Muito honestamente, sem pretender branquear o passado, se eu comparar o dia de hoje com o mesmo dia, aqui há 40 anos (1/5/73), sob o consulado do Presidente-marinheiro e de Marcelo Caetano, tenho de dizer que, tirando a falta de liberdade de expressão e manifestação, e a existência da polícia política (DGS), havia mais respeito pelos direitos constitucionais (mais restritivos, embora) dos cidadãos. E havia, sobretudo, mais esperança em dias melhores.
Hoje, com o cacique rural de Boliqueime, em Belém, e o Coelho de Massamá, em S. Bento, tendo à volta a mediocridade quase geral de amanuenses burocratas, o futuro não oferece nem garantias nos direitos constitucionais, nem esperança. Não trocava de Tempo, mas estamos, francamente, pior, pela experiência dos tempos por que passei. E tenho que, humilde e melancolicamente, o confessar. Há que dar uma volta a isto, seja como for.