girolami a fechar o pódio.

No campeonato, o piloto português agora é o líder, com 43 pontos. A próxima prova acontecerá em Monza, a 30 de abril.   

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

WTCC: Definido o calendário de 2017

O WTCC apresentou hoje o seu calendário provisório, e há muitas novidades. Vai ter dez rodadas duplas ao longo da temporada - menos duas do que em 2016 - com as noticias do regresso de Monza e Macau ao convivio do Mundial de Turismos. Em contraste, sairão as corridas da Slovakiaring, Moscovo e Buniram, na Tailândia. A prova de abertura será agora em Marrakech, a 9 de abril, enquanto que a jornada de encerramento continuará a ser no circuito qatari de Losail.

Entretanto, com a saída da Citroen e da Lada, as marcas oficiais passam a ser apenas duas, com a Volvo e a Honda a fazerem parte do campeonato. E por causa disso, irá aparecer uma nova categoria, a TCN2, onde poderão correr os carros com regulamentos para os TCR.

Para além disso, o promotor do WTCC anda a discutir a ideia de "joker laps", semelhante ao que há no Rallycross, mas apenas nos circuitos citadinos. A FIA disse que iria estudar a medida, afirmando que haverá sempre questões relacionadas com a segurança a serem tratadas, em relação a esse assunto.

A pedido do promotor do WTCC, o Conselho Mundial para o Desporto Motorizado aprovou novas investigações quanto à possibilidade de implementar uma ‘Joker Lap’ nos seus circuitos temporários. O processo está neste momento a cargo das Comissões da FIA para a Segurança e Circuitos”, lê-se no comunicado oficial da FIA.

Eis a temporada completa.

9 de abril - Marrakech, Marrocos
30 de abril - Monza, Itália
14 de maio - Hungaroring, Hungria
27 de maio - Nurburgring Nordschleife, Alemanha
25 de junho - Vila Real, Portugal
6 de agosto - Termas de Rio Hondo, Argentina
15 de outubro - Xangai, China
29 de outubro - Motegi, Japão
19 de novembro - Macau
1 de dezembro - Losail, Qatar

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

WTCC 2016 - Qatar (Corridas)

Dois meses depois da última corrida, em Xangai, máquinas e pilotos estão no Qatar para a última prova do campeonato mundial de Turismos. Nesta corrida noturna, o WTCC estava num momento unico, pois a Citroen e a Lada irão abandonar a competição, e alguns dos pilotos presentes, como Gabriele Tarquini, Yvan Muller e José Maria Lopez, também abandonarão a competição, rumando a outras paragens.

Com Tom Chilton como o "poleman", a primeira corrida foi complicada. Tom Chilton ficou com o comando, mas no meio do pelotão, uma série de toques colocou fora de prova o Honda de Tiago Monteiro, por causa de danos na suspensão do seu Honda. A má colocação do seu carro fez com que entrasse o Safety Car na pista, mas duas voltas depois, a bandeira vermelha foi mostrada.

O piloto português explicou depois, nas boxes, o que aconteceu: “Aconteceram muitas coisas. Houve muito contacto. Fui empurrado por trás durante a travagem, eu próprio depois toquei no Péchito [Lopez] durante a travagem. E depois estava por dentro, e ao acelerar senti outra vez um grande empurrão no lado direito. É a primeira volta e todos estão a tentar dar o máximo, portanto não estou realmente a culpar ninguém. Mas o Péchito tocou-me, o pneu rebentou e fui bater na barreira dos pneus – mais uma razão para não os termos ali, porque o meu carro está muito danificado, e nem tinha visto que o Hugo [Valente] estava ali”.

Após alguns minutos, a corrida retomou atrás do Safety Car, para recomeçar na quarta volta, quando Gabriele Tarquini atacou Chilton para ficar com a liderança da corrida. Robert Huff ficou com o terceiro posto, pressionando Chilton, enquanto que Mehdi Bennani acabaria por ser penalizado com uma passagem às boxes.

Nas voltas seguintes, Tarquini afastou-se do segundo classificado, pois Chilton aguentava o piloto da Honda, e as coisas ficaram assim até à meta. Yvan Muller foi o quarto, sendo o melhor dos Citroen.

