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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Gangues juvenis em Luanda II

A política, em Angola, está a ficar mais pobre e a bandidagem não pára de aumentar. Se antes, só ameaçavam matar, agora já matam, se antes só levavam os carros, agora violam, também. Vamos ficar mais atentos, todo o cuidado é pouco, acabou a festa das eleições, os polícias desapareceram das ruas. Penilson e Yano são dois especialistas em roubar óculos graduados que depois os entregavam a um tio do primeiro, enfermeiro com alguns conhecimentos de oftalmologia, que lhes tinha ensinado a forma de distinguir um par de óculos graduados dos outros não graduados, pois a graduação diminuia o tamanho do olho. Depois é só chegar perto da vítima e arrancar-lhe os óculos da cara. Trinta ou quarenta dólares estavam no papo, que depois eram gastos em bebida e na compra de liamba. O Gi e o Papy, são peritos no roubo de telemóveis, eram cidadãos dos países fronteiriços que controlavam as encomendas, receptores, que depois os descodificavam e os vendiam. Baleavam quem lhes oferecesse resistência. Estiveram presos mas rapidamente sairam. Hoje, felizmente, já não estão no crime organizado, vendem nas ruas os produtos dos libaneses, ás vezes estão tentados a voltar atrás, pois os fiscais, muitas das vezes lhes roubam os artigos e ainda por cima levam. Já se lamentaram, que quando eram mesmo bandidos, nunca lhes bateram e agora que viraram honestos(?), levavam porrada. Zua e o Ladinho, fazem parte de um gangue que trafica tranças brasileiras, vulgarmente conhecidas por tissages", muito em moda na cidade de Luanda.As raparigas eram o seu alvo preferido, que lhes arrancavam e cortavam o cabelo, ficando algumas delas com feridas na cabeça, quando opunham resistência. Tinham a protecção de duas cabeleireiras da Baixa da cidade, que pagavam cinquenta dolares por cada embalagem de extensões e cobravam das clientes cem doláres. As brancas e as mulatas que se cuidem, como alguém já referiu, podem virar karibalas(carecas). Assim vai a nossa linda Luanda.