Luanda nasceu no mesmo dia em que São Paulo, 25 de janeiro, só que 21 anos depois. Por isso os portugueses a batizaram, em 1575, como São Paulo de Luanda. O nome não poderia ser mais apropriado. Como a metrópole brasileira, a capital angolana sofre com a superpopulação e com o excesso de carros. Por mais difícil que lhe possa parecer, acredite: aqui o trânsito é muito, mas muito pior que o da capital paulista.
O problema começa pela ausência de transporte público. Praticamente não existem ônibus oficiais. O serviço é prestado pelos candongueiros – vans pintadas de azul e branco que transitam numa velocidade muito maior do que se poderia esperar do estado de conservação que apresentam. Os candongueiros também são chamados de táxis, porque aqui não existem táxis como nas outras cidades.
A alternativa aos candongueiros são os gira-bairro, ou mini-táxis. Carros particulares pequenos que levam até quatro passageiros por percursos fixos. Paga-se 50 kwanzas (66 centavos de dólar) por pessoa, independentemente do trajeto, tanto nos gira-bairro quanto nos candongueiros.
A quem tem um pouco mais de dinheiro, só resta comprar um carro. E assim, milhares deles tentam circular pelas ruas estreitas da cidade, onde – salvo raras exceções – não existem sinais de trânsito nos cruzamentos.
Não ajuda em nada o péssimo hábito do motorista angolano de estacionar onde lhe dá na telha. A desculpa, de que não há parques (como eles chamam o estacionamento) suficientes, é genuína. Mas não justifica as filas duplas atrás dos carros em 45 graus, tornando as ruas ainda mais estreitas e fechando as calçadas, o que obriga os pedestres e disputar espaço com os veículos no asfalto.
Para piorar tudo, a cidade está em obras. Numa olhada rápida a partir da ilha, consegui contar 12 gruas gigantescas de guindastes. Isso significa ruas interditadas e sem calçada.
O resultado desse caldeirão: ninguém se desloca de carro em Luanda sem gastar, no mínimo, 45 minutos entre um ponto e outro. Isso se os sítios forem bem próximos, que fique bem entendido. Os moradores de Luanda Sul, o novo bairro de condomínios fechados construído ao sul da capital, levam diariamente duas horas para cobrir os poucos mais de 20 quilômetros até o centro. Contados no relógio.
É de causar inveja a São Paulo.
Do Egito para a Grécia
Há 2 dias
3 comentários:
Hahahaha, tô sentindo que a Cidade Nova virou um sonho de consumo! :-)
Vocês estão procurando moradia em que região? Quero ver no Google Earth!
Oi Jaque, estamos procurando no Alvalade, Sagrada Família, Vila Alice ou Cruzeiro. Mas já estamos considerando até Luanda Sul. Bjs.
Eu sou das de Luanda Sul. O meu dia começa às 4:30h da manhã para poder passar a estrada da Samba antes das 5:30h. Já me resignei mas, nunca me hei-de habituar. Nunca.
Postar um comentário