No pódio, Tarquini explicou o segredo do seu sucesso: “A chave foi a ultrapassagem. Com o safety car, no reinício, tive uma oportunidade e aproveita-a. O carro estava incrível. Esta vitória é para a equipa Lada, porque como sabes vai sair do WTCC, mas vai ficar no meu coração para sempre, porque esta pode também ser a minha última corrida no WTCC, e portanto sair assim é um sonho”, disse. “Foi fantástico ser nono na qualificação e ter esta oportunidade”, concluiu.

Na segunda corrida, com Bennani na pole, com Lopez no segundo posto, os vários toques na primeira volta fizeram com que o Safety Car entrasse na pista. Hugo Valente abandonava a corrida devido aos toques que danificaram o seu chassis, enquanto que Robert Dahlgren ia às boxes para tentar reparar os danos do seu Volvo.

Quando o Safety Car recolheu às boxes, Lopez tentou passar o piloto marroquino na primeira curva, mas sem sucesso. Thed Bjork e Yvan Muller estavam atrás, com Norbert Mischelisz e Tiago Monteiro colocavam os seus Hondas no quinto e sexto posto. O húngaro superou Muller, enquanto que o português perdia lugares para o Honda de Huff e o Lada de Tarquini. Ao mesmo tempo, Bjork superou o argentino e ficou com o segundo posto.

Nas voltas seguintes, Monteiro conseguiu apanhar Tarquini e Huff para ficar com o sexto posto, enquanto que na frente, Bjork tentava apanhar Bennani, mas ele conseguia defender-se desses ataques. Contudo, na penultima volta, Bjork saiu mais largo numa curva e a vitória ficou decidida a favor do piloto da Citroen.

O terceiro lugar ficou para "Pechito" Lopez, enquanto que o quarto posto decidiu-se entre Muller e Mischelisz, com vantagem para o piloto da Honda. O francês perdeu ainda o quinto lugar para Tiago Monteiro, que consegue assim manter o terceiro posto do campeonato, um ponto à frente do seu companheiro de equipa.

Foi muito difícil, mas tive muito apoio. Muito obrigado. A minha corrida foi muito difícil. Queria vencer, e portanto ou vencia ou colocava o carro contra um muro. Mas estou muito contente. Sabíamos que o Volvo era mais leve em 80 kg, e sabia que tinha de puxar no limite para mantê-lo atrás deles. Quero agradecer em particular ao Reino de Marrocos, porque sem o seu apoio não estaria provavelmente a lutar aqui”, disse Mehdi Bennani.

O campeonato regressa em abril do ano que vêm.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

WTCC: Lada abandona no final da temporada

A Lada anunciou esta quinta-feira que abandonará o WTCC no final desta temporada, fazendo com que em 2017 haja apenas duas marcas oficiais na competição: Honda e Volvo. A razão pelo qual a marca russa resolveu retirar-se da competição tem a ver com a sua estratégia de mercado a nível mundial, onde tem pouca expressão fora do seu país de origem. 

O futuro passará por duas alternativas: por um lado, dedicar-se ao campeonato russo de turismos, onde construiria um modelo com as especificações do TCR, e por outro lado, os carros poderão ser usados por independentes, com a assistência da francesa Oreca. Quanto aos pilotos, é altamente provável que possam ir para o TCR, no caso de Hugo Valente, ou então pendurar o capacete, no caso de Gabriele Tarquini.

Com a saída da Citroen do WTCC, a competição pode entrar em perigo. Por um lado, a explosão do TCR, com dez marcas (!) confirmadas numa competição que está a ser cada vez mais popular, devido aos custos presentes, e por outro, a dificuldade de preencher uma grelha como a do WTCC, bem mais caro. E para piorar as coisas, em 2017 o atual modelo da Honda irá terminar o seu prazo de validade...

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

WTCC e a ideia da Class One

O WTCC está numa encruzilhada. Com a sua grelha a diminuir por causa da popularidade do TCR, o risco de desaparecer é bem real, logo, há que pensar no que fazer após 2017, e a ideia que circula nos últimos dias é o da adaptação dos regulamentos da Class One, a partir de 2018 ou 2019, regulamento esse que foi adoptado pelo DTM (na foto) e pelos GT japoneses. A noticia apareceu no inicio da semana na imprensa japonesa, que normalmente está bem informada sobre assuntos automobilísticos.

A ideia é usar carros com um monocoque e respectiva célula de segurança idêntico para todos os carros, o maior número de componentes partilhados possivel, baixo peso, aerodinâmica controlada e motores 2.0 turbo com cerca de 600 cv. Dos construtores envolvidos atualmente no WTCC (Citroën, Volvo, Lada e Honda), apenas a Honda tem um carro mais ou menos pronto para o regulamento, mas é um GT e não um carro de turismo. E a marca japonesa ainda não disse se continua no WTCC após a temporada de 2017.

Como a Citroen vai voltar a investir a fundo no WRC, e a Lada pode pura e simplesmente retirar-se por não ter capacidade finaneira para desenvolver um conjunto desses, mais interessante será saber se a Volvo pretende seguir com estes novos regulamentos, pois só chegou à competição este ano e anda a desenvolver o S60 em 2017. É que num passado recente, o campeonato sueco de Turismos tinha silhuetas semelhantes ao DTM, mas em 2017, eles vão adotar os regulamentos do TCR, para tentar inverter a tendência de diminuição de grelha que se verifica atualmente. Pelo menos em termos de chassis, os suecos estão ali.

Mas também resta saber o preço do conjunto para ser vendido aos privados. A ideia de ter esses regulamentos da Class One era das marcas poderem fazer isso, no sentido de ter um Troféu de Independentes, e claro, encher a grelha desse tipo de carros. A BMW seria uma parte interessada, e a Honda beneficiaria disso também, mas tem de se ver que tipo de custos é que isso teria. A TCR atrai os privados com um custo bem competitivo - o conjunto chassis/motor tem um limite de cem mil euros por carro - e ter um custo semelhante deve ser o objetivo do WTCC para assim atrair mais gente.

Como é óbvio, nem a Eurosport Events, nem a FIA, querem falar muito sobre o assunto, mas que está a ser pensado, está. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

WTCC: Yvan Muller abandona o automobilismo no final da temporada

O francês Yvan Muller anunciou esta quinta-feira que vai pendurar o capacete no final desta temporada do WTCC. Aos 47 anos de idade, o tetracampeão da categoria afirmou que já é hora de fazer algo novo na sua vida e dedicar-se mais à sua estrutura como dono de equipa.

Não tem tanto a ver com a idade mas sim com o desejo e a motivação. Testes, simuladores, treino físico, as viagens, ser profissional de desporto motorizado requer um grau de empenhamento que já não estou preparado para dar sequência.", começou por dizer.  

"Por outro lado depois de 11 épocas no WTCC, estou numa fase da minha vida em que posso querer fazer outra coisa qualquer. Estou orgulhoso por ter ajudado a desenvolver o Citroën C-Elysée WTCC e a equipa, conheci excelentes pessoas. Pilotar sempre fez parte da minha vida, não me vejo a parar por completo, mas agora vou passar mais tempo com a minha equipa, a Yvan Muller Racing”, disse.

Na luta pelo segundo posto com o Honda de Tiago Monteiro, Muller, de 47 anos (nasceu a 16 de agosto de 1969 em Altkirch, no Haut-Rhin francês), é o irmão mais novo de Cathy Muller, que teve uma carreira interessante nas formulas. Andou pela Formula 3 francesa, e em 1992 venceu a Formula 2 britânica, para no ano seguinte, estar na Formula 3000 internacional, alcançando dois pontos.

Depois passou pelas corridas de Turismos, primeiro na Super Touring francesa, e depois, em 1998, na BTCC britânica, correndo primeiro pela Audi, antes de passar para a Vauxhall, onde acabou por ser campeão em 2003, depois de ter sido vice-campeão em 2001 e 2002. Voltaria a ser vice em 2004 e 2005, antes de em 2006 passar para o WTCC, primeiro pela Seat, onde foi campeão em 2008. Em 2010 passou para a Chevrolet, onde foi campeão em 2010 e 2011, repetindo em 2013. Em 2014, passou para a Citroen, onde alcançou dois vice-campeonatos, em 2014 e 2015, sempre batido pelo argentino José Maria Lopez

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

WTCC: Nestor Girolami vai ser piloto da Volvo em Motegi

O argentino Nestor Girolami andará com um Volvo V60 na próxima ronda do campeonato mundial de carros de Turismo, em Motegi. O piloto estará presente no lugar de Robert Dahlgren, que estará ocupado com os seus compromissos no STCC.

Apesar de ser apenas um teste ocasional, Girolami, que impressionou tudo e todos na corrida de Termas de Rio Hondo com o seu Chevrolet Cruze da Campos Racing, deseja encontrar um lugar a tempo inteiro no WTCC em 2017, no sentido de seguir os passos de José Maria Lopez, que venceu três campeonatos nessa categoria ao serviço da Citroen.

domingo, 7 de agosto de 2016

WTCC 2016: Termas de Rio Hondo (Corridas)

Depois de um mês e meio de ausência, o WTCC volta à carga na América do Sul, especialmente na Argentina, onde em Termas de Rio Hondo, José Maria "Pechito" Lopez corria em casa, perante o seu público, disposto a vencer. Contudo, um dos seus maiores rivais nem eram os Honda, mas sim... um convidado local, Esteban Guerrieri. Convidado pela Campos Racing, e a guiar um Chevrolet Cruze, aproveitou bem os menos 80 quilos de lastro que tinha montados para fazer a pole-position, mas ao cometer um erro de principiante - não viu as luzes de saída das boxes - acabou por ver o seu tempo anulado e ficar apenas com o quinto posto.

Na primeira corrida, com Luca Fillipi na pole-position e "Pechito" Lopez na última fila, porque o argentino trocou de motor, esta começou com Tom Chilton a bater Fillipi na partida, e depois a aguentar os ataques do Honda de Tiago Monteiro, que saiu um pouco mais largo numa curva e caiu para o quinto posto. Esteban Guerrieri era quinto, mas perdeu lugares nas voltas seguintes, ao contrário de Lopez, que subia lugar após lugar desde o fundo da grelha. Guerrieri acabaria por abandonar na quinta volta.

Na frente, Chilton e Fillipi mantinham-se nos dois primeiros lugares, com Robert Huff a tentar apanhá-los, mas a falta de velocidade nas retas complicava. Yvan Muller era o quarto, com Tiago Monteiro atrás. Na volta 7, Huff passou Fillipi, e Muller e Tiago aproveitaram para atacar o Chevrolet, que conseguiram passá-lo no final dessa volta. Atrás, Lopez já tinha chegado aos pontos, no oitavo posto, e ate ao final, o argentino chegou até ao quinto posto.

No final, Tom Chilton venceu a primeira corrida, com Huff a defender-se dos ataques de Muller, mas conseguiu o segundo lugar. Tiago Monteiro foi o quarto.

Na segunda corrida, Norbert Mischelisz conseguiu superar os dois Citroen e Pechito Lopez e Yvan Muller, para ficar com a liderança. Depois, ambos passaram as primeiras voltas a pressionar o piloto da Honda, sem sucesso. Na sétima volta, o húngaro defendeu-se do ataque combinado de ambos os Citroen, que acabou com Muller e Mischelisz na gravilha. Ambos voltaram à pista, mas a perder posições. O francês, por exemplo, ficou atrás de Tiago Monteiro, no quinto posto.

Na frente, "Pechito" Lopez ficava com o comando da corrida, com Coronel no segundo posto (mas o holandês estava sob investigação por alegada falsa partida...) Huff e Tiago Monteiro, no quarto posto. Muller ainda tentou apanhar o piloto português, mas não conseguiu. Na bandeira de xadrez, "Pechito" Lopez venceu em casa, com Coronel e Huff nos restantes lugares do pódio, e o português da Honda a conseguiu outro quarto posto.

O WTCC volta à ação no circuito japonês de Motegi, a 4 de setembro. 

domingo, 26 de junho de 2016

A(s) image(ns) do dia

“Vai ser um momento do qual me vou lembrar para sempre. Eu sinto uma grande emoção por ter conseguido, foi um excelente trabalho de toda a equipa, a quem não sei como agradecer o suficiente. Tivemos muito trabalho, e depois aproveitámos as oportunidades que surgiram. É importante não cometermos erros, acabei por ser o que cometeu menos erros e consegui a pole-position.

[Sobre a recepção dos adeptos em Vila Real] “tem sido louca desde que chegámos. Quase que não dá para acreditar, já sabemos que as pessoas aqui têm uma grande paixão por corridas de automóveis e que fazem um grande esforço para realizá-las aqui. E eu podia ouvir as pessoas dentro do carro, mesmo com o motor a trabalhar e com os tampões de ouvidos. Este apoio popular acabou por fazer desta vitória mais especial. Tive muito mais apoio que com as vitórias no Estoril e em Portimão”.

Vila Real e diferente. Quem conhece isto sabe que é um classico do automobilismo nacional, que existe desde 1935 e que teve o seu auge nos anos 70, quando havia provas de Formula 3 e Turismos, chegando a ver carros como os Porsche 908 e 917 num circuito que chegou a ter oito quilómetros de extensão. Adormecida em 1991, após um grave acidente, foi reavivada na década passada, com alguns soluços, até que em 2015 decidiu acolher o Mundial de Carros de Turismo, o WTCC.

Tiago já é veterano nisto. Com quase 40 anos de idade - vai fazer a 24 de julho - ao piloto da honda só lhe falta o título mundial. Tinha uma grande chance este ano, mas a FIA decidiu puxar o tapete na secretária, para dar à Citroen um último título mundial antes de irem embora. Assim sendo, o melhor é pensar corrida a corrida e ser feliz. Para o piloto do Porto, foi um excelente fim de semana, depois de conseguir a pole-position no dia anterior.

E esta tarde, perante milhares de pessoas, no pódio, a multidão cantou o hino nacional, mesmo cortado a meio, o que arrepia qualquer um. E é assim que Tiago Monteiro acrescenta mais um ponto alto de uma carreira já bem longa, em várias categorias. Que continue assim!

quinta-feira, 23 de junho de 2016

WTCC: Volvo troca de pilotos em Vila Real

A Volvo decidiu trocar de pilotos. A partir do fim de semana de Vila Real, Frederik Ekblom sai de cena para dar lugar a Robert Dahlgren, que vai fazer dois campeonatos, o STCC e WTCC, dando prioridade ao primeiro sempre que haja coincidência em termos de calendário.

Dahlgren, que já está em Vila Real, afirma sentir-se “honrado por esta oportunidade fantástica. Estou envolvido neste programa desde a nossa primeira época juntos em 2011, tal como com o desenvolvimento do carro este ano”. O piloto sueco, de 36 anos (nasceu a 1 de dezembro de 1979) fez várias corridas ocasionais no WTCC entre 2007 e 2010 e alinhou na época inteira de 2011 num Volvo C30 movido a bioetanol, onde conseguiu como melhor resultado um quarto lugar numa das corridas na Alemanha.

Para além disso, Dahlgren já venceu o STCC em 2010 - e lidera o campeonato deste ano - e andou a temporada de 2014 nos V8 Supercars australianos, num dos Volvo S60 preparados pela Gerry Rogers Motorsport. 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

WTCC: Volvo não vai ter pronto um terceiro carro para Vila Real

Surgiram rumores nas últimas semanas que a Polestar poderia inscrever um terceiro carro para a ronda de vila Real, no final do mês. Contudo, a preparadora sueca, que está a preparar os Volvo para o WTCC, disse hoje que isso está descartado. “Nós não vamos entrar com um terceiro carro em Vila Real”, disse o relações públicas da Polestar Racing, Johan Meissner, ao site SportMotores.com.

Contudo, os dois carros que estão presentes, para Thed Bjork e Frederik Ekblom, não tem tido grandes resultados nesta temporada de estreia no WTCC. Por exemplo, nenhum dos carros chegou ainda ao "top five" de qualquer corrida até agora. E mesmo o próprio Meissner não esclareceu se o tal terceiro carro poderia ser usado ainda durante a temporada.

Caso essa hipótese aconteça, esse terceiro carro, que serve essencialmente como "muleto" de testes durante os fins de semana das corridas, facilitando o trabalho para os engenheiros suecos, poderia aparecer mais para o final desta temporada.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

WTCC: Honda excluida das últimas duas corridas

A FIA decidiu excluir os resultados alcançados pela Honda nas últimas duas corridas da temporada do WTCC devido a irregularidades no fundo plano e o posicionamento do lastro nos "ailerons" traseiros. A noticia foi divulgada esta sexta-feira, quando o pelotão da competição está no Nurburgring Nordschleife. A marca japonesa já disse que vai apelar da decisão.

"Estamos convencidos de que nossos fundos planos estão em plena conformidade com os atuais regulamentos técnicos da FIA World Touring Car Championship", disse a equipa no seu comunicado oficial. "Serão apresentados recursos contra todas estas decisões", concluiu.

Isto quer dizer que a equipa perderá os resultados alcançados em Budapeste (onde Tiago Monteiro subiu ao pódio por duas vezes) e em Marrakesh, onde Robert Huff venceu uma das corridas e o piloto português foi terceiro na segunda corrida desse fim de semana. Para além disso, os resultados feitos pelos carros usados pela húngara Zengo Motorsport também foram excluídos.

domingo, 8 de maio de 2016

WTCC: Coronel e Huff foram os melhores em Marrakech

O holandês Tom Coronel e o britânico Robert Huff foram os melhores este domingo na jornada dupla do WTCC, que se disputou no circuito marroquino de Marrakech. Coronel deu o seu melhor ao volante de um Chevrolet da ROAL, conseguindo a sua primeira vitória desde 2013 e aguentar os Citroen de Yvan Muller e José Maria Lopez, que subiram com ele ao pódio. Já Tiago Monteiro foi o melhor dos Honda, no quarto posto.

Já na segunda corrida, Huff levou a melhor sobre Norbert Mischelisz e Tiago Monteiro, numa tripla da Honda. O português levou a melhor sobre os Citroen de José Maria Lopez e Yvan Muller, e os Lada de Gabriele Tarquini e Hugo Valente.  

A primeira corrida resumiu-se às pressões dos Citroen sobre Coronel, depois de Nicky Catsburg ter dado toques em James Thompson (o poleman) e depois em Thed Bjork. Por causa disso, ele foi obrigado a fazer um "drive-through" e os comissários decidiram depois que o holandês começasse a segunda corrida das boxes.

Depois disso, Coronel aguentou os ataques do Citroen do argentino, enquanto que Muller também segurava o português da Honda, e isso foi assim até à meta. Rob Huff foi o sexto, depois de passar Gabriele Tarquini - o melhor dos Lada - numa manobra "musculada". Tom Chilton e Mehdi Bannani ficaram a seguir, com Fredeik Ekblom a ser o melhor dos Volvo, no décimo posto.

Antes da segunda corrida, o tempo trocou as voltas e começou a chover - o irónico é que Marrakesh ser no deserto! - e alguns pilotos decidiram arriscar e trocar de pneus para chuva. Na partida, Huff largou bem, seguido por Norbert Mischelisz e José Maria Lopez, com Tiago Monteiro a perder um lugar para o argentino e a ser pressionado por Yvan Muller. E em pouco tempo, os cinco primeiros começaram a abrir para Hugo Valente, o sexto.

No passar das voltas, Huff afastou-se de Mischelisz, mas na quinta volta, o argentino sofre um despiste e perde o terceiro posto para o piloto português. Depois, ele aproximou-se do piloto húngaro, pressionando-o para que cometesse um erro. Atrás, havia uma luta pelo nono posto, entre Tom Coronel, James Thompson e Tom Chilton, e pela metade da corrida, o holandês cometeu um erro e perdeu dois lugares para os seus perseguidores.

Na volta 13, os quatro primeiros rolavam juntos, enquanto que Muller já estava afastado e começou a ser pressionado pelo Lada de Tarquini. Huff sentia a pressão dos seus companheiros de equipa, mas aguentou até à meta, dando a tripla à Honda. Já Tiago Monteiro ficou com o lugar mais baixo do pódio, ganhando pontos a José Maria Lopez, com Yvan Muller a ser quinto, na frente de Gabriele Tarquini, o melhor dos Lada.

Na geral, o argentino da Citroen lidera o campeonato com 138 pontos, contra os 124 do piloto português. Robert Huff subiu agora ao terceiro lugar, com 98 pontos.

O WTCC volta à Europa a 28 de maio, no Nurburgring Norschleife